A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) de Goiânia assinou em um intervalo de 50 dias cinco contratos sem licitação no valor total de R$ 22,5 milhões com três empresas de materiais elétricos que, junto com uma quarta, seriam “parceiras econômicas”, segundo um advogado de uma delas. Os escritórios das empresas ficam na mesma quadra no Setor Oeste e os depósitos localizados no Jardim Santo Antônio são compartilhados. Além disso, há uma série de outros pontos em comum apurados pelo POPULAR que dificultam distinguir uma das outras.

Em uma das empresas, a Goiás Led Materiais Elétricos e Construção, com dois contratos na Seinfra que totalizam R$ 12,2 milhões, os funcionários ouvidos pelo jornal não conhecem a pessoa que aparece no registro da Receita Federal como proprietária, Alessandro Martins Miguel. O empresário, de 50 anos, tem como endereço residencial uma casa humilde no Setor Chácaras Cristo Redentor, em Trindade, e é funcionário da Elétrica Luz Comercial de Materiais Elétricos, que também celebrou dois contratos no mês passado com a Seinfra, totalizando mais R$ 5,1 milhões.

A terceira empresa da Rua R-5 a fechar contrato com a Seinfra neste ano é a Elétrica Radiante Materiais Elétricos, no valor de R$ 5,2 milhões. O POPULAR encontrou documentos desta empresa no escritório da Elétrica Luz e, além disso, o depósito dela no Santo Antônio é usado pelas outras empresas. Na mesma rua do Setor Oeste tem a Delvalle Materiais Elétricos, que já teve também Alessandro como sócio, e duas advogadas que identificam como endereço comercial o imóvel da Delvalle representam as outras empresas em ações judiciais.

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Os cinco contratos foram assinados entre o início de maio e meados de junho a partir de adesão a atas de registro de preço de processos licitatórios realizados por prefeituras ou consórcios intermunicipais de locais bem distantes de Goiânia. O mais próximo é o Consórcio Intermunicipal Multifinalitário do Planalto de Araxá (Cimpla), em Minas Gerais, que envolve cidades a mais de 500 km da capital goiana. Os outros são as prefeituras de Canarana (MT), Campo Grande, Conquista da Vitória (BA) e um consórcio na região de Pesqueira (PE), a 2,1 mil km de Goiânia.

Além da situação envolvendo Alessandro e o fato de os depósitos em nome da Elétrica Radiante serem usados pelas outras, O POPULAR identificou outros fatos que unem as empresas. Duas advogadas que nos processos na Justiça colocam como endereço a sede da Delvalle aparecem como representantes das outras em cobranças judiciais. No escritório da Elétrica Luz foram encontrados documentos da Radiante.&nbsp;

A reportagem esteve por dois dias na rua R-5 e a movimentação de funcionários entre as quatro empresas é constante e pública. A pessoa que aparece como proprietária da Elétrica Luz, Maraja Serafim de Sousa, tem uma outra empresa cujo endereço é um depósito com identificação visual da Elétrica Radiante. Ele também responde a um processo junto com o dono desta.

Além de Goiânia, estas quatro empresas têm ou tiveram contratos com outras prefeituras pelo País, além de governos e legislativos estaduais. A Delvalle, por exemplo, só aparece na capital com uma venda de R$ 5 mil para a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), mas no interior foram identificadas vendas para prefeituras de Tuverlândia, Itumbiara e Jataí.

Quando se procura pela Elétrica Luz na internet, as informações se misturam com uma quinta empresa, cujo endereço é o mesmo da loja física da Luz, na Avenida Independência. Nas redes sociais as duas aparecem no mesmo perfil e não há menção a Maraja, mas sim a uma outra pessoa. Esta quinta empresa não tem contratos com a Prefeitura de Goiânia.

Em 2013, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) realizou a Operação Curto-Circuito e denunciou algumas empresas e pessoas por fraude em licitações de diversas prefeituras goianas, entre elas a Elétrica Radiante e seu proprietário, Sérgio Augusto Vital Ferreira Beltrão. Após 10 anos, no dia 30 de junho último, o juiz Denival Francisco da Silva decidiu pela prescrição da pretensão punitiva e pelo arquivamento do processo.&nbsp;

“Caronas” 
A adesão à ata, também conhecida como “carona”, é um modelo de contratação previsto na legislação federal que tem sido bastante adotado pela Prefeitura de Goiânia em substituição aos contratos por dispensa de licitação e inexigibilidade. Isso porque a margem para os tipos de serviços e obras contratados é mais ampla, assim como os limites de valores envolvidos. Sempre que questionado, o Paço Municipal alega questões de celeridade e praticidade para justificar as “caronas”.

