<p>Pelo menos 13 medicamentos para doenças raras - não ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e obtidos por meio de medida judicial - estão com a distribuição atrasada há mais de dois meses, segundo levantamento realizado por associações de pacientes a pedido do Estado. Sem os remédios, pacientes já têm de lidar com a evolução de suas doenças, mas ainda não há prazo para o retorno da distribuição das doses. O Ministério da Saúde informou que está analisando as ações judiciais de solicitação das medicações e está em fase de compra dos remédios.</p><link href="//cdn-images.mailchimp.com/embedcode/classic-10_7.css" rel="stylesheet" type="text/css" /><style type="text/css">#mc_embed_signup{background:#fff; clear:left; font:14px Helvetica,Arial,sans-serif; }                /* Add your own MailChimp form style overrides in your site stylesheet or in this style block.                   We recommend moving this block and the preceding CSS link to the HEAD of your HTML file. */</style><div id="mc_embed_signup"><form action="https://opopular.us8.list-manage.com/subscribe/post?u=914bb578ecf8a94c3ffcea278&amp;id=c3378b7be5" class="validate" id="mc-embedded-subscribe-form" method="post" name="mc-embedded-subscribe-form" novalidate="" target="_blank"><div id="mc_embed_signup_scroll"><h2>Newsletter O POPULAR - Receba no seu e-mail informação de confiança</h2><div class="indicates-required"><span class="asterisk">*</span> indicates required</div><div class="mc-field-group"><label for="mce-FNAME">Nome <span class="asterisk">*</span> </label> <input class="required" id="mce-FNAME" name="FNAME" type="text" value="" /></div><div class="mc-field-group"><label for="mce-EMAIL">Email <span class="asterisk">*</span> </label> <input class="required email" id="mce-EMAIL" name="EMAIL" type="email" value="" /></div><div class="clear" id="mce-responses"><div class="response" id="mce-error-response" style="display:none">&nbsp;</div><div class="response" id="mce-success-response" style="display:none">&nbsp;</div></div><div aria-hidden="true" style="position: absolute; left: -5000px;"><input name="b_914bb578ecf8a94c3ffcea278_c3378b7be5" tabindex="-1" type="text" value="" /></div><div class="clear"><input class="button" id="mc-embedded-subscribe" name="subscribe" type="submit" value="Assinar" /></div></div></form></div><p><br />O atraso para receber o remédio Elaprase faz a estudante Aveline Cardoso Rocha, de 29 anos, temer pela saúde dos três filhos. Os meninos de 4, 5 e 11 anos, têm o diagnóstico de mucopolissacaridose tipo II, uma alteração genética que pode comprometer a parte cardíaca e a respiratória. O mais velho e o mais novo já enfrentam dificuldades.<br /><br />"O mais velho está com a síndrome do tubo do carpo: as dores no punho estão insuportáveis e ele não consegue dormir. O analgésico não responde e faz um mês que está assim. O mais novo vai fazer uma cirurgia para drenar a secreção que se instalou no tímpano em janeiro."<br /><br />Aveline diz que o filho de 11 anos começou a tomar a medicação aos 5 anos e os outros dois antes de completar 1 ano. Este é o maior período de atraso no repasse que já enfrentou. "É um remédio muito caro, cada ampola custa R$ 9 mil. Os mais velhos tomam três por semana e o mais novo, duas."<br /><br />Levantamento feito pelas entidades Instituto Vidas Raras, Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (Afag) e Associação Brasileira de Doenças Raras (ABDR) apontou 13 medicações cujo repasse não é feito desde setembro. Há casos de interrupções, porém, que começaram a ser feitas já no meio do ano, segundo as instituições. "Em torno de 1,5 mil pacientes estão sentindo a falta de medicamentos. O pânico está generalizado, porque algumas doenças são imediatas. Quando o paciente não toma o remédio, ela avança. Outras são mais silenciosas, mas é o remédio que traz o equilíbrio para a saúde", diz Regina Próspero, vice-presidente do Instituto Vidas Raras.