A <a href="https://opopular.com.br/cidades/suspeitos-de-matar-decapitar-e-colocar-fogo-em-corpo-de-jovem-para-mostrar-poder-de-facc-o-criminosa-s-o-presos-1.3269503" target="_self">facção criminosa</a> carioca Comando Vermelho (CV) tem atuado em ao menos seis setores de Goiânia. Além de Campinas, Centro, Leste Universitário e Norte Ferroviário, locais onde o POPULAR mostrou na última semana a atuação de traficantes que cooptavam usuários de drogas em situação de rua ao crime, uma operação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) mostra que ela também está presente nos setores Real Conquista e Jardim Itaipu. Foram nestes locais que a ação denominada de Descarrilhado prendeu oito suspeitos de terem relação com dois homicídios ocorridos neste ano. Mas, até o momento, nenhum levantamento oficial sobre a presença das organizações criminosas foi divulgado pelas forças de segurança pública do Estado.

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	<li>Veja na TV Anhanguera: <a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/policia-prende-8-suspeitos-em-operacao-que-investiga-homicidios-brutais-13634674.ghtml" target="_blank">Delegado dá detalhes sobre operação que prendeu suspeitos de integrar facção criminosa</a></li>
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A operação Descarrilhado, conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), foi deflagrada no início desta quarta-feira (28) e culminou na prisão de oito suspeitos pelos homicídios ocorridos em fevereiro e março, em meio a um “tribunal do crime”, além de 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos faccionados que foram cumpridos na região. A investigação aponta que os crimes teriam sido cometidos por <a href="https://opopular.com.br/cidades/pessoas-que-vivem-na-rua-em-goiania-ficam-a-merce-da-violencia-1.3267893" target="_self">membros da facção</a> carioca no intuito de demonstrar força e domínio sobre a população local. As vítimas são Ana Carolina Rudgeri, de 22 anos, que foi decapitada e teve o corpo parcialmente carbonizado, e João Felipe Silvério da Silva, de 27, alvo de múltiplos disparos.&nbsp;

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; outline-offset: -2px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Áudios obtidos durante a investigação mostram um líder da facção criminosa determinando a morte da jovem. “Pode matar ela na cara dura, pra todo mundo ver. Pra todo mundo ver! E se tiver de madrugada, amarra no poste e põe é fogo. No meu nome, mano, é no meu nome, entendeu?”, disse. Segundo a corporação, ela não tinha ligação com o crime. João Felipe, por outro lado, foi agredido em outras duas ocasiões por membros da facção, que falaram que a execução dependia apenas da autorização de lideranças. Ele foi atraído ao local e alvejado na rua. Um deles ainda teria tirado foto do homem baleado com o intuito de enviar às lideranças mostrando que o homicídio havia sido concluído.

O jovem foi morto no dia 16 de fevereiro em frente a uma distribuidora de bebidas do Jardim Itaipu. Vídeo divulgado pela PC-GO mostra o momento em que ele é baleado com ao menos oito tiros. À época do crime, o pai dele disse que o filho era usuário de drogas e vivia em situação de rua. Já o corpo de Ana Carolina foi encontrado no dia 14 de março, em uma chácara do Residencial Real Conquista. As investigações concluíram que ambos os homicídios foram cometidos por membros do CV.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/suspeitos-de-matar-decapitar-e-colocar-fogo-em-corpo-de-jovem-para-mostrar-poder-de-facc-o-criminosa-s-o-presos-1.3269503" target="_self">Suspeitos de matar, decapitar e colocar fogo em corpo de jovem para mostrar poder de facção criminosa são presos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pessoas-que-vivem-na-rua-em-goiania-ficam-a-merce-da-violencia-1.3267893" target="_self">Pessoas que vivem na rua em Goiânia ficam à mercê da violência</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-combate-facc-o-criminosa-responsavel-por-varios-assassinatos-e-trafico-de-drogas-em-goias-1.3266094" target="_self">Operação combate facção criminosa responsável por vários assassinatos e tráfico de drogas em Goiás</a></div>

