Donos de clínica de estética são presos suspeitos de deformar pacientes

<img attr-cid="policy:1.3211457" attr-version="policy:1.3211457:1734527764" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211457/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (21).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais )

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Os donos das clínicas de estética presos por deformar rostos de pacientes usavam influenciadores e famosos para atrair clientes, segundo a Polícia Civil (PC). Karine Giselle Gouveia Silva e Paulo Cesar Dias Gonçalves <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426" target="_blank">foram presos na quarta-feira</a> (18). A PC informou que também foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em desfavor de técnicos que atuavam no estabelecimento. Ao menos 24 pacientes já denunciaram as clínicas por deformações nos rostos.

Em nota, os advogados dos empresários, Romero Ferraz e Tito do Amaral, informaram que mesmo sem ainda terem acesso ao processo, já entraram com o pedido de habeas corpus, "uma vez que não há demonstração da necessidade da prisão para as investigações e que ambos podem responder às acusações em liberdade sem qualquer prejuízo". Ainda segundo a defesa, o processo foi protocolado no fim da tarde de quarta-feira (18).

Ao POPULAR, a defesa da biomédica responsável técnica da clínica disse que, como a investigação é sigilosa, ainda não teve acesso aos documentos, e, por enquanto, não irá se manifestar. Em nota, a defesa do odontólogo responsável técnico da clínica, informou que seu cliente "sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais" (veja a nota completa no final da matéria).

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De acordo com o delegado Daniel Oliveira, o marido e sócio de Karine, Paulo César, que também atua como produtor musical, se aproveitava de sua influência no meio artístico para administrar as campanhas publicitárias da clínica, recorrendo ao uso de influenciadores digitais e celebridades para atrair pacientes.&nbsp;

“Eles reservavam os melhores produtos ou os produtos na correta diluição para pessoas famosas e mais influentes. Eles trabalhavam muito com essas divulgações em redes sociais, e com essas divulgações por parte de celebridades”, afirmou o delegado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-presa-por-causar-deformidades-n-o-tem-formac-o-e-indicava-procedimentos-para-as-vitimas-diz-policia-1.3211556" target="_blank">Dona de clínica presa por causar deformidades não tem formação e indicava procedimentos para as vítimas, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/vitima-de-clinica-de-estetica-em-que-dona-foi-presa-precisou-ser-entubada-apos-procedimentos-diz-delegado-1.3211750" target="_blank">Vítima de clínica de estética em que dona foi presa precisou ser entubada após procedimentos, diz delegado</a></div>

Segundo a PC, a maioria dos casos que foram denunciados à polícia se referem a cirurgias no nariz, tipos de procedimentos que são exclusivos para médicos, como rinoplastia e alectomia.&nbsp;

“Eles ofereciam esses serviços sob o nome que eles falavam, como reestruturação nasal HD, para tentar burlar a questão de falar que eles não estavam fazendo procedimentos que eram reservados a médicos”, destacou Daniel Oliveira.

O investigador detalhou ainda que o casal oferecia preços abaixo do mercado. “Os relatos das vítimas dão conta de que muitas promoções dessas, principalmente em relação a botox, usavam produtos proibidos ou em diluição inadequada”, ressaltou.&nbsp;

A PC confirmou que os conselhos profissionais foram consultados pela polícia e apontaram que os profissionais investigados não possuem registros que comprovem a realização de cursos e especializações necessárias para o exercício de diversos procedimentos e cirurgias que realizavam, como, por exemplo, cursos de especialização em harmonização orofacial para cirurgiões-dentistas.&nbsp;

Em nota o Conselho Regional de Biomedicina afirmou que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e informou ainda que Karine Giselle Gouveia Silva não é biomédica&nbsp;(leia íntegra ao final da reportagem).

O POPULAR também tentou contato com as defesas do dentista e da biomédica que trabalhavam na clínica, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

Em nota, o Conselho Regional de Odontologia afirmou que não teve conhecimento prévio da operação realizada na manhã da última quarta-feira, que "resultou na prisão prisão de profissionais cirurgiões-dentistas, inscritos neste conselho". O Conselho repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que "em sua maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade", diz a nota (leia íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

<h2>Sem formação acadêmica</h2>

Karine Giselle Gouveia Silva, investigada por causar deformidades a 24 pacientes durante procedimentos e cirurgias, <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-presa-por-causar-deformidades-n-o-tem-formac-o-e-indicava-procedimentos-para-as-vitimas-diz-policia-1.3211556" target="_blank">não tem nenhuma formação profissional </a>e era quem fazia o primeiro atendimento das vítimas, segundo a Polícia Civil (PC). Neste primeiro contato, ela indicava quais procedimentos deveriam ser feitos.

Daniel Oliveira pontuou que ela quem fazia a triagem dos pacientes e fazia "promessas falsas", indicando quais procedimentos entregariam o resultado que o paciente esperava. No entanto, ela não tem nenhuma formação superior. "Ela determinava aos profissionais que tinham ali, principalmente dentistas, qual procedimento ia ser feito", disse ele.

A maioria das intervenções realizadas na clínica só deveriam ser feitas por médicos cirurgiões plásticos e algumas por cirurgiões dentistas, segundo o delegado.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que a indicação da execução e a execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, e que portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais (leia íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

Realização de procedimentos

<img attr-cid="policy:1.3211474" attr-version="policy:1.3211474:1734527545" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211474/image (24).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Imagens mostram ferimentos em vítimas de procedimentos (Reprodução/TV Anhanguera)

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Sobre a permissão para realizar os procedimentos dentro das clínicas, o delegado disse que, em Goiânia, a autorização que consta do alvará sanitário era apenas para a realização de "procedimentos minimamente invasivos relacionados à estética".

Ele pontuou também que a atividade econômica no alvará e na Receita Federal aponta atendimento estético como uma subclasse do atendimento de cabeleireiro. Em Anápolis, não havia nenhum tipo de autorização, segundo o delegado. "Ela tentou uma autorização que foi negada e ela nunca arrumou o que foi apontado pela vigilância sanitária", disse.

"Além dessas lesões que elas [as vítimas] sofriam, a gente identificou também, com laudos médicos, a presença de substâncias proibidas como PMMA, óleo de silicone [...]. Ali eram realizadas verdadeiras cirurgias, sem as mínimas condições apropriadas. Então, bisturi cego, falta de iluminação, falta de esterilização, tudo isso foi constatado", disse o delegado.

Segundo o delegado, as lesões são gravíssimas e os pacientes têm sequelas. "São vítimas que tiveram que passar por diversos outros procedimentos para tentar corrigir minimamente o dano que foi causado", disse. Ele ainda disse que, em alguns casos, a própria clínica oferecia outro procedimento reparados e as pessoas não tinham dinheiro para procurar outros profissionais e médicos, e aceitavam. Uma das vítimas retornou mais de 30 vezes ao local.

