Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (19), representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Goiás (OAB-GO), da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), do Conselho Estadual da Educação (CEE) e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sepe) marcaram posição num movimento único para combater a violência nas escolas, as ameaças de ataques e, principalmente, o medo.

Nesta quinta-feira (20), dia difundido nas redes sociais por extremistas para possíveis ataques, estabelecimentos públicos e privados de ensino serão alvo de uma série de ações do bem para fomentar a cultura da paz. “Neste momento há uma guerra de informações. Precisamos normalizar o ambiente que inspira tantas pessoas, que é a escola”, disse Flávio de Castro, presidente do Sepe e do CEE. O Sepe elaborou a campanha Educação - Tarefa de Todos, focada nas famílias, sobre a importância do diálogo com os filhos e da transferência de valores para uma boa conduta social e para que não encaminhem notícias sem checar a veracidade.

“Não é só a escola que tem problemas. Ela é um reflexo da sociedade. Embora a escola seja um lugar inspirador, precisamos de respaldo. Tem pais que passam o ano inteiro sem ir ao lugar que os filhos estudam. É preciso conhecer o ambiente escolar, conversar com o coordenador, saber como é o comportamento do filho, isso faz toda a diferença. Cada um precisa cumprir o seu papel e a nossa função é ensinar, é a escolarização”, afirmou o presidente do Sepe.

Titular da Seduc, Fátima Gavioli referendou as afirmações de Flávio Castro. “A escola por si só não tem força para combater a violência, que também está dentro das famílias. De quem é o revólver, muitas vezes não registrado, que o menino leva para a escola? Será que os pais não têm conhecimento de arsenais produzidos dentro de casa?”, questiona a secretária. Ela lamenta a onda de violência dos últimos anos, “com incentivo a armamentos, à agressões e permissão de enfrentamento em relação à mulher, ao professor e à escola.” Para Fátima Gavioli, a falta de respeito foi cultivada.

O ponto alto da campanha desenvolvida pela Seduc, Todos pela Paz, desde segunda-feira (17), será neste dia 20, com acolhimento especial aos alunos, rodas de conversas, palestras e outras ações alusivas à cultura da paz. Fátima Gavioli convocou toda a estrutura da rede pública estadual para fazer um grande movimento dentro das escolas e fez um pedido aos pais. “Vocês não podem recuar, mandem seus filhos para as escolas. Tudo isso vai passar. A pior forma de combater esse momento de ameaças é o medo.”

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Presidente da OAB-GO, Rafael Lara informou que advogados estarão nesta quinta-feira em 500 escolas de todo o estado realizando palestras, em dois turnos, sobre Direito e Cidadania. Segundo ele, a iniciativa é uma extensão do projeto OAB Vai à Escola, que existe há 15 anos, e consiste na visita semanal de advogados voluntários a unidades de ensino. A defensora pública Michelle Bitta informou que a DPE tem atuado junto às redes sociais para evitar que notícias falsas causem preocupação. “Acreditamos que está tendo efeito, mas é um trabalho que demanda tempo. Os resultados virão a médio e longo prazo.”

Fátima Gavioli acredita que a ação rápida da Secretaria de Segurança Pública (SSP) em apreender mais de 50 menores que espalharam pânico pelas redes sociais, já deu resultado. “Nos últimos três dias arrefeceu a curva de ameaças”, afirmou. A titular da Seduc, que participou da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de segurança no ambiente escolar, explicou que ninguém tem uma resposta ainda para o que está acontecendo, “mas não tem como negar que o movimento violento nasceu dentro das redes sociais”, disse. “Para resolver não dependemos somente de dinheiro, mas do envolvimento de toda a sociedade, principalmente da família.”

Cercas elétricas e detectores de metais nas escolas&nbsp;

Dos R$ 3,1 bilhões anunciados pelo Ministério da Educação para reforçar os equipamentos de segurança nas escolas, cerca de R$ 200 milhões virão para Goiás. Fátima Gavioli explica que o recurso faz parte do Programa Dinheiro Direto na Escola, liberado anualmente em duas parcelas, nos meses de abril e setembro, para manutenção. “O que o governo fez foi adiantar a segunda parcela. Cada escola vai montar o seu plano e será submetido a nós para aprovação”. A Seduc também aguarda outros recursos de programas extintos que estavam travados no governo federal, uma verba extra que deverá ajudar na melhoria da estrutura física das unidades de ensino. &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;