<h2>Tráfico</h2>

Integrantes da facção criminosa também estariam ligados ao <a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-combate-facc-o-criminosa-responsavel-por-varios-assassinatos-e-trafico-de-drogas-em-goias-1.3266094" target="_self">tráfico de drogas</a> na região que abriga Campinas, Centro, Leste Universitário e Norte Ferroviário. O POPULAR mostrou no último fim de semana que pessoas em situação de rua que viviam nestas localidades estavam sendo cooptadas ao crime, seja para monitorar a área, ou para fazer o transporte e entrega dos entorpecentes. Naquela semana, a reportagem percorreu os quatro bairros e ouviu relatos de diferentes pessoas que apontavam que a venda de drogas é comandada pelo CV. Em alguns pontos, como no Ginásio de Esportes de Campinas e na Rua 10, situada no Cento, há pichações com a sigla com o intuito de marcar território.&nbsp;

Além destes, um sétimo setor tem indícios de atuação de organizações criminosas. Ao lado de Campinas, o Setor dos Funcionários registrou na última semana uma ocorrência envolvendo um usuário em situação de rua que teve o corpo queimado em uma suposta briga por dívidas de drogas. Durante coletiva de imprensa em frente ao ginásio de Campinas, um dia após o incêndio ocorrido no espaço e atribuído a traficantes locais, o presidente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) citou que os casos estariam relacionados. “Briga de traficantes, tinha um alvo, ele não foi acertado no momento (no ginásio). E após isso, em um desentendimento, o traficante acertou um morador de rua e queimou 80% do corpo”, enfatizou.

A PC-GO diz, em nota, que “tem intensificado as ações de combate ao crime organizado, com ênfase na repressão qualificada a facções criminosas que tentam atuar no território goiano”. “Exemplo disso foi a operação realizada nesta terça-feira (28) pela DIH, que resultou na prisão de oito indivíduos vinculados à facção, suspeitos de envolvimento em dois homicídios ocorridos nos setores Real Conquista e Jardim Itaipu, em Goiânia. A ação demonstra a pronta resposta da Polícia Civil diante de qualquer tentativa de intimidação ou demonstração de poder por parte de organizações criminosas”, complementa.

A corporação garante ainda que “as forças de segurança do Estado atuam de forma integrada, com o objetivo de impedir a consolidação de estruturas criminosas em Goiás”. “Esse enfrentamento é contínuo e periódico, com operações estratégicas baseadas em inteligência policial e integração”, finaliza. Na última semana, em resposta ao POPULAR, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) disse que “não há qualquer território ou região do Estado de Goiás sob domínio do crime organizado.”

<h3>Influência</h3>

O jornal Folha de S.Paulo&nbsp;divulgou no fim de abril dados atribuídos a um relatório do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que mostravam que 941 postos de combustíveis situados em ao menos 22 estados eram investigados por suspeita de serem chefiados por facções criminosas. No mapeamento, Goiás perdeu apenas para São Paulo, ao registrar 163 estabelecimentos sob suspeita. A maior metrópole brasileira, por outro lado, mantinha 290 nesta situação.&nbsp;

Após a divulgação, o governador Ronaldo Caiado (UB) reagiu alegando que os dados eram falsos. O POPULAR mostrou na ocasião que, ao contestar o levantamento, o chefe do Executivo estadual também se disse alvo de retaliação política pela pré-candidatura à presidência da República. “De onde ele (MJSP) criou esse número? Porque tem que ter uma fonte. (...) Essa fonte é uma fake news. Tenho convicção absoluta que isso é em decorrência da minha pré-candidatura e também do meu combate a esta farsa que é a PEC (da Segurança Pública), para concentração de poder nas mãos do Ministério da Justiça, tirando prerrogativas dos governadores”, afirmou.&nbsp;

