O biólogo e doutor em Ecologia Mario Barroso Ramos Neto nasceu em São Paulo e aos 19 anos conheceu o Cerrado, bioma pelo qual se apaixonou. “Minha vida mudou. Pela estética, pela ecologia e pela biologia.” Atualmente, ele é o coordenador de monitoramento da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, uma organização da sociedade civil presente em 81 países que atua, com parcerias colaborativas, para a conservação do meio ambiente. Na sexta-feira (8) o biólogo esteve em Goiânia para a palestra de encerramento do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conpeex) 2024 da Universidade Federal de Goiás (UFG), quando abordou o tema Para Onde Vai o Cerrado: O que Podemos Esperar e quem Decide o que irá Acontecer. Na explanação o ecólogo fez uma comparação entre a necessidade do consumo de bens e a exploração do Cerrado. “Dentro do processo de transformação do Cerrado é preciso fazer algumas perguntas: devo, posso e preciso desmatar o Cerrado?” Mário Barroso explica que 80% do Cerrado ainda preservado é terra privada e a única legislação que atinge esses proprietários é o Código Florestal que exige 20% de reserva legal e as áreas de preservação permanente (APPs). Hoje, segundo o pesquisador, há 50% do bioma preservado em todo o País e a metade desse total, 32 milhões de hectares, pode ser desmatada legalmente. “A gente já sabe onde isso vai dar”, afirma.