<br /><br />O filho de 9 anos da dona de casa Noeli Socorro Gonçalves, de 37 anos, tomava o medicamento Ataluren diariamente havia um ano para tratar a distrofia muscular de Duchenne, doença que causa fraqueza muscular. Ele está desde agosto sem o remédio. "Deu uma piorada. Está andando mais lento e se segurando nas coisas, afetou os movimentos."<br /><br />Noeli conta que o filho tomava o remédio três vezes ao dia. "Estou deprimida, porque o medicamento não vem. Se tivesse como comprar, a gente daria um jeito, faria uma 'vaquinha'. Estamos esperando o Ministério da Saúde."<br /><br /><b>Evolução</b><br /><br />A evolução da doença e a ocorrência de danos que não podem ser revertidos são os principais efeitos da interrupção do tratamento, segundo a médica geneticista Dafne Horovitz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM). "Por tempo limitado, não leva a um risco imediato de vida, mas o que piora da doença no período não necessariamente vai ser revertido. Depende do paciente e do curso da doença", afirma Dafne.<br /><br />Pacientes que têm Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) e Síndrome Hemolítico-Urêmica Atípica (SHUa) correm mais riscos de evoluir para quadros mais graves e até morrer. Nessas doenças, há a destruição dos glóbulos vermelhos e as pessoas correm o risco de ter anemia e complicações em órgãos como fígado e rins. "A principal preocupação é morrer da trombose", explica Rodrigo do Tocantins Calado, coordenador do Comitê de Falências Medulares da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular.<br /><br />O filho de 4 anos da agricultora Aline Parise Tofanin, de 29 anos, está sem tomar o medicamento Eculizumab, mais conhecido como Soliris, desde 12 de outubro. Diagnosticado com SHUa há dois anos e meio, o menino tomava duas doses da medicação por mês. "Ele está perfeito de saúde, mas não pode ficar sem tomar o remédio, porque corre o risco de voltar tudo. A minha maior preocupação é ele voltar a ficar doente. Essa síndrome pode levá-lo a óbito", diz a mãe.<br /><br /><b>Regularização</b><br /><br />Em nota, o Ministério da Saúde informou que o processo de compra dos medicamentos citados está em andamento, assim como o atendimento aos pacientes. A pasta disse que está analisando e confirmando cada ação judicial para fazer o repasse das medicações e destaca que a medida foi desencadeada após uma auditoria sobre o medicamento Eculizumab, o Soliris, neste ano.<br /><br />"Dos 414 pacientes, 28 não foram localizados, 5 não residem no endereço informado, 6 recusaram a prestar informações e 13 já morreram. Além disso, cerca de metade não apresentou diagnóstico da doença para a obtenção do medicamento. O custo anual por paciente desse medicamento é de R$ 1,3 milhão. Em relação aos demais, a aquisição e a entrega dos produtos responde a decisões judiciais. A oferta é determinada por cada sentença. Cabe ressaltar que o número de ações judiciais não reflete o número de pacientes, pois existem ações coletivas."<br /><br />Informa-se ainda que o ministério criou recentemente o Núcleo de Judicialização, que tem como função detectar fraudes, cumprir decisões e aprimorar o processo de aquisição dos medicamentos. "Em sete anos, a União destinou R$ 4,5 bilhões para atender a determinações judiciais de compra de medicamentos, além de depósitos judiciais. Até agosto deste ano já foram R$ 721,1 milhões do orçamento para atender a demandas de medicamentos. Até o fim deste ano, incluindo também Estados e municípios, a perspectiva é de que o gasto com determinações judiciais atinja R$ 7 bilhões. O Ministério da Saúde cumpre todas as decisões judiciais."<br /><br />O ministério confirmou o envio de doses para o paciente Ricardo Ferreira de Souza e disse que o caso do filho de Noeli Socorro Correa Gonçalves está em "processo de cotação de fornecedor." As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b></p><p>&nbsp;</p>