Os contratos são para aquisição de produtos usados no serviço de manutenção corretiva, preventiva e na melhoria da iluminação pública de Goiânia. Entre os meses de julho de 2016 e de 2022 o serviço era feito pela empresa Citéluz e nesta época era ela a responsável pela aquisição dos materiais. Em fevereiro, O POPULAR mostrou que com o fim do contrato, a Seinfra estava com dificuldades para fazer a reposição da iluminação danificada em tempo hábil.&nbsp;

Não é a primeira vez que a Seinfra recorre a caronas para contratar uma empresa para fornecimento de material de iluminação pública. Em setembro, a Fort Comércio, Serviços e Locações, com sede no Setor Campinas, foi contratada por R$ 15,6 milhões por adesão a uma ata de registro de preço de um pregão presencial da Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal.

A reportagem também encontrou outros contratos menores com empresas que venceram um pregão eletrônico feito pela Prefeitura de Goiânia no valor total de R$ 1,5 milhão. Neste processo, uma das vencedoras foi a Elétrica Luz, que ficou com R$ 794 mil. Aliás, das três empresas da Rua R-5 contratadas em 2023 pela Seinfra, apenas esta já teve outros contratos com a Seinfra na atual gestão.&nbsp;

O POPULAR identificou outros sete contratos entre 2021 e 2022 com a Elétrica Luz, sendo três deles por adesão à ata de registro de preço, ou seja, sem licitação. Ao todo, estes serviços custaram aos cofres públicos R$ 8,7 milhões. Porém, foi a partir do ano passado que os contratos ultrapassaram a marca do milhão. Em dezembro, por exemplo, a Seinfra pegou carona em uma licitação e contratou a Elétrica Luz por R$ 4,9 milhões para o serviço de locação e instalação das decorações de Natal.

A Seinfra não informa nos contratos com as empresas Elétrica Luz, Elétrica Radiante e Goiás Led que se trata de processos sem licitação, feitos por meio de adesão à ata. A informação também não consta no Portal de Transparência da Prefeitura de Goiânia. O POPULAR descobriu se tratar de “caronas” ao procurar as licitações que teriam originado as contratações e não encontrá-las. Em nota, a pasta afirma que “atendeu perfeitamente a disposições legais nos documentos publicados”.

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“Adesão dá celeridade”

A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) afirmou que a contratação por meio de adesão de atas de registro de preço foi uma alternativa encontrada pela pasta “mais célere, vantajosa e eficaz” para atendimento das necessidades da pasta até que seja concluído o processo licitatório para a modernização de toda a iluminação pública de Goiânia. Esta licitação foi anunciada ainda no primeiro ano da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e até hoje não há uma data para seu lançamento.

Enquanto a licitação mais ampla não chega, a Seinfra teria optado pelas contratações por “carona” para aquisição dos insumos necessários à manutenção corretiva, preventiva e melhoria da iluminação pública. Ainda segundo a secretaria, os materiais adquiridos para as demandas atuais “vão ao encontro do previsto no estudo técnico preliminar do procedimento licitatório” mais amplo.

Deste modo, aos poucos a secretaria tem feito o serviço previsto para a licitação mais ampla e já teria modernizado 13% do parque luminotécnico da capital. O edital estaria em fase final de elaboração pela Secretaria Municipal de Administração (Semad) e até lá o projeto de modernização vai sendo realizado pelos próprios servidores da Seinfra.

“A eficientização da iluminação pública do Parque Eldorado está em fase final. Dezenas de praças, parques, avenidas, e o perímetro urbano de algumas rodovias, como a GO-060, também já receberam lâmpadas de LED”, afirmou a Seinfra, por nota.&nbsp;

Por meio de nota, a assessoria da pasta informou que o titular, Denes Pereira, não conhece os nomes que aparecem na reportagem como donos das empresas citadas, que desconhece a suposta relação entre as empresas ou qualquer processo judicial envolvendo alguma delas.

Questionada sobre a ausência de informações sobre a adesão às atas nos contratos e no Portal da Transparência, a Seinfra informou que a legislação determina a publicação “resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial” e que isso foi efetivamente cumprido nas contratações.&nbsp;

Além disso, informou que seguiu todas as minutas contratuais previstas nos editais dos procedimentos licitatórios originais. “A administração municipal atendeu perfeitamente à disposições legais nos documentos publicados.”

