As emissões brasileiras de metano (CH₄) em 2023 foram 6% maiores do que em 2020. Segundo dados da rede Observatório do Clima (OC), divulgados na quarta-feira (27), as emissões de 2023 do gás totalizaram 20,8 milhões de toneladas, superando as 19,6 milhões de toneladas de 2020.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O Observatório do Clima (OC) destaca que o metano é um gás de efeito estufa que pode aquecer o planeta muito mais do que o gás carbônico (CO₂). Suas moléculas, embora tenham vida útil mais curta na atmosfera, de 10 a 20 anos, têm potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o do CO₂ em um período de 100 anos.

A maior parcela das emissões do Brasil de metano na atmosfera vem da agropecuária, principalmente da fermentação entérica, pelo arroto do boi. Em 2023, a agropecuária foi responsável pela emissão de 15,7 milhões de toneladas de metano na atmosfera, ou cerca de 75% das emissões nacionais do gás em 2023.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/oms-lanca-guia-para-enfrentar-calor-extremo-no-trabalho-1.3303073" target="_self">OMS lança guia para enfrentar calor extremo no trabalho</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/espanha-estima-mais-de-1-100-mortos-devido-a-onda-de-calor-1.3301733" target="_self">Espanha estima mais de 1.100 mortos devido a onda de calor</a></div>

“O Brasil aderiu ao Compromisso Global do Metano, um acordo assinado na COP26, em Glasgow, em que mais de 150 países assumiram o compromisso de reduzir em 30% as emissões globais do gás até 2030, em relação a 2020. O Brasil é o quinto maior emissor de CH₄ do mundo (atrás de China, Estados Unidos, Índia e Rússia), mas, assim como outros grandes emissores, não fez quase nada para implementar o compromisso”, destacou o Observatório, em nota.

<h2>Crescimento</h2>

O Observatório ressalta que o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg) do Observatório do Clima apurou que, desde 2015, as emissões de metano brasileiras estão crescendo. Para o Observatório, a comparação entre os níveis de 2005 e 2020 revela aumento de 2% (de 19,2 toneladas para 19,6 toneladas). Já a variação entre os anos de 2005 e 2023 foi de 8,3% (19,2 toneladas para 20,8 toneladas).

“O OC tem mostrado tecnicamente que, para liderar a ambição climática mundial, o Brasil precisa focar em soluções de regeneração florestal, recuperação de solo e adoção de energias renováveis. Ao mesmo tempo, terá de reduzir as emissões de metano, lidando com a magnitude da atividade pecuária, a precariedade da gestão de resíduos sólidos e a pobreza energética”, disse o coordenador do SEEG, David Tsai.

De acordo com o Observatório do Clima, os sistemas de produção de carne e leite são os que têm maior potencial de contribuir para reduzir o metano do setor de agropecuária. “Os números apurados pelo OC reforçam a necessidade de uma resposta rápida e coordenada para a mitigação do metano pelo Brasil. Limitar o CH₄ na atmosfera é um passo importante para controlar o aumento da temperatura da terra e pode oferecer resultados mais rápidos em comparação com o CO₂. Reduzir o metano em 45% é crucial para diminuir o aquecimento global em 0,3 ºC até 2040”, sustenta o Observatório. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima foi procurado pela reportagem, mas ainda não se manifestou.

Emissões de metano no Brasil cresceram 6% em três anos

Cidades

Cidades - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Cidades

Aquecimento global

Foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de Goiânia na terça-feira (26) a Instrução Normativa nº 24, que regulamenta o procedimento administrativo para obtenção da Autorização para Horário Especial de Obras na capital. A Secretaria Municipal de Eficiência (Sefic), responsável pela liberação do documento, definiu os índices de decibéis para todos os horários especiais, como as madrugadas, obedecendo às normas federais. As empresas só poderão atuar fora do período regulamentar mediante requerimento aprovado pelo município, com validade de 90 dias.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

