<img attr-cid="policy:1.3326140" attr-version="policy:1.3326140:1760969082" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3326140/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2025-10-20T110439.757.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Todos podem pegar a quantidade de milho que quiserem, desde que não usem para a venda. (Arquivo pessoal/ Sonea Stival)

Uma fazenda localizada às margens da BR-060, próximo ao município de Acreúna, na região sudoeste de Goiás, realiza distribuição de milho para a comunidade há 25 anos. A Fazenda Canadá, que pertence ao produtor rural Wander Carlos de Souza, já se tornou referência para os moradores.

Inicialmente realizada em uma propriedade menor próxima a Arantina, Minas Gerais (MG), a ação ganhou novas proporções. Nos últimos cinco anos, o projeto foi transferido para uma fazenda maior em Goiás e, há dois anos, foi expandido para todos os viajantes que passam pela rodovia, devido à crescente procura.

<h3 style="white-space: normal;">Colheita solidária</h3>

A doação ultrapassa cinco hectares de milho plantado. Para facilitar a coleta, os visitantes são convidados a entrar no milharal por um caminho aberto, como uma "estrada no meio da plantação", que permite o acesso de veículos.

A iniciativa foi recentemente destacada pela viajante Sonea Stival, que gravou e compartilhou a ação após saber da tradição."É milho sendo distribuído de graça na Fazenda Canadá, às margens da BR-060, em Acreúna", relata Sonea.&nbsp;Ao final da gravação, ela complementa:"Aqui é à vontade, pode pegar o quanto quiser... Quem faz isso tem um coração gigante. Eu admiro".&nbsp;Sonea também mencionou que o proprietário envia doações para creches e outros locais próximos.

Ao&nbsp;POPULAR, Sonea Stival contou que tem o costume de passar pela BR-060 e, após uma amiga contar que o local estava distribuindo milho para todos, decidiu parar e gravar o vídeo da iniciativa.&nbsp;

<cite>Eu ando muito naquela estrada e soube daquela distribuição de milho que já era uma tradição do proprietário. E eu também vi que ele manda entregar para as creches e outros locais próximos da região. Então, ele abre um caminho para facilitar a entrada do carro, como se fosse uma estrada no meio do milharal. Então as pessoas entram com os carros pra facilitar o acesso à coleta", contou Sonea Stival.</cite>

Ao POPULAR, Marta Souza, prima do proprietário da fazenda,&nbsp;enfatizou que a distribuição é organizada e tem como única regra a não utilização do milho para fins comerciais.

<cite>Então, o meu primo faz essa distribuição de milho há 25 anos, e nos últimos cinco anos, ele passou a fazer em uma fazenda maior em Acreúna. Com a alta procura, de dois anos para cá, ele decidiu abrir para todos que passam pela rodovia", disse Marta Souza.</cite>

Marta Souza reforçou a importância das ações de responsabilidade social no campo e disse que a expectativa é que a iniciativa se repita nos próximos anos, consolidando a ponte entre o agronegócio e a comunidade.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/influenciador-mostra-como-diferenciar-goianos-de-mineiros-pela-forma-de-falar-video-1.3307384" style="font-size: 12px;" target="_self">Influenciador mostra como diferenciar goianos de mineiros pela forma de falar; vídeo</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/bald-o-de-pipoca-com-cobertura-e-mega-recheado-vira-sensac-o-entre-frequentadores-de-shopping-em-aparecida-1.3305672" style="font-size: 12px;" target="_self">Baldão de pipoca com cobertura e mega recheado vira sensação entre frequentadores de shopping, em Aparecida</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/pamonharia-de-goiania-lanca-desafio-e-diz-que-pagara-r-1-mil-para-quem-comer-3-quilos-de-pamonha-em-20-minutos-1.3304915" style="font-size: 12px;" target="_self">Pamonharia de Goiânia lança desafio e diz que pagará R$ 1 mil para quem comer 3 quilos de pamonha em 20 minutos</a></div>

<h3>Dicas para fazer pamonha</h3>

Quando o assunto é milho, já vem logo uma centena de receitas com a iguaria na cabeça. Não é mesmo? Por conta disso, O POPULAR conversou com especialistas que ensinaram como preparar uma deliciosa pamonhada.

