Entidades de imprensa emitiram nota conjunta em defesa da liberdade de imprensa e de repúdio ao discurso de ódio, em relação aos ataques do vereador Sargento Novandir (sem partido), que utilizou a tribuna da Câmara de Goiânia no último dia 15 de fevereiro para criticar reportagem do jornal O POPULAR. A matéria mostra que 3 a cada 10 mortes violentas em Goiás são por açao policial. Ele rasgou o jornal e disse que desejava que as 10 mortes fossem praticadas por forças policiais.O manifesto é assinado pelo O Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos em Jornalismo, iniciativa do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino, Sindicato de Jornalistas de Goiás, Núcleo de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos e Faculdade de Informação e Comunicação da UFG."Ao atacar o jornal pelo conteúdo publicado, inclusive rasgando um exemplar na Tribuna da Câmara, o vereador limitou-se a fazer apologia e incitação à violência sem apresentar uma única informação capaz de contrapor a matéria jornalística. Ele enfatizou seu desejo nefasto de que “as 10 das 10 (mortes) fossem praticadas por forças policiais. Porque dessa forma estariam morrendo 10 criminosos, 10 bandidos”. E acrescentou que Goiás tem de ser o estado que mais mata bandidopara que possamos ter paz", diz trecho da nota. (Veja íntegra abaixo) Ataque na tribunaO vereador, que se vestiu de palhaço e colocou a arma sobre a tribuna no dia 1º de fevereiro, em cena que ganhou repercussão nacional, disse que o jornal O POPULAR "vive perseguindo a Polícia Militar" e deveria fechar."No meu entendimento, no entendimento do cidadão de bem, nosso desejo é que as 10 das 10 fossem praticadas por forças policiais. Porque dessa forma estariam morrendo 10 criminosos, 10 bandidos", afirmou, para completar: "Goiás tem de ser o Estado que mais mata bandido para que possamos ter paz".Veja íntegra da nota conjunta"O Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos em Jornalismo, iniciativa do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino, Sindicato de Jornalistas de Goiás, Núcleo de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos e Faculdade de Informação e Comunicação da UFG, manifesta seu profundo repúdio à atitude do vereador Sargento Novandir (sem partido) que usou a Tribuna da Câmara dos Vereadores de Goiânia, no dia 15 de fevereiro de 2022, para atacar o legítimo trabalho da imprensa, proferindo um discurso de ódio e fazendo apologia e incitação à violência.A sórdida manifestação do vereador foi feita em razão da reportagem do jornal O Popular, intitulada “3 a cada 10 mortes violentas em Goiás são por ação policial”, com base em informações recentes da última edição do Anuário de Segurança do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A reportagem também traz depoimentos de especialistas, pesquisadores, criminalistas, autoridades do Ministério Público e familiares de vítimas de casos emblemáticos de violência policial em Goiás,demonstrando a seriedade da abordagem jornalística.Ao atacar o jornal pelo conteúdo publicado, inclusive rasgando um exemplar na Tribuna da Câmara, o vereador limitou-se a fazer apologia e incitação à violência sem apresentar uma única informação capaz de contrapor a matéria jornalística. Ele enfatizou seu desejo nefasto de que “as 10 das 10 (mortes) fossem praticadas por forças policiais. Porque dessa forma estariam morrendo 10 criminosos, 10 bandidos”. E acrescentou que Goiás tem de ser o estado que mais mata bandido para que possamos ter paz".Ao fazer tal afirmação, o vereador desrespeita princípios básicos da justiça como o direito à defesa e a um julgamento justo, do devido processo legal, da exigência legal do uso proporcional da força e ainda despreza a dor de inúmeras famílias de vítimas da violência policial, defendendo a pena de morte que sequer existe na legislação brasileira.Sua conduta prejudica a imagem de todo o Poder Legislativo goiano, ataca os princípios jurídicos exigidos para o exercício do Estado Democrático de Direito e fere os artigos 2 ̊ (inciso I) e 5 ̊ (inciso I – a) do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Goiânia. Por isso, requeremos que a Comissão de Ética investigue sua conduta e aplique as penalidades previstas noartigo 6 ̊ de acordo com as infrações cometidas."