“Vítimas que saíram pelo país inteiro para buscar algum profissional que tentasse de alguma forma remediar a situação. Há vítimas que estão até hoje em filas do SUS porque não têm dinheiro para pagar esses procedimentos", disse ele.

<div attr-cid="policy:1.3211657" attr-version="policy:1.3211657:1734551587" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3211657" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3211657', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3211657">Donos de clínica de estética são presos suspeitos de deformar pacientes (1.3211657)</a></div>

<h2>Entenda o caso&nbsp;</h2>

A influenciadora e empresária Karine Gouveia e seu marido, Paulo Cesar Dias Gonçalves, donos de clínicas de estética em Goiânia e Anápolis, foram presos em uma operação policial que investiga procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos a pacientes. De acordo com a polícia, os alvos atuavam em uma famosa clínica de estética, localizada no Setor Oeste, em Goiânia, e em outra clínica localizada em Anápolis.&nbsp;

Contra eles, além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, foi realizado o bloqueio de contas, bens e valores, totalizando R$ 2,5 milhões, incluindo percentual das cotas de um helicóptero ano 2024, avaliado em R$ 8 milhões. De acordo com a polícia, diversos pacientes procuraram a delegacia para denunciar que após procedimentos estéticos e cirúrgicos realizados na clínica, ficaram com rostos e corpos deformados.

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<img attr-cid="policy:1.3211435" attr-version="policy:1.3211435:1734521231" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211435/Proporção para foto do site (18).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Mandados de busca e apreensão são cumpridos na casa dos suspeitos (Reprodução / Polícia Civil)

<h2>Nota Cremego&nbsp;</h2>

"De acordo com a LEI Nº 12.842, DE 10 DE JULHO DE 2013, que dispõe sobre o exercício da medicina, a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais."

<h2>Nota Conselho Regional de Odontologia</h2>

"O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) informa que não teve conhecimento prévio da operação policial realizada na manhã da última quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, que resultou na prisão de profissionais cirurgiões-dentistas inscritos neste Conselho. Conforme divulgado pela mídia, os profissionais são acusados de realizar procedimentos estéticos e cirúrgicos que teriam causado danos físicos a pacientes. 

Esclarecemos que, de acordo com a Resolução CFO nº 198/2019, os cirurgiões-dentistas possuem formação e capacidade técnica para a realização de procedimentos de Harmonização Orofacial (HOF), respeitando os limites de atuação da profissão, a legislação vigente e os princípios éticos que regem a Odontologia. 

O CROGO repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que, em sua grande maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade. Reforçamos nosso compromisso de zelar pela ética e pela segurança dos pacientes, promovendo uma Odontologia responsável e de qualidade. 

Informamos que eventuais procedimentos administrativos de fiscalização do órgão são sigilosos, não sendo possível compartilhar sua existência ou desdobramentos."&nbsp;

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<h2 style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); text-rendering: optimizelegibility;">Nota Conselho Regional de Biomedicina&nbsp;</h2>

"O Conselho Regional de Biomedicina – 3ª Região (CRBM-3) informa que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e só vai comentar o caso após ser notificado. 
Informa ainda que a Clínica que pertence à empresária Karine Giselle Gouveia Silva tem registro de Pessoa Jurídica no Conselho. A referida profissional não é biomédica".

<h2>Nota da defesa odontólogo</h2>

A defesa do odontólogo, responsável técnico pela Clínica Karine Gouveia, reitera sua confiança no esclarecimento completo dos fatos e na Justiça. O dentista sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais.

Ressaltamos que todas as informações relevantes foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Por fim, destacamos que qualquer julgamento precipitado deve ser evitado, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Nayara Caixeta 
Firmes Caixeta Advogados

Donos de clínica presos por deformar rostos de pacientes usavam influencers e famosos para atrair clientes, diz polícia

Cidades

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Matéria - Cidades

Investigação

Galeria Karine Gouveia

A prisão dos donos da clínica de estética Karine Gouveia, em Goiânia, gerou grande repercussão após a Polícia Civil (PC) deflagrar a <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426" target="_blank">Operação Face Oculta</a>, que investiga a realização de procedimentos estéticos ilegais e sem a devida qualificação profissional. Conforme as investigações, os responsáveis pela clínica são suspeitos de aplicar substâncias proibidas, como PMMA e óleo de silicone, em procedimentos que causaram graves sequelas em pelo menos 60 pacientes (veja fotos ao final da matéria).&nbsp;

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Ainda segundo a PC, a clínica operava em condições irregulares, sem licenciamento apropriado e com materiais inadequados, resultando em deformidades estéticas e complicações de saúde. Veja abaixo o que se sabe sobre o caso e o que ainda falta esclarecer.

<h4>Quem são os donos da clínica?</h4>

Os <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-presos-por-deformar-rostos-de-pacientes-usavam-influencers-e-famosos-para-atrair-clientes-diz-policia-1.3211915" target="_blank">donos da clínica de estética</a> Karine Gouveia são Karine Giselle Gouveia Silva, de 34 anos, e seu marido, Paulo Cesar Dias Gonçalves, de 44. O casal está preso desde a deflagração da operação, no dia 18 de dezembro, e permanece na Casa do Albergado, em Goiânia. Karine e Paulo são suspeitos de comandar o local onde os procedimentos estéticos eram realizados sem a qualificação necessária, o que levou a complicações sérias nos pacientes.&nbsp;

Apesar da prisão, a defesa de Karine e Paulo nega as acusações e questiona a prisão temporária. Para a defesa, a prisão é desproporcional, especialmente durante o período de festas. A defesa considera ainda que a medida afetou gravemente a vida pessoal da família, destacando que um de seus filhos, de 7 anos, foi afastado de seus pais abruptamente (veja na íntegra ao final do texto).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/odontologo-que-trabalhava-em-clinica-de-estetica-contou-que-aprendeu-cirurgias-vendo-outros-profissionais-diz-policia-1.3214716" target="_blank">Odontólogo que trabalhava em clínica de estética contou que aprendeu cirurgias vendo outros profissionais, diz polícia</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/biomedica-contou-que-donos-de-clinica-presos-por-deformar-rostos-de-pacientes-sabiam-do-uso-de-pmma-diz-pc-1.3214647" target="_blank">Biomédica contou que donos de clínica presos por deformar rostos de pacientes sabiam do uso de PMMA, diz PC</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/vitima-voltou-a-clinica-estetica-mais-de-30-vezes-para-tentar-reparar-procedimento-estetico-malsucedido-diz-policia-1.3214420" target="_blank">Vítima voltou a clínica estética mais de 30 vezes para tentar reparar procedimento estético malsucedido, diz polícia</a></div>

<h4>Quais são os crimes investigados?</h4>

Os crimes investigados pela polícia incluem a realização de procedimentos estéticos ilegais, aplicação de substâncias proibidas, como o <a href="https://opopular.com.br/cidades/biomedica-contou-que-donos-de-clinica-presos-por-deformar-rostos-de-pacientes-sabiam-do-uso-de-pmma-diz-pc-1.3214647" target="_blank">PMMA</a>, e falhas graves em termos de <a href="https://opopular.com.br/cidades/odontologo-que-trabalhava-em-clinica-de-estetica-contou-que-aprendeu-cirurgias-vendo-outros-profissionais-diz-policia-1.3214716" target="_blank">qualificação profissional</a>. A clínica oferecia procedimentos como rinoplastia, lipoaspiração e outras cirurgias que, segundo a PC, só poderiam ser realizadas por médicos especializados. Além disso, as investigações apontam que produtos de saúde foram usados de forma inadequada, com medicamentos e materiais vencidos ou sem registro na Anvisa, além do uso de substâncias como PMMA e óleo de silicone, ambos com risco elevado à saúde.

