Atualizada às 16:07 desta terça-feira (29)*Aos 29 anos e com diagnóstico de aneurisma, Jonathan Max Pereira decidiu fazer uma vaquinha on-line para arrecadar R$ 70 mil e passar por uma cirurgia na cabeça. Desempregado, ele afirma que o procedimento chegou a ser agendado pelo plano de saúde, mas foi cancelado em janeiro porque ele teria atrasado o pagamento da parcela. Neste domingo (27), após uma série de desmaios, Jonathan buscou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Flamboyant, em Aparecida de Goiânia e agora reúne as esperanças em um encaminhamento pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município.Jonathan conta que quando tinha 16 anos subiu em um pé de manga, mas caiu quebrando alguns galhos e desmaiou. “Fui levado para o Hugo (Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz), mas os exames não apontaram alterações”. Acontece que depois de 12 anos, no mesmo local da queda começou a aparecer uma espécie de caroço e ele acredita que pode haver relação com o acidente. “Quanto tinha 28 anos, cresceu um pouco no mesmo local que bati e ficou como se fosse um caroço de azeitona. Foi crescendo, comecei a fazer exames, mas eu tinha muita vergonha de como estava ficando e acabava usando muito boné para esconder a cabeça”, completa.O jovem, que é estudante de marketing digital diz tem primos e amigos na capital federal e que chegou a procurar atendimento especializado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Brasília, no Hospital de Base no ano passado, mas nenhum procedimento cirúrgico foi agendado. Jonathan diz ainda que na mesma época contratou a Unimed na tentativa de custear a neurocirurgia que chegou a ser agendada para 16 de janeiro, mas foi cancelada porque ele não conseguiu pagar as parcelas do plano de saúde.Pela internet, criou uma campanha de arrecadação em dinheiro, uma ‘vaquinha on-line’, e explica: “Há uns anos atrás tive uma queda e bati a cabeça, com isso desenvolvi um aneurisma que consiste no ‘estufamento’ de uma veia no cérebro, sendo necessário extremo cuidado no dia-a-dia para que não rompa. Se romper ocorre morte imediata. Eu sou filho da Luzia, estudo marketing digital e quero sobreviver”.Chorando, o estudante diz que também tentou se arriscar como microempreendedor individual durante a pandemia, mas não conseguiu manter a empresa. “Eu tive sempre muita vergonha de me expor, mas decidi criar a vaquinha porque preciso sobreviver e sei que ninguém consegue R$ 70 mil da noite para o dia. Eu moro com a minha mãe, estou sem trabalhar desde o ano passado. Estou sentindo perda de audição do lado esquerdo... são tantas provações pelas quais tenho passado”, lamenta.Plano x SUSO Hospital de Base do Distrito Federal foi procurado, por meio da assessoria de comunicação para saber se há alguma previsão de atendimento ao paciente. Em nota, respondeu, entretanto, que considerando a Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.638/2002, o sigilo médico protegido pelo Código de Ética Médica e um parecer do governo do DF, não pode passar informações de pacientes à imprensa sem sua expressa autorização.O POPULAR também entrou em contato com a Unimed Brasília, plano contratado pelo paciente e com a Unimed nacional a respeito do caso, ambas por meio da assessoria de comunicação, mas não houve resposta até o fechamento da matéria.Atendimento em análiseA prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade informou que após atendimento na UPA Flamboyant pela rede de urgência foi feito pedido junto à regulação estadual. A prefeitura solicitou no Complexo Regulador do Estado (CRE) uma avaliação com equipe de neurocirurgia no Hugo ou no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Em nota, o Hugo informou que o paciente não é perfil do hospital, uma vez que a unidade não possui neurologia e angiologia clínicas.A SES-GO, também por meio de nota, disse que não tem nenhuma menção sobre aneurisma na ficha do paciente. A pasta também informou que "a ficha junto a SES-GO será finalizada, tendo em vista que o paciente tem perfil assistencial específico das unidades que estão sob a regulação de Aparecida de Goiânia: Hospitais São Silvestre e Santa Monica". Atualização: A nota foi atualizada às 14:36 com a resposta do Hugo e às 16:07 com resposta da SES-GOQuer ajudar?Link da vaquinha: https://vaka.me/2751465Confira nota na íntegra da SES-GOResposta SES-GOA propósito das questões formuladas por este veículo de comunicação, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa o que se segue:- O paciente Jonathan Max Pereira de Morais está na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Flamboyant. Ele foi Incluso pela Central de Regulação de Aparecida de Goiânia para a regulação estadual em 28/03/2022,- Na ficha do referido paciente não há nenhuma menção sobre aneurisma.- Os dados disponibilizados por meio de consulta ao Cartão SUS do paciente demonstram que ele reside em Brasília (DF) e que sofreu queda de árvore há 3 anos, Não há informações sobre onde o paciente foi atendido nem se houve seguimento ambulatorial/eletivo do caso.- Há informações que Jonathan Max foi submetido à angioressonancia do crânio em agosto de 2021, mas tais dados também também não foram inseridos oficialmente na ficha do paciente. - Em contato com a Regulação de Aparecida de Goiânia, fomos informados que a ficha junto a SES-GO será finalizada, tendo em vista que o paciente tem perfil assistencial específico das unidades que estão sob a regulação de Aparecida de Goiânia: Hospitais São Silvestre e Santa Monica.- A SES-GO informa que os telefones de contato da regulação primária do paciente são 3280-4775 e 3248-5780.Secretaria de Estado da Saúde de Goiás