Anápolis não exige mais a obrigação do uso de máscara contra a Covid-19 em locais abertos. A regra vale para espaços ao ar livre e sem aglomeração. Entre os motivos que foram levados em consideração para a flexibilização, o prefeito da cidade, Roberto Naves (PP), disse que mais de 80% dos moradores já estão vacinados com duas doses e 30%, com três doses. Além disso, considerou índices de contaminação e internação.Infectologistas veem a medida com receio da ampliação de casos pela sensação de que a pandemia já acabou. Nenhuma outra cidade no estado avalia esta modificação das regras por enquanto.Roberto Naves disse em entrevista coletiva que as equipes técnicas da secretaria de saúde da cidade analisaram os dados da doença e os números da vacinação. Nos próximos dias os servidores da pasta deverão começar uma busca ativa pelas pessoas que não completaram o esquema vacinal. A prefeitura quer saber se, de fato, estas pessoas não tomaram as doses de reforçou ou se podem ter se vacinado em outros municípios. Ele reforça que a busca é importante porque a resposta imunológica de pessoas com as três doses é maior. “Temos de avançar mais nas questões vacinais.”O prefeito também disse que nos próximos dias deverá providenciar a vacinação nas escolas, além de intensificar campanhas com apelos para que os pais levem seus filhos para tomar as vacinas. “O vírus é extremamente mutante. Ninguém garante que não teremos uma variação que seja mais perigosa para as crianças. A forma de proteger é antecipar o ciclo, não adianta depois que aparecer a nova cepa.” Ele acrescenta que também será ampliado o número de postos para a testagem em massa. Atualmente apenas um local oferece o serviço e ainda nesta semana passarão a ser quatro.Roberto Naves diz que a cidade segue o que outras, nos Estados Unidos e na Europa, já estão fazendo. Ele admite que muitas pessoas já não usam o acessório nas ruas, mas fez questão de ressaltar que a novidade vale para áreas abertas, para pessoas que estão com seus familiares, ou praticando esportes em locais abertos e sem aglomeração. Ele ainda disse que pessoas que se sintam seguras em usar o acessório podem e devem continuar com o hábito.CuidadoO médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz entende que ainda não é o momento de mudanças nas regras porque ainda vivemos em pandemia. “Esta medida afeta o coletivo.” Marcelo Daher também é infectologista e entende que uma decisão como esta não pode ser baseada apenas em índices vacinais. “A vacinação não garante que a pessoa não será infectada ou reinfectada, e não garante a não transmissão.” Ele ainda disse que no cenário atual, em que a variante Ômicron predomina, já é possível ver que existem pessoas vacinadas que já apresentaram o teste positivo, assim como reinfectados.