Silêncio

O POPULAR localizou Alessandro na casa dele em Trindade na noite de quinta-feira. Na ocasião ele confirmou ser o dono da Goiás Led, funcionário da Elétrica Luz e ex-sócio desta e da Delvalle. Entretanto, pediu para falar com a reportagem no dia seguinte pela manhã no escritório da Goiás Led.&nbsp;

Na manhã de sexta, ao procurar por Alessandro na empresa no horário combinado os funcionários disseram desconhecer este nome. Questionados sobre quem seria o dono, falaram outros dois nomes que não aparecem nos registros de nenhuma das empresas na Receita Federal ou nos processos licitatórios.

Em seguida, O POPULAR esteve no setor de transportes da Elétrica Luz, também na R-5, onde funcionários desta empresa falaram que Alessandro trabalhava. O carro dele estava estacionado na garagem e quando a reportagem chegou a até a sala onde ele estaria a porta foi trancada com chave por dentro e a pessoa se recusou a se manifestar, permanecendo em silêncio.

Empresa diz não haver problema

A Elétrica Radiante afirmou, por meio de um advogado, que a relação da empresa com as outras citadas na reportagem é de parceria econômica e que não há nenhum problema legal nesta relação. Também afirmou que as quatro não participam de uma mesma licitação. “Ou é uma ou é outra, contra empresas diversas, mas nunca simultaneamente juntas”, afirmou o advogado Carlos Roberto de Freitas, indicado pelo dono da Radiante para falar ao POPULAR.

Questionado sobre a proximidade física dos escritórios, o advogado citou o caso da Avenida Castelo Branco, onde há um trecho conhecido pelas lojas voltadas para o setor agropecuário. “É uma questão de sobrevivência”, disse ele, sugerindo que seria uma questão de mercado. Entretanto, ao contrário do exemplo citado, os escritórios não funcionam como loja. A da Elétrica Luz é na Avenida Independência, a 1,8 km de distância.

O advogado também falou sobre a presença de funcionários em mais de uma empresa, inclusive como sócio ou dono, como no caso de Alessandro Martins Miguel, da Goiás Led e da Elétrica Luz. Para ele, é algo legalmente permitido. “Juridicamente nada impede alguém estar no quadro de uma empresa e ter a empresa dele, porque não segue regra da administração publica, no sentido de ser um servidor público e atuar no setor privado na área de atuação.”

Carlos Roberto também argumenta que as contratações por adesão a atas já existiam há alguns anos, mas ficaram mais comuns durante a pandemia da Covid-19, por ser uma ferramenta prevista na legislação que traz celeridade à administração pública. “A pandemia acelerou esse processo e (a adesão) teve mais aceitação. Tinha uma certa resistência antes mas agora é aplicado nacionalmente.”

Sobre o processo envolvendo Sérgio Augusto na Operação Curto-Circuito, o advogado disse que houve a prescrição e o caso foi arquivado, mas que futuramente seria provado não ter havido fraude. O Ministério Público acusava um empresário de colocar laranjas em empresas para simular concorrência em licitações públicas.

A linha de defesa apresentada por Carlos Roberto aponta que havia uma confusão na época sobre se podia ou não a participação das empresas em um mesmo certame, mas que durante o processo a Justiça informou que a partir daquele momento estaria proibido. “Aquilo foi um marco.”

 
Homem confirma relação com empresa

Alessandro Martins Miguel foi localizado pelo POPULAR na casa dele em Trindade na noite de quinta-feira (6). Na ocasião ele confirmou ser o dono da Goiás Led, funcionário da Elétrica Luz e ex-sócio desta e da Delvalle. Entretanto, quando questionado sobre os contratos com a Prefeitura de Goiânia, pediu para falar com a reportagem no dia seguinte pela manhã no escritório da Goiás Led.&nbsp;

Na manhã de sexta, ao procurar por Alessandro na empresa no horário combinado os funcionários disseram desconhecer este nome. Questionados sobre quem seria o dono, falaram outros dois nomes que não aparecem nos registros de nenhuma das empresas na Receita Federal ou nos processos licitatórios.