Quem é goiano raiz sabe que pamonha é uma das grandes delícias do nosso estado. E sempre fica aquele debate:&nbsp;'Qual é o melhor sabor de pamonha?'&nbsp;É uma 'disputa' interminável, mas de dar água na boca. O chef goiano Leandro Andrade deu dicas para o preparo da pamonha e contou outros sabores inusitados que podem dar um gostinho ainda mais saboroso para a receita.&nbsp;

<cite>No preparo da pamonha, assim que separar as massas em doce e outra salgada, já pode preparar o recheio. Então, para a doce pode usar chocolate, goiabada, requeijão e queijo. Na salgada pode usar tempero verde, peixe, liguicinha, jiló, guariroba, pequi. Eu costumo dizer que o céu é o limite", disse Leandro Andrade.</cite>

Noykarla Evangelista é cozinheira e ama reunir toda a família&nbsp;para fazer 'aquela pamonhada'. Ela explicou que o processo começa desde a escolha do milho. Segundo Noykarla, é importante ir em um fornecedor que já conheça, além de escolher um milho mais granado. Ela destacou que para embalar é necessário ter habilidades.&nbsp;

A cozinheira explicou que, apesar de parecer um processo simples, não é todo mundo que consegue. Noykarla Evangelista também disse que colocar um pedaço de limão na panela antes de começar a cozinhar as pamonhas, é crucial para evitar que a panela fique manchada.&nbsp;

<cite>&nbsp;É bom reunir a família toda, pois cada um faz uma coisa. E lógico, comer é a melhor parte", contou a cozinheira.&nbsp;</cite>

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Pamonhas sendo produzidas com sabores diversos (Arquivo pessoal/ Leandro Andrade)

Fazenda distribui milho de graça para a comunidade, em Acreúna

Cidades

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Matéria - Cidades

🌽 MILHARAL 

O início desta semana em Goiás deve ter chuvas isoladas, ventos fortes e possível queda de granizo, segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). Em Goiânia, a previsão para esta segunda-feira (20) é de sol com pancadas de chuva e temperatura máxima de até 33°C.&nbsp;O alerta para tempestades abrange 50 municípios goianos (veja a lista completa ao final desta reportagem).

O Cimehgo emitiu um alerta de tempestade para a região centro-norte do estado, onde o volume de chuva pode variar entre 20 e 50 milímetros (mm). O órgão recomenda atenção redobrada em áreas com risco de alagamento nas cidades. 
 
Para segunda (20) e terça-feira (21), a previsão é de pancadas de chuvas isoladas. No restante da semana, as chuvas devem ocorrer de forma irregular, e as temperaturas continuarão elevadas.

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As temperaturas mínimas previstas pela meteorologia são de 22°C nas regiões Norte e Oeste, 19°C no Sudoeste, Sul e Central, e 16°C na região Leste. Todas as áreas têm previsão de pancadas de chuva.

<h2>Previsão para a capital</h2>

Em Goiânia, a previsão é de até 7 mm de chuva. A temperatura varia entre a mínima de 19°C e a máxima de 33°C, enquanto a umidade relativa do ar fica entre 40% e 95%.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/paco-e-defesa-civil-fazem-blitz-para-orientar-goianiense-a-evitar-alagamentos-1.3324155" target="_self">Paço e Defesa Civil fazem blitz para orientar goianiense a evitar alagamentos</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/tempestades-com-risco-de-granizo-mais-de-90-cidades-em-goias-entram-em-alerta-1.3323761" target="_self">Tempestades com risco de granizo: mais de 90 cidades em Goiás entram em alerta</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-usa-guarda-sol-na-moto-para-tentar-escapar-do-calor-e-chama-atenc-o-no-transito-de-goiania-video-1.3323124" target="_self">Mulher usa guarda-sol na moto para tentar escapar do calor e chama atenção no trânsito de Goiânia; vídeo</a>&nbsp;</div>

<h2>Blitz de orientação</h2>

Na última terça-feira (14), a Defesa Civil Municipal e a&nbsp;Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET)&nbsp;realizaram uma blitz educativa em um dos pontos com maior risco de alagamento em Goiânia. A ação orientou motoristas e motociclistas sobre como agir durante os temporais.