O POPULAR solicitou o levantamento ao Ministério da Justiça, mas não obteve resposta. Além do mapeamento divulgado pela Folha, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), também ligado ao Ministério de Justiça, publicou no fim do ano passado o relatório do Mapa de Orcrim – acrônimo de organizações criminosas. Em todo o País, são estimadas 88 facções dentro dos presídios. Em Goiás, ao menos três estão presentes: CV, Primeiro Comando da Capital (PCC), e Amigos do Estado (ADE). Dentre as ações apontadas como as mais cometidas pelos integrantes, estão atentados contra o patrimônio, contra servidores, resgate de presos em unidades prisionais e motins.&nbsp;

Facção criminosa pode estar presente em pelo menos 6 bairros de Goiânia

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Crime organizado

MC Poze do Rodo, preso nesta quinta (29) sob suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas, declarou, ao ingressar no sistema prisional, identificar-se com o Comando Vermelho.

A declaração faz parte da ficha de ingresso e é obrigatória a todo detento. Nela, o preso tem que assinalar o campo "ideologia declarada". No sistema penitenciário fluminense os internos são separados de acordo com suas alianças criminosas para evitar confrontos.

A defesa do artista nega as conclusões das investigações e disse que irá entrar com pedido de liberdade.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/facc-o-criminosa-pode-estar-presente-em-pelo-menos-6-bairros-de-goiania-1.3270145" target="_self">Facção criminosa pode estar presente em pelo menos 6 bairros de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/editorial/facc-es-em-goias-1.3270075" target="_self">Facções em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/suspeitos-de-matar-decapitar-e-colocar-fogo-em-corpo-de-jovem-para-mostrar-poder-de-facc-o-criminosa-s-o-presos-1.3269503" target="_self">Suspeitos de matar, decapitar e colocar fogo em corpo de jovem para mostrar poder de facção criminosa são presos</a> 
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Assim, unidades específicas recebem apenas integrantes declarados do Comando Vermelho, enquanto outras acomodam membros de facções rivais, como o Terceiro Comando Puro. Há também setores para servidores públicos, ex-servidores e os n0eutros.

Poze foi colocado em Bangu 3, onde estão presos todos os membros do CV, incluindo os do chamado Conselho, que ditam as regras que a facção deve seguir.

A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) classificou Poze com o grau médio de periculosidade.

O estopim para a prisão do MC é um vídeo de um show na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, no qual ele canta músicas que exaltam chefes do Comando Vermelho. Na plateia, um homem porta um fuzil e também filma a apresentação.

O show foi realizado em 17 de maio, dois dias antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, atingido por um tiro na cabeça na mesma favela, que é um dos principais redutos da facção.

MC Poze do Rodo declara ligação com o CV e é classificado com grau de periculosidade médio

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<img attr-cid="policy:1.3220677" attr-version="policy:1.3220677:1737043411" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3220677/WhatsApp Image 2025-01-16 at 09.40.54.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Homem é preso suspeito de integrar facção criminosa (Divulgação/MP-GO)

Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (16) pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) prendeu nove pessoas, sendo oito em Goiás e uma no Distrito Federal, suspeitas de integrar a facção criminosa PCC. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Águas Lindas de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Luziânia, Formosa, Aparecida de Goiânia e Goiânia, além de no Distrito Federal e na cidade de São Paulo.

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Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

Ao POPULAR, o MP-GO detalhou que duas pessoas ligadas a Goiás estão foragidas e que os suspeitos vão responder, a princípio, pelo crime de integrar organização criminosa. Segundo o órgão, todos eles já tinham passagens por crimes como tráfico, roubo e homicídio. Foram apreendidos celulares, anotações e possivelmente drogas. Para o MP-GO, os investigados possivelmente possuem ligação com a facção desde 2019.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-mira-grupo-suspeito-de-comprar-mercadorias-e-cancelar-os-pedidos-apos-o-recebimento-1.3220213" target="_blank">Operação mira grupo suspeito de comprar mercadorias e cancelar os pedidos após o recebimento</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-contra-falsificac-o-de-receitas-e-venda-irregular-de-remedios-controlados-1.3219839" target="_blank">Polícia faz operação contra falsificação de receitas e venda irregular de remédios controlados</a></div>

De acordo com o MP-GO, a operação batizada de “Sintonia do Entorno”, visou fazer cessar os crimes cometidos pelo PCC no estado. As investigações tiveram origem em provas compartilhadas pelo Ministério Público de São Paulo, que revelaram o crescimento da atuação da facção criminosa em Goiás. Anteriormente, com base em algumas destas evidências, o MP-GO já havia deflagrado, no ano de 2023, a operação “Sintonia do Estado de Goiás”.