A operação também identificou diversas irregularidades no funcionamento da clínica, como armazenamento inadequado de produtos médicos, falta de esterilização de instrumentos cirúrgicos e até o uso de seringas não esterilizadas, que resultaram em uma das vítimas contraindo hepatite C. A polícia investiga ainda a atuação dos profissionais da clínica, que realizavam procedimentos sem a qualificação necessária, colocando em risco a saúde e o bem-estar dos pacientes.

<h4>Quem são as vítimas?</h4>

As <a href="https://opopular.com.br/cidades/vitima-voltou-a-clinica-estetica-mais-de-30-vezes-para-tentar-reparar-procedimento-estetico-malsucedido-diz-policia-1.3214420" target="_blank">vítimas da clínica Karine Gouveia</a> são pessoas que passaram por procedimentos estéticos como rinoplastia, lipoaspiração e outros tratamentos invasivos. Pelo menos 60 pacientes procuraram a polícia após sofrerem complicações graves em decorrência dos procedimentos, que variaram desde cicatrizes e necroses até infecções severas e perda de funções corporais, como a visão. Em alguns casos, as vítimas precisaram de várias cirurgias corretivas e até de enxertos de pele para tentar reparar os danos causados.

Uma das vítimas precisou ser entubada após passar por um procedimento na clínica e ficou com o nariz necrosado, e outras tiveram complicações que resultaram em deformidades permanentes. As vítimas relataram ainda que, durante os atendimentos, sofreram dores intensas e, em muitos casos, não receberam o suporte médico necessário. De acordo com a polícia, a clínica foi responsável por uma <a href="https://opopular.com.br/cidades/vitimas-de-clinica-de-estetica-relatam-les-es-e-traumas-apos-procedimentos-esteticos-autoestima-muito-baixa-1.3211981" target="_blank">série de danos irreversíveis</a> que exigem reparações complexas e contínuas.

<h4>Quais os próximos passos da polícia?</h4>

A investigação segue em andamento, com a Polícia Civil buscando mais informações sobre o envolvimento de outros profissionais na clínica, além de novos depoimentos de vítimas e ex-funcionários. A polícia já apreendeu documentos e materiais na clínica, que incluem registros de cirurgias ilegais e medicamentos sem a devida regulamentação. A Operação Face Oculta continuará a apurar as responsabilidades dos donos da clínica e de outros envolvidos, enquanto as autoridades buscam identificar a extensão dos danos causados aos pacientes.

O andamento das investigações também visa esclarecer a rede de atuação da clínica, que aparentemente operava com práticas fraudulentas e sem o devido licenciamento sanitário. A polícia já registrou vários depoimentos de vítimas que detalham como foram enganadas e a negligência dos profissionais da clínica. As autoridades ainda tentam localizar mais vítimas e coletar evidências sobre os procedimentos ilegais realizados no local.

<div attr-cid="policy:1.3211657" attr-version="policy:1.3211657:1734551587" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3211657" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3211657', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3211657">Donos de clínica de estética são presos suspeitos de deformar pacientes (1.3211657)</a></div>

<h4>O que dizem os envolvidos?</h4>

A defesa de Karine e Paulo, os donos da clínica, se manifestou em nota afirmando que as acusações são infundadas e que, como empresários com anos de experiência no ramo, sempre trataram seus pacientes com respeito. Segundo a defesa, a prisão temporária foi uma medida exagerada, e eles confiam que o processo esclarecerá os fatos. No entanto, a defesa também questiona a divulgação seletiva de informações por parte da polícia, o que teria prejudicado a imagem dos investigados antes que a verdade fosse estabelecida no processo (veja na íntegra ao final do texto).

Ao&nbsp;POPULAR, a defesa da biomédica disse que, como a investigação é sigilosa, ainda não teve acesso aos documentos, e, por enquanto, não irá se manifestar.&nbsp;Em nota, a defesa do odontólogo, informou que seu cliente "sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais"&nbsp;(Veja a nota completa no final da matéria).

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e o Conselho de Odontologia de Goiás (CRO-GO) também se manifestaram sobre o caso. O Cremego, em sua nota, reforçou que os procedimentos realizados pela clínica, como rinoplastia e otoplastia, são de competência exclusiva de médicos e que, por isso, as ações da clínica configuram crimes. Já o Conselho de Odontologia declarou que o profissional envolvido, que não tinha especialização em cirurgia plástica, não deveria ter realizado os procedimentos e que sua conduta violou as normas éticas e legais da profissão&nbsp;(veja na íntegra ao final do texto).

O Conselho Regional de Biomedicina −3ª Região (CRBM-3) também divulgou nota informando que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e que só vai comentar o caso após ser notificado&nbsp;(veja na íntegra ao final do texto).

<h4>Notas na íntegra</h4>

Nota da defesa de&nbsp;Karine e Paulo

Sobre os procedimentos estéticos realizados na clínica, a defesa e os investigados acreditam que todos os fatos serão esclarecidos.&nbsp;É um direito e um dever dos empresários diante dos 8 anos de mercado e mais de 30 mil clientes e procedimentos realizados. Todos os pacientes sempre foram tratados com profundo respeito e cuidado.

Sobre a divulgação do áudio realizada pela autoridade policial, a defesa ressalta a profunda preocupação com o vazamento seletivo de informações de um processo que tramita sob segredo de justiça, ao qual a própria defesa teve dificuldades em ter acesso.

As publicações municiadas por informações passadas pela autoridade policial, de forma unilateral e sem a realização de perícia técnica que possa haver a participação de ambas as partes, promovem a execração pública de investigados, tratando-os como condenados sem que tenham tido acesso ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Tal postura afronta gravemente os direitos humanos, em desrespeito às normas internacionais protegidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, estabelecida em Haia, a qual está sendo acionada.

