A Polícia Civil de Goiás concluiu, nesta semana, o inquérito do caso da diarista Luiza Helena Pereira Lima, de 44 anos, assassinada e jogada em uma cova rasa na zona rural de Cristianópolis em maio deste ano. As investigações resultaram no indiciamento por feminicídio qualificado e ocultação de cadáver do ex-companheiro da vítima, Joaquim Bispo Costa Filho, de 38 anos.O inquérito foi concluído na quarta-feira (22) pela 1ª Delegacia Distrital de Polícia de Aparecida de Goiânia. O indiciamento por feminicídio inclui três qualificadoras: asfixia, com esganadura do pescoço da vítima; impossibilidade de defesa da vítima e pelo feminicídio.Além disso, ainda segundo a polícia, ele também foi indiciado por ocultação de cadáver. Caso seja condenado, Joaquim pode pegar uma pena superior a 30 anos de reclusão.O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário. Já o indiciado, que confessou ter matado Luiza Helena, segue preso preventivamente. A reportagem tenta localizar sua defesa. O espaço permanece aberto.Relembre o casoO crime aconteceu na madrugada do dia 6 de maio deste ano na casa do casal, no setor Eldorado, em Aparecida de Goiânia. As investigações apontaram que a mulher, que teve uma relação de oito meses com o indiciado, havia admitido para familiares que estava incomodada com a pressão do namorado para ter acesso ao seu celular.O homem teria se enfurecido com o fato de mulher restringir o aparelho celular com senha. Conforme a PC, logo após esganar Luiza, o homem percebeu que a mulher ainda estava viva e a levou para Cristianópolis. Segundo a delegada Luiza Veneranda, o suspeito tinha esperança de reanimá-la e se reconciliar com ela.Leia também:Após namorado confessar assassinato, corpo de mulher é encontrado dentro de cisterna, diz políciaSuspeito de matar diarista esganada se escondia em zona de mata e conhecia região de fuga, diz PCAs investigações apontaram que Joaquim chegou a dar um banho frio em Luiza para tentar fazer com que ela recobrasse os sentidos, sem sucesso. À polícia, ele relatou ter tentado levar a vítima para um hospital em Bela Vista de Goiás, mas percebeu no caminho que ela estava com o corpo frio e o pescoço lateralizado (caído para o lado).Foi então que o suspeito voltou para sua propriedade em Cristianópolis e jogou o corpo de Luiza em uma cova de aproximadamente dois metros que ele havia cavado ainda em 2019 para fazer uma cisterna.PrisãoJoaquim foi preso no dia 15 de maio, no Tocantins, após intensas buscas. O homem, segundo a polícia, era “mateiro” e se escondia em zonas ermas e de difícil acesso para fugir do cerco policial."Durante a terça, quarta e quinta-feira ele se manteve escondido na mata e nem chegou a ir na casa da fazenda. No sábado também ele ficou o dia inteiro nessa região de mata", acrescentou a delegada na época sobre Joaquim, que foi encontrado na zona rural de São Salvador.