Algumas podas de árvores vêm sendo realizadas de forma considerada inadequada em várias regiões de Goiânia. Moradores da Rua 8, no Setor Oeste, protestaram contra a poda de um exemplar que foi executada de forma radical.

Segundo a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), nos últimos nove meses foram realizadas, de forma preventiva, em torno de 87 mil podas em toda a capital. A ação faz parte do reforço na manutenção da arborização urbana, preparando a vegetação para o período de tempestades e reduzindo o risco de acidentes e quedas de galhos sobre veículos, pedestres e animais.

A Comurg reforçou que as podas são executadas conforme técnicas especializadas, por servidores capacitados, e que, no caso de árvores de grande porte, são utilizados caminhões com cestos aéreos para garantir segurança e alcance adequado.

Em nota, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) informou que realizou, no dia 30 de outubro, uma reunião de alinhamento com a Equatorial para atualizar os critérios do termo de cooperação que orienta as podas feitas pela empresa em árvores que interferem na fiação elétrica. A partir de observações técnicas e reclamações da sociedade civil, a Amma identificou podas excessivamente drásticas, o que evidenciou a necessidade de revisão do termo.

Com isso, a partir de agora a Equatorial deve solicitar autorização da Amma para executar podas preventivas e contar com um responsável técnico que oriente as equipes, garantindo o cumprimento do regramento legal do município e a preservação das espécies arbóreas. A única exceção à necessidade de autorização é em casos emergenciais, como risco iminente de queda de galhos, tempestades ou ventos fortes que coloquem a fiação elétrica em perigo. Nessas situações, a Equatorial pode agir imediatamente, mas deve registrar o estado da árvore com fotos e enviar o material à Amma, que manterá o histórico arbóreo e avaliará a justificativa da intervenção.

Uma árvore localizada na Rua 8, entre as ruas 1 e 3, no Setor Oeste, recebeu no último domingo (2) uma poda considerada pelos moradores drástica — praticamente todos os galhos foram retirados, restando apenas uma pequena parte. Moradores do local cobram justificativas e responsabilização. Segundo eles, a poda teria sido realizada pela Equatorial Energia Goiás.

Adriana Lins, de 71 anos, mora no local há cerca de 30 anos e afirma que foi a primeira vez que viu a árvore ser desbastada dessa forma. “No domingo, durante a poda, tentei impedir e pedi que tivessem cautela, mas, infelizmente, fingiram não me escutar e continuaram o trabalho”, conta Adriana.

Ela relata que entrou em contato com a companhia de energia, mas não obteve retorno. Segundo a moradora, uma atendente da Equatorial informou que não poderia registrar reclamações sobre serviços já concluídos, apenas sobre os que ainda não haviam sido realizados. “Quando construímos o jardim na fachada do prédio, escolhemos plantas que dependiam da sombra da árvore. Agora, sem vegetação, as plantas vão acabar morrendo”, diz Adriana. “Goiânia já é uma cidade tão quente, ainda vêm e podam dessa forma.”

O porteiro do prédio conta que, após a poda, parte dos galhos permaneceu jogada na calçada. Na quarta-feira, ao acompanhar uma moradora com problemas de saúde, ela foi picada por um marimbondo de um vespeiro que se formou entre as folhas deixadas no local.

Em visita às imediações, é possível observar que outras árvores das redondezas também foram podadas de forma severa, restando apenas troncos ou poucos galhos. O arquiteto e urbanista David Finotti explica que o problema está ligado à falta de planejamento da fiação da cidade. “Muitas vezes, a fiação é instalada sem considerar o tipo de árvore do local. A árvore em questão é de grande porte, podendo ultrapassar seis ou sete metros, o que acaba gerando risco de incêndio e choques com a rede elétrica”, afirma.

Segundo ele, muitas equipes que realizam as podas não têm a capacidade técnica necessária. “Esses cortes retos nos troncos fazem com que, em dias de chuva, a umidade se acumule, favorecendo fungos e prejudicando a saúde da árvore. Há uma má adaptação da vegetação ao local e, ao mesmo tempo, fiações que não deveriam estar ali.”