Distribuição de remédio para doença rara está atrasada

Cidades

Cidades - título

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Matéria - Cidades

<p>Pacientes com condições especiais têm encontrado no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) um refúgio para a promoção de tratamentos odontológicos. Com dificuldade para serem atendidos até mesmo na rede particular, pacientes com complexidades no sistema biológico, psicológico ou social encontram acolhimento no Serviço Odontológico para Pacientes Especiais (Sope), especialidade que tem por objetivo o diagnóstico, a preservação, o tratamento e o controle dos problemas de saúde bucal dessas pessoas.</p>

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<p>A coordenadora do Serviço de Odontologia do HGG, Camila de Freitas, explica que esses pacientes não conseguem atendimento em consultórios convencionais em virtude de suas condições neurológicas. No HGG, eles são recebidos, avaliados e submetidos aos procedimentos odontológicos necessários sob o efeito de anestesia e dentro de um centro cirúrgico. A dificuldade de encontrar esse tipo de atendimento em outros locais faz com que muitos desses pacientes sofram com dores, problemas de fala e dificuldade de alimentação.</p>

<p>A portaria do Ministério da Saúde nº 1.032, de 5 de maio de 2010, inclui procedimentos odontológicos na tabela de procedimentos, medicamentos, órteses e próteses e materiais especiais do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento às pessoas com necessidades especiais. Esse atendimento consiste justamente em procedimentos odontológicos realizados em ambiente hospitalar, sob anestesia geral ou sedação.</p>

<p>Na última quinta-feira (19), Vitor Paulo de Almeida, de 33 anos, foi atendido pelo Sope do HGG. Ele tem paquigiria, uma má formação no cérebro, e precisa de cuidados especiais. Desde que era apenas um bebê, a mãe dele, Suely Maria de Almeida, junta dinheiro anualmente para submetê-lo aos procedimentos odontológicos necessários sob sedação pela rede privada. “Neste ano, não consegui. Então, a dentista que o atende desde que ele tem apenas 1 aninho me recomendou procurar o serviço”, conta.</p>

<p>Em agosto deste ano, Suely foi até a Unidade Básica de Saúde (UBS) Buriti Sereno com o filho para que ele passasse por uma consulta com um dentista. De lá, ele foi regulado para o HGG. Em menos de uma semana, Vitor Paulo se consultou, fez os exames e foi para a sala de cirurgia. No momento, se recupera bem. “No geral, o atendimento é muito bom”, elogia Suely.</p>

<p>Com 15 cirurgiões dentistas em atuação, o HGG é referência estadual nesse tipo de trabalho. A unidade disponibiliza de 40 a 50 vagas de consulta por mês e os pacientes chegam até o hospital por meio de regulação, ou seja, primeiro eles se consultam em uma UBS e depois, com encaminhamento, eles vão para o HGG, onde são submetidos a outra consulta, exames pré-operatórios e, posteriormente, aos procedimentos odontológicos necessários. “Normalmente, são pacientes com paralisia cerebral, sequelas de AVC, esquizofrenia, autismo severo, dentre outros”, detalha Camila.</p>

<p>Segundo a coordenadora do serviço, os episódios de dor desses pacientes podem ser tão fortes que chegam a fazer com que eles tenham episódios de comportamento agressivo. “Muitos são não verbais e essa é a forma que eles têm de expressar a dor”, relata. Depois que os pacientes passam pelos procedimentos odontológicos e recebem alta, eles continuam sendo acompanhados pelo HGG. “Já saem de alta com um retorno agendado”, frisa Camila. Atualmente, a unidade faz de 300 a 400 atendimentos do tipo por mês.</p>

<p>Atendido pelo Sope em novembro, Eduardo Macedo da Silva, de 45 anos, vivia com engasgos por não conseguir mastigar os alimentos adequadamente devido às fortes dores que sentia. A mãe dele, Edneusa Maria Macedo da Silva, conta que o filho, que tem esquizofrenia e autismo severo, dependia do uso de analgésicos diariamente. “Nem abria a boca”, lembra. Desde que foi submetido ao tratamento odontológico, parou de usar os medicamentos. “Agora ele está bem”, celebra Edneusa.</p>

<p><b>Humanização</b></p>

<p>A coordenadora do serviço revela que a maioria dos pacientes atendidos no HGG são homens adultos que são cuidados pelas mães, em grande maioria idosas. Com o intuito de ampliar o cuidado com essas famílias, a unidade está elaborando um e-book que será distribuído gratuitamente para essas mulheres com instruções de como cuidar da saúde bucal dos filhos em casa. “É importante destacar que alguns desses pacientes podem ser condicionados, desde pequenos, a fazer o tratamento odontológico no consultório”, lembra Camila.</p>