A partir da criação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno em 2024, as informações foram compartilhadas e, em continuidade ao trabalho de monitoramento, prevenção e enfrentamento a esse tipo de criminalidade organizada, nova investigação foi instaurada para combater as atividades da facção na região do Entorno de Brasília.&nbsp;

As medidas foram cumpridas com o apoio dos Gaecos de São Paulo, do Distrito Federal e Territórios, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado do Distrito Federal, da Polícia Penal e da Polícia Militar de Goiás.

<img attr-cid="policy:1.3220678" attr-version="policy:1.3220678:1737043448" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3220678/WhatsApp Image 2025-01-16 at 09.40.54 (1).jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Operação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em oito cidades goianas, no DF e em São Paulo (Divulgação/MP-GO)

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Operação do MP prende suspeitos de integrar facção criminosa no Entorno do DF

Sintonia do Entorno

O subtenente da PM na reserva Ronaldo Santana Cunha, de 56 anos, foi preso na manhã de sexta-feira (11) em cumprimento a um mandado de prisão por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude para obtenção de benefícios voltados para vítimas do acidente do césio-137. Investigações da Polícia Civil apontam que ele ajudava advogados a conseguir oficiais de reserva da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) interessados em conseguir judicialmente isenção no Imposto de Renda (IR) alegando doenças graves causadas pelo acidente radiológico ocorrido em 1987, em Goiânia. A fraude já teria causado um prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Ronaldo estava com mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara de Garantias da comarca de Goiânia desde 27 de setembro. O Grupo de Repressão a Roubo da Delegacia Estadual de Investigação de Crimes (Garra/Deic), responsável pelas investigações, lançou a Operação Fraude Radioativa para dar cumprimento a este e outros mandados de prisão e de busca e apreensão no dia 30, porém Ronaldo não foi localizado na ocasião e compareceu à delegacia no dia seguinte.

A legislação eleitoral proíbe prisões que não sejam em flagrante e alguns casos específicos cinco dias antes das eleições, que neste ano foi em 6 de outubro, até 48 horas depois do sufrágio. Por isso, o policial da reserva não poderia ser detido neste período. Ronaldo estava na porta da escola da filha de 11 anos na última sexta-feira quando foi abordado por policiais civis. Ele passou pelos procedimentos burocráticos e foi encaminhado para o presídio militar de Goiânia.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/viaturas-da-pm-em-goias-ainda-seguem-sem-placas-veiculares-1.3186845">Viaturas da PM em Goiás ainda seguem sem placas veiculares</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ex-pm-acusado-de-matar-adolescente-sera-deportado-no-dia-18-para-o-brasil-1.3186446">Ex-PM acusado de matar adolescente será deportado no dia 18 para o Brasil</a></div>

Além de Ronaldo, também chegaram a ser presas as advogadas Ana Laura Pereira Marques e Gabriela Nunes Silva. A Polícia Civil investiga se as duas fraudavam os processos na Justiça para conseguir a isenção do IR para os policiais militares. Levantamentos feitos pela Garra/Deic e pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) identificaram 49 oficiais da reserva beneficiados, sendo 25 deles coronéis.

Ana Laura conseguiu a mudança do tipo de prisão para domiciliar no dia 4 de outubro, enquanto Gabriela foi solta no dia seguinte ao da operação. Dos três, ela era a única que tinha um mandado de prisão temporária e, não, preventiva. A defesa de Ronaldo já entrou com pedido de revogação da prisão, mas ainda não obteve resposta do Judiciário. O POPULAR não conseguiu falar, neste domingo, com a defesa das advogadas e do subtenente.