Finotti acrescenta: “Esse tipo de corte mais rente ao tronco é o mais correto, pois reduz o crescimento de galhos que alcançam a fiação. Mas é preciso cuidado com a orientação do corte, para evitar acúmulo de umidade, e nunca realizar podas drásticas que eliminem toda a copa da árvore.”

Em nota, a Equatorial informou que mantém acompanhamento constante das atividades de livramento de rede executadas por empresas parceiras e reforça periodicamente as orientações técnicas sobre o serviço, conforme critérios de segurança e preservação ambiental definidos com o órgão competente. Quanto aos galhos, a empresa informou que fará o recolhimento até quinta-feira (6).

“Importante reforçar que o livramento de rede é diferente da poda convencional: trata-se de um trabalho direcionado exclusivamente para afastar a vegetação da rede elétrica, evitando interrupções no fornecimento de energia, especialmente durante o período chuvoso, quando aumentam os ventos e tempestades”, cita a nota.

Ainda segundo a empresa, as intervenções são definidas com base em estudos técnicos e dados operacionais que indicam os pontos mais críticos, considerando o histórico de ocorrências, a proximidade da vegetação com a rede e as demandas da população. A atuação é essencial para garantir um fornecimento de energia mais seguro e contínuo em todo o estado.

Por fim, a Equatorial lembra que as podas preventivas e o manejo da vegetação em áreas públicas são de responsabilidade das prefeituras, assim como a fiscalização do plantio e das podas regulares. Em locais particulares, essa responsabilidade é do proprietário do imóvel, devendo o serviço ser feito antes de qualquer interferência na rede elétrica. Foi solicitado à Equatorial um levantamento sobre dados relacionados à quantidade de podas realizadas pela concessionária nos últimos meses , porém até o fechamento dessa matéria não houve retorno.

(Laysa Milograma é estagiária do GJC em convênio com a UniAlfa)

Equatorial é alvo de críticas por poda excessiva de árvores em Goiânia

Cidades

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Matéria - Cidades

Urbanismo

Etapa central de uma ação para contenção de erosões e também para proteção de nascentes do córrego, o trabalho de instalação de paliçadas no Parque Areião foi entregue pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) na manhã desta quarta-feira (5), juntamente com um plantio de mudas. O trabalho se encaixa em um conjunto de oito fases de recuperação ambiental que estão em execução desde 13 de outubro e agora chegaram à fase de plantio de mudas nativas ao redor da nascente, previsto para esta semana.

A atividade integra o projeto Zona de Desenvolvimento Sustentável do Parque Areião e, segundo a presidente da Amma, Zilma Peixoto, é algo que deve ser replicado em outras unidades de conservação. No evento, estudantes de uma escola municipal participaram do plantio, que ouviram explicações da própria titular da agência e do&nbsp;gerente de Formulação de Educação, Políticas e Pesquisas Ambientais da Amma, Pedro Baima, sobre o projeto.

Paliçadas

As paliçadas são estruturas formadas por colmos de bambu (o caule oco da planta) retirados na própria área do parque. Elas têm o efeito de desacelerar a velocidade da água que chega das partes mais altas da região, fazendo com que o solo seja protegido e reduzindo o impacto na nascente. A técnica, natural e sem custo financeiro, usa apenas o produto proveniente do manejo dos bambuzais do local. Pedro Baima ressalta a iniciativa como “uma solução simples, sustentável e muito eficiente para estabilizar áreas sensíveis, especialmente nascentes”.

Para a tarefa, a equipe da agência passou por treinamento orientado pelo professor da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (EA/UFG) Rogério Almeida, que é especialista em técnicas de contenção natural, como ocorre com o manejo do bambu. Baima reforça que o treinamento foi essencial para garantir a execução correta de todas as etapas. “A capacitação permitiu que as equipes compreendessem não só a técnica, mas a importância ecológica de cada fase do processo”, explica.

Após a capacitação, foi executado o manejo das touceiras de bambu, com retirada de colmos secos que ofereciam risco aos visitantes do parque e poderiam causar quedas ou incêndios. Todo o material retirado passou por preparação e corte nas dimensões adequadas para a formação das paliçadas.