<p>No HGG, o atendimento é feito de forma humanizada. O hospital possui, por exemplo, uma máquina de sorvete para que os pacientes possam tomar no pós-operatório. A diretora de serviços multidisciplinares do HGG, Rogéria Cassiano, explica que a unidade conta com uma assistência multidisciplinar para os pacientes internados. Por isso, caso necessário, eles podem ser assistidos por psicólogos e assistentes sociais. “Avaliamos todas as demandas”, finaliza.<br />
<br />
<strong>Serviço conta com UTI e cuidados paliativos&nbsp;</strong></p>

<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 16px; text-align: left; margin: 0px 0px 12px !important; padding: 0px !important; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, 'Trebuchet MS'; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; ">Além dos procedimentos cirúrgicos para pacientes especiais, o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) também oferta um acompanhamento odontológico diário a todos os pacientes internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e no Núcleo de Atenção ao Paciente Paliativo (NAPP). Os dentistas passam, de leito em leito, avaliando a qualidade da higiene oral dos pacientes a fim de evitar lesões, infecções e até o contágio por doenças.</p>

<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 16px; text-align: left; margin: 0px 0px 12px !important; padding: 0px !important; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, 'Trebuchet MS'; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; ">Nos últimos meses, no âmbito dos atendimentos odontológicos de pacientes internados, o HGG passou a realizar a aplicação da toxina botulínica a fim de controlar os sintomas da sialorreia, condição caracterizada por uma produção abundante de saliva. Os sintomas de sialorreia são prevalentes em pacientes acamados, com doenças neurodegenerativas ou com sequelas neurológicas graves. O uso da toxina minimiza o risco de broncoaspiração e infecções respiratórias.</p>

<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 16px; text-align: left; margin: 0px 0px 12px !important; padding: 0px !important; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, 'Trebuchet MS'; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; ">Neste ano, além do trabalho com a toxina botulínica, o HGG passou a contar com uma plastificadora odontológica a vácuo, equipamento que confecciona protetores bucais para pacientes internados no CTI e NAAP. A partir do objeto produzido pela máquina, os pacientes sedados e aqueles que apresentam déficit neurológico estarão mais seguros contra reflexos de mordeduras, que podem provocar lesões graves na língua, mucosa oral e lábios.</p>

<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 16px; text-align: left; margin: 0px 0px 12px !important; padding: 0px !important; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, 'Trebuchet MS'; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; "><b>Outros atendimentos</b></p>

<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 16px; text-align: left; margin: 0px 0px 12px !important; padding: 0px !important; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, 'Trebuchet MS'; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; ">Nas demais áreas assistenciais do hospital, dentistas se revezam para atender os pacientes que, por ventura, necessitem de acompanhamento odontológico. Na Clínica Médica, os profissionais realizam visitas aos leitos de manhã e de tarde. Se necessário, são feitas intervenções. Na Clínica Cirúrgica, todos os pacientes são avaliados. Os que passarão por cirurgias na cabeça, pescoço e tórax, por exemplo, são submetidos a atendimentos odontológicos onde são removidos todos os focos infecciosos.</p>

<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 16px; text-align: left; margin: 0px 0px 12px !important; padding: 0px !important; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, 'Trebuchet MS'; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; ">Os pacientes que fazem transplante de medula óssea também são acompanhados desde o dia da indução até a chamada pega da medula, quando a medula óssea volta a funcionar. Os dentistas realizam laserterapia preventiva, tanto para estímulo das glândulas salivares quanto para a prevenção da mucosite, lesões na boca que podem levar a uma incapacidade de dieta via oral e a grandes infecções que podem ser fatais. Até o momento, o acompanhamento preventivo tem sido bem-sucedido, já que não foram registrados casos de mucosite nos pacientes que fizeram esse tipo de transplante no hospital.</p>