A blitz ocorreu na Avenida C-107, no Jardim América, perto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). No mesmo local, em janeiro de 2023, o motociclista Warley Melo Adorno, de 22 anos, morreu arrastado pela enxurrada para dentro de um bueiro que leva ao Córrego Cascavel, ao tentar atravessar a via durante uma forte chuva.

<h2>Municípios atingidos pela tempestade</h2>

<ul>
	<li>Adelândia</li>
	<li>Americano do Brasil</li>
	<li>Aragarças</li>
	<li>Araguapaz</li>
	<li>Arenópolis</li>
	<li>Aruanã</li>
	<li>Baliza</li>
	<li>Bom Jardim de Goiás</li>
	<li>Bonópolis</li>
	<li>Britânia</li>
	<li>Buriti de Goiás</li>
	<li>Campinorte</li>
	<li>Campos Belos</li>
	<li>Córrego do Ouro</li>
	<li>Crixás</li>
	<li>Diorama</li>
	<li>Divinópolis de Goiás</li>
	<li>Faina</li>
	<li>Fazenda Nova</li>
	<li>Firminópolis</li>
	<li>Goiás</li>
	<li>Guaraíta</li>
	<li>Heitoraí</li>
	<li>Iporá</li>
	<li>Israelândia</li>
	<li>Itapirapuã</li>
	<li>Itapuranga</li>
	<li>Ivolândia</li>
	<li>Jaupaci</li>
	<li>Jussara</li>
	<li>Matrinchã</li>
	<li>Moiporá</li>
	<li>Montes Claros de Goiás</li>
	<li>Morro Agudo de Goiás</li>
	<li>Mossâmedes</li>
	<li>Mozarlândia</li>
	<li>Mundo Novo</li>
	<li>Nova América</li>
	<li>Nova Crixás</li>
	<li>Novo Brasil</li>
	<li>Novo Planalto</li>
	<li>Porangatu</li>
	<li>Rubiataba</li>
	<li>Sanclerlândia</li>
	<li>Santa Fé de Goiás</li>
	<li>São Domingos</li>
	<li>São Luís de Montes Belos</li>
	<li>São Miguel do Araguaia</li>
	<li>São Patrício</li>
	<li>Uruaçu</li>
</ul>

Semana começa com previsão de chuvas isoladas, ventos fortes e granizo em Goiás, diz Cimehgo

ALERTA

Nesta segunda-feira (20), o sistema penitenciário de Goiás será palco de um feito inédito: um apenado irá defender sua tese de doutorado dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Embora a legislação brasileira permita o acesso ao ensino para pessoas privadas de liberdade, a conclusão de uma pós-graduação ainda é um feito raro — especialmente em um ambiente onde o acesso ao ensino superior ainda é exceção.

Até 2011, a Lei de Execução Penal previa apenas a <a href="https://opopular.com.br/cidades/acordo-amplia-vagas-de-trabalho-para-presos-do-sistema-penitenciario-de-goias-1.2210726" target="_self">remição de pena por trabalho</a>. Com a aprovação da Lei 12.433, a possibilidade de redução da pena foi estendida também para atividades de estudo. Pela norma, o apenado pode reduzir um dia de pena a cada 12 horas de estudo, distribuídas em três dias, em atividades de ensino fundamental, médio, profissionalizante, superior ou ainda de requalificação profissional.&nbsp;

Tiago* tem uma longa trajetória com a educação. É formado em Design Gráfico e possui mestrado em Cultura Visual. Em 2020, ingressou no doutorado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e conduziu um trabalho interdisciplinar que envolve artes visuais, computação e museologia. Sua tese buscou responder a uma pergunta central: como deficientes visuais podem visitar museus virtuais?