Em seguida, O POPULAR esteve no setor de transportes da Elétrica Luz, também na R-5, onde funcionários desta empresa falaram que Alessandro trabalhava. O carro dele estava estacionado na garagem e quando a reportagem chegou a até a sala onde ele estaria a porta foi trancada com chave por dentro e a pessoa se recusou a se manifestar, permanecendo em silêncio.&nbsp;

Não foram localizados para a reportagem as pessoas que aparecem como donas da Elétrica Luz e Delvalle, respectivamente Maraja Serafim de Sousa e Fernando Rodrigues Vale. Foi deixado nas duas empresas o contato para retorno.&nbsp;

O POPULAR também procurou as prefeituras e consórcios que fizeram as licitações vencidas por estas empresas e citadas na reportagem, questionando quais empresas concorreram nos certames e quais órgãos públicos, além da Seinfra, pediram adesão às atas, mas até o momento não houve resposta. 
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<img attr-cid="policy:1.3046143" attr-version="policy:1.3046143:1688775296" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3046143/080723-vidt_fiquepordentro.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
(Arre de O Popular)

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Dono de empresa que tem contrato milionário com o Paço vive em casa humilde

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Sem licitação

O dólar apresentou estabilidade ao longo de toda a segunda-feira (25), mas encerrou o dia em queda de 0,15%, cotado a R$ 5,803. Já a Bolsa encerrou com estabilidade, com variação negativa de 0,06%, aos 129.036 pontos, segundo dados da plataforma CMA.

O movimento reflete a expectativa dos investidores em relação às medidas fiscais aguardadas para esta semana pelo governo brasileiro, além da atenção ao processo de escolha do novo secretário do Tesouro nos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump.

Nesta segunda, também foi divulgado o boletim Focus, mas os dados pouco influenciaram o movimento do dia, segundo especialistas.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/economia/bets-deveriam-ser-proibidas-para-65-dos-brasileiros-diz-datafolha-1.3202712" target="_blank">Bets deveriam ser proibidas para 65% dos brasileiros, diz Datafolha</a> 
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O mercado espera que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine o ano em 4,63%, uma queda de 0,01 ponto percentual em relação à semana passada.

O boletim também mostrou que o mercado segue acreditando que a Selic estará mais alta em 2025. Nesta semana, a previsão para o próximo ano é de 12,25%, contra 12% do levantamento anterior.

Outro indicador que teve elevação foi o PIB (Produto Interno Bruto), que foi de 3,10% para 3,17%, e o dólar, que saltou de R$ 5,60 para R$ 5,70.

Para a economista-chefe para a América Latina da Coface, Patrícia Krause, o cenário do boletim traz sinais de "piora das expectativas de inflação" e um "saldo negativo" no horizonte.

Apesar da divulgação do boletim, analistas ouvidos pela Folha afirmam que o movimento do dólar desta segunda reflete a expectativa do mercado pelo anúncio do pacote de cortes de gastos.

"O boletim Focus praticamente não trouxe mudanças em relação à última semana. O que realmente está movimentando o mercado é a expectativa pelo pacote, já que pode aumentar a confiança do investidor estrangeiro no Brasil", afirmou Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos.

Com ele concorda Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos. "Esse movimento reflete um alívio no câmbio diante da expectativa de que o anúncio do pacote de corte de gastos aconteça ainda nesta semana", afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne ao longo do dia com seus ministros, incluindo o chefe da Fazenda, Fernando Haddad, e há expectativa de que a data para o anúncio do pacote com medidas para contenção de gastos seja decidida a partir deste encontro.

"O grande destaque da semana, sem dúvida, será o pacote fiscal", afirmou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, afirmou que a demora no anúncio indica incerteza quanto às negociações internas.

"Esse anúncio vem sendo postergado, o que está mostrando uma dificuldade do governo em conseguir fechar acordos de cortes com as pastas", disse.

Haddad já havia adiado o anúncio das medidas fiscais esperadas desde o final das eleições municipais, há um mês, em 27 de outubro. A expectativa dos agentes econômicos têm crescido desde então.

O pacote deve ficar para esta semana, segundo informou o chefe da ala econômica do governo. Ele também anunciou que será feito um bloqueio adicional em torno de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024, além dos R$ 13,3 bilhões que já estão travados. Novos contingenciamentos foram descartados.

As medidas de contenção de gastos endereçam temores do mercado sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal, o conjunto de regras que visa o equilíbrio das contas públicas do país.

O tamanho do corte é estimado por integrantes do governo em R$ 70 bilhões -entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025, e de R$ 40 bilhões em 2026. Para economistas do Itaú Unibanco, são necessários ao menos R$ 60 bilhões para que o mercado tenha mais confiança no ajuste fiscal proposto.