<h2>Colaboração</h2>

A defesa de Ronaldo alega que o investigado se apresentou tão logo soube da operação feita pela Polícia Civil, não sendo preso na ocasião devido à legislação eleitoral, e que está colaborando com as investigações, não havendo motivo para manter o mandado de prisão em vigor. “Não se apresenta como medida justa o encarceramento de pessoa cuja conduta sempre se baseou na honestidade e no trabalho. O enclausuramento deste em nada contribui para a segurança da sociedade”, afirmou na petição à Justiça.

O promotor Guilherme Vicente de Oliveira, em substituição na 18ª Promotoria da comarca de Goiânia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), já se posicionou contra a revogação da prisão. Ele alega que ainda há diligências a serem feitas pela Polícia Civil e que Ronaldo tinha uma “atuação ativa no recrutamento de militares da reserva (...) e papel crucial na execução das ações fraudulentas”.

Ainda segundo o promotor, haveria elementos na investigação indicando que, em liberdade, Ronaldo poderia continuar a captar novos oficiais ou mesmo coagir ou influenciar outros envolvidos, “o que prejudicaria a investigação”.

“A necessidade de manutenção da prisão preventiva do requerente visa a contento garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e a garantia de aplicação da lei penal, notadamente ante a gravidade concreta dos delitos por ele perpetrados”, escreveu Guilherme em sua manifestação.

<h2>Investigações</h2>

Também na última sexta-feira, a Justiça autorizou pedido da Polícia Civil de mais prazo para concluir as investigações e deu 15 dias para que o inquérito seja remetido ao Judiciário ou que a Garra/Deic peça nova prorrogação. O esquema começou a ser investigado após um médico que atua como coordenador da Junta Médica Oficial do Estado de Goiás denunciar que tinha sido procurado por Ana Laura em fevereiro deste ano e, posteriormente, descobrir que seu nome estava sendo usado em laudos falsos para obtenção do benefício de isenção no IR na Justiça e em procedimentos administrativos junto à PM-GO.

Ainda segundo este médico, ao ser consultado pela advogada, esta lhe questionou se estaria “disposto a confeccionar laudos para radioacidentados” pelo césio-137, proposta recusada por ele. A partir deste depoimento, a Polícia Civil identificou sete advogados e um policial da reserva como suspeitos de organizar o esquema e, entre os beneficiados, 25 coronéis da reserva, mais 19 oficiais também da reserva, além de um promotor de Justiça aposentado e um praça.

A Polícia Civil descobriu que outro médico também teve a assinatura forjada em laudos falsos no mesmo esquema. As ações fraudulentas foram protocoladas em diferentes municípios, como Goiânia, Anápolis, Morrinhos, Itaberaí, Silvânia, Rio Verde, Iporá, Piracanjuba e Quirinópolis. Ana Laura é apontada como a principal advogada na organização das fraudes. Entre seus clientes estariam quatro coronéis, dois tenentes-coronéis, dois majores e um capitão da PM-GO, um tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), além de um promotor de Justiça aposentado e capitão da reserva.

PM da reserva que recrutava oficiais para fraude é preso em Goiânia

Justiça

Giro247

A segunda ação policial em um intervalo de menos de três meses na Prefeitura de Goiânia, ocorrida na quarta-feira (5), pode ter um efeito devastador na intenção do prefeito Rogério Cruz (SD) disputar a reeleição.&nbsp;

Aliados avaliam que a Operação Transata, da Polícia Civil, prejudica o processo de recuperação de imagem da gestão, que teria sinais positivos desde abril, segundo este grupo.&nbsp;

Nesta edição do Giro 360, Júlio Lacerda e Rubens Salomão recebem a repórter Fabiana Pulcineli para avaliar o tamanho do estrago causado pela investigação, que derrubou Denes Pereira, até então secretário de infraestrutura e homem forte de Rogério Cruz.&nbsp;

No segundo bloco, o trio analisa o novo prazo para desincompatibilização para as eleições municipais.&nbsp;

Para acompanhar, é só dar o play!

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