Pacientes especiais recebem tratamento odontológico pelo SUS em Goiânia

Saúde

<p><strong>Conteúdo analisado:&nbsp;</strong>Publicação&nbsp;traz uma captura de tela da reportagem do portal JOTA sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal, com o título “STF decide incluir o termo ‘parturiente’ na Declaração de Nascidos Vivos do SUS” e a linha fina “O termo é considerado mais inclusivo a transexuais e travestis, que podem ou não se considerar ‘mães’ ou ‘pais’”. Na legenda, a autora – que se declara escritora de um livro sobre “ideologia de gênero” em seu perfil – escreveu “E lá vamos nós…”.</p>

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<p><strong>Comprova Explica:</strong> O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 17 de outubro, pela substituição de dois termos na Declaração de Nascido Vivo (DNV) por equivalentes mais inclusivos, a fim de englobar a população transexual. Conforme definido de forma unânime pela Corte, o DNV deve passar a apresentar os termos “parturiente/mãe” e “responsável legal/pai” nos lugares de “parturiente” e “responsável legal”, respectivamente.</p>

<p>A mudança foi alvo de indignação por usuários nas redes sociais, que questionaram também o envolvimento do STF na pauta. Por isso, o Comprova explica a seguir o que motivou a mudança e por que o Supremo se envolveu no tema.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/comprova/operac-o-shadow-n-o-mostra-que-ha-organizac-o-criminosa-dentro-do-stf-entenda-1.3188672" target="_blank">Operação Shadow não mostra que há organização criminosa dentro do STF; entenda</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/comprova/transplantes-com-hiv-laboratorio-n-o-foi-contratado-pelo-governo-e-portarias-revogadas-n-o-tem-relac-o-com-testagens-1.3188354" target="_blank">Transplantes com HIV: laboratório não foi contratado pelo governo e portarias revogadas não têm relação com testagens</a></div>

<h2>O que é o registro de nascidos vivos?</h2>

<p>A&nbsp;Declaração de Nascido Vivo, geralmente abreviada como DNV, é o documento padrão utilizado em todo o território nacional que alimenta o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde. Segundo informações do governo, os dados obtidos a partir da DNV são essenciais para o monitoramento do número de nascidos vivos no Brasil, do pré-natal, da gestação e do parto. Ela também é necessária para que os cartórios emitam a certidão de nascimento.</p>

<h3>Parturiente: qual o motivo da mudança?</h3>

<p>Conforme&nbsp;divulgado pelo próprio STF, o objetivo é a utilização de termos mais inclusivos que englobem também a população transexual. O tribunal entende que, ao utilizar as expressões “parturiente/mãe” e “responsável legal/pai”, no lugar de um único termo, está contemplando a população trans sem excluir as pessoas que desejam constar como “mãe” e “pai” no documento.</p>

<h3>Por que o STF foi envolvido?</h3>

<p>O Supremo foi acionado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) por meio de uma&nbsp;Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)&nbsp;ainda em 2021– a iniciativa que tem como objetivo controlar atos do Poder Público que podem ser contrários à Constituição Federal e ferir direitos considerados fundamentais. A&nbsp;ADPF 787, movida pela legenda, apontava uma omissão da União em assegurar acesso adequado e em condições de igualdade aos serviços de saúde para pessoas transexuais e travestis – à época, a DNV trazia somente o termo “mãe”, mesmo se tivesse sido um homem trans a dar à luz.</p>

<p>Em decisão liminar emitida em julho daquele ano, o relator da ADPF, ministro Gilmar Mendes, determinou que o Ministério da Saúde alterasse o documento para constar a categoria “parturiente”, independentemente dos nomes dos genitores de acordo com sua identidade de gênero. Três anos depois, em julho de 2024, a ação foi julgada procedente, e foi observado que após o ajuizamento da ação, em 2021, o SUS mudou o cadastro do DNV. Por isso, ficou considerado que o STF não precisaria mais voltar à questão.</p>

<p>A decisão deste mês, portanto, vem apenas para conciliar e incluir ambos os termos, além de garantir que, ao se tornar obrigatória, a mudança – já em vigor – não seja desfeita no futuro.</p>

<h3>Fontes consultadas: Supremo Tribunal Federal e governo federal.</h3>

<p><strong>Por que o Comprova explicou este assunto: </strong>O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está gerando muitas dúvidas e desinformação, o Comprova Explica. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;WhatsApp +55 11 97045-4984.</p>