No exterior, o mercado repercutia a escolha pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, do investidor Scott Bessent como seu secretário do Tesouro.

A opção por Bessent foi anunciada na sexta-feira (22), quando o mercado brasileiro já estava fechado. No mundo, o dólar se desvalorizou 0,6% na comparação com uma cesta com moedas dos principais mercados como euro e iene.

Bessent defende uma reforma tributária e a desregulamentação, especialmente para estimular mais empréstimos bancários e produção de energia, conforme observado em um recente artigo de opinião que ele escreveu para o Wall Street Journal.

"O mercado interpreta como uma sinalização um pouco mais moderada, principalmente depois de toda a retórica do Trump, que vai 'tarifar tudo', e não é muito a política e o modelo de pensamento do Scott Bessent", afirmou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital.

Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta segunda, com o Dow Jones atingindo um pico recorde, impulsionado pelo otimismo dos investidores após a nomeação de Bessent.

O Dow Jones ganhava 0,38%, a 5.992,28 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tinha alta de 0,72%, para 19.140,586 pontos.

Dólar fecha em queda e Bolsa fica estável, com espera por pacote fiscal e indicação de Trump para o Tesouro

Economia

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Ana Paula Minerato, ex-participante de "A Fazenda", está no centro de uma polêmica após o vazamento de um suposto áudio com falas racistas. A gravação, que circula nas redes sociais, teria sido feita durante uma conversa privada da ex-panicat com o cantor KT Gomez, com quem teve um relacionamento.

No áudio, uma voz atribuída a Minerato faz comentários depreciativos sobre a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca. No áudio, se ouve: “A empregada, a do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro, KT? Eu não sabia que você gosta de mina do cabelo duro”.

KT tenta interromper a fala, mas não consegue. “Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Por que aquilo ali é neguinha, né? Alguém ali um pai ou mãe veio da África”, continua ela. O conteúdo já gerou indignação entre internautas.

Até o fechamento desta edição, Minerato não se pronunciou publicamente sobre o caso. Devido à proporção que o caso tomou, a Gaviões da Fiel emitiu um comunicado informando o desligamento da musa de todas as atividades e representações ligadas à escola. O comunicado fala em “condutas incompatíveis com os valores e princípios” defendidos pela agremiação. 
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A ex-panicat também não faz mais parte do grupo de colaboradores da Band. “A Band repudia veementemente qualquer forma de racismo, discriminação ou preconceito. As declarações de Ana Paula Minerato, mesmo sendo de cunho pessoal, não estão alinhadas com os valores e diretrizes da emissora. Por esse motivo, a colaboradora foi desligada da empresa”, informou a empresa.

Ana Paula Minerato é desligada de escola de samba após supostas falas racistas

Famosos

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Elton John, 77, revelou que perdeu a visão do olho direito em decorrência de uma infecção adquirida durante viagem ao sul da França.

John explicou que está há quatro meses enxergando apenas pelo olho esquerdo, que ele disse não ser "ótimo". "Infelizmente, perdi minha capacidade de enxergar no olho direito em julho deste ano, por causa de uma infecção que tive na França. Já se passaram quatro meses que não consigo enxergar com meu olho direito, e o meu olho esquerdo não é dos melhores", declarou em entrevista ao programa Good Morning America.

Cantor disse estar em tratamento e esperançoso quanto a possibilidade de recuperar a visão.&nbsp;

"Tenho esperança e sou encorajado a acreditar que tudo ficará bem. Mas, no momento, estou travado, porque posso até dar entrevista, mas ainda não consigo ir ao estúdio para gravar, porque não posso enxergar as letras [das canções]".

Elton John já havia relatado o problema ocular publicamente em setembro. Na ocasião, o cantor se referiu ao problema como "perda parcial" da visão e ganhou o apoio de diversos famosos.

Elton John revela que perdeu visão de um olho por causa de infecção

Do primeiro contrato com uma gravadora para cá, já se passaram mais de 46 anos. O que não faltam para Zizi Possi são canções para revisitar e encantar o público com sua elegância e voz, uma das mais marcantes da música brasileira. A cantora e compositora traz a Goiânia o show Grandes Sucessos nesta terça-feira (26), às 20 horas, no Teatro Rio Vermelho. Os últimos ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla.

A ideia é percorrer toda a sua carreira por meio da seleção de músicas, com hits que marcaram a música popular brasileira, como Per Amore, Asa Morena, Caminhos de Sol, Meu Erro, A Paz, Corsário, O que É o que É e Começo Meio e Fim. Zizi Possi se orgulha de cuidar de cada detalhe de seus shows, que têm direção musical dela. A apresentação é parte da programação que celebra os 20 anos da escola Sesc Cidadania, em Goiânia.