A instrução normativa regulamenta o Artigo 36 do Código de Posturas de Goiânia (Lei Complementar nº 368, de 15 de dezembro de 2023, inciso II) que define a necessidade de uma autorização especial quando as atividades forem executadas fora dos horários convencionais e autorizados: de 7 às 19 horas, de segunda a sexta-feira, e das 7 às 14 horas, aos sábados. A partir de agora, empresas que queiram atuar em horários especiais devem apresentar requerimento no Portal do Contribuinte, disponível na página da Prefeitura de Goiânia na internet. Para isso, precisam ter Cadastro Imobiliário e Alvará de Autorização ou Construção.

Superintendente de Licenciamento da Sefic, Fausto Henrique lembra que o Código de Posturas não define os decibéis a serem respeitados em cada horário. No caso do período especial, que envolve a madrugada, a autorização estabelece os limites previstos em legislação federal, tanto do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), quanto a NBR 10151, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. “A autorização não implica que o limite de decibéis previsto pode ser descumprido.” De acordo com o superintendente, esse tipo de autorização foi pensado para atender, por exemplo, empresas que precisam realizar obras, mas ficam presas aos horários convencionais, como shoppings.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/no-dia-do-silencio-confira-dez-lugares-para-apreciar-a-paz-e-relaxar-a-mente-em-goiania-1.3134472" target="_self">No Dia do Silêncio, confira dez lugares para apreciar a paz e relaxar a mente em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pm-coibe-consumo-de-bebida-em-distribuidoras-1.3162437" target="_self">PM coíbe consumo de bebida em distribuidoras</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/comercio-passa-a-poder-abrir-a-qualquer-hora-em-goiania-1.3104756" target="_self">Comércio passa a poder abrir a qualquer hora em Goiânia</a></div>

Fausto Henrique não acredita que haverá grande demanda por parte de construtoras em razão da obediência à legislação trabalhista. “É um custo muito alto”. O documento não define espaços entre um e outro empreendimento que queira obter a autorização para o trabalho em horário especial. Ou seja, se coincidir que, numa mesma via, a poucos metros de distância, duas empresas obtenham autorização para atividade na madrugada, isso vai ocorrer. “Se todos os critérios exigidos forem obedecidos, não há um limite de obras a serem autorizadas”, explica o superintendente de Licenciamento da Sefic.

Doutor em Física Aplicada à Medicina e docente do Instituto Federal de Goiás (IFG), Lucas Nonato de Oliveira lembra que Goiânia está regulamentando o que já é comum em grandes cidades, mas ele defende um bom planejamento. “Os horários autorizados coincidem com o período de maior sensibilidade de ruído para o ser humano, porque já cessaram os demais observados durante o dia. Para alcançar os decibéis estabelecidos, as empresas precisam planejar cuidadosamente suas atividades. Operações como uso de britadeira e demolição, por exemplo, deveriam ficar apenas em horários normais. E seria interessante um reforço de isolamento acústico.”

Para o professor do IFG, se não houver uma união entre os poderes para resolver de imediato a questão da fiscalização, a população ficará refém da nova norma. “Hoje sabemos que a fiscalização de poluição sonora não é eficiente.” Lucas Nonato defende um estudo mais aprofundado por parte dos setores público e privado para o cumprimento da NBR 10.151 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na qual é baseada a nova instrução normativa. Embora o documento da Sefic cite a versão de 2000, a norma foi atualizada em 2019 com modificações para melhor interpretar os tipos de sons.

“Do ponto de vista da física, tem de ter a eficácia da regulamentação. Será que as empresas vão cumprir os limites? Por outro lado, a fiscalização atuará com equipamentos novos e calibrados? Hoje isso não acontece. Será que essa grande mudança no horário noturno fará com que isso mude? Fica a pergunta para as autoridades.” A NBR 10151 define os procedimentos técnicos que devem ser adotados na execução de medição de níveis de pressão sonora de edificações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 10% da população está exposta a ruídos que podem causar sérios problemas, desde insônia e irritabilidade até estresse e alteração de batimentos cardíacos.

