O governo estadual irá gastar R$ 9,4 milhões por ano com a folha de pagamento dos 150 militares da reserva remunerada que serão convocados para trabalhar nos dez Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMGs) que serão abertos em 2023. O número de unidades deste tipo no estado irá saltar de 64 para 74.Das dez unidades, seis são escolas cívico-militares que serão transformadas em colégios militares. Elas ficam na região do Entorno do Distrito Federal, em Águas Lindas de Goiás, Padre Bernardo, Santo Antônio de Descoberto, Luziânia, Valparaíso de Goiás e Planaltina. As outras quatro são unidades novas. Elas ficarão em Goiânia, Cidade Ocidental, Bela Vista e Silvânia. A vulnerabilidade social foi determinante para escolha dos locais onde as unidades serão instaladas.Cada um dos dez colégios irá receber 15 militares. A quantidade de profissionais que atua em cada unidade varia de acordo com o número de alunos que elas atendem. Colégios com até 500 alunos, têm 15 militares. Unidades que têm entre 500 e mil alunos, têm 18 militares. Por fim, colégios que têm entre mil e 1,5 mil alunos têm 22 militares.Na última terça-feira (13), em entrevista ao programa Chega Pra Cá, apresentado pela jornalista Cileide Alves e transmitido pelo jornal O POPULAR, o superintendente de Segurança Militar da Seduc, Mauro Vilela, afirmou que atualmente existem mais de 500 militares atuando nas 64 unidades do estado, gerando um gasto mensal em torno de R$ 20 milhões com a folha de pagamento. O valor é pago diretamente da Seduc. Até 2021, este dinheiro vinha da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).Leia também:- Goiás terá mais 10 colégios militares- O futuro dos colégios militares em Goiás- Goiás fecha 10 de 11 Centros de Educação e Convivência JuvenilNa ocasião, Vilela disse que não considera que o fato dos colégios militares receberem investimentos específicos para o pagamento desses profissionais tenha interferência direta no melhor desempenho histórico dessas escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), importante indicador educacional.“Por que esses colégios se desenvolveram? No passado, o colégio militar tinha a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) e os pais faziam a contribuição voluntária. Isso ajudava muito. Por meio dessas APMFs eles iam desenvolvendo essas escolas e elas ficavam à frente das escolas regulares e de tempo integral. Hoje, não. O governo fornece recursos para os colégios militares igual fornece para as escolas regulares”, explicou.Entretanto, na prática, a diferença ainda existe. Em Goiânia, as cinco escolas da rede estadual com as melhores colocações na nota do Ideb referente a 3ª série do ensino médio, em 2021, foram CEPMGs e Centros de Ensino em Período Integral (Cepis), sendo que os três primeiros lugares foram de colégios militares. Já as cinco unidades com as piores colocações foram colégios regulares.Das quatro novas escolas que serão abertas em 2023, apenas a da capital, no Setor Palmito, começará a funcionar no início de 2023. Atualmente, ela é um colégio estadual regular e atende 930 estudantes. Eles permanecerão matriculados no local quando ele se tornar um CEPMG. Depois, acontecerá a transição das escolas cívico-militares para colégios militares e, por fim, as outras três unidades serão abertas.Uniformes O governo estadual promete investir R$ 45 milhões na aquisição de fardas para todos os estudantes dos CEPMGs até o fim do primeiro semestre de 2023. No momento, a rede atende em torno de 65 mil alunos. O kit conta com a farda social, o uniforme destinado para atividades físicas, um par de tênis e um par de sapatos. A reportagem consultou o valor de um kit do mesmo tipo em uma loja de uniformes da capital e, atualmente, ele custa R$ 876,20.Em 2023, os estudantes do CEPMG do Setor Palmito e das outras seis escolas cívico-militares que serão transformadas em colégios militares serão os primeiros a receberem os kits. O oferecimento das fardas de forma gratuita é uma promessa desde o fim de 2021. Entretanto, em 2022, apenas os estudantes do CEPMG de Mozarlândia e da escola cívico-militar de Santo Antônio do Descoberto receberam as fardas.