Maria Izildinha Possi é natural de São Paulo, capital, e descendente de italianos de Nápoles. Ela trabalhava como tradutora da língua para o português antes de iniciar a carreira artística. Sua relação com a música daquele País fez com que ela gravasse discos de sucesso na língua, ganhando destaque inclusive na Itália. O sucesso de Per Amore no Brasil foi impulsionado pela novela da Globo Por Amor, que teve a música como tema do casal Helena e Atílio, vividos por Regina Duarte e Antonio Fagundes.

Um dos últimos shows da cantora em Goiânia foi com repertório 100% em italiano, com músicas que fizeram sucesso não só na sua voz. Na ocasião, ela contou ao POPULAR a sua visão sobre o grande sucesso de Per Amore, canção que foi lançada no álbum homônimo de 1997 que atravessa décadas. “Músicas atemporais geralmente são lindas musicalmente, emocionantes e verdadeiras poeticamente. Per Amore, além de ter esses requisitos, foi trabalhada e gravada com muito cuidado amoroso. Que bom que aconteceu de forma tão bonita”, disse.

Zizi Possi ganhou notoriedade na década de 1970, com o primeiro grande sucesso aos 22 anos, a canção Pedaço de Mim, faixa de um disco de Chico Buarque, autor da canção interpretada em um dueto e que compôs o disco autointitulado do cantor e compositor, de 1978. A canção deu o título ao segundo álbum da carreira de Zizi, lançado no ano seguinte, que teve outras duas canções como destaque: Nunca e Luz e Mistério.

Na década de 1980, ela ganhou ainda mais popularidade com suas músicas integrando as trilhas sonoras de telenovelas. Um dos maiores sucessos de sua carreira é o disco Asa Morena (1982), que conta com a canção Viver, Amar, Valeu, escrita por Gonzaguinha especialmente para a sua voz. Em 1986, a faixa Perigo integrou a trilha sonora da novela Selva de Pedra (Rede Globo), conquistando de vez o público brasileiro.

Nos anos 1990, Zizi lança aquele que seria um dos maiores marcos de sua carreira. O show acústico Sobre Todas as Coisas, que revisitava seus grandes sucessos, foi bem aclamado pela crítica e público, dando origem a um álbum de mesmo nome. Valsa Brasileira (1993) foi lançado pela gravadora independente Velas, fundada por Ivan Lins e o parceiro Vítor Martins. O repertório trouxe regravações de canções pouco conhecidas de compositores consagrados, com destaque para a faixa-título, de autoria da dupla Chico Buarque e Edu Lobo.

A parceria de Lins e Martins segue provocando novidades, com um EP intitulado Elas Cantam as Águas, previsto para 2025. O projeto reúne grandes vozes femininas, com Zizi interpretando a canção Depois dos Temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983.

SERVIÇO 
Show: Zizi Possi apresenta o show Grandes Sucessos 
Data: 26 de novembro, terça-feira 
Horário: 20 horas 
Local: Teatro Rio Vermelho (Rua 4, 1400, Portão 5 – Centro de Convenções) 
Preço: R$ 47 (público em geral) e R$ 23,50 (meia solidária mediante a entrega de 1 kg de alimento), com descontos para credenciados Sesc Goiás 
Ingressos: www.sympla.com.br 
Informações: www.sescgo.com.br

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Mãe e filha

Aos 68 anos, Zizi Possi segue a todo vapor. Além das apresentações do show Grandes Sucessos, ela está desde 2019 em turnê com a filha, Luiza Possi, dando voz a hits de ambas e interpretando canções notáveis da MPB de outros artistas, como Chico Buarque e Gilberto Gil.&nbsp;

Sua relação com a filha sempre foi motivo de orgulho para ambas, com citações públicas a todo tempo e declarações de Zizi aos netos nas redes sociais. Ao POPULAR, ela contou como foram as primeiras apresentações ao lado de Luiza. “Foi e é tão delicioso, que às vezes eu me pergunto se eu estou realmente trabalhando (risos). A companhia da minha filha é sempre muito gostosa, não só porque ela é minha filha e porque nós temos essa relação familiar, mas porque ela é um ser humano incrível, uma pessoa inteligente, engraçada, com quem é uma delícia passar tempo junto”, disse.