O estudante de Direito João Vitor Macêdo, de 20 anos, fez uma tocante publicação nas redes sociais em homenagem à sua ex-namorada, a psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, que morreu em uma clínica de Goiânia após passar mal durante um exame de ressonância magnética. No texto “endereçado” a Deus, o rapaz relembra que Bruna dava a ele “vontade de viver” e diz que chegou a rezar todas as noites pela saúde dela. “Agora, nada faz sentido”.Segundo João Vitor na publicação, foi Bruna quem o ensinou “a amar e ser amado”, que foi sua companheira nos “melhores e ainda mais nos piores momentos”. Eles namoraram por cerca de dois anos e estavam separados há três meses.“Foi quem me trouxe alegria, quem me deu vontade de viver, a pessoa que faria de tudo pra me arrancar um sorriso, que planejou um futuro lindo comigo e que agora não vamos poder viver esse sonho”, escreveu o estudante.“Te peço agora que me ajude a encontrar forças, meu Pai, porque não será fácil conviver com a dor e a saudade. Me faça forte e corajoso, esteja sempre comigo por onde eu estiver”, finaliza.Psicóloga teve parada cardíacaBruna Nunes de Faria, que morreu após receber contraste para um exame de ressonância, no último dia 21 de dezembro, em Goiânia, teve uma parada cardíaca depois da aplicação da substância. É o que aponta o relatório médico emitido pela clínica no dia em que a jovem morreu.O documento relata que Bruna descreveu mal estar, falta de ar e sensação de desmaio 30 segundos após receber 10 ml de contraste. De acordo com o relatório médico, o exame foi interrompido e a psicóloga rapidamente foi encaminhada para a sala de recuperação, momento em apresentou “uma piora clínica”, segundo relatado.O relato médico aponta que, na sequência, já em atendimento específico, Bruna evoluiu para uma parada cardiorrespiratória e, assistolia, isto é, quando não há frequência nem ritmo ventricular, e, consequentemente, não há pulso.Leia também:Psicóloga que morreu após tomar contraste para exame em clínica teve parada cardíaca, diz relatórioMãe da psicóloga que morreu durante exame desabafa: “como está sendo triste o meu Natal sem você”Conselho de Medicina apura morte de psicóloga após exame em clínica de GoiâniaBruna havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico 45 dias antes de sua morte. A ressonância foi solicitada como forma de investigar as causas da sua condição. Segundo a mãe, ela já tinha feito esse exame, mas no coração era a primeira vez.A psicóloga nasceu em Bonfinópolis, onde foi velada e sepultada na quinta-feira (22). A jovem trabalhava como psicóloga da Prefeitura de Silvânia, na região central de Goiás, e fazia parte da Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (Emad) da Secretaria Municipal de Saúde.O que diz a clínicaEm nota enviada ao G1, a clínica CDI, gerida pelo médico Ary Monteiro se solidarizou “com os familiares e amigos da paciente” e que segue “à disposição para prestar toda a assistência necessária.”“Reforçamos que em nossos exames são adotados elevados padrões de segurança, com acreditação em grau máximo e procedimentos certificados pelas autoridades do setor, sempre buscando garantir o bem-estar e a saúde de nossos pacientes, valores que sempre fizeram parte da história da clínica".Já as Clínicas CDI geridas pelos médicos Luiz Rassi e Colandy Nunes Dourado afirmou que recebeu a notícia da morte de Bruna “com muita tristeza”. “Tal fato nos leva ao dever e obrigação de prestar esclarecimentos aos nossos clientes, corpo clínico, colaboradores, médicos e sociedade em geral.”“Há dois grupos distintos operando sob o nome CDI. Um, o nosso – Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado -, com as Clínicas CDI Diagnósticos em Cardiologia; CDI Diagnósticos Angiotomográficos e Nuclear CDI. E, outro, sob a responsabilidade do Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo e Sra. Adriana Maria de Oliveira Guimarães Monteiro. Os grupos estão em fase final de separação judicial”, concluiu.A Polícia Civil investiga o caso.