Sobre o pedido de soltura, esclarecemos ainda que os únicos advogados que representam legalmente a Karine e o Paulo César são Romero Ferraz Filho e Tito Souza do Amaral. Ambos estão trabalhando incansavelmente para revogar a arbitrária prisão dos investigados.

A decretação de prisão temporária é uma medida desproporcional e injustificável, especialmente diante da ausência de qualquer elemento concreto que impeça os investigados de responderem às acusações em liberdade. É importante destacar que, neste período sensível de Natal, essa decisão manteve um menino de apenas 7 anos afastado abruptamente de seus pais.

Por se tratar de processo que tramita em segredo de justiça, não adentraremos ao mérito das acusações, mas com absoluta certeza, serão esclarecidas no processo e, reforçamos ainda que a Karine e o Paulo César nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime.

Romero Ferraz Filho 
OAB.GO 33.000

Tito Souza do Amaral 
OAB.GO 12.443

Nota Cremego

De acordo com a LEI Nº 12.842, DE 10 DE JULHO DE 2013, que dispõe sobre o exercício da medicina, a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais.

Nota Conselho Regional de Odontologia

O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) informa que não teve conhecimento prévio da operação policial realizada na manhã da última quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, que resultou na prisão de profissionais cirurgiões-dentistas inscritos neste Conselho. Conforme divulgado pela mídia, os profissionais são acusados de realizar procedimentos estéticos e cirúrgicos que teriam causado danos físicos a pacientes.

Esclarecemos que, de acordo com a Resolução CFO nº 198/2019, os cirurgiões-dentistas possuem formação e capacidade técnica para a realização de procedimentos de Harmonização Orofacial (HOF), respeitando os limites de atuação da profissão, a legislação vigente e os princípios éticos que regem a Odontologia.

O CROGO repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que, em sua grande maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade. Reforçamos nosso compromisso de zelar pela ética e pela segurança dos pacientes, promovendo uma Odontologia responsável e de qualidade.Informamos que eventuais procedimentos administrativos de fiscalização do órgão são sigilosos, não sendo possível compartilhar sua existência ou desdobramentos.

Nota Conselho Regional de Biomedicina

O Conselho Regional de Biomedicina - 3ª Região (CRBM-3) informa que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e só vai comentar o caso após ser notificado. Informa ainda que a Clínica que pertence à empresária Karine Giselle Gouveia Silva tem registro de Pessoa Jurídica no Conselho. A referida profissional não é biomédica.

<div attr-cid="policy:1.3214803" attr-version="policy:1.3214803:1735474396" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3214803" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3214803', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3214803">Galeria Karine Gouveia (1.3214803)</a></div>

<h2>Nota da defesa odontólogo</h2>

A defesa do odontólogo, responsável técnico pela Clínica Karine Gouveia, reitera sua confiança no esclarecimento completo dos fatos e na Justiça. O dentista sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais.

Ressaltamos que todas as informações relevantes foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Por fim, destacamos que qualquer julgamento precipitado deve ser evitado, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Nayara Caixeta 
Firmes Caixeta Advogados

Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a prisão dos donos de clínica suspeitos de deformar pacientes

OPERAÇÃO FACE OCULTA

<img attr-cid="policy:1.3211457" attr-version="policy:1.3211457:1734527764" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211457/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (21).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais )

O odontólogo que era um dos responsáveis técnicos pela <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426" target="_blank">clínica de estética Karine Gouveia</a>, em Goiânia, contou que realizou procedimentos em pacientes sem eles saberem que era um teste para que ele ingressasse na equipe, de acordo com a Polícia Civil (PC). Em depoimento, ele admitiu não possuir a especialização necessária para as intervenções realizadas e que aprendeu os procedimentos observando outros profissionais.

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O profissional chegou a ser preso junto com uma biomédica, ambos responsáveis pela clínica, mas respondem pelos crimes em liberdade desde o dia 20 de dezembro. Os donos da clínica, Karine Giselle Gouveia Silva e Paulo Cesar Dias Gonçalves, seguem presos na Casa do Albergado, na capital. Ao menos 60 pacientes já denunciaram a clínica devido a complicações após os procedimentos.&nbsp;

Em nota, a defesa do odontólogo, informou que seu cliente "sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais" (Veja a nota completa no final da matéria).Ao POPULAR, a defesa da biomédica disse que, como a investigação é sigilosa, ainda não teve acesso aos documentos, e, por enquanto, não irá se manifestar.

Em nota, os advogados Romero Ferraz Filho e Tito Souza do Amaral que defendem os donos da clínica informaram que, por se tratar de um processo que tramita em segredo de justiça, não falarão sobre&nbsp;o mérito das acusações, "mas com absoluta certeza, serão esclarecidas no processo" e que "Karine e o Paulo César nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime”. A defesa considerou a prisão temporária como “uma medida desproporcional e injustificável” (veja a nota completa no final da matéria).&nbsp;

<h2>Sem qualificação&nbsp;</h2>

Segundo a PC, o odontólogo relatou que ingressou na clínica por meio de um teste proposto pela empresária Karine Gouveia, no qual realizou cirurgias em dois pacientes sem que eles soubessem que eram objeto de um teste.&nbsp;&nbsp;

O profissional ainda disse que, por não ter a especialidade necessária para realizar os procedimentos estéticos, aprendeu a fazer as cirurgias apenas observando outros profissionais. Os donos sabiam que ele não tinha a qualificação necessária, segundo o dentista.

Ainda durante o interrogatório, o responsável técnico revelou que constantemente era designado para realizar cirurgias de reparo em pacientes que tiveram complicações decorrentes de procedimentos feitos por outros profissionais da clínica.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-criava-termos-para-disfarcar-procedimentos-que-seriam-exclusivos-para-medicos-diz-policia-1.3213703">Dona de clínica criava termos para disfarçar procedimentos que seriam exclusivos para médicos, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/vitima-de-clinica-de-estetica-em-que-dona-foi-presa-precisou-ser-entubada-apos-procedimentos-diz-delegado-1.3211750">Vítima de clínica de estética em que dona foi presa precisou ser entubada após procedimentos, diz delegado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/biomedica-contou-que-donos-de-clinica-presos-por-deformar-rostos-de-pacientes-sabiam-do-uso-de-pmma-diz-pc-1.3214647" target="_blank">Biomédica contou que donos de clínica presos por deformar rostos de pacientes sabiam do uso de PMMA, diz PC</a></div>

<h2>Preço baixo e alta demanda&nbsp;</h2>

O odontólogo ainda disse à polícia que a clínica cobrava cerca de R$ 5 mil por uma cirurgia de nariz, um valor abaixo do preço mínimo de R$ 30 mil cobrado por cirurgiões plásticos, conforme a PC. O valor atraia pacientes e resultava em um “absurdo volume de atendimentos”, descreveu a polícia.&nbsp;

Segundo o dentista, haviam agendamentos de cirurgias com intervalos menores que uma hora, o que seria insuficiente para os procedimentos.

