O deslizamento na encosta do Morro do Mendanha, a poucos metros de algumas casas na Rua da Mantiqueira, no Jardim Petrópolis, em Goiânia, na quarta-feira (19), ocorreu, segundo técnicos da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) por causa da forma como ela foi cortada para dar espaço para a rua, anos atrás. Apesar de não descartar novos incidentes, as equipes da Prefeitura que estiveram no local afirmam que o risco é muito baixo para os moradores da região atualmente.Segundo o gerente de Contenção e Recuperação de Erosões da Amma, Clayton Contijo, o talude foi cortado fora da normalidade anos atrás e, com o aumento das chuvas e da vegetação no local, houve um desprendimento de parte da encosta. O assessor de imprensa da Defesa Civil, Cidicley Santana, explicou que o limite aceitável de corte de um talude é 45 graus e, no caso do local na Rua da Mantiqueira, foi cortado quase 90 graus do terreno, deteriorando a estabilidade. Do lado onde fica o morro não há calçada. De acordo com o coordenador municipal de proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça, uma parte da encosta se soltou e um pouco de terra deslizou até o asfalto. Nenhuma casa foi atingida, os muros ficam a cerca de 7 metros da encosta. Cones foram posicionados para evitar o acesso na lateral da rua.Para conter novos deslizamentos equipes da Defesa Civil e da Amma começaram na quinta-feira (20) a podar árvores para conter o sobrepeso do morro. Além das podas, também foram retirados alguns blocos de rocha sem que a estrutura do morro fosse prejudicada. Com novos levantamentos e diagnósticos para região, os trabalhos dos técnicos serão voltados a diminuir o potencial erosivo do local. “Nos próximos 15 a 20 dias, o trabalho da Amma será suavizar o talude e diminuir a inclinação dele para que todo sobrepeso seja amenizado.” relata Contijo.MonitoramentoEm relação aos moradores da Rua Mantiqueira, Mendonça orienta que eles devem ficar em estado de alerta para possíveis novos deslizamentos e informar o órgão rapidamente. “Nós pedimos aos moradores que fiquem em estado de atenção e se tiver deslizamento, por menor que seja, ou qualquer tipo de rocha que se desprenda do talude, que eles nos comuniquem imediatamente no 153 para que possamos encaminhar uma equipe até o local”, pede.Ainda que não seja o caso do último deslizamento, com ocupações ilegais e trânsito no topo do morro, podem fazer surgir no local outros riscos de desmoronamentos, deslizamentos e erosões, conforme explica Anderson Marcos De Sousa, coordenador executivo da Defesa Civil. “A compactação do solo e possível retirada de vegetação acaba influenciando em todo perímetro, além de possível formação de processos erosivos. Pode ocorrer de realizar escavações para sanitários, futuramente se transformando em erosão, ocasionar queimaduras acidentais, além de várias outras atividades incompatíveis com o topo de um morro, por questão de segurança”, indica.Para evitar que novos deslizamentos ocorram, Contijo também reforçou que a Amma vai acompanhar de perto e, se possível, de modo mais incisivo, novos cortes na encosta do morro, caso estes sejam necessários para abertura de novas vias na região.