Inicialmente, Tiago iria desenvolver um trabalho focado em análise de dados, mas, incentivado por seu orientador, ele passou a pesquisar algo inédito. “Isso tem a ver comigo? Tem. Por quê? De uma forma muito simples”, disse, apontando para os óculos que usava no rosto, na última terça-feira (14), quando a reportagem o visitou. A ideia era que uma pessoa que sempre esteve em ambientes visuais e acostumada a pensar para quem não tem deficiência visual passasse a projetar e desenvolver uma interface voltada para quem tem.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/acordo-amplia-vagas-de-trabalho-para-presos-do-sistema-penitenciario-de-goias-1.2210726" target="_self">Acordo amplia vagas de trabalho para presos do sistema penitenciário de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/informac-es-sobre-presos-em-goias-s-o-divergentes-1.3052383" target="_self">Informações sobre presos em Goiás são divergentes</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/visitas-de-familiares-ser-o-retomadas-nos-presidios-goianos-1.2446394" target="_self">Visitas de familiares serão retomadas nos presídios goianos</a></div>

Preso em agosto de 2024 por crimes sexuais, após já ter feito a qualificação do doutorado, cumprido as disciplinas e a carga horária obrigatória, Tiago inicialmente foi levado à Casa de Prisão Provisória (CPP) e, depois, à Penitenciária Odenir Guimarães (POG). A princípio, acreditou que seu projeto acadêmico seria interrompido ali. No entanto, os professores do programa de pós-graduação vislumbraram a possibilidade de que ele concluísse o processo e, após diálogo com sua família, apresentaram a proposta a Tiago, que aceitou. Com um pedido feito à Justiça, ele foi autorizado a retomar os estudos.

“Existiu um investimento de tempo e esforço da universidade para que ele pudesse desenvolver uma pesquisa relevante, que oferece percepções e ferramentas para ajudar não videntes a explorarem museus virtuais. É justo que esse trabalho fosse concluído e revertido em benefício para a sociedade”, defende Hugo do Nascimento, orientador de Tiago e professor do Instituto de Informática (INF) da UFG e do programa de pós-graduação em Artes, Culturas e Tecnologias.&nbsp;

A rotina de Tiago envolvia quatro horas diárias de estudo, pela manhã. Sob monitoramento, ele teve acesso a um computador com internet para realizar pesquisas bibliográficas. As orientações, inicialmente presenciais, passaram a ser feitas de forma remota. Na última semana, Tiago se dedicou aos ajustes finais da apresentação e aos ensaios da defesa. “Tem um livro que li aqui chamado O menino que tinha medo de errar (Andrea Viviana Taubman). Eu não estou com medo de errar”, reflete o doutorando.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

<h2>Tese</h2>

O trabalho partiu da compreensão das experiências sensoriais de deficientes visuais em museus físicos. “A gente entende a cegueira como algo diferente, abaixo do que é considerado normal. Só que a cegueira é uma forma de se ver o mundo, pela experiência deles. Pelo tato, olfato, outros sentidos (...) Outras possibilidades, às vezes até mais ricas, do que só olhar”, explica Tiago.

O desafio foi transpor essas experiências para o meio digital, criando uma interface que valorizasse a vivência sensorial de deficientes visuais. A solução foi propor um aplicativo para celular que vá além da descrição objetiva das obras, incluindo sensações e interpretações subjetivas. “Vou descrever um cavalo? Posso dizer que é um cavalo, mas posso também falar da textura do pelo”, afirma Tiago.

A proposta é o que se chama de acessibilidade plena. O doutorando usa como ilustração a obra Guernica (1937), de Pablo Picasso, marco do cubismo e denúncia visual contra a Guerra Civil Espanhola. “Como trazer a revolta de Pablo Picasso, ao criar a obra, para dentro dessa explicação? Assim, conseguimos a acessibilidade plena. A fruição da visita ao museu”, destaca Tiago.

Mesmo com acesso a um computador, a finalização da tese enfrentou algumas limitações. Entre elas, a falta de um dispositivo móvel para o desenvolvimento da parte multisensorial do aplicativo e a impossibilidade de realizar testes em grupo com pessoas com deficiência visual. Ainda assim, o acesso a pesquisas de outros autores ajudou Tiago a preencher algumas dessas lacunas.