<h2>Sefic prepara novo canal de reclamações</h2>

Desde a reforma administrativa na Prefeitura de Goiânia a Secretaria de Eficiência (Sefic) assumiu todas as atividades de fiscalização, entre elas a de poluição sonora. À frente do trabalho está João Peres, que refuta as acusações de que a fiscalização não tem dado respostas à sociedade. “Todos os dias temos três equipes noturnas atuando em toda a cidade. Somente na área ambiental são 72 auditores trabalhando 24 horas por dia”, afirma o diretor de Fiscalização da Sefic. A maior quantidade de reclamações sobre poluição sonora vem de bairros onde se concentram um maior número de bares.

João Peres explica que neste momento as denúncias continuam sendo recebidas por meio do sistema de atendimento ao cidadão, pelo número 156, ou pelo 161, da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), que redireciona as reclamações para a Sefic. “Estamos trabalhando num canal próprio de reclamação, para que o usuário tenha acesso a nós. Ele deverá entrar no ar em 30 dias. Tivemos reunião esta semana para definir os detalhes e, passado o período de testes, vamos apresentar à população”, detalha o diretor de Fiscalização da Sefic.

Sobre a nova instrução normativa sobre Autorização para Obras em Horários Especiais, João Peres não acredita em grandes mudanças na rotina de seu departamento. “Não temos muitos casos de denúncias envolvendo poluição sonora em atividades de construtora. Aquelas que estiverem com autorização para obra em horário especial estarão no nosso radar. E essas empresas precisam ter ciência de que a autorização é precária. Se os limites de decibéis não forem obedecidos, será revogada.”

Para o diretor de Fiscalização, cabe também ao cidadão contribuir para que haja eficiência dos serviços de auditagem. “A pessoa faz a denúncia, mas não quer fornecer o telefone e o endereço, temendo retaliações. Medimos o nível de decibéis na casa do reclamante e se a poluição sonora não é comprovada, não temos como agir. Quando a denúncia é deficiente, a ação fiscalizatória também fica deficitária.” João Peres cita o exemplo de prédios onde o ruído pode ser maior nos andares mais altos. “No térreo o barulho é menor, não reverbera tanto quanto no alto.”

<img attr-cid="policy:1.3305758" attr-version="policy:1.3305758:1756430680" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3305758/290825-vidt_horarioespecialdeobras.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" />

Prefeitura de Goiânia lança normas para horários especiais em obras da construção civil

Poluição sonora

Mineração

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou nesta quarta-feira (27), por unanimidade, o projeto encaminhado pelo Executivo para estabelecer regras e estratégias para a <a href="https://opopular.com.br/politica/projeto-preve-prioridade-e-fundo-aos-minerais-criticos-1.3304466" target="_self">exploração de minerais críticos no estado</a>. Depois de pedido de vistas da oposição na Comissão Mista, a matéria teve rápida tramitação e contou com duas votações no plenário em período de 10 minutos, até obter 22 votos favoráveis na apreciação final.

Depois das votações a jato, o presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), pediu agilidade na extração do autógrafo de lei no Legislativo e afirmou que o governador Ronaldo Caiado (UB) já iria sancionar a matéria. O governo planeja criar o Fundo Estadual de Desenvolvimento dos Minerais Críticos (FEDMC) para financiar ações relacionadas à ampliação da cadeia produtiva do setor de minerais críticos.

