Entenda por que pedra na vesícula de boi vale mais que ouro

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Pedras encontradas nas vesículas de alguns bois são utilizadas na indústria farmacêutica (Acervo pessoal / Mohana Dias das Neves Pagoto)

Enquanto o quilo do ouro está valendo pouco mais de R$ 31 mil, o quilo do cálculo biliar encontrado na vesícula de bovinos pode chegar a R$ 37 mil. A auditora fiscal federal agropecuária, Mohana Pagoto, explicou ao POPULAR que essas pedras raras e caras são resultadas por um acúmulo de sais, e não necessariamente estão relacionadas à doenças. Segundo ela, a pedra na vesícula de bois é utilizada pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos.

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Essas pedras não são encontradas em todos os bovinos, segundo Mohana, e essa raridade justifica o preço alto. “Esse cálculo é mais encontrado em animais mais velhos e em regime de pasto, criação extensiva. Então, não é fácil de achar”, falou ela. Outra questão é que, mesmo quando encontradas, as pedras são pequenas. “Muitas delas não chegam nem a um grama de peso”, explicou ela.

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<h2>Valor</h2>

O preço das pedras é variável, por conta do tamanho, volume, qualidade e formato, segundo o médico veterinário Gustavo Caetano Lobo, especialista em produção e reprodução bovina. No Brasil, o preço da pedra varia de R$ 12 a R$ 37 mil por quilo, informou Mohana. Ainda segundo ela, fora do país, no exterior, o quilo pode chegar a US$ 6.5 mil.

Gustavo explicou também que o comum nos frigoríficos é vender este material por grama, já que são encontrados em pequena quantidade. Os dois especialistas afirmam que essas pedras não afetam a qualidade da carne para o consumo.&nbsp;

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Pedras encontradas na vesícula de bois são resultadas por um acúmulo de sais, de acordo com a auditora fiscal federal agropecuária, Mohana Pagoto (Acervo pessoal / Mohana Dias das Neves Pagoto)

<h2>Retirada das pedras</h2>

A retirada dessas pedras do animal acontece após o abate para o consumo de carne, explicou ao POPULAR o médico veterinário Gustavo Caetano Lobo. “Na limpeza, geralmente o frigorífico tem um técnico capacitado para estar avaliando essa vesícula e está retirando essas pedras após o abate”, disse ele.

“No momento do abate do animal, é retirado o fígado com a vesícula biliar. Dentro da vesícula, tem o líquido biliar. Quando o animal tem essa pedra, esta está dentro da vesícula biliar. No momento em que você faz o corte, já sai o líquido com a pedra”, explicou Mohana sobre a retirada.&nbsp;

O veterinário explicou que é raro que essas pedras afetem a saúde do animal ou que precisem ser retiradas em vida. “O diagnóstico é muito difícil em bovinos, não é igual em humanos”, ressaltou ele.&nbsp;

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Bois no confinamento (Acervo pessoal / Mohana Dias das Neves Pagoto)

<h2>Utilidade</h2>

Essas pedras são compradas para a fabricação de remédios, segundo os especialistas. Gustavo destacou que os medicamentos que costumam ser fabricados com este material são utilizados para vias respiratórias, como por exemplo, asma. “Essas medicações voltadas para a respiração, para problemas respiratórios humanos”, disse.

“Dizem que elas curam muitas doenças, como febre, convulsão. Doenças que dão em crianças. Uma gama enorme de doenças. Elas são usadas na medicina, para a saúde”, finalizou Mohana.

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RARA E CARA

Os colares instalados nos animais são recarregados por energia solar e têm vida útil de cinco anos. Dotados de GPS e acelerômetro, os equipamentos enviam sinais para a antena colocada na propriedade rural e o aparato, por sua vez, remete os dados para o armazenamento em nuvem e acesso online.

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Outra funcionalidade do InstaBov está ligada ao mapeamento do local. Ele permite aprimorar a rotação de pastagens, por exemplo. “É possível saber, por um sistema de calor, onde tem pasto faltando ou sobrando, e remanejar os animais de forma a aproveitar melhor os recursos, tornando a fazenda mais rentável”, explica Fernando Moraes, da InstaBov.

Os pesquisadores da Embrapa e do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) da UFG acreditam que a tecnologia abre possibilidades para novas aplicações de inteligência artificial (IA) que podem incrementar a produtividade na pecuária de corte. Por isso, as instituições de pesquisa deve firmar uma parceria com a Agropecuária VR para o desenvolvimento de mais aplicações com inteligência artificial que possam beneficiar a pecuária de corte.