No geral, o orientador de Tiago avalia que foi possível estabelecer uma colaboração afinada com a Polícia Penal. “Foi um esforço coletivo para fazer acontecer”, afirma. Ele reconhece que, em outras circunstâncias — como iniciar um doutorado dentro do sistema prisional —, o processo seria mais difícil, mas destaca a importância simbólica do feito de Tiago. ‘Abre-se uma possibilidade de novas ações de formação’, pontua Hugo do Nascimento.

<h3>Trabalho</h3>

No mestrado, Tiago discutiu as relações entre o ciberespaço e o mundo real. O projeto consistiu na criação de um tabuleiro de xadrez em que a pessoa, no espaço físico, movia as peças brancas, enquanto o computador, no ciberespaço, controlava as pretas. Dentro da POG, esse tema voltou a cruzar seu caminho quando ele também passou a trabalhar para reduzir o tempo de prisão.

Além de estudar, ele atua na oficina de marcenaria da Seção Industrial. Inicialmente, Tiago realizava trabalhos simples, como lixar rodas de carros de brinquedo. Entretanto, seus conhecimentos em computação e design gráfico permitiram que ele passasse a operar uma máquina que transforma desenhos feitos no computador em comandos que se comunicam com outra máquina, responsável por realizar gravações, desenhos e recortes em madeira — especialmente peças de tabuleiro de xadrez.

No local, ele já capacita outros apenados a fazerem o mesmo trabalho. “Às vezes, temos uma percepção de que a realidade é imutável em alguns casos. Mas, se houver vontade e oportunidade, você pode mudar coisas. Mudar formas de se fazer coisas”, reflete Tiago, que ainda tem cerca de quatro anos de pena a cumprir. “Não sou só eu aqui. Tem diversas outras pessoas que têm vontade de estudar. Reeducandos me param e me perguntam: ‘Você está fazendo faculdade? Estudando? Queria tanto uma oportunidade dessa!’ A pergunta é: por que não? É possível? Estou sendo uma prova disso”, finaliza.

<h3>Estudo é realidade para 26% dos apenados em Goiás&nbsp;</h3>

Em Goiás, 5 mil (26,1%) dos 19,4 mil apenados em regime fechado estão matriculados em atividades educacionais. No estado, 79 das 85 unidades prisionais possuem extensão escolar, que funciona como uma sala de aula, com atividades conduzidas presencialmente por servidores da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc), por meio de pactuação com a Polícia Penal. As aulas são diárias e ocorrem na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

As turmas são formadas de acordo com a quantidade de apenados interessados e com a etapa de ensino em que se encontram. Dessa forma, um professor pode ter alunos de diferentes níveis educacionais. Como muitas pessoas chegam às unidades prisionais sem documentação, podem ser necessárias avaliações para identificar o nível de escolaridade de cada indivíduo.

No caso do ensino superior — ainda uma minoria (veja quadro) —, os apenados podem cursar a graduação por meio da Educação a Distância (EaD), utilizando uma plataforma específica para o sistema prisional. Assim como ocorre com o trabalho, um dos requisitos para que o apenado possa estudar é apresentar bom comportamento. Nem todos os detentos são elegíveis às atividades educacionais, já que uma parte já concluiu as principais etapas da educação formal.

Além da possibilidade de remição da pena — com a redução de um dia a cada 12 horas de estudo —, o apenado também pode diminuir o tempo de encarceramento por meio do estudo ao realizar provas como o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou ao concluir uma etapa de ensino. Josimar Pires, diretor-geral da Polícia Penal de Goiás, explica que esse processo é incentivado. “Conseguimos aumentar a participação dos alunos nessas provas”, afirma.

No caso de Tiago, Pires destaca que a área de tecnologia da Polícia Penal empenhou-se para encontrar uma solução que permitisse a conclusão dos estudos do apenado sem comprometer a segurança do sistema penitenciário. “Tudo foi monitorado. Foi uma experiência importante, pois demonstrou que não é algo impossível de ser feito”, relata.

Para o advogado criminalista e presidente da Comissão Especial de Execução Penal (Cedep) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Alan Cabral Júnior, a atual configuração do sistema penitenciário ainda impõe desafios significativos à ressocialização. “Entretanto, iniciativas educacionais e de trabalho ajudam a reduzir os danos do cárcere”, pondera. Além disso, ele ressalta que histórias como a de Tiago abrem precedentes legais para que outros casos semelhantes possam ocorrer.