Como antecipado pelo POPULAR, o objetivo é que o estado seja capaz de exportar mercadorias com valor agregado. O projeto estabelece a Autoridade Estadual de Minerais Críticos (Amic), que será responsável por assessorar o governador na formulação de políticas públicas sobre o tema. O texto ainda autoriza a instituição de Zonas Especiais de Minerais Críticos (ZEMCs), que apresentem potencial comprovado de exploração, beneficiamento, industrialização e comercialização.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Confira mais detalhes sobre a mineração no g1 Goiás:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/07/26/terras-raras-cidade-em-goias-e-a-unica-fora-da-asia-a-produzir-em-escala-comercial-quatro-elementos-essenciais.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">Terras raras: cidade em Goiás é a única fora da Ásia a produzir em escala comercial quatro elementos essenciais</a></li>
</ul>

A matéria determina que os empreendimentos localizados nestes espaços terão prioridade de licenciamento ambiental. A agilidade na tramitação da proposta na Alego levou em consideração a agenda de Caiado nesta quinta-feira (28), que vai receber comitiva do governo do Japão para discutir a extração de terras raras em Goiás.

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, explicou que os processos terão preferência, por exemplo, na análise, passando à frente na fila “porque é um projeto estratégico para o estado e para o País”. Já as zonas especiais, segundo ele, serão criadas por ato do governador, após deliberação da Amic. Nestas unidades, poderão ser concedidos benefícios econômicos, fiscais e creditícios.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/projeto-preve-prioridade-e-fundo-aos-minerais-criticos-1.3304466" style="font-size: 12px;" target="_self">Projeto prevê prioridade e fundo aos minerais críticos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-de-goias-enviara-projeto-sobre-terras-raras-a-alego-1.3296373" style="font-size: 12px;" target="_self">Governo de Goiás enviará projeto sobre terras raras à Alego</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/minerac-o-quer-atuac-o-publica-efetiva-e-perene-1.3295883" style="font-size: 12px;" target="_self">Mineração quer atuação pública efetiva e perene</a></div>

Único a se posicionar contra a proposta, o deputado estadual Major Araújo (PL), foi quem manteve o pedido de vistas à matéria e impediu a votação ainda na terça-feira. Nesta quarta, no entanto, o parlamentar deixou o plenário depois de discursar pela rejeição e não registrou voto, o que levou ao aval por unanimidade.

“Esse projeto é inconstitucional e ilegal porque o estado não é competente para legislar sobre essa matéria ou criar uma autoridade na área mineral. Essa competência sobre a mineração é do governo federal. O que o governador está fazendo é um ação simplesmente midiática e não tem efeito prático nenhum, além de criar uma nova estrutura com cargos para o estado que vai pesar nos cofres públicos”, defendeu o opositor.

Em resposta, o líder do governo na Casa, Talles Barreto (UB), garantiu haver competência do estado para definir regras para a exploração dos minerais críticos em Goiás. “O estado tem competência para dar licença ambiental e para eles poderem explorar, tem que ter licença ambiental. O governo define que pode dar a licença, mas queremos que esses produtos sejam trabalhados aqui em Goiás e que possamos aprender essa tecnologia”, afirmou.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); font-size: 12px; text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; outline: 0px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

Os minerais críticos são vistos como fundamentais para transição energética e produção de tecnologias. Entre eles estão as terras raras, usadas na fabricação de carros elétricos, TVs, smartphones, entre outros. O Japão já sinalizou interesse em investir em terras raras em Goiás, movimento que levou Caiado a decidir acompanhar diretamente as ações do estado específicas para a área. O aceno ocorreu em julho, durante uma missão do estado de Goiás ao país.

De acordo com a minuta do projeto de lei, o FEDMC, o Fundo de Terras Raras de Goiás, será abastecido com recursos do orçamento estadual, alocados de forma específica para este fim; royalties e taxas específicas que incidem sobre a exploração e comercialização de minerais críticos e que sejam designadas pela Amic para compor o fundo; e recursos de convênios, contratos ou parcerias celebrados com instituições nacionais ou internacionais.