Força-tarefa faz proteção de nascente de córrego no Parque Areião

Meio ambiente

Webstories Mais de 30 integrantes e simpatizantes do Comando Vermelho são presos em Goiás após fogue

Vídeo foguetório

A Segurança Pública do Estado de Goiás confirmou que os <a href="https://opopular.com.br/cidades/foguetorio-simultaneo-assusta-moradores-na-grande-goiania-video-1.3332714" target="_self">foguetórios simultâneos que ocorreram na noite desta terça-feira (4)</a> na região metropolitana de Goiânia foram convocados pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). Por meio da inteligência das forças policiais foram identificados os chamados “salves” – expressão usada para descrever um tipo de “comunicado oficial” da cúpula da organização criminosa para membros da facção – que foi potencializado pela participação de simpatizantes. O episódio ocorreu após o sepultamento de nove integrantes da facção mortos em confronto com a polícia no Rio de Janeiro e gerou prisões em série na região metropolitana de Goiânia.

Durante coletiva, o secretário de Segurança Pública (SSP), Renato Brum, contou que a ação foi ampliada pelo “oba-oba” das redes sociais e participação de integrantes de torcidas organizadas. A polícia considera “simpatizantes” pessoas que não foram “batizadas” pelo crime organizado. Também é feito o levantamento da ficha criminal de cada um e análise dos delitos relacionados à atuação da facção. Dos 32 presos apresentados na coletiva, apenas 2 foram identificados como integrantes do Comando Vermelho (CV).

Uma parte dos presos, segundo o secretário, pertence a torcidas organizadas. Ele disse que criminosos se infiltram nesses grupos para tentar agir de forma disfarçada. “Há bons torcedores, que promovem festa nos estádios, mas também há bandidos infiltrados em torcidas. Temos detectado essa presença e a Polícia Civil, junto com o Batalhão Especial de Policiamento em Eventos (Bepe), já realizou mais de 80 prisões relacionadas a essa facção só neste ano”, afirmou Brum.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/comando-vermelho-usou-500-homens-contra-operac-o-diz-governo-do-rio-1.3332603" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Comando Vermelho usou 500 homens contra operação, diz governo do Rio</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-rebate-fala-de-lula-sobre-matanca-no-rio-e-incita-duelo-1.3332596" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Caiado rebate fala de Lula sobre "matança" no Rio e incita "duelo"</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-divulga-nome-de-115-suspeitos-mortos-em-operac-o-contra-o-comando-vermelho-no-rio-1.3331689" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Polícia divulga nome de 115 suspeitos mortos em operação contra o Comando Vermelho no Rio</a></div>

A atuação da polícia começou ainda durante a madrugada de terça-feira (4) quando foi identificado o foguetório orquestrado de homenagem aos mortos da Operação Contenção realizada no Rio de Janeiro, estado com forte atuação do CV.

As 32 prisões se concentraram principalmente na Região Metropolitana de Goiânia. Foram 14 na capital, 9 em Aparecida de Goiânia, 6 em Abadia, 2 em Trindade e 3 em Rio Verde. Os presos foram autuados por apologia ao crime, porte ilegal de arma, organização criminosa, posse de entorpecente e porte de arma branca. Dos 9 presos em Aparecida, 3 estavam usando tornozeleira eletrônica e a regressão de pena já foi solicitada por estar fora de casa no horário permitido.

Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública, coronel Brum, e o delegado-geral da Polícia Civil, André Ganga, defenderam a atuação das forças de segurança e negaram qualquer falha de inteligência. Eles afirmaram que as equipes estavam em alerta, mas que o fato de soltar fogos, isoladamente, não constitui crime, o que inviabilizaria uma ação preventiva.

“Era praticamente impossível impedir. Essas pessoas compraram os artefatos por conta própria, inclusive integrantes de torcidas organizadas. O simples fato de soltar fogos não é crime. Tivemos de entender o que estava por trás disso”, afirmou o coronel Brum.

