O empresário Jean Carlos Silva Alves Gomes, de 33 anos, foi preso nesta quarta-feira (9) por mandar sequestrar, torturar, arrancar as mãos com golpes de machado e matar um funcionário de sua fábrica em Trindade por furtar duas caixas de temperos. Cada frasco do condimento custava R$ 1,50 e o valor total furtado foi avaliado em R$ 600. O crime aconteceu no dia 2 de fevereiro de 2021 e o corpo do funcionário, Marcelo Vieira, de 43 anos, foi encontrado quatro dias depois na zona rural do município.Segundo o delegado Douglas Pedrosa, da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) de Trindade, o empresário fugiu para Caldas Novas e depois para Fortaleza, no Ceará, onde passou a viver e administrar a fábrica via internet. Há dois meses, a esposa de Jean Carlos Silva deu à luz um bebê e o dono da fábrica se mudou para a casa da sogra, em Aparecida de Goiânia, onde foi localizado pela Polícia Civil. Ele está preso na unidade prisional de Trindade.O laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) atestou que, além da tortura, Marcelo Vieira foi alvejado por arma de fogo. O delegado confirmou que o empresário estava presente no sequestro, na tortura e na morte de Marcelo, juntamente com cinco funcionários da fábrica. À Polícia Civil, Jean Carlos disse que o objetivo era agredir Marcelo Vieira, mas que perderam o controle da situação.O crimeNo início de 2021, um comerciante procurou a fábrica para denunciar a venda de temperos envasados no local. Por meio de câmeras de segurança, o proprietário identificou que Marcelo Vieira havia furtado duas caixas de temperos que, segundo a DIH de Trindade, eram avaliadas em R$ 600. Os cinco funcionários procuraram a vítima em sua casa por duas vezes até encontrá-la.O crime bárbaro tem semelhanças com a morte do imigrante congolês Moïse Kabagambe, que foi espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no mês passado, por cobrar uma dívida de trabalho no valor de R$ 200. Os responsáveis pelo espancamento, assim como o empresário de Trindade, disseram que o objetivo da violência não era matar.Além de Jean Carlos, dois funcionários envolvidos no crime continuam presos. Os outros três foram liberados e respondem em liberdade. Eles foram denunciados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e tortura.