A menos de um mês da eleição para o governo de Goiás, o poder público estadual avançou nas tratativas relacionadas à gestão do transporte público da região do entorno do Distrito Federal. A discussão com a unidade federativa vizinha e com a União caminha de forma lenta desde o início da gestão de Ronaldo Caiado (União Brasil). A intenção é criar um consórcio interfederativo que funcionará nos moldes da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) de Goiânia.Nesta terça-feira (13), o secretário-geral de Goiás, Adriano Rocha Lima, teve uma reunião com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), membros do governo do Distrito Federal e Pábio Lopes (MDB), prefeito de Valparaíso de Goiás e presidente da Associação dos Municípios Adjacentes de Brasília (Amab), para discutir o assunto.“Ficou decidido que enviaremos um projeto de lei para a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para criar a região metropolitana do Distrito Federal. Ele deve ser votado e aprovado ainda em setembro. Esse é o primeiro passo prático”, explica o secretário.Depois disso, a intenção é criar um consórcio interfederal para a gestão do transporte público semiurbano entre Goiás e o Distrito Federal. Para isso, é necessário que o governo de Goiás, do Distrito Federal e a União sancionem projetos de lei. “Sabemos que isso pode demorar um pouco. Por isso, já protocolamos uma minuta inicial para a implementação de um protocolo de intenção”, esclarece.Lima diz que o protocolo de intenção deverá ter a força de um contrato. Dessa forma, será possível que uma autarquia comece a operar o transporte da região até que o consórcio seja totalmente consolidado. Se tudo correr dentro do planejado, os trâmites relacionados ao protocolo devem ser finalizados ainda em 2022.Leia também:- Com crítica do governador do DF, projeto de transporte coletivo no Entorno vai para Assembleia- Candidatos a governador de Goiás apontam medidas e ações para recuperar o Eixão- Idade média de ônibus do Eixão é de 9,5 anosAssim como acontece com a RMTC, o consórcio deverá ter independência financeira e de gestão para cuidar do transporte público semiurbano da região. Porém, os governos federal, de Goiás e do Distrito Federal acompanharão a tomada de decisões.O presidente da Amab conta que os 12 municípios do entorno do Distrito Federal veem a celeridade da discussão de forma positiva. “Essa falta de modelo de gestão definido interferiu na qualidade do serviço oferecido para os moradores da região do entorno ao longo dos anos, além de ter gerado um sentimento de descrença na população”, relata Lopes.HistóricoO assunto já foi alvo de discussões entre Caiado e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e eles já chegaram a trocar farpas. “Em 2020, propomos uma gestão integrada ou então que a ANTT, que tem a prerrogativa, tomasse conta sozinha do transporte”, relembra o secretário-geral de Goiás.Entretanto, no início de 2021, a reguladora decidiu transferir a gestão das linhas para o governo do Distrito Federal, que assumiu o comando em julho de 2021. “Nós entramos com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando essa decisão tomada pela ANTT. Entretanto, essa situação já foi apaziguada. Todos conseguiram sentar e chegar em uma decisão que será a melhor para a população”, afirma Lima.