<div attr-cid="policy:1.3304629" attr-version="policy:1.3304629:1756221151" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3304629" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3304629', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3304629">Mineração (1.3304629)</a></div>

<h2>Fundeinfra</h2>

O plenário da Alego também aprovou nesta quarta, em segunda e última votação, o projeto que autoriza repasse do governo de R$ 1,163 milhão ao Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), por meio da abertura de crédito especial ao Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). A tramitação chegou a ser travada, desde a última quarta-feira (20), pela bancada de oposição por meio de pedido conjunto de vistas na Comissão Mista.

Com a aprovação, o governo vai bancar gastos com custeio, pessoal e investimentos na organização privada.

Prioridade a minerais críticos é aprovada de forma unânime por deputados

Política

Política - título

Matéria - Política

Assembleia Legislativa

Estudo internacional divulgado nesta quarta-feira (27) avalia o impacto do desmatamento de florestas tropicais sobre a saúde humana. A pesquisa utilizou, de forma inédita, uma escala pantropical, que inclui todas as regiões tropicais do mundo: Américas, África e Ásia. Apesar das variações regionais, os resultados apontaram que, em todas as regiões tropicais, há uma ligação direta entre perda de floresta, aumento de temperatura local e elevação de mortalidade. Ao todo, são cerca de 28 mil mortes anuais. A pesquisa alerta que quase todas as mortes são evitáveis.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

O trabalho foi publicado na revista científica Nature Climate Change, liderado pelo Instituto de Ciência do Clima e Atmosfera da Universidade de Leeds (Reino Unido), em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia (Gana).

Segundo a investigação, em quase 20 anos – entre 2001 e 2020 –, 345 milhões de pessoas foram expostas ao aquecimento local resultante do desmatamento em regiões tropicais. Em média, as populações experimentaram um aumento de 0,27 °C na temperatura da superfície terrestre durante o dia. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, esse valor pode parecer modesto, mas tem efeitos diretos sobre a mortalidade.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mudancas-climaticas-ganham-espaco-oficial-de-debate-em-goiania-1.3305300" target="_self">Mudanças climáticas ganham espaço oficial de debate em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/desmatamento-no-cerrado-cai-pela-1-vez-em-4-anos-e-na-amazonia-tem-leve-alta-1.3297429" target="_self">Desmatamento no cerrado cai pela 1ª vez em 4 anos, e na amazônia tem leve alta</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/vaz-o-das-bacias-no-cerrado-cai-35-em-40-anos-1.3280263" target="_self">Vazão das bacias no Cerrado cai 35% em 40 anos</a></div>

Em termos de impacto à saúde, a consequência mais grave revelada pelo estudo é a estimativa de 28.330 mortes não acidentais por ano atribuídas ao calor induzido pelo desmatamento, com intervalo de confiança de 23.610 a 33.560 mortes anuais.

O Sudeste Asiático lidera o impacto, com 15.680 mortes por ano, impulsionado principalmente pela vulnerabilidade da população da Indonésia ao calor. A África tropical, embora com maior número de pessoas expostas e taxas de mortalidade geral mais altas, apresenta menor vulnerabilidade térmica, totalizando 9.890 mortes por ano. As Américas Central e do Sul tropical, com forte aquecimento, mas menor densidade populacional nas áreas afetadas, somam 2.520 mortes anuais.

<h2>Perdas</h2>

A perda de cobertura florestal no período analisado foi de cerca de 1,6 milhão de quilômetros quadrados (km²), sendo 760 mil km² nas Américas Central e do Sul tropical, 490 mil km² no Sudeste Asiático e 340 mil km² na África. A perda de vegetação coincidiu com aumentos significativos de temperatura. Regiões que mantiveram cobertura florestal preservada apresentaram aquecimento médio de 0,2 °C, enquanto áreas desmatadas chegaram a aquecer 0,7 °C, ou seja, mais de três vezes acima da média. Entre as áreas de 1 km² que tiveram os maiores aumentos de temperatura (mais de quatro desvios padrão da média), 60% sofreram desmatamento no período. Os pesquisadores destacam que o aquecimento induzido pelo desmatamento reduz a produtividade laboral e expõe milhões de pessoas a riscos com o trabalho ao ar livre.

Desmatamento causa mais de 28 mil mortes anuais por calor, diz estudo

Mudanças climáticas

Grama

WEBSTORIES MABEL SINTÉTICO

A implantação de <a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-estuda-ampliar-uso-de-grama-sintetica-e-cita-parque-vaca-brava-1.3302510" target="_self">grama sintética em canteiros centrais</a> de dois trechos de vias em Goiânia neste mês teve repercussão em todo o País, com técnicos e entusiastas das áreas ambiental e de urbanismo se colocando contra a iniciativa da Prefeitura. A ação é inédita em todo o Brasil e não há informação sobre uso do objeto em espaço público em outras cidades do mundo.

A partir da intervenção na capital, o botânico e paisagista Ricardo Cardim, mestre pela Universidade de São Paulo (USP) e que se tornou referência na área de arquitetura paisagística, produziu um vídeo para suas redes sociais – ele conta com 164 mil seguidores –, contestando o uso da grama artificial nas cidades, ressaltando a importância da vegetação natural e os problemas que causam o objeto. “A única semelhança entre elas é o nome grama, porque isso daqui é um tapete de plástico feito de petróleo”, disse na gravação, ao mostrar a grama sintética.

<img attr-cid="policy:1.3305305" attr-version="policy:1.3305305:1756344015" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3305305/Vida Urbana - ricardo cardim.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Ricardo Cardim condena grama artificial em vias: “Plástico é só plástico” ( Divulgação / Instagram)

“É totalmente errado usar grama artificial nas cidades. Por favor, estudem”, reforçou Cardim. A engenheira ambiental e bióloga, Juliana Alencar, pesquisadora da USP, também publicou um vídeo. “Esse vídeo mostra pra gente, de forma bem didática, o abismo que existe entre o conhecimento teórico e acadêmico e o que está sendo feito nas cidades. Isso escancara a urgência que há em desenvolver tecnicamente os agentes públicos. Porque, no final das contas, se isso foi executado é porque alguém tomou uma decisão técnica e liberou compra, baseado numa premissa equivocada”, afirmou, mostrando uma imagem da Avenida Castelo Branco durante a instalação da grama sintética. Segundo a Prefeitura, o produto foi comprado na gestão anterior e estava estocado.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Veja repercussão sobre a medida no g1 Goiás:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/08/20/prefeitura-de-goiania-instala-grama-artificial-em-espacos-publicos-e-divide-opinioes.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">Prefeitura troca grama natural por sintética em espaços públicos e divide opiniões em Goiânia</a></li>
</ul>

O vídeo original havia sido republicado também pelo Instituto Brasileiro de Sustentabilidade (INBS), uma entidade referência no setor de consultoria ambiental em cidades no Brasil, e teve mais de 60 mil visualizações. Na publicação de Cardim, são mais de 500 comentários criticando a Prefeitura de Goiânia. Ao POPULAR, o botânico afirmou que, ao saber da notícia do uso da grama sintética na capital, entendeu ser “um enorme retrocesso”.

<cite>É algo que vai na contramão da sustentabilidade das cidades, num momento de mudanças climáticas como estamos vivendo, em que a gente tem ciência de alta qualidade mostrando a importância de plantas vivas para a saúde pública, o equilíbrio ecológico, a mitigação de ilhas de calor que levam a efeitos climáticos extremos. Um grande retrocesso”, ressaltou. </cite>

<div attr-cid="policy:1.3305376" attr-version="policy:1.3305376:1756383072" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3305376" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3305376', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3305376">Grama (1.3305376)</a></div>

Cardim explicou que a grama sintética é um material que nada tem a ver com grama, “a não ser uma possível aparência”. Para ele, “trata-se de plástico, material derivado do petróleo sintético, com toxinas em sua composição, que se degrada e libera microplásticos na atmosfera, podendo ser inalado, incorporado na cadeia alimentar.”