As investigações mostraram que o profissional chegou a realizar até oito cirurgias em um único dia, como lipoaspiração de papada, retração de orelha e rinomodelação.&nbsp;&nbsp;

<h2>Uso de PMMA&nbsp;</h2>

A biomédica que era responsável técnica da clínica disse à polícia que os donos&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/biomedica-contou-que-donos-de-clinica-presos-por-deformar-rostos-de-pacientes-sabiam-do-uso-de-pmma-diz-pc-1.3214647" target="_blank">sabiam do uso de polimetilmetacrilato (PMMA)</a>, contou a biomédica que era responsável técnica pelo estabelecimento, de acordo com a Polícia Civil.

O PMMA é considerado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como de <a href="https://opopular.com.br/magazine/saiba-os-perigos-do-uso-do-pmma-para-fins-esteticos-1.3152849" target="_blank">máximo risco à saúde e é contraindicado para aumento de volume</a>, seja corporal ou facial.&nbsp;&nbsp;

Em depoimento, a biomédica afirmou que Karine e Paulo tinham total conhecimento e permitiam a utilização desse produto. O odontólogo revelou à polícia que ouviu comentários internos de que um dos profissionais realizava os procedimentos com a substância.

<h2>PMMA e óleo de silicone</h2>

De acordo com a PC, pacientes descobriram, após consultas com médicos e realização de exames, o uso de substâncias como PMMA e óleo de silicone, que foram aplicados sem autorização ou ciência das vítimas&nbsp;(veja abaixo). Na maioria dos casos não foi possível retirar essas substâncias devido aos riscos envolvidos, conforme as investigações.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3214652" attr-version="policy:1.3214652:1735402816" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3214652/Proporção para foto do site - 2024-12-28T131756.743.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes (Divulgação/Polícia Civil)

A biomédica afirmou que as cirurgias eram realizadas em salas que não eram preparadas como um centro cirúrgico. Em casos de problemas ou complicações, a política da empresa era oferecer novas cirurgias aos pacientes, e apenas em último caso, realizar a devolução do dinheiro, segundo a profissional.&nbsp;

Além disso, a biomédica alegou que sempre foi contra a realização de cirurgias na clínica, mas os donos não permitiram que ela interferisse nessas decisões, mesmo sendo a responsável técnica formal da clínica.

<h2>Irregularidades&nbsp;</h2>

A Operação Face Oculta contou com a inspeção conduzida pela Vigilância Sanitária que documentou diversas irregularidades como:&nbsp;

<ul>
	<li>Armazenamento inadequado de produtos médicos e equipamentos;&nbsp;</li>
	<li>Falta de rótulos em produtos armazenados;&nbsp;</li>
	<li>Manutenção de medicamentos em condições de temperatura incompatíveis;&nbsp;</li>
	<li>Armazenamento de produtos que deveriam ser descartados;&nbsp;</li>
	<li>Medicamentos sem tampa e expostos a condições insalubres;&nbsp;</li>
	<li>Comercialização de produtos clandestinos e sem registro;&nbsp;</li>
	<li>Apreensão de medicamentos sem registro na Anvisa;&nbsp;</li>
	<li>Produção e armazenamento de produtos manipulados em larga escala destinados à venda;&nbsp;</li>
	<li>Ausência de notas fiscais dos produtos armazenados ou comercializados;&nbsp;</li>
	<li>Ausência de controle de esterilização de equipamentos e produtos;&nbsp;</li>
	<li>Medicamentos armazenados em locais inadequados, como salas de máquinas sem controle de temperatura, tornando-os impróprios para o uso humano;&nbsp;</li>
	<li>Depósitos de medicamentos sem prescrição médica;&nbsp;</li>
	<li>Produtos como botox abertos, com prazo de uso vencido, armazenados indevidamente para futuro uso, quando deveriam ter sido descartados;&nbsp;</li>
	<li>Falta de refrigeradores adequados para o armazenamento de medicamentos, ausência de fontes alternativas de energia e inexistência de instrumentos para monitoramento da temperatura nas salas de armazenamento;&nbsp;</li>
	<li>Detecção de instrumentos cirúrgicos, como cânulas utilizadas para lipoaspiração, que não eram esterilizados de forma adequada;&nbsp;</li>
	<li>Realização de procedimentos cirúrgicos incompatíveis com a capacidade técnica e qualificação profissional dos envolvidos;&nbsp;</li>
	<li>Ausência de controle sobre o armazenamento dos produtos utilizados em pacientes;&nbsp;</li>
	<li>Uso de produtos com prazo de validade expirado.&nbsp;</li>
</ul>

Na unidade de Anápolis, o relatório da Vigilância Sanitária apontou “que a empresa não possui alvará de licença sanitária e nem projeto arquitetônico aprovado pelo órgão sanitário competente”.&nbsp;

Também foram encontrados receitas e atestados assinados, mas não preenchidos, e diversos medicamentos e instrumentos utilizados na realização de cirurgias, sem a autorização para funcionamento. Em decorrência, também foram lavrados termo de interdição e auto de infração.&nbsp;

<h2>Investigações</h2>

Segundo o o delegado à frente do caso, Daniel Oliveira, os procedimentos realizados na clínica resultaram em deformidades estéticas e funcionais permanentes, incluindo cicatrizes, abcessos, necroses, queimaduras, fibromialgia, inflamações severas, perda de sentidos e lesões nos ligamentos oculares. Uma das vítimas contraiu hepatite C por uso inadequado de seringas, segundo a investigação.

Na montagem abaixo é possível ver uma das vítimas que sofreu necrose, assim como outras que relataram às autoridades a necessidade de cirurgias reparadoras e de enxerto de pele. Ainda na imagem abaixo, uma vítima que precisou ser entubada após passar por procedimento no local e também ficou com o nariz necrosado, segundo a polícia.

<img attr-cid="policy:1.3211763" attr-version="policy:1.3211763:1734560649" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211763/image - 2024-12-18T162044.496.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento (Divulgação / Polícia Civil)

A investigação escutou as vítimas, que relataram dores e sofrimento durante e depois dos procedimentos, precisando até de atendimento médico emergencial. "Em alguns casos, foram necessárias até três cirurgias corretivas para tentar minimizar os danos, muitas vezes sem sucesso", disse o delegado. Segundo ele, há lesões tão graves que não podem ser revertidas e também situações em que outros médicos se recusam a realizar os reparos por conta da complexidade e falta de resultado.

<h2>Deboche</h2>

Os donos de clínica debochavam das reclamações que recebiam, de acordo com Daniel Oliveira. "As vítimas relataram que Karine e seu marido reagiam com deboche às reclamações sobre as sequelas sofridas. Ambos demonstravam completo desprezo pelas consequências de suas ações, intimidando as vítimas e obrigando-as a assinar termos de confidencialidade para evitar denúncias", afirmou o delegado.