*Nome alterado para preservar a identidade do entrevistado

<img attr-cid="policy:1.3326000" attr-version="policy:1.3326000:1760920104" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3326000/WhatsApp Image 2025-10-19 at 20.59.17.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
()

&nbsp;

&nbsp;

Doutorado é defendido de dentro de complexo prisional em Goiás

Educação 

VÍDEO: Delegado e coronel trocam farpas

Após a troca de farpas nas redes sociais, o tenente-coronel Edson Luís Sousa Melo Rocha, conhecido como Edson Raiado, lotado no Comando do Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), e o delegado Carlos Alfama, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), foram afastados dos cargos e devem ter a conduta investigada pelas corregedorias de cada corporação. A polêmica envolta aos dois agentes públicos teve início no fim da última semana, quando o militar postou um vídeo criticando posições do delegado, que, por sua vez, reagiu às críticas.

O POPULAR mostrou na última sexta-feira (17) trechos dos vídeos publicados por ambos. No primeiro, divulgado no perfil de Raiado, o militar tece críticas a uma reação do delegado, que também atua como professor de Direito Penal e Processual Penal para concurso público, a uma outra gravação em que um promotor de Justiça critica a soltura de um acusado de feminicídio fora do flagrante. Em sua fala, o coronel define Alfama como “um defensor voraz das garantias do ladrão”, e critica ainda a atuação do delegado ao conduzir um interrogatório com um tenente investigado por morte em ação policial.&nbsp;

Ao mesmo tempo, Alfama reagiu questionando se o incômodo de Raiado tinha relação com o inquérito conduzido pelo delegado a respeito da morte de dois homens em um confronto policial forjado no Setor Jaó, em abril de 2024 por agentes do Comando de Operações de Divisas (COD). À época, o coronel era comandante da especializada e foi afastado diante da repercussão do caso. Posteriormente, foi nomeado comandante do 16º Comando Regional da PM-GO, em Trindade, e logo, se tornou comandante do Comando de Policiamento Rodoviário.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/cel-edson-raiado-e-delegado-carlos-alfama-trocam-farpas-na-web-1.3325552" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Cel. Edson Raiado e delegado Carlos Alfama trocam farpas na web</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/durante-velorio-familia-descobre-que-assassino-confesso-da-namorada-foi-liberado-na-delegacia-que-justica-e-essa-1.3323966" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Durante velório, família descobre que assassino confesso da namorada foi liberado na delegacia: 'Que Justiça é essa?'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/video-servidora-publica-morta-pelo-namorado-estava-em-bar-com-ele-minutos-antes-de-ser-espancada-diz-delegada-1.3324275" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Vídeo: servidora pública morta pelo namorado estava em bar com ele minutos antes de ser espancada, diz delegada</a></div>

O cargo ao qual foi nomeado em julho deste ano não é mais ocupado por Raiado devido à polêmica da última semana. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) deste domingo (19), sendo substituído pelo coronel Omildo Ananias Júnior, até então comandante do Comando de Gestão e Finanças (CGF). O POPULAR buscou Raiado para obter um posicionamento a respeito da decisão, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. Já o delegado diz que manifesta “respeito ao que foi decidido e confiança que a situação será adequadamente esclarecida perante os órgãos disciplinares, uma vez que foi público e notório que, ao receber os ataques pessoais midiáticos do Coronel Edson Melo, eu apenas reagi, como qualquer pessoa honrada faria diante de um ataque injusto a sua reputação”.

Em nota conjunta, a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), a PM-GO e a PC-GO apontam que “não coadunam com posturas individualizadas de agentes públicos que possam ensejar qualquer divergência e manutenção da boa relação e da integração entre as forças de segurança pública”. “Ambos os agentes públicos serão imediatamente afastados de suas funções e ficarão a disposição de seus respectivos órgãos correcionais para que sejam apuradas suas condutas. Tais condutas pontuais não abalam os serviços integrados entre as instituições”, conclui. O POPULAR questionou à SSP-GO se o afastamento é definitivo, e quais os trâmites para a apuração da conduta dos agentes públicos, mas também não obteve resposta até o fechamento desta matéria.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3325899" attr-version="policy:1.3325899:1760893184" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3325899" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3325899', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3325899">VÍDEO: Delegado e coronel trocam farpas (1.3325899)</a></div>