O coordenador de projetos do Ceia/UFG, o professor Iwens Sene acredita que, a partir dos dados capturados pelo InstaBov, é possível usar a inteligência artificial não apenas para monitorar a saúde do animal em tempo real, mas também para prever estes problemas. “Vamos encampar um projeto usando inteligência artificial para entender melhor o comportamento do animal, pensando na saúde, ganho de peso e na parte financeira do empreendimento. Esta tecnologia é um caminho sem volta”, afirma.

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Para isso, pesquisadores irão coletar dados, usando inteligência artificial. “Pensando num animal de elite, que tem alto valor agregado, podendo monitorar em tempo real a saúde dele, você consegue prever futuros problemas e antecipar soluções que possam evitar grandes prejuízos futuros”, explica.

Novas práticas

O pesquisador doutor Eduardo Eifert, da área de nutrição de ruminantes da Embrapa Cerrados, considera que os dados produzidos pelo monitoramento por GPS podem, por exemplo, gerar novas práticas de manejo, tanto de animais, quanto de pastagens. Ele passa a ser uma ferramenta a mais de pesquisa sobre o comportamento animal, podendo cobrir aspectos que outras ferramentas não cobrem, como o impacto do sombreamento no gado a pasto. “Quanto tempo esse animal passa debaixo da sombra e qual o reflexo disso na produtividade são perguntas que poderão ser respondidas”, prevê o pesquisador.

Para ele, a nova ferramenta de monitoramento do comportamento animal e pesquisas pode ter várias indicações e ajudar na tomada de decisões na propriedade rural. “Possivelmente, vamos lançar um projeto em parceria com a UFG, Emater e Secretaria de Estado da Agricultura. O objetivo é agregar, além do monitoramento por GPS, mais práticas de manejo que beneficiarão o produtor”, avisa.

Parceria quer ampliar aplicações da IA na pecuária

Economia

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Agronegócio

Abate em Goiás

A alta nos custos de produção e a queda no preço da arroba do boi reduziram o volume de abates de bovinos em Goiás no ano passado. Por outro lado, a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada nesta quarta-feira (15) pelo IBGE, também mostrou um crescimento dos abates de suínos e aves e na produção de ovos em 2022, indicando que o consumidor substituiu a carne bovina por outras proteínas mais baratas.

Foram abatidas 2,9 milhões de cabeças de gado no estado no ano passado, 0,8% menos que em 2021. Segundo o IBGE, a queda se deve principalmente à redução de 16% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre do ano, o maior recuo entre os estados. Goiás foi o quarto maior produtor nacional, respondendo por cerca de 10% das 29,8 milhões de cabeças de bovinos abatidas em todo o País.

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o contrário de Goiás, os abates no País aumentaram 7,5% na comparação com 2021. “Em Goiás, podemos dizer que houve quase uma estabilidade da produção em 2022, enquanto o crescimento no Brasil ocorreu depois de duas quedas consecutivas”, destaca o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira. Além disso, ele lembra que o estado já tinha registrado um crescimento considerável dos abates em 2021, na comparação com o ano anterior.

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Edson ressalta que as exportações também continuaram em alta no ano passado, mesmo com embargos sofridos por alguns frigoríficos brasileiros. Outro problema, segundo ele, é que o mercado interno continuou sendo afetado pela alta de preços acima da inflação. Segundo o IPCA, que mede a inflação oficial, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022, o preço da carne bovina subiu, em média, 30% em Goiânia. “Com a queda no poder aquisitivo da população e a alta nos preços, o consumo per capita foi reduzido ao menor patamar em 26 anos”, lembra o superintendente. Isso tem um peso relevante nos abates, pois a maior parte da produção nacional é destinada ao mercado interno.

Enquanto isso, Goiás abateu 2 milhões de suínos, um número recorde da série histórica. Após uma alta de 13% no quarto trimestre, o abate de frangos atingiu 466,4 milhões de unidades em 2022, uma alta de 0,9% em relação a 2021 e o maior valor da série histórica goiana. Assim como no caso dos suínos, o abate de frangos se beneficiou da alta demanda no mercado interno, com preços mais em conta que a carne bovina. O estado também produziu 103,2 milhões de dúzias de ovos em 2022, 2,9% mais que no ano anterior.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado (Sindicarne), Leandro Stival, lembra que Goiás é um dos maiores confinadores do País, mas o segundo giro anual de confinamento foi desestimulado pelos altos custos de produção e a queda no preço da arroba do boi, que impactou o volume de gado pronto para abate. “A população também perdeu o poder de compra e a inflação e o preço mais alto derrubaram o consumo da carne bovina”, afirma.