O botânico lembra que a ciência mostra que os seres humanos já possuem, por exemplo, microplástico no sangue. “Esse material dura por volta de 810 anos e depois tem de ser jogado fora. Então, é um material completamente inadequado para ser usado em áreas verdes. As áreas verdes tem de ter vegetação viva, plantas vivas, que são capazes de liberar umidade na atmosfera, o que é muito importante considerando a estação seca de Goiânia que é muito forte”, ressalta. Dessa forma, segundo ele, a grama natural é capaz de aumentar o volume das chuvas, regular o clima, além de diminuir barulho, segurar poeira, reciclar gases tóxicos e abrigar a fauna, entre outras questões.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-estuda-ampliar-uso-de-grama-sintetica-e-cita-parque-vaca-brava-1.3302510" target="_self">Mabel estuda ampliar uso de grama sintética e cita Parque Vaca Brava</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/das-flores-e-jardins-de-nion-a-grama-sintetica-da-comurg-1.3301399" target="_self">Das flores e jardins de Nion à grama sintética da Comurg</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/do-trafico-no-parque-ao-lixo-ac-es-de-mabel-geram-controversia-1.3293180" target="_self">Do tráfico no parque ao lixo, ações de Mabel geram controvérsia</a></div>

Cardim considera que, até por isso, são muitos os benefícios das plantas vivas. “Fora que essas gramas sintéticas esquentam muito. Elas chegam a 60, 70 graus centígrados, e queimam a pele das pessoas se entrar em contato nas horas mais quentes do dia. É um material completamente inadequado e jamais pode substituir qualquer tipo de planta nas áreas verdes”, diz.

Até o momento, a Prefeitura instalou as gramas sintéticas em dois pontos da cidade: em uma parte da Avenida Castelo Branco e na Rua 44. O prefeito Sandro Mabel (UB), chegou a afirmar ter a intenção de expandir a ação a outros lugares da cidade, até mesmo parques públicos, citando o Parque Vaca Brava, no Setor Bueno.

Para Cardim, no entanto, não existe nenhum ponto positivo para o uso de grama sintética em espaço público. “É um grande erro. Precisamos de vegetação viva, nativa no espaço público. As evidências científicas estão aí. A ciência está aí. Desconsiderar a ciência é negacionismo científico”, explica. Nesta quarta-feira, Mabel afirmou, durante o lançamento do Fórum Goianiense de Mudanças Climáticas, que a implantação de grama sintética é uma solução prática, com benefício para o tráfego de veículos – já que não precisará reduzir o fluxo com a poda da grama natural – e também com redução do custo de manutenção.

<div attr-cid="policy:1.3302631" attr-version="policy:1.3302631:1755783244" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3302631" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3302631', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3302631">WEBSTORIES MABEL SINTÉTICO (1.3302631)</a></div>

<h2>Projeto é experimental e será avaliado após 60 dias</h2>

O uso da grama sintética nos canteiros centrais de Goiânia foi iniciado em meados de agosto e deve durar pelo menos dois meses, de acordo com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), responsável pela implantação do objeto ao longo dos dois trechos escolhidos. A expansão da novidade para outros pontos, o que já possui o apoio do prefeito Sandro Mabel (UB), vai depender de avaliação técnica. A análise se dará após 60 dias da implantação. Consta como pontos positivos, na visão da Prefeitura, facilidade de manuseio e menor custo de manutenção, na comparação com a grama natural, que é mais comum de ser usada no espaço público.