Coronel e delegado perdem cargos após briga em redes sociais em Goiás

Segurança pública

Webstories - Prefeitura quer demolir ponte histórica

Construída em 1897, a antiga ponte de madeira de Corumbá de Goiás – a ponte General João José de Campos Curado – é hoje a principal rota de passagem para quem vive no setor Alto do Corumbá ao centro do município, e representa um marco histórico local. Mas há pouco foi envolta em uma polêmica sobre uma possível demolição. No início do mês, defensores do patrimônio histórico foram surpreendidos com um projeto já finalizado da prefeitura para substituição da ponte velha por uma nova, com pilares de concreto. Por um lado, a Associação de Cultura e Defesa do Patrimônio Histórico de Corumbá de Goiás cobra a restauração da estrutura, e não de reconstrução. Por outro, a prefeitura defende inviabilidade de projeto e risco à segurança dos transeuntes.

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Situada na Avenida Professor Aurélio Curado, que liga o Centro Histórico de Corumbá ao bairro Alto Corumbá, além de propriedades rurais mais adiante, a ponte construída com madeira do tipo aroeira tem hoje 55 metros de comprimento, metade do que tinha quando foi construída, e 12 de altura sob o leito do Rio Corumbá. E mais de um século depois de sua construção, foi tombada em 2003 por meio de um decreto municipal assinado pelo então prefeito Waldeci Divino Casseano. Com restrição apenas para o fluxo de caminhões, ainda hoje mantém um tráfego constante de carros, motocicletas, bicicletas e pedestres, mas com uma estrutura precária. Não à toa, em 2024, parte da ponte desabou devido a uma enxurrada que fez ceder pilares de madeira.

Historiador e escritor corumbaense, Ramir Curado cita que a ponte velha de madeira do município é a mais antiga de Goiás. “Isso porque as outras foram refeitas. Da cidade de Goiás, por exemplo, foram levadas por enchentes, e em Pirenópolis, em 1943, foi feita a atual no lugar de uma mais antiga”, explica. Além disso, a via teve papel na construção de Brasília e na elevação da então vila para município. “Ela foi planejada pelo membro da missão Cruls (com objetivo de encontrar um novo local para abrigar a capital do Brasil), e depois por ela passou todo o material, maquinário e mão de obra que construiu Brasília. Chegou a quebrar nessa época, e foi restaurada. À época ela mobilizou toda a cidade. Não foi feita só com recursos públicos, mas com doações, com trabalho espontâneo, e foi um movimento enorme, E foi graças a sua construção que foi possível elevar Corumbá de vila para cidade.”

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Por conta do valor histórico e da importância para a comunidade local que utiliza a ponte para evitar um percurso total de mais de dois quilômetros (km), utilizando uma ponte mais recente feita de concreto, Curado defende que haja restauração da ponte. “Queríamos que ela fosse arrumada com urgência, porque a população precisa, mas que continue com as características. O que aconteceu no último desastre foi porque ela estava fraca, porque com o passar do tempo enfraquece, mas ela foi restaurada várias vezes, e a última vez em 2006, quando foram trocadas todas as madeiras. É uma ponte bem feita, bem projetada, e por um engenheiro, e já suportou várias enchentes. Se restaurar e cuidar da limpeza das margens ela tem condições de existir por muito mais tempo”, argumenta.

Secretária na Associação de Cultura e Defesa do Patrimônio Histórico de Corumbá de Goiás, Ana Ruth Fleury reforça que a entidade da sociedade civil organizada espera que sejam feitos todos os estudos para comprovar ou contrariar a alegação da prefeitura de que uma reconstrução é a única alternativa possível. “A gente não quer inviabilizar a ponte, porque sabemos que as pessoas a usam. Mas o que a gente precisa é que seja feito um outro estudo (de viabilidade de restauração), para esgotar todas as alternativas. A associação já foi até abordada dizendo somos contra a ponte, que estamos impedindo o prefeito, que a ponte vai cair. Estamos sim preocupados com as pessoas que moram lá e que precisam da ponte, só que a gente precisa de ter uma resposta técnica suficiente. É a preservação desse local, da história”, enfatiza.

