O presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Tarcísio Abreu, ressalta que o principal desafio para a melhoria do sistema é a redução do tempo de viagem dos passageiros, o que engloba ainda a espera nos pontos e terminais. As apostas são a instituição do bilhete único e da integração espacial, que vão funcionar em conjunto. No caso, os usuários vão conseguir fazer baldeações (trocar de veículos em um mesmo trajeto) sem a necessidade de entrar nos terminais por um tempo determinado, uma medida semelhante ao programa do Ganha Tempo, que operou no sistema nos anos de 2013 e 2014.Os testes realizados pela CMTC e pelo consórcio das empresas concessionárias (Redemob) apontam que os usuários poderão ter um ganho entre 40 minutos e 50 minutos no tempo de viagem. O segundo problema visto como entrave é a frota. “Temos veículos de 2008, 2010, 2011. Temos de trabalhar com uma frota nova, renovar isso, especialmente com a Metrobus (empresa responsável pelo Eixo Anhanguera). Neste ano tivemos uma equipe para organizar com a Metrobus em relação ao cumprimento de viagens por problemas na frota”, conta o presidente.Coordenador do Mova-se, Miguel Ângelo Pricinote concorda que o número de ônibus tem de ser maior para operar o sistema metropolitano. “Pelo menos até serem feitos os investimentos em infraestrutura. Se não tem velocidade, porque fica muito tempo parado no trânsito, vai precisar de mais ônibus. Tem que aumentar e modernizar a frota”, aponta o geógrafo. Ele afirma que é preciso pelo menos voltar a utilizar a frota que estava em operação nos anos de 2012 e 2013, com 1.237 veículos, ante os 955 atuais. “Não seria necessário ainda ônibus articulados, já que não temos os corredores prontos, mas deve ter sim uma nova frota.”PrioridadeEm relação ao bilhete único, Pricinote explica que ele deveria ser uma das primeiras medidas a serem adotadas em 2022, já que com a aprovação da nova lei do transporte coletivo pela Assembleia Legislativa há a previsão de recursos. “Com uma boa divulgação, com os usuários entendendo bem o trajeto que pode ser feito, fazendo a integração fora dos terminais, ele ajuda muito no tempo de viagem, na rapidez”, afirma. Por outro lado, ele ressalta que esse tempo não é melhorado com o aumento de viagens indiscriminado. “Isso pode mudar, mas depende de onde é feito. Se for no Eixo Anhanguera e nos outros eixos, como T-7, T-63, melhora, agora se é em outros locais, no entrepico, é pouco.”