Segundo André Ganga, o monitoramento de pessoas ligadas a facções ocorre de forma permanente, por meio de uma rede de inteligência integrada com polícias civis de outros Estados e com ações de campo em Goiás. “Todo o monitoramento é feito por nossas redes de inteligência, interligadas a outros Estados. Temos equipes de investigação e informações compartilhadas com as polícias do Rio, São Paulo, Bahia e também das regiões Norte e Nordeste”, explicou Ganga.

Renato Brum também afirmou que o sistema prisional está sob controle e que os líderes de organizações criminosas, incluindo os ligados ao Comando Vermelho, estão isolados na unidade de Planaltina, em regime especial e sem comunicação externa. O titular da Segurança Pública garantiu que as forças policiais seguem em alerta, mas que a situação está controlada.

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<h2>Governador </h2>

Em postagem nas redes sociais, o governador Ronaldo Caiado (UB) comentou o foguetório simultâneo: “Bandido não se cria em Goiás. Agora eu ampliei ainda mais, não solta nem foguete”, afirmou. Caiado ainda disse que as pessoas envolvidas eram “usadas para poder fazer uma homenagem àqueles que morreram lá no Rio de Janeiro. Então, vocês fiquem tranquilos, porque em Goiás é paz total”, finaliza.

Durante a tarde, o secretário Renato Brum relatou que Caiado foi informado sobre a situação ainda na madrugada e exigiu resposta imediata. Segundo ele, a reunião serviu para alinhar as ações das forças de segurança e reforçar a integração entre Polícia Civil, Militar e Penal. “Foi uma prestação de contas ao governador. Ele reforçou que nenhum palmo do Estado de Goiás será controlado por facções criminosas. A ordem é clara: bandido aqui não se cria”, disse o secretário.

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<h3>Brasil afora </h3>

Os foguetórios registrados em Goiânia e cidades vizinhas não são um caso isolado. Em diferentes regiões do país, episódios semelhantes foram associados ao Comando Vermelho (CV). Nos últimos meses, Manaus, Fortaleza e outras capitais registraram cenas parecidas: fogos de artifício disparados em diversos bairros ao mesmo tempo, muitas vezes após operações policiais ou mortes de integrantes da facção. Em alguns casos, os foguetórios foram interpretados como “comemorações” ou homenagens dentro do crime organizado.

Em Manaus, vídeos divulgados nas redes sociais em agosto e outubro deste ano mostraram fogos sendo disparados de diferentes zonas da cidade. A Polícia Militar confirmou na época que investigava a hipótese de que a ação teria sido organizada por membros do CV em reação a confrontos recentes e disputas territoriais na capital amazonense.

Em Fortaleza, moradores relataram foguetórios simultâneos em setembro de 2025, em bairros da periferia e da região metropolitana. De acordo com reportagens locais, os disparos teriam ocorrido logo após operações policiais contra o tráfico. As forças de segurança também apuraram o envolvimento de integrantes do CV, que mantém atuação no Ceará.

<h4>Sobe número de goianos mortos em operação</h4>

Aumentou para nove o número de goianos mortos na Operação Contenção, realizada na semana passada pela polícia do Rio de Janeiro. A Secretaria de Segurança Pública informou que o levantamento foi feito por meio do Sistema Estadual de Inteligência de Segurança Pública (Sisp).

Todos os envolvidos integravam a facção criminosa Comando Vermelho (CV), com mandados de prisão pendentes. Alguns tinham monitoramento eletrônico, mas o romperam ou abandonaram o equipamento antes de se refugiarem no Rio.