O engenheiro civil da Construtora Biapó, especializada em restauração de patrimônio histórico, Manoel Garcia avalia que um restauro da ponte seria viável. “Essa conversa de que não tem como restaurar, ela não existe. Pode ficar mais cara, mas pode sim ser restaurada. Mas a referência histórica, ela não pode ser tratada apenas financeiramente. E tem que ser muita tolerância com a técnica utilizada, principalmente se tratando de uma ponte, onde as técnicas da época não permitiam possibilidades modernas como temos hoje. E esse é mais um motivo para se valorizar o passado. Uma obra que guarda a vanguarda que tinha na época, o arrojo a vontade de vencer os desafios naturais.”

O caso foi levado pela associação ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que oficiou a prefeitura para que apresente a justificativa do projeto. “Ressaltei nesse ofício o dever do município de proteger o patrimônio histórico do município. Estamos aguardando essas respostas do município para saber, a partir daí, quais serão as providências que iremos adotar. Inclusive para que tragam e apresentem estudos técnicos que porventura demonstrem a inviabilidade de um restauro, porque a prioridade é que se mantenha as características de um bem que é tombado pelo município”, cita o promotor responsável pelo caso, Bruno Henrique da Silva Ferreira.

<h2>Projeto</h2>

O engenheiro civil que atua na Prefeitura de Corumbá de Goiás, José Neto, explica que a ponte deve contar com seis pilares de concreto, e uma estrutura superior em madeira, mantendo as características originais, mas com aumento da largura da parte superior para que haja um espaço para passagem de pedestres. “A estrutura de uma ponte é uma estrutura que apoia. Então a água passar e empurrar as longarinas (na enchente), coloca ela em situação de risco. Em razão disso, vai ser necessário elevar o nível da ponte e essa ponte que hoje está aqui vai ter que ser retirada”, pondera. Ele aponta ainda que o projeto enviado pela prefeitura ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi aprovado na última semana. A autarquia foi procurada pelo município, pois a área ao entorno da ponte é tombada. Ele diz, contudo, desconhecer o tombamento municipal.

Conforme Neto, é inviável um projeto de restauro. “Não é seguro para a pessoa que utiliza a ponte manter ela da altura que está. Toda vez que o rio encher e a água se passar por cima dela, vai ter que ser interditada, entrar em estudo. As madeiras dos pilares estão precárias e hoje também se torna muito complicado conseguir uma madeira (nobre, para restauração). Mas o principal ponto é a questão de segurança, é segurança da ponte de quem está usando. Ela inclusive vai ser interditada agora no período chuvoso, e vai passar apenas moto e pedestre.” A administração deve prosseguir com o processo licitatório ainda neste ano. Há recurso de R$ 1 milhão para a obra, oriundo de emenda parlamentar.&nbsp;

O superintendente do Iphan em Goiás, Gilvane Felipe, explica que a ponte de madeira integra o entorno do conjunto tombado em Corumbá, mas não é bem tombado pela autarquia federal. “A única coisa que o Iphan zela nessa área onde está a ponte é a paisagem, ou seja, o ambiente, a natureza, a paisagem natural. A prefeitura apresentou o projeto e pediu autorização ao Iphan para realizar esse obra, e nós observamos o projeto e vimos que não muda e não atinge em nada o ambiente. Desta forma, não há nada que o Iphan possa fazer”, justifica.

Para moradores do bairro Alto Corumbá, a preocupação é a segurança ao utilizar a ponte. A dona de casa Maria Creuza da Rocha, de 53 anos, conta que fica com medo ao passar por ela diariamente. “Fica longe passar na outra”, enfatiza. O roceiro Francisco de Moura, de 56, comenta que a ponte “nunca fica bem arrumada” e defende que seja refeita. “Bonito é, mas o problema é não aguentar, é ser segura”, diz. Por outro lado, a dona de casa Luzia Cardoso, de 59, defende que seja restaurada. Para ela, contudo, a obra deve garantir a segurança de transeuntes.

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