<p><strong>Para se aprofundar mais:</strong> A iniciativa Fato ou Fake, do G1, checou um conteúdo de desinformação sobre o tema e concluiu que é falso que&nbsp;o STF retirou as palavras “pai” e “mãe” das certidões de nascimento. O tribunal, aliás, é alvo frequente de postagens verificadas pelo Comprova. Recentemente, por exemplo, contextualizamos a Operação Shadow, mostrando que&nbsp;não há uma organização criminosa dentro do STF.</p>


Entenda o que mudou na Declaração de Nascido Vivo após julgamento do STF

Matéria - genérica

Comprova

<p>Apenas uma a cada nove mulheApenas uma a cada nove mulheres com idade entre 50 e 69 anos teve acesso a uma mamografia preventiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás no ano de 2023. O exame é indicado pelo Ministério da Saúde para mulheres nesta faixa etária sem sinais e sintomas de câncer de mama, uma vez a cada dois anos. No Estado, conforme o Censo 2022, existem 724,5 mil mulheres de 50 a 69 anos. Das 113,2 mil mamografias de rastreamento realizadas em Goiás no ano passado, somente 69,2 mil (9,5%) foram em mulheres da faixa etária indicada.</p>

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<p>A estimativa mais recente apresentada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 25,5 mil novos casos de câncer por ano em Goiás para o triênio de 2023 a 2025, sendo 1,9 mil (7,7%) casos de câncer de mama. O acesso à mamografia de rastreamento, também conhecida como preventiva, ajuda a diminuir o número de mortes pelo tumor, além do exame ser menos oneroso para os cofres públicos do que os tratamentos oncológicos.</p>

<p>O câncer de mama é o tumor que mais mata mulheres em Goiás. No ano passado, conforme painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), foram 635 mortes por esse tipo de câncer, o que representa 25,01% do total de óbitos de mulheres por câncer no Estado em 2023. Neste ano, já foram 409 mortes de mulheres por câncer de mama, o que corresponde a 22,61% do total de óbitos pela doença. Isso significa que a cada dez mulheres que morrem de câncer em Goiás, duas foram por câncer de mama.</p>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/leitos-de-uti-neonatal-para-a-rede-municipal-est-o-lotados-1.3182433" target="_blank">Leitos de UTI neonatal para a rede municipal estão lotados</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ufg-inaugura-campus-em-aparecida-de-goiania-1.3185064" target="_blank">UFG inaugura câmpus em Aparecida de Goiânia</a><br />
<a href="https://opopular.com.br/magazine/confira-o-roteiro-especial-de-dia-das-criancas-com-opc-es-para-todos-os-gostos-e-bolsos-1.3185015" target="_blank">Confira o roteiro especial de Dia das Crianças, com opções para todos os gostos e bolsos</a></div>

<p>Mesmo com uma proporção pequena de mulheres com idade entre 50 e 69 anos que acessam a mamografia preventiva pelo SUS, a quantidade de exames do tipo realizados pela rede pública cresceu quando analisados os últimos dez anos. Conforme dados do Sistema de Informação do Câncer (Siscan) e do Sistema de Informação do Câncer de Mama (Sismama), foram feitas 51,2 mil mamografias de rastreamento pelo SUS em 2013. O número mais do que dobrou em 2023: 113,2 mil.</p>

<p>De acordo com informações atualizadas em setembro, já foram realizados 68 mil exames do tipo em Goiás neste ano. Tanto em 2023 quanto em 2024, a faixa etária que mais acessou o exame foi a de 50 a 54 anos. Goiânia foi o município que mais realizou mamografias de rastreamento em ambos os anos. Em 2023, foram 27,4 mil; em 2024, 17,5 mil até o momento. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital, não existe fila para a realização do exame pela rede municipal no momento.</p>

<p>O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia de Goiás (SBM-GO), Alexandre Marchiori, detalha que a recomendação do Ministério da Saúde para que o exame seja feito em mulheres com idade entre 50 e 69 anos é baseada em um cálculo que envolve custo/eficiência. Já a recomendação da SBM é de que o exame seja feito anualmente nas mulheres com idade de 40 a 74 anos ou até uma expectativa de vida de mais oito anos. “Do ponto de vista de rastreamento, é mais oportuno para termos menos perdas por câncer de mama”, pontua.</p>

<p>Segundo a SES-GO, existem 38 mamógrafos em funcionamento em unidades estaduais e nos municípios goianos. Marchiori considera o número suficiente para a rede pública. “Cada mamógrafo tem capacidade para realizar cerca de 60 exames por dia”, pondera. Ele também destaca que o acesso ao exame por mulheres que são assistidas pela rede privada costuma ser maior. “Dados apresentados pelos planos de saúde para nós mostram algo em torno de 60% (de mulheres que fazem a mamografia de rastreamento)”, diz. A cobertura recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 70%.</p>

<p>Nesse sentido, o mastologista aponta que, devido ao acesso menor às mamografias de rastreamento, as mulheres mais pobres, que dependem exclusivamente do SUS, acabam descobrindo a doença em estágio mais avançado. Somado a isso, usuárias do SUS não acessam todos os tratamentos impostos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde.</p>

<p>“No Brasil, temos muitas mulheres que são arrimos de família. Para elas, deixar de trabalhar para ir fazer o exame pesa muito no orçamento familiar. Ao mesmo tempo, caso sejam descobertas lesões abaixo de 2 centímetros com a axila livre de doença, a chance de estar livre de doença em cinco anos supera os 95%”, discorre Marchiori.</p>

<p>No início deste ano, estudo realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, mostrou que, nas áreas de alta segregação de renda, as mulheres que não recebem o Bolsa Família têm 17% mais chances de apresentar a doença do que aquelas contempladas pelo programa social.</p>

<h2><b>Padrão ouro</b></h2>

<p>Oncologista da Oncoclínicas Goiás, Erich Pires Marota explica que a mamografia é considerada o exame padrão ouro para o câncer de mama. “Nenhum outro substitui a mamografia. Utilizam-se raios X de baixa dose para criar imagens das mamas, permitindo a identificação de nódulos ou microcalcificações que podem indicar a presença de câncer. Em alguns casos, alterações podem ser detectadas até dois anos antes de serem palpáveis”, esclarece.</p>

<p>O Bi-Rads (Breast Image Reporting and Data System, em inglês) é uma classificação que padroniza os relatórios mamográficos e prevê categorias de 0 a 6 na descrição dos achados dos exames radiológicos, como nódulos. Conforme dados atualizados em setembro, das 68 mil mamografias de rastreamento realizadas em Goiás neste ano, 551 (0,8%) apresentaram achados suspeitos de malignidade (categoria 4) e 73 (0,1%) apresentaram achados altamente suspeitos de malignidade (categoria 5).</p>

<p>A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) pretende zerar a fila de espera por mamografias de rastreamento na rede estadual. Atualmente, há 881 solicitações de exames de mamografia bilateral de rastreio, com agendamento para os próximos 30 dias. De acordo com a pasta, o tempo médio de espera é de 30 dias, mas em algumas regiões não há fila e o agendamento acontece em menos de 30 dias. Em 2024, até o mês de agosto, foram realizadas 15,8 mil mamografias nas unidades estaduais.</p>

<p class="p-smartimagebox"><img attr-cid="policy:1.3185069" attr-version="policy:1.3185069:1728436257" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3185069/091024-vidt_deteccaoprecoce.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /></p>

<h2>SES-GO pretende zerar fila de espera por exame&nbsp;</h2>

<p>Para zerar a fila, a SES-GO aposta em uma força-tarefa que vai acontecer entre os dias 14 e 18 de outubro. A “Semana de Portas Abertas” nas policlínicas estaduais, pela campanha Outubro Rosa – Goiás Todo Rosa, vai atender mulheres que aguardam na fila e também aquelas que chegam por demanda espontânea. A previsão é de que sejam realizados 40 exames por dia em cada policlínica. A ação, que integra o programa Redução da Fila de Mamografias, vai abranger as seis policlínicas de Goiás (Posse, Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Goiás e São Luís de Montes Belos).</p>