A Seduc, conforme Fátima Gavioli, está remanejando recursos originalmente destinados à formação de professores para comprar detectores de metais e cercas elétricas. “Ela é menos agressiva que a concertina, que dá a impressão que escola se transformou em presídio”, disse. A secretária acredita que, com a antecipação dos recursos do PDDE, será possível colocar cercas elétricas em todos os colégios da rede estadual de ensino.&nbsp;

Medidas tomadas dentro de um contexto&nbsp;

Presidente do CEE, Flávio Castro comentou durante a coletiva sobre a legalidade das ações anunciadas em nível municipal e estadual para amenizar o clima de insegurança, como a proibição do uso de mochilas. “Neste momento, a posição do Conselho é de mediação. Estamos ouvindo e orientando as escolas. Não nos cabe comentar sobre as questões constitucionais ligadas à segurança. Sabemos que são medidas pontuais e o que queremos é voltar à normalidade e desenvolver nosso trabalho nas escolas.”

Rafael Lara, presidente da OAB-GO tem posicionamento semelhante.&nbsp; “A Constituição Federal e a avaliação sob a ótica da legalidade sempre terá conflito de princípios, depende muito de quem fará a interpretação. Se formos avaliar o que está acontecendo nesta semana, o princípio maior é a proteção à vida. Não significa que as ações serão perpetuadas. Elas estão sendo anunciadas dentro de uma contextualização.” &nbsp;&nbsp;

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Escolas preparam iniciativas de acolhimento e rodas de conversa com os alunos

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Matéria - Cidades

Educação

Conteúdo investigado: Post&nbsp;dubla vídeo de Elon Musk, proprietário do X e Starlink, dizendo que ele esteve recentemente no Brasil e decidiu investir 15 milhões de dólares na educação com a construção de escolas. “É Astra Nova, rede de instituições, que vai focar em ensino de verdade, sem viés ideológico. Já estamos construindo escolas por todos os Estados Unidos e agora vou investir do meu próprio bolso para construir colégios nas principais cidades brasileiras”, cita a dublagem.

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Onde foi publicado: TikTok.

Conclusão do Comprova: Elon Musk não disse que investiria em construções de escolas no Brasil em 2024, ao contrário do que cita post. Na publicação, a fala do empresário é dublada para omitir seu contexto original, em que Musk compartilha opiniões sobre inovações e tecnologia.

Tanto a dublagem quanto a legenda do vídeo foram inventadas. O vídeo é acompanhado de um aviso que diz: “marcado pelo criador como gerado por IA”.

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A filmagem utilizada no post investigado foi retirada de uma conversa via Zoom entre Musk e o Instituto Cato – que se descreve como uma&nbsp;“organização de pesquisa de políticas públicas que promove ideias libertárias em debates políticos”. O diálogo ocorreu entre os dias 11 e 12 de junho deste ano, durante uma conferência em Buenos Aires, na Argentina.&nbsp;Musk falou no dia 12.

A conversa foi&nbsp;publicada na íntegra no canal do instituto em 14 de agosto, com 34 minutos e 17 segundos de duração. Nela, foram abordadas as opiniões do empresário sobre inovação e tecnologia. No entanto, em nenhum momento Musk mencionou a situação da educação no Brasil, nem a decisão de investir na construção de escolas no país.

O post falso também diz que, no dia anterior à gravação, Musk teria visitado escolas de regiões periféricas no Brasil. No entanto,&nbsp;o registro mais recente de uma visita do empresário ao país é de 2022, quando ele viajou a Porto Feliz, no interior de São Paulo, para negociar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) projetos de “conectividade e proteção” na Amazônia. Na ocasião, Musk, proprietário da Starlink,&nbsp;anunciou um projeto&nbsp;da rede para conectar 19 mil escolas em áreas rurais e monitorar a Amazônia.

De acordo com reportagem do jornal&nbsp;Valor Econômico, de abril de 2024, o projeto está em curso e pretende conectar em rede mais de cinco mil comunidades em áreas protegidas da Amazônia até 2025. O investimento, que usa tecnologia de comunicação da Starlink, é avaliado em 80 milhões de dólares com recursos de entidades filantrópicas. No entanto, o projeto não menciona construção de escolas.

Segundo a Agência Brasil, também em 2022, a Tesla – fabricante de veículos elétricos gerida por Musk – fechou contrato de longo prazo com a mineradora brasileira Vale para o fornecimento de níquel a partir das operações da mineradora no Canadá.