• Fernando Henrique dos Santos (vulgo “Fernandinho” ou “Periquito”)&nbsp; 
• Marcos Vinícius da Silva Lima (vulgo “Brancão” ou “Rodinha”)&nbsp; 
• Adan Pablo Alves de Oliveira (vulgo “Madruga”) 
• Cleiton César Dias Mello (vulgo “Cleitinho”) 
• Éder Alves de Sousa (vulgo “Disquete”)&nbsp; 
• Vanderley Silva Borges (vulgo “Derley” ou “Cabeção”)&nbsp; 
• Rafael Resende Ferreira (vulgo “Panela”)&nbsp; 
• Keven Vinícius Sousa Ramos (vulgo “Gordim” ou “Kevin”)&nbsp; 
• Lucas Alves Araújo (vulgo “Luquinha” ou “VM”)

&nbsp;

Polícia prende 32 em 5 cidades por foguetórios puxados por facção

Comando Vermelho

Dema indicia Sandro Mabel e Rogério Cruz por aterro sem licença em Goiânia

Um relatório técnico sobre o <a href="https://opopular.com.br/cidades/semad-acredita-que-aterro-de-goiania-so-tem-mais-2-anos-de-vida-util-1.3332029" target="_self">monitoramento geotécnico do Aterro Sanitário de Goiânia</a>, realizado a partir das especificações da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), concluiu que a estrutura do maciço de resíduos sólidos apresenta condições de estabilidade satisfatórias. O documento, feito pela empresa Raiz Inteligência Ambiental e Georreferenciamento, subcontratada pela Engenharia Service Projeto &amp; Consultoria, comparou dados coletados em duas campanhas topográficas realizadas entre setembro e novembro deste ano. A recomendação para de que esse mesmo estudo seja feito a cada dois meses para o acompanhamento do maciço de resíduos.

O principal critério para avaliar a estabilidade do aterro é o chamado fator de segurança (FS), que é definido a partir da norma 11682 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Como se trata de uma estrutura considerada de nível de segurança alto, a norma exige um FS mínimo global de 1,5. As análises de estabilidade foram feitas em quatro seções críticas do maciço (A, B, C e D), que são os locais da montanha de resíduos que podem ter maior instabilidade, ou seja, com risco de desmoronamento ou existência de vácuos, o que pode ocasionar explosões devido à presença de gases.

Em todas as quatro seções, os valores calculados foram superiores ao mínimo de 1,5 preconizado pela norma, indicando que o maciço está em condição de estabilidade satisfatória para as condições de geometria atuais e os parâmetros geotécnicos adotados (ver quadro). O estudo foi realizado a partir da instalação de 50 marcos superficiais, que são feitos com base de concreto e pino metálico e servem para medições topográficas. Com eles, é realizada uma medição no momento da instalação das coordenadas e, depois de um período, com o depósito de resíduos, ocorre nova leitura, sendo possível verificar deslocamentos horizontais e verticais.

<div attr-cid="policy:1.3326473" attr-version="policy:1.3326473:1761039570" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3326473" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3326473', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3326473">Dema indicia Sandro Mabel e Rogério Cruz por aterro sem licença em Goiânia (1.3326473)</a></div>

O monitoramento ocorreu em um intervalo de tempo inferior a 30 dias, período que, segundo o relatório, coincidiu com um “aporte massivo de resíduos”. A análise volumétrica confirmou o avanço de 347,9 mil metros cúbicos (m³) de material adicionado entre as duas medições. Engenheira e gerente operacional do aterro sanitário de Goiânia, Gabriela Maria Barbosa relata que a Comurg já possuía um estudo mais antigo sobre a estabilidade geotécnica do local e que os dados condiziam com a segurança necessária. “Esse relatório de agora parte de uma comparação com o marco zero, de quando começamos a atuar aqui, e visa garantir a estabilidade. Ele demonstra tecnicamente a estabilidade da operação e o nosso fator de segurança subiu”, explica.

Segundo ela, o estudo era capaz de mostrar se havia risco de ruptura ou desmoronamento do maciço e serve também para possibilitar a definição de ações preventivas, se necessárias. Gabriela afirma ainda que a melhora na estabilidade do maciço ocorre a partir do fornecimento de equipamento adequado e insumos, além da continuidade da operação seguindo o projeto executivo do aterro. Ela conta que foi necessária a regularização da geometria do maciço de resíduos em alguns pontos, com sua adequação. “O aterro é um ser vivo, naturalmente ele precisa murchar, é uma movimentação comum. Pegamos um aterro em que as outras gestões não usavam o projeto executivo. É preciso fazer a drenagem correta, a compactação”, diz.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/semad-acredita-que-aterro-de-goiania-so-tem-mais-2-anos-de-vida-util-1.3332029" target="_self">Semad acredita que aterro de Goiânia só tem mais 2 anos de vida útil</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/semad-aplica-2-multa-diaria-a-prefeitura-de-goiania-por-conta-do-aterro-1.3327410" target="_self">Semad aplica 2ª multa diária à Prefeitura de Goiânia por conta do aterro</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/dema-indicia-sandro-mabel-e-rogerio-cruz-por-aterro-sem-licenca-em-goiania-1.3326463" target="_self">Dema indicia Sandro Mabel e Rogério Cruz por aterro sem licença em Goiânia</a></div>