<p>Desde o ano passado, Goiás oferta testes genéticos para câncer de mama e/ou ovário primário, em convênio com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Esses testes envolvem sequenciamento dos genes BRCA1 e BRCA2 para pacientes que atendem aos critérios legais. Há também aconselhamento genético a pacientes e familiares que se enquadrem nos critérios estabelecidos pela mesma lei. O público-alvo são mulheres diagnosticadas com câncer de mama ou ovário antes dos 40 anos ou aquelas com câncer triplo negativo antes dos 50 anos.</p>

<p>No dia 16 de outubro, Dia “R” em Goiás, todas as unidades estaduais serão convocadas a realizarem ações orientativas sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, além de ações educativas voltadas para a realização do exame de mamografia. Os servidores estarão vestidos na cor rosa e os prédios das unidades estaduais de saúde serão iluminados com a mesma cor.</p>


Só 1 a cada 9 mulheres de 50 a 69 anos fez mamografia pelo SUS

Câncer de mama

<p><span><span><span>O</span></span></span> Sistema Único de Saúde (SUS) completa 34 anos. Nasceu da Lei 8080/1990, tornando real a promoção, manutenção e recuperação da saúde, mais a organização e funcionamento dos serviços que lhe são correspondentes. Por ser o Sistema Único de Saúde um instrumento legal alicerçado em seu funcionamento por mais de três décadas, permite e estimula que a saúde pública no Brasil opere e atue atendendo toda a população, de maneira gratuita e universal, por planejar que o seu modo de atendimento é coletivo. Isso o torna expressivo em justiça social e democracia na América Latina.</p>

<p>É notório que o sistema, mesmo surgido de impacto, considerando a sua grandeza e capilaridade por todo o território nacional, ao mesmo tempo inédito naquela década de 90. Por inspiração dos homens sob o manto divino, a criação dos SUS, em 1990, foi e é uma justaposição ao juramento de Hipócrates, isto é, juramento médico.</p>

<p>Do ponto de vista filosófico e histórico, há interação da medicina e o SUS, no Brasil, por terem, cada um a seu tempo, promessa e engajamento, mediante suas raízes científicas e filosóficas do juramento e previsibilidade contida na Lei do 8080/1990, uma vez que o SUS permite tratamento isonômico e imparcial em todos os grupos sociais. Indubitável que cidadão ou cidadã em situação de maior vulnerabilidade recorre a ele.</p>

<p>A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, cumpre com 97% de seus atendimentos por meio do SUS. A maior dificuldade é concretizar a transferência para a instituição. Mesmo que a Portaria n. 167/MS torna claro que tais transferências devam ser num prazo de cinco dias, isso não acontece.</p>

<p>A demora e embaraços burocráticos, administrativos e políticos provocam impasse e transtorno no planejamento da entidade que, por sua vez, tem seus compromissos mensais inadiáveis: folha de pagamentos, encargos sociais, acertos trabalhistas judicializados, manutenção predial e de equipamentos e quitação de dívidas anteriores.</p>

<p>Medidas suasórias, insistência e busca de auxílios institucionais têm ocorrido, mas o êxito ainda é pouco, dado que os atrasos são habituais, ao mesmo tempo em que o resultado econômico das aplicações feitas pelo ente público não é repassado à instituição titular dos valores principais do mês a mês.</p>

<p>Não obstante esses entraves locais, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia tem cumprido com rigor e gestão segura o seu papel e suas obrigações na posição de hospital com maior número de atendimentos no Centro-Oeste. Esta gestão, iniciada em 2 de outubro de 2017 e que se encerra neste setembro de 2024, apresenta importantíssimos quantitativos em atendimentos diretos a pacientes de Goiânia, de todo o interior e de municípios de outros Estados, com uma média de 35 mil cirurgias no período.</p>

<p>Além disso, foi alcançada uma média de 5 milhões e 500 mil exames, com 300 mil consultas realizadas desde 2017. E toda esta prestação de serviços à saúde é consubstanciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que completa pouco mais de um terço de século em sua existência.</p>

<p><em>Irani Ribeiro de Moura, médica, mestre em Saúde Pública e especialista em administração hospitalar. Superintendente Geral da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia</em></p>