O conteúdo falso ainda afirma que Musk estaria investindo 15 milhões de dólares na construção de escolas no Brasil, como parte do seu projeto de educação “Astra Nova”. Musk não anunciou recentemente investimentos no Brasil de forma pública. Pelo contrário, no dia&nbsp;31 de agosto de 2024, o empresário disse em sua conta no X&nbsp;que “investir no Brasil sob a administração atual é insano”.

O post foi feito após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes&nbsp;determinar a suspensão da plataforma no Brasil, em 30 de agosto, e em resposta a uma publicação de outro usuário, que chamou a suspensão do X no país de ilegal, e a definiu como “um caminho rápido para o Brasil se tornar um mercado ininvestível”.

Em 2014, Musk criou uma escola para educar os filhos, a “Ad Astra”. De acordo com uma entrevista que o&nbsp;empresário deu a uma televisão chinesa em 2015, a criação foi motivada pela insatisfação que ele sentia em relação ao ensino nos Estados Unidos. A escola de Musk é oficialmente registrada como uma escola privada ativa em Los Angeles, na Califórnia, desde 20 de julho de 2015, com cursos para crianças de 7 a 14 anos.&nbsp;Segundo a BBC,&nbsp;que visitou “Ad Astra” em 2018, a escola contava com cerca de 40 alunos na época.

Um canal no YouTube e uma página na internet levam o nome de “Astra Nova”, suposto projeto no Brasil ao qual o vídeo falso se refere. Tanto a página quanto o canal citam Elon Musk, mas não falam sobre a criação de escolas no Brasil. Na verdade, a “Astra Nova” se trata de, conforme a própria descrição, “uma escola online experimental para alunos de 10 a 14 anos”. Não há registros, físicos ou virtuais, de escolas criadas por Musk no país.

O Comprova tentou contato com a página responsável por publicar o conteúdo, mas um aviso de erro aparece ao enviar a mensagem, impossibilitando o diálogo.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 29 de outubro, o vídeo contava com mais de 225,1 mil visualizações no TikTok.

Fontes que consultamos: Buscamos no Google por entrevistas com Elon Musk via chamada virtual e encontramos o vídeo original, editado pelo post verificado. Também consultamos reportagens sobre as visitas do empresário ao Brasil e sobre a Ad Astra, escola criada por Musk.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Elon Musk já foi alvo de outras verificações do Comprova. Em abril deste ano, o projeto concluiu que&nbsp;ele não comprou o Grupo Globo, ao contrário do que vídeos satíricos afirmavam&nbsp;e, em setembro, foi verificado que&nbsp;a Starlink, pertencente a ele, não é dona de todos os satélites do Brasil.

Elon Musk não visitou o Brasil em 2024 nem anunciou a construção de escolas no país

Matéria - genérica

COMPROVA 

Em um mundo cada vez mais digital, o debate sobre a presença do celular nas escolas se torna cada vez mais relevante. Com a proposta do governo de proibir o uso de aparelhos celulares em todas as instituições de ensino do país, tanto públicas quanto privadas, surge a oportunidade de refletirmos sobre o impacto dessa medida na educação dos nossos jovens. Pesquisa divulgada no mês de agosto deste ano, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, e que ouviu 3 mil gestores de escolas públicas e privadas, urbanas e rurais, apontou que 60% das escolas de ensino fundamental e médio no Brasil têm regras para o uso de celulares e permitem o uso do aparelho apenas em horários e locais específicos. A pesquisa mostra também que 28% das escolas proíbem completamente o uso do celular.

É crucial reconhecermos que o uso excessivo do celular tem afetado a capacidade de concentração e interação dos alunos em sala de aula. Quando os estudantes estão distraídos por suas telas, perdemos a clareza sobre suas dificuldades reais de aprendizado. O celular, em muitas situações, se torna um obstáculo à absorção do conteúdo e ao diálogo significativo entre professor e aluno. Proibir o uso do aparelho nas escolas pode, de fato, promover um ambiente mais propício à aprendizagem, onde a interação e a concentração são priorizadas.

No entanto, é fundamental que essa medida não seja apenas uma imposição, mas parte de um processo cultural mais amplo. Precisamos implementar uma nova forma de pensar sobre o uso do celular na educação. Existem momentos em que a tecnologia pode ser benéfica, e a escola deve ser responsável por ensinar quando e como utilizá-la de forma adequada. O desafio, portanto, é cultivar uma cultura de respeito ao momento da aula e à importância da interação humana.