Alta nos custos faz Goiás abater menos bovinos e mais suínos

Pecuária

Goiás registrou crescimento no abate de bovinos, suínos e frangos no primeiro trimestre do ano, segundo mostrou pesquisa do IBGE divulgada nesta semana. Somente no período, foram 116,3 milhões de frangos abatidos, o que representa aumento de 2,1% em relação aos três meses anteriores e um recorde para a série histórica, que teve início em 1997.&nbsp;&nbsp;Este número fez com que o estado se consolidasse como quinto maior abatedor do País. O Paraná ocupa o primeiro lugar com 517,9 milhões de animais abatidos. Para o analista técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag), Marcelo Penha, o incremento pode ter relação com a expansão da indústria em Nova Veneza, que ainda promete aumento a longo prazo na produção.&nbsp;O abate de suínos também alcançou marca histórica com 514,5 mil cabeças, um aumento de 4,0% em relação ao 4º trimestre de 2021. Neste caso, assim como aconteceu no Brasil, uma das explicações para o aumento é a tendência de substituição da carne bovina.&nbsp;Houve uma queda nas exportações e um aumento da oferta no mercado interno. Com valor mais acessível, diante da queda de renda das famílias, a procura aumentou. Por outro lado, isso também contribuiu para queda nos preços pagos ao produtor em relação ao cenário do ano passado.&nbsp;Bovinos Já no caso da carne bovina, há uma recuperação que a pesquisa mostra que está em curso. Com 673 mil cabeças abatidas, há queda de 13,5% em relação ao trimestre anterior. Contudo, houve aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, o segundo aumento consecutivo na comparação por trimestre, após duas quedas em 2019 e 2020.&nbsp;Essa reação é explicada pelo maior abate de fêmeas, que foram poupadas para procriação, devido à valorização nos preços de bezerros. Marcelo Penha, do Ifag, lembra que há também influência do aumento da exportação.&nbsp; “No pós-pandemia, houve melhoria no consumo pela retração de 2021. Melhoria da economia interna e externa proporciona esse aumento para Goiás”, defende.&nbsp;Leia também:&nbsp; -<a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/pre%C3%A7o-do-leite-dispara-21-3-este-ano-em-goi%C3%A1s-1.2470987" target="_blank">Preço do leite dispara 21,3% este ano em Goiás</a> -<a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/proje%C3%A7%C3%B5es-indicam-colheita-recorde-de-gr%C3%A3os-em-goi%C3%A1s-1.2470069" target="_blank">Projeções indicam colheita recorde de grãos em Goiás&nbsp;</a> -<a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/alto-custo-de-plantio-deve-reduzir-pr%C3%B3xima-safra-de-gr%C3%A3os-que-pode-ser-a-mais-cara-da-hist%C3%B3ria-1.2468208" target="_blank">Alto custo de plantio deve reduzir próxima safra de grãos, que pode ser a mais cara da história</a>

Goiás registra crescimento no abate de bovinos, suínos e frangos

Os dados da produção animal para o primeiro trimestre de 2021 mostram que o abate de bovinos recuou 10,3%, o de suínos aumentou 4,9% e o de frangos teve alta de 2,4%, na comparação com o mesmo período de 2020. É o que mostram os primeiros resultados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são da Agência Brasil.Em relação ao quarto trimestre de 2020, o abate de bovinos apresentou queda de 10,5% e o de suínos cresceu 0,2%, enquanto o de frangos ficou estável. No período analisado, foram abatidos 6,54 milhões de cabeças de bovinos sob inspeção sanitária, totalizando 1,72 milhão de toneladas de carcaças bovinas. Isso representa retração de 6,8% em relaçã mesmo trimestre de 2020 e de 12,7% em relação ao trimestre anterior.Quanto aos suínos, foram abatidos no primeiro trimestre deste ano 12,53 milhões de cabeças, acumulando peso de carcaças de 1,15 milhão de toneladas. O aumento foi de 7,2% na comparação anual e de 2,5% na trimestral.O abate de frangos no período da pesquisa totalizou 1,55 bilhão de cabeças, com peso acumulado das carcaças de 3,63 milhões. O acréscimo na comparação anual foi de 4,3% e na trimestral, de 1,6%.A aquisição de leite chegou a 6,52 bilhões de litros, o que representa alta de 1,3% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e queda de 3,3% na comparação com o trimestre anterior. Por outro lado, a aquisição de peças de couro pelos curtumes caiu 6,6% na comparação anual e 8% na trimestral, somando 7,07 milhões de peças inteiras de couro cru.Foram produzidos 972,94 milhões de dúzias de ovos de galinha nos três primeiros meses deste ano, o que representa quedas de 0,1% na comparação anual e de 1,8% em relação ao último trimestre de 2020.