<img attr-cid="policy:1.3211474" attr-version="policy:1.3211474:1734686478" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211474/image (24).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Foto mostra vítimas com sequelas, deformações e infecções(Divulgação / Polícia Civil)

<h2>Manutenção da prisão</h2>

Karine e Paulo passaram por audiência de custódia na quinta-feira (19) e a Justiça determinou que o casal continue preso. Na decisão, a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, da 1ª Vara das Garantias, afirmou que a privação da liberdade do casal é imprescindível para a continuidade das investigações, bem como para a obtenção de outros elementos de informação quanto à autoria e materialidade dos delitos examinados.

<h2>Propaganda enganosa</h2>

Os <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-criava-termos-para-disfarcar-procedimentos-que-seriam-exclusivos-para-medicos-diz-policia-1.3213703">profissionais da clínica realizavam cirurgias plásticas ilegais</a>, segundo o delegado. Procedimentos como rinoplastias, alectomias e otoplastias eram anunciados como "reestruturação nasal hd" e "retração de orelha" para atrair as vítimas e disfarçar o crime, pontuou o investigador. Estes só podem ser realizados por médicos em um centro cirúrgico.

"Esse tipo de procedimento é exclusivo para médico. É rinoplastia ou alectomia o nome do procedimento que eles faziam. Só que eles ofereciam esse serviço sob o nome de reestruturação nasal HD para tentar burlar essa questão e falar que eles não estavam fazendo procedimento que era reservado a médicos", disse Daniel. O delegado ainda informou que, no local, foram encontrados instrumentos relativos à lipoaspiração e instrumental cirúrgico.

<div attr-cid="policy:1.3211657" attr-version="policy:1.3211657:1734551587" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3211657" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3211657', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3211657">Donos de clínica de estética são presos suspeitos de deformar pacientes (1.3211657)</a></div>

Para baratear os custos dos procedimentos e permitir as promoções divulgadas pela clínica, <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-criava-termos-para-disfarcar-procedimentos-que-seriam-exclusivos-para-medicos-diz-policia-1.3213703">o local utilizava medicamentos adulterados ou sem rótulos sem o consentimento das vítimas</a>, relatou o delegado. A polícia encontrou produtos proibidos no local, como óleo de silicone e PMMA. A investigação apontou que eram utilizados medicamentos em quantidades inadequadas. Segundo ele, produtos originais e em diluição adequada eram reservados apenas para celebridades e influenciadores, que divulgavam a clínica nas redes sociais.

A investigação também apontou condições precárias no local, como bisturis cegos, falta de equipamentos, iluminação, trajes próprios e ausência de esterilização adequada nos locais, onde os procedimentos invasivos eram realizados.

&nbsp;

<h2>Notas na íntegra</h2>

Nota da defesa de&nbsp;Karine e Paulo

Sobre os procedimentos estéticos realizados na clínica, a defesa e os investigados acreditam que todos os fatos serão esclarecidos.&nbsp;É um direito e um dever dos empresários diante dos 8 anos de mercado e mais de 30 mil clientes e procedimentos realizados. Todos os pacientes sempre foram tratados com profundo respeito e cuidado.

Sobre a divulgação do áudio realizada pela autoridade policial, a defesa ressalta a profunda preocupação com o vazamento seletivo de informações de um processo que tramita sob segredo de justiça, ao qual a própria defesa teve dificuldades em ter acesso.

As publicações municiadas por informações passadas pela autoridade policial, de forma unilateral e sem a realização de perícia técnica que possa haver a participação de ambas as partes, promovem a execração pública de investigados, tratando-os como condenados sem que tenham tido acesso ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. Tal postura afronta gravemente os direitos humanos, em desrespeito às normas internacionais protegidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, estabelecida em Haia, a qual está sendo acionada.

Sobre o pedido de soltura, esclarecemos ainda que os únicos advogados que representam legalmente a Karine e o Paulo César são Romero Ferraz Filho e Tito Souza do Amaral. Ambos estão trabalhando incansavelmente para revogar a arbitrária prisão dos investigados.

A decretação de prisão temporária é uma medida desproporcional e injustificável, especialmente diante da ausência de qualquer elemento concreto que impeça os investigados de responderem às acusações em liberdade. É importante destacar que, neste período sensível de Natal, essa decisão manteve um menino de apenas 7 anos afastado abruptamente de seus pais.

Por se tratar de processo que tramita em segredo de justiça, não adentraremos ao mérito das acusações, mas com absoluta certeza, serão esclarecidas no processo e, reforçamos ainda que a Karine e o Paulo César nunca tiveram a intenção de praticar qualquer crime.

Romero Ferraz Filho 
OAB.GO 33.000

Tito Souza do Amaral 
OAB.GO 12.443

<h2>Nota da defesa odontólogo</h2>

A defesa do odontólogo, responsável técnico pela Clínica Karine Gouveia, reitera sua confiança no esclarecimento completo dos fatos e na Justiça. O dentista sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais.

Ressaltamos que todas as informações relevantes foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Por fim, destacamos que qualquer julgamento precipitado deve ser evitado, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Nayara Caixeta 
Firmes Caixeta Advogados

Odontólogo que trabalhava em clínica de estética contou que aprendeu cirurgias vendo outros profissionais, diz polícia

Clínica Karine Gouveia

Biomédica contou que donos de clínica presos por deformar rostos de pacientes sabiam do uso de PMMA, diz PC

clínica Karine Gouveia 

<img attr-cid="policy:1.3214421" attr-version="policy:1.3214421:1735328040" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3214421/Proporção para foto do site (2).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Donos de clínica de estética foram presos suspeitos de deformar pacientes (Reprodução / Redes Sociais e Reprodução / Polícia Civil)

Uma das vítimas que denunciou clínica de estética investigada pela polícia voltou ao local mais de 30 vezes, na tentativa de reparar um procedimento malsucedido. A informação foi confirmada pelo delegado do caso, Daniel Oliveira. Os donos da clínica foram presos <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426">suspeitos de causar deformidades nos rostos e corpos dos pacientes</a>, segundo a polícia. Há pelo menos 24 vítimas, principalmente em intervenções no nariz.

<a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426">Karine Giselle Gouveia Silva, de 34 anos, e o marido, Paulo Cesar Dias Gonçalves, de 44, donos da empresa, foram presos</a> na quarta-feira (18). Além deles, foram cumpridos mandados de prisão, e busca e apreensão em desfavor de técnicos que atuavam na clínica, informou a PC. Investigação da Polícia Civil (PC) aponta que o local atuava com profissionais não habilitados e falta de condições estruturais e sanitárias para a realização de cirurgias.&nbsp;

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Ao&nbsp;POPULAR, a&nbsp;defesa de Karine e Paulo informou que os "investigados reafirmam seu compromisso em esclarecer todos os fatos, ao seu tempo e ordem, e que "a clínica e seus sócios são responsáveis por todos os procedimentos que foram realizados, mas é preciso entender, individualmente, o que ocorreu com cada pessoa". (leia na íntegra ao final da matéria).