É importante ouvir a comunidade escolar — pais, alunos e professores — e estabelecer um diálogo horizontal. Contudo, reconhecemos que qualquer mudança significativa pode ser impopular no início, mesmo que traga benefícios a longo prazo. Quando anunciamos, por exemplo, uma aula que utilizará a tecnologia, estamos mostrando que o celular tem seu lugar, mas não pode ser a norma durante todo o processo educativo.

Um ponto a ser destacado é a questão da fiscalização. Como podemos garantir que as normas serão seguidas? Proibir o celular é um passo, mas é preciso também pensar nas consequências e em como orientar os alunos a entenderem a importância dessa regra. Medidas educativas e de conscientização devem ser priorizadas para que possamos realmente transformar o cenário atual.

A proposta de banir os celulares nas escolas deve ser encarada como uma oportunidade para reequilibrar o ambiente escolar, promover interações significativas e preparar nossos alunos para um futuro, em que saibam utilizar a tecnologia de forma consciente e responsável. Devemos, portanto, caminhar juntos nessa direção, respeitando as nuances de cada realidade e formando uma geração que valoriza as relações humanas e a concentração.

Felipe Cavichiolo, professor e diretor do Colégio Integrado

Sem celular nas escolas

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Felipe Cavichiolo

A informação de um surto de H1N1 em escolas particulares de Goiânia já é suficientemente grave. Especialmente quando há dezenas de casos e duas mortes de crianças sob investigação. Mais assustador ainda quando se constata que várias salas de vacinação na capital não estão funcionando total ou parcialmente por falta de pessoal para atendimento. A Secretaria Estadual de Saúde chegou a apontar 20 locais de imunização, sob responsabilidade municipal, com operação prejudicada em um momento de emergência na saúde. A situação chegou à atual gravidade, em grande parte, por causa da baixa procura pela vacinação, outra constatação dramática. A tendência agora seria uma corrida em busca da imunização diante das notícias de proliferação de casos, com evolução para complicações e até óbitos No entanto, muitas famílias podem ter dificuldade para conseguir atendimento, pela falta de planejamento nos meses finais de mandato da atual administração municipal. São vidas que estão em jogo, e negligenciar a prevenção pode ganhar a dimensão de um ato criminoso. É preciso intervenção imediata para que os índices vacinais não sejam ainda mais afetados e todos tenham direito de se proteger.

Saúde é responsabilidade

Editorial

Matéria - Opinião - Editorial

Depois de evitar respostas diretas às críticas, ao menos em postagens nas redes sociais e inserções e programas no Rádio e na TV, a campanha do presidente licenciado da Federação das Indústrias de Goiás (FIEG), Sandro Mabel (UB), colocou em prática nesta terça-feira (01) estratégia de contra-ataque ao ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL). Até agora, as reações do governista tinham ficado restritas a entrevistas e encontros em debates, quando provocado pelo bolsonarista.

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Uma das pílulas que começaram a ser reproduzidas pergunta se o eleitor “realmente conhece Fred Rodrigues”, enquanto a outra aponta quem seria “o verdadeiro” candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de desenvolverem diferentes críticas, as duas peças repetem trecho de entrevista do ex-deputado à TV Brasil Central, em que ele relata ter votado no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na primeira opção como eleitor, em 2002.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caos-n-o-surgiu-de-um-dia-para-o-outro-diz-promotora-ao-cobrar-candidatos-1.3182026" target="_blank">'Caos não surgiu de um dia para o outro', diz promotora ao cobrar candidatos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/eerizania-n-o-vai-ter-caiado-na-reta-final-de-campanha-em-anapolis-1.3182009#state=0e0aa003-0781-449c-8a72-13aab1ad00f5&amp;session_state=63bf65af-b28e-4499-a032-90c6d7518c1a&amp;code=0c8dca76-735a-42c7-8287-61703c1681c1.63bf65af-b28e-4499-a032-90c6d7518c1a.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_blank">Eerizania não vai ter Caiado na reta final de campanha em Anápolis</a></div>

Os ataques chegam depois de divisão interna na campanha de Mabel sobre as alternativas de resposta às acusações, realizadas por Fred, de que o empresário seria “plano B do PT” na eleição na capital, com insistente retomada de declarações elogiosas do candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (UB) à ex-presidente Dilma Rousseff (PT). As falas datam do primeiro mandato de Dilma e Mabel era deputado federal.