Os deslocamentos registrados nos 50 marcos superficiais implantados são de baixa magnitude e coerentes com o comportamento esperado para a estrutura sob carregamento, segundo o relatório. Houve deslocamento vertical máximo de 8,6 centímetros (cm) e horizontal em 16,8 cm. Os técnicos interpretaram esses movimentos não como sinais de instabilidade, mas como resposta direta do maciço à aplicação da sobrecarga do novo volume de resíduos. A distribuição do deslocamento não demonstrou zonas de aceleração de fluxo que sugerissem a formação de uma superfície de ruptura.

Na conclusão, o documento aponta que os resultados mostram que, embora a estrutura esteja crescendo rapidamente, ela está se acomodando de maneira controlada, dentro dos parâmetros de segurança estabelecidos pela ABNT. Foi recomendado, além da periodicidade bimestral do estudo geotécnico, que fosse feita uma operação para assegurar que os taludes obedeçam às inclinações de projeto, evitando a formação de muros mais inclinados que possam criar vulnerabilidades locais. Outra recomendação é a manutenção rigorosa do sistema de drenagem superficial para impedir o empoçamento e a infiltração de água no maciço, e a sinalização e proteção física dos marcos superficiais.

O estudo feito pela empresa Raiz Inteligência Ambiental e Georreferenciamento teve um custo de R$ 65.280 para a Comurg, que devem ser pagos à Engenharia Service. Porém, o valor total do contrato seria de R$ 94.080, mas o serviço de instalação de quatro piezômetros não foi realizado, segundo a companhia. Esses aparelhos são tubos usados para medir a pressão da água subterrânea em um solo, rocha ou em estruturas de concreto, ou seja, eles verificam o quanto de água está no maciço. Dessa forma, válido ressaltar que o serviço de medição da estabilidade do aterro se deu com o local já drenado.

Neste ano, a condição do maciço do aterro foi questionada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que apontou “12 problemas gravíssimos” no aterro de Goiânia em um documento de fiscalização em julho, a partir de dez tipos de não conformidade com as normas técnicas. Entre as falhas, foi questionada a estabilidade geotécnica do maciço, o que geraria “riscos de desmoronamento, formação de processos erosivos”, de acordo com o documento. Houve a recomendação de apresentar os projetos e estudos geotécnicos do aterro; apresentar programa de monitoramento contínuo da estrutura e estabilidade geotécnica; e ainda um laudo conclusivo sobre a estabilidade geotécnica dos maciços existentes no aterro.

Em meados do mesmo mês, a Semad emitiu outro laudo que aferiu “instabilidade pontual de taludes e carreamento de sedimentos em áreas internas, indicando degradação da estrutura física do solo”. Neste caso, a S<a href="https://opopular.com.br/cidades/semad-aplica-2-multa-diaria-a-prefeitura-de-goiania-por-conta-do-aterro-1.3327410" target="_self">emad autuou a Prefeitura em multa diária de R$ 5 mil</a>. Em outubro, uma nova autuação, no mesmo valor, pela operação do aterro sem a licença ambiental. Nesta semana, em entrevista ao POPULAR, a secretária da Semad, Andréa Vulcanis, afirmou que o aterro tem só mais dois anos de vida útil, o que foi refutado pela Comurg, ao apontar estudo que coloca até 20 anos de vida útil, se adequações propostas forem feitas.

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Estudo encomendado pela Comurg atesta estabilidade do aterro de Goiânia

Resíduos sólidos

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