Em nota enviada anteriormente, os advogados dos empresários informam que eles tratavam a todos com profundo respeito. "Uma empresa com 8 anos de mercado, mais de 30 mil procedimentos realizados, só se mantém com uma conduta ética, séria e atenciosa", diz o comunicado.

Ao&nbsp;POPULAR, a defesa da biomédica disse que, como a investigação é sigilosa, ainda não teve acesso aos documentos, e, por enquanto, não irá se manifestar.&nbsp;Em nota, a defesa do odontólogo, informou que seu cliente "sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais"&nbsp;(Veja a nota completa no final da matéria).

As <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-presa-por-causar-deformidades-n-o-tem-formac-o-e-indicava-procedimentos-para-as-vitimas-diz-policia-1.3211556">lesões e sequelas dos pacientes são gravíssimas</a>, informou a PC. "São vítimas que tiveram que passar por diversos outros procedimentos para tentar corrigir minimamente o dano que foi causado", disse o delegado. Ele ainda disse que, em alguns casos como o mencionado anteriormente, a própria clínica oferecia outro procedimento reparador e as pessoas aceitavam porque não tinham dinheiro para procurar outros profissionais e médicos.&nbsp;

<cite>Vítimas que perderam o olfato, com deficiência de ligamento ocular, pessoas que agora só sentem cheiro 'de podre', queimaduras, cicatrizes gravíssimas. Muitas delas tiveram que fazer enxerto e às vezes faziam na própria clínica por profissionais que não eram médicos. Enxertos que depois eram rejeitados pelo corpo. Rejeitava osso, rejeitava o plástico que eles colocavam", disse Daniel.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-criava-termos-para-disfarcar-procedimentos-que-seriam-exclusivos-para-medicos-diz-policia-1.3213703">Dona de clínica criava termos para disfarçar procedimentos que seriam exclusivos para médicos, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/vitima-de-clinica-de-estetica-em-que-dona-foi-presa-precisou-ser-entubada-apos-procedimentos-diz-delegado-1.3211750">Vítima de clínica de estética em que dona foi presa precisou ser entubada após procedimentos, diz delegado</a></div>

Segundo o delegado, os procedimentos realizados na clínica resultaram em deformidades estéticas e funcionais permanentes, incluindo cicatrizes, abcessos, necroses, queimaduras, fibromialgia, inflamações severas, perda de sentidos e lesões nos ligamentos oculares. Uma das vítimas contraiu hepatite C por uso inadequado de seringas, segundo a investigação.

Nas fotos abaixo é possível ver uma das vítimas que sofreu necrose, assim como outras que relataram às autoridades a necessidade de cirurgias reparadoras e de enxerto de pele. Ao lado, uma vítima que precisou ser entubada após passar por procedimento no local e também ficou com o nariz necrosado, segundo a polícia.

<img attr-cid="policy:1.3211763" attr-version="policy:1.3211763:1734560649" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211763/image - 2024-12-18T162044.496.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento (Divulgação / Polícia Civil)

A investigação escutou as vítimas, que relataram dores e sofrimento durante e depois dos procedimentos, precisando até de atendimento médico emergencial. "Em alguns casos, foram necessárias até três cirurgias corretivas para tentar minimizar os danos, muitas vezes sem sucesso", disse o delegado. Segundo ele, há lesões tão graves que não podem ser revertidas e também situações em que outros médicos se recusam a realizar os reparos por conta da complexidade e falta de resultado.

<h2>Deboche</h2>

Os donos de clínica debochavam das reclamações que recebiam , de acordo com Daniel Oliveira. "As vítimas relataram que Karine e seu marido reagiam com deboche às reclamações sobre as sequelas sofridas. Ambos demonstravam completo desprezo pelas consequências de suas ações, intimidando as vítimas e obrigando-as a assinar termos de confidencialidade para evitar denúncias", afirmou o delegado.

<img attr-cid="policy:1.3211474" attr-version="policy:1.3211474:1734686478" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211474/image (24).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Foto mostra vítimas com sequelas, deformações e infecções(Divulgação / Polícia Civil)

<h2>Manutenção da prisão</h2>

Karine e Paulo passaram por audiência de custódia na quinta-feira (19) e a Justiça determinou que o casal continue preso. Na decisão, a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, da 1ª Vara das Garantias, afirmou que a privação da liberdade do casal é imprescindível para a continuidade das investigações, bem como para a obtenção de outros elementos de informação quanto à autoria e materialidade dos delitos examinados.

<img attr-cid="policy:1.3211457" attr-version="policy:1.3211457:1734527764" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211457/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (21).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Karine Gouveia e Paulo Cesar, donos de clínica de estética investigada em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais )

<h2>Propaganda enganosa</h2>

Os <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-criava-termos-para-disfarcar-procedimentos-que-seriam-exclusivos-para-medicos-diz-policia-1.3213703">profissionais da clínica realizavam cirurgias plásticas ilegais</a>, segundo o delegado. Procedimentos como rinoplastias, alectomias e otoplastias eram anunciados como "reestruturação nasal hd" e "retração de orelha" para atrair as vítimas e disfarçar o crime, pontuou o investigador. Estes só podem ser realizados por médicos em um centro cirúrgico.

"Esse tipo de procedimento é exclusivo para médico. É rinoplastia ou alectomia o nome do procedimento que eles faziam. Só que eles ofereciam esse serviço sob o nome de reestruturação nasal HD para tentar burlar essa questão e falar que eles não estavam fazendo procedimento que era reservado a médicos", disse Daniel. O delegado ainda informou que, no local, foram encontrados instrumentos relativos à lipoaspiração e instrumental cirúrgico.

<div attr-cid="policy:1.3211657" attr-version="policy:1.3211657:1734551587" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3211657" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3211657', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3211657">Donos de clínica de estética são presos suspeitos de deformar pacientes (1.3211657)</a></div>

Para baratear os custos dos procedimentos e permitir as promoções divulgadas pela clínica, <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-criava-termos-para-disfarcar-procedimentos-que-seriam-exclusivos-para-medicos-diz-policia-1.3213703">o local utilizava medicamentos adulterados ou sem rótulos sem o consentimento das vítimas</a>, segundo o delegado. A polícia encontrou produtos proibidos no local, como óleo de silicone e PMMA. A investigação apontou que eram utilizados medicamentos em quantidades inadequadas. Segundo ele, produtos originais e em diluição adequada eram reservados apenas para celebridades e influenciadores, que divulgavam a clínica nas redes sociais.

A investigação também apontou condições precárias no local, como bisturis cegos, falta de equipamentos, iluminação, trajes próprios e ausência de esterilização adequada nos locais onde os procedimentos invasivos eram realizados.