<img attr-cid="policy:1.3182020" attr-version="policy:1.3182020:1727834226" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3182020/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Imagem de uma postagem feita por Fred Rodrigues em suas redes sociais: vinculando Mabel com a ex-presidente Dilma Roussef (Reprodução)

As novas inserções são produzidas com abordagem mais branda das acusações feitas por Mabel na última semana de campanha, em que disse que o adversário “não tem moral para criticar ninguém”, porque “nunca trabalhou” e também recebeu “bolsa político”, ao ser nomeado para a Diretoria de Promoção de Mídias Digitais da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). “Depois de cassado, arrumou logo um cargo na Assembleia, onde recebia R$ 21 mil por mês”, diz a pílula, que conclui: “Goiânia não pode repetir o sofrimento que teve com a atual gestão”.

Em resposta, a campanha de Fred levou para a TV vídeo gravado pelo candidato em frente à Alego e postado ainda durante o fim de semana com o objetivo de responder às falas de Mabel nos debates. No vídeo, o bolsonarista diz ter “trabalho e capacidade técnica” para ter ocupado o cargo na Casa por três meses e retoma discurso de que o adversário “se diz de direita”.

O próprio Mabel defendia que a reação contra o adversário fosse levada para a propaganda no Rádio e na TV, além de declarações públicas, mas a ideia predominante até o fim da última semana era de que a resposta poderia causar repercussão ainda maior, o que contribuiria com o objetivo da campanha de Fred, que busca ampliar as intenções de voto junto à fatia bolsonarista do eleitorado.

As críticas de Fred contra o governista foram intensificadas há duas semanas, quando diferentes pesquisas mostraram dificuldade do ex-deputado em avançar junto ao próprio nicho. Levantamento Quaest / TV Anhanguera detalhou, em 16 de setembro, que 32% dos eleitores que diziam ter votado em Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2022, apontavam preferência por Mabel. Apenas 16% da mesma fatia antecipavam voto em Fred.

A demanda por reconhecimento dele como candidato de Bolsonaro chegou a ser tratada publicamente pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL), que postou vídeo com chamado no próprio perfil nas redes sociais.

Além da intensificação dos ataques, Fred contou com o engajamento virtual relacionado à visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Goiânia, na última semana. Como antecipado pelo Giro, o movimento passou a ser monitorado com maior atenção pela campanha palaciana e a verificação de efetivo crescimento das citações ao nome do PL gerou sinal de alerta. A mudança de tom com os ataques, segundo aliados ouvidos pela reportagem, se tornou necessária.

Para integrantes da campanha governista, as pílulas levadas às programações de rádio e TV nesta terça tentam “desconstruir” a imagem de Fred como “alternativa à política tradicional ou contrário ao sistema estabelecido”. A intenção, no entanto, é não ultrapassar o tom das críticas feitas inicialmente pelo adversário.

“Vamos responder à altura e com os mesmos meios que ele usar para nos atacar. É preciso mostrar quem é esse cidadão que nunca trabalhou”, afirma um aliado, ao dar indicações de quais podem ser os conteúdos de eventuais novas pílulas ou peças para as redes sociais.

A campanha de Mabel, no entanto, manterá até o fim do primeiro turno certa cautela para dosar a elevação do tom dos ataques e evitar respingos a integrantes da cúpula do PL, como o senador Wilder Morais e Gayer. Os dois têm mantido discursos para reforçar a ligação de Fred como candidato de Bolsonaro em Goiânia, mas evitam repetir as críticas diretas a Mabel, como fez o próprio ex-presidente, na última semana.

A avaliação no Palácio das Esmeraldas é de que não deve ser descartada uma aliança entre os grupos de direita em possívei disputa de segundo turno contra a deputada federal Adriana Accorsi (PT).

Distante

Apesar de ser alvo preferencial não só de Fred, como também de ataques, menos intensos, dos candidatos Matheus Ribeiro (PSDB), do senador Vanderlan Cardoso (PSD) e do prefeito Rogério Cruz (SD), a candidata do PT mantém estratégia oposta à adotada por Mabel. Adriana não tem qualquer programa levado à TV ou ao Rádio em que aborda as críticas ou o antipetismo na cidade.

A coordenação de campanha rejeita fazer qualquer resposta, com avaliação de que “a postura se confirmou correta, já que ela se mantém na liderança das pesquisas”, segundo o deputado federal Rubens Otoni (PT). O único vídeo postado nas últimas semanas que não seja referente a propostas tem trecho de debate em que Adriana responde a Matheus sobre a má avaliação de gestões petistas e ela apresenta a administração do pai, ex-prefeito Darci Accorsi, como referência.