“Eu penso ‘moderno’ em umas coisas. Como naquela Avenida Castelo Branco, para começar por ali. Lá tem 90 centímetros de canteiro. A grama (artificial) que colocamos lá primeiro, neste tempo agora, tem dois graus a menos (de calor) que a grama normal. Fui lá, filmei com o medidor. Não é que tem excesso de temperatura a mais. Tem três vezes mais permeabilidade, infiltra três vezes mais que a grama comum, porque é toda perfurada e assentada em cima de areia e brita. Ela não transborda igual a grama esmeralda e não deixa de infiltrar a água da mesma forma”, disse o prefeito, no lançamento do Fórum Goianiense de Mudanças Climáticas. A declaração contraria todas as opiniões técnicas sobre o assunto.

Além disso, ressalta o prefeito, na Castelo Branco é preciso podar a grama natural 80 vezes por ano. “Como é um canteiro de 90 centímetros, tenho que podar com quatro pessoas segurando a tela, duas de cada lado, 18 vezes por mês. Tem de regar todos os dias. Então atrapalhar o trânsito nesses períodos pra quê? A água desses pequenos canteiros, se você passar num dia de chuva, vai ver que transborda ela toda. Ela (grama sintética) vai recarregar o solo muito mais rápido naquele pequeno espaço e vai tirar a água de cima da pista e vai evitar o caminhão-pipa todo dia lá para molhar um negócio que é muito pequeno. É só pelo efeito prático de algumas coisas”, diz.

Para o botânico e paisagista, Ricardo Cardim, mestre em Botânica pela Universidade de São Paulo (USP), os argumentos de Mabel para defender o uso da grama sintética em espaço público não possuem fundamento. “Esses argumentos não se fundamentam de forma alguma. Menor custo de manutenção comparado a quê? Ele não está falando de coisas semelhantes, a gente fala de plantas vivas que trazem benefícios diretos para a população. O que eles estão falando é de plástico, então não é comparável à grama, muito menos com relação à manutenção. Atrapalhar tráfego de veículos é planejamento, é manutenção da arborização, da vegetação, também não tem o menor cabimento esse argumento. Esquenta menos do que a grama seca? Mesmo a grama quando ela está seca, ela é um ser vivo, ela tem ali fotossíntese, ela está trabalhando, ela está melhorando a vida das pessoas. Plástico é somente plástico”, ressalta.

Em sua postagem sobre o assunto, Cardim afirma ainda que as plantas naturais servem para ligar o lençol freático à atmosfera, fazendo a regulação do clima, reciclagem do ar, e ajudam até mesmo na questão psicológica dos moradores, pela paisagem urbana. A bióloga e pesquisadora da USP, Juliana Alves, em seu vídeo sobre a implantação da grama sintética nos canteiros centrais de algumas vias de Goiânia, considera a ação uma aberração.&nbsp;

Outro influenciador de abrangência nacional que comentou a ação foi Dirley Pinheiro, que possui mais de 98 mil seguidores. No caso, Pinheiro chamou a ação de “urbanismo de fachada”. Ele considera que o efeito visual imediato é até “ok”, mas o problema seria a substituição da vegetação viva por plástico, que aumenta a temperatura local e ainda gera lixo difícil de reciclar, o que se torna um impacto ambiental em longo prazo. “Isso aqui é uma ideia de jerico, que só fez impermeabilizar o solo. Da próxima vez, seria interessante pensar em soluções mais inteligentes e criativas, não é, prefeitura?”, finaliza.

A grama sintética tem tido aumento de seu uso em locais privados, sobretudo em parques infantis e espaços como coberturas prediais. Porém, o objeto tem ficado mais popular por sua adoção em gramados esportivos, sobretudo campos de futebol. A implantação, contudo, tem gerado polêmica entre jogadores profissionais no Brasil, que alegam maior risco de lesões, sobretudo ligamentares e nos joelhos, o que foi publicizado até mesmo pelo atacante Neymar, do Santos Futebol Clube.

<img attr-cid="policy:1.3305304" attr-version="policy:1.3305304:1756343889" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3305304/280825-vidt_bemdiferente.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" />

Grama sintética de Goiânia repercute com críticas de especialistas pelo País

Meio ambiente

O Popular