<h2>Profissionais não habilitados</h2>

Segundo o delegado, não era explicitado para o cliente que não estavam sendo atendidos por médicos, o que os levava a acreditar que estavam sob cuidados de cirurgiões plásticos. Os responsáveis técnicos pelo local - que também foram presos - são um dentista e uma biomédica. Esses procedimentos eram apresentados como técnicas exclusivas supostamente desenvolvidas pela clínica. Contradizendo o que era divulgado nas redes sociais, o espaço recolhia assinatura das vítimas em um documento com instruções explícitas para cuidados pré e pós cirúrgicos, segundo o delegado.

O delegado pontuou que <a href="https://opopular.com.br/cidades/dona-de-clinica-presa-por-causar-deformidades-n-o-tem-formac-o-e-indicava-procedimentos-para-as-vitimas-diz-policia-1.3211556">Karine quem fazia a triagem dos pacientes</a> e fazia "promessas falsas", indicando quais procedimentos entregariam o resultado que o paciente esperava. No entanto, ela não tem nenhuma formação superior. "Ela determinava aos profissionais que tinham ali, principalmente dentistas, qual procedimento ia ser feito", disse ele.

Sobre a permissão para realizar os procedimentos dentro das clínicas, o delegado disse que, em Goiânia, a autorização que consta do alvará sanitário era apenas para a realização de "procedimentos minimamente invasivos relacionados à estética". Ele pontuou também que a atividade econômica no alvará e na Receita Federal aponta atendimento estético como uma subclasse do atendimento de cabeleireiro. Em Anápolis, não havia nenhum tipo de autorização, segundo o delegado. "Ela tentou uma autorização que foi negada e ela nunca arrumou o que foi apontado pela vigilância sanitária", disse.

Em nota, o Conselho Regional de Biomedicina afirmou que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e informou ainda que Karine Giselle Gouveia Silva não é biomédica (leia íntegra ao final da reportagem).

Em nota, o Conselho Regional de Odontologia afirmou que não teve conhecimento prévio da operação que "resultou na prisão de profissionais cirurgiões-dentistas, inscritos neste conselho". O Conselho repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que "em sua maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade", diz a nota (leia íntegra ao final da reportagem).

Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que a indicação da execução e a execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, e que portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais (leia íntegra ao final da reportagem).

<h2>Entenda o caso</h2>

<img attr-cid="policy:1.3211435" attr-version="policy:1.3211435:1734521231" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3211435/Proporção para foto do site (18).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Mandados de busca e apreensão são cumpridos na casa dos suspeitos (Reprodução / Polícia Civil)

A influenciadora e empresária <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426">Karine Gouveia e seu marido, Paulo Cesar Dias Gonçalves, donos de uma clínica de estética em Goiânia, foram presos</a> na quarta-feira (18), em uma operação policial que investiga procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos a pacientes. De acordo com a polícia, os alvos atuavam em uma famosa clínica de estética, localizada no Setor Oeste, em Goiânia, e em outra clínica localizada em Anápolis.

Contra eles, além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, foi realizado o bloqueio de contas, bens e valores, totalizando R$ 2,5 milhões, incluindo percentual das cotas de um helicóptero ano 2024, avaliado em R$ 8 milhões. De acordo com a polícia, diversos pacientes procuraram a delegacia para <a href="https://opopular.com.br/cidades/donos-de-clinica-de-estetica-e-tecnicos-s-o-investigados-por-causar-deformidades-em-pacientes-diz-pc-1.3211426">denunciar que após procedimentos estéticos e cirúrgicos realizados na clínica, ficaram com rostos e corpos deformados</a>.

<h2>Notas na íntegra</h2>

Nota da defesa de&nbsp;Karine e Paulo

Os investigados reafirmam seu compromisso em esclarecer todos os fatos, ao seu tempo e ordem. A Clínica e seus sócios são responsáveis por todos os procedimentos que foram realizados, mas é preciso entender, individualmente, o que ocorreu com cada pessoa. E é isso que se espera e que deve acontecer.

O que causa absoluto espanto è que antes de instaurar a ação penal os ainda investigados já foram julgados e condenados pela autoridade policial sem qualquer direito de defesa.

Por se tratar de processo que tramita em segredo de justiça - mas que está sendo desrespeitado reiteradamente pelo ilustre delegado - não entraremos no mérito das acusações, mas com absoluta certeza, serão esclarecidas.

Romero Ferraz Filho 
OAB.GO 33.000

Tito Souza do Amaral 
OAB.GO 12.443

Nota Cremego

"De acordo com a LEI Nº 12.842, DE 10 DE JULHO DE 2013, que dispõe sobre o exercício da medicina, a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, são atos exclusivos de médicos, portanto, não devem ser exercidos por outros profissionais."

Nota Conselho Regional de Odontologia

"O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CROGO) informa que não teve conhecimento prévio da operação policial realizada na manhã da última quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, que resultou na prisão de profissionais cirurgiões-dentistas inscritos neste Conselho. Conforme divulgado pela mídia, os profissionais são acusados de realizar procedimentos estéticos e cirúrgicos que teriam causado danos físicos a pacientes.

Esclarecemos que, de acordo com a Resolução CFO nº 198/2019, os cirurgiões-dentistas possuem formação e capacidade técnica para a realização de procedimentos de Harmonização Orofacial (HOF), respeitando os limites de atuação da profissão, a legislação vigente e os princípios éticos que regem a Odontologia.

O CROGO repudia veementemente qualquer ato que exponha negativamente a imagem dos profissionais da área, que, em sua grande maioria, exercem sua profissão com excelência, dedicação e respeito à sociedade. Reforçamos nosso compromisso de zelar pela ética e pela segurança dos pacientes, promovendo uma Odontologia responsável e de qualidade.Informamos que eventuais procedimentos administrativos de fiscalização do órgão são sigilosos, não sendo possível compartilhar sua existência ou desdobramentos."

Nota Conselho Regional de Biomedicina

"O Conselho Regional de Biomedicina -- 3ª Região (CRBM-3) informa que está apurando as informações divulgadas pela imprensa e só vai comentar o caso após ser notificado. Informa ainda que a Clínica que pertence à empresária Karine Giselle Gouveia Silva tem registro de Pessoa Jurídica no Conselho. A referida profissional não é biomédica".

<h2>Nota da defesa odontólogo</h2>

A defesa do odontólogo, responsável técnico pela Clínica Karine Gouveia, reitera sua confiança no esclarecimento completo dos fatos e na Justiça. O dentista sempre atuou com responsabilidade e dentro dos mais elevados padrões éticos e profissionais.

Ressaltamos que todas as informações relevantes foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Por fim, destacamos que qualquer julgamento precipitado deve ser evitado, respeitando o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Nayara Caixeta 
Firmes Caixeta Advogados

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