Na sexta-feira, 29 de novembro de 2024, choveu torrencialmente em algumas regiões de Goiânia. No Parque Amazônia, lado oeste da capital, a água subiu rapidamente na Avenida José Leandro da Cruz, invadindo as pistas e edificações na parte mais baixa da via. Ali foi o cenário de um dos mais dramáticos resgates da atual temporada de chuvas da capital. Ao tentar alcançar sua caminhonete, que estava estacionada, um empresário e produtor rural perdeu o equilíbrio e foi parar embaixo do veículo, submerso cerca de dez minutos. Com a colaboração de muitos, o homem sobreviveu, mas, abalado, optou pelo isolamento. Ele se encaixa em um fenômeno dos consultórios de psicologia e psiquiatria: a ecoansiedade ou ansiedade climática. A Associação Americana de Psicologia (APA) define o termo, ainda não considerado doença, como “medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas”. Em geral, é um sentimento que traz uma sensação de desamparo, desesperança e tristeza. O tema preocupa o Conselho Federal de Psicologia (CFP), que anuncia para o dia 23 deste mês, via YouTube, a Conferência Livre de Psicologia, Justiça Ambiental e Meio Ambiente, voltada para pesquisadores, estudantes e profissionais da área. Segundo o CFP, o objetivo é dialogar sobre os impactos psicológicos das mudanças climáticas e o agravamento das desigualdades sociais causadas por crises ambientais.