A prefeitura irá monitorar as pessoas que participaram do encontro religioso onde, provavelmente, duas moradoras de Aparecida de Goiânia foram infectadas com a ômicron, variante da Covid-19 que tem causado preocupação no Brasil e internacionalmente. O evento ocorreu no início de dezembro, em Goiânia. Os casos foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de domicílio das mulheres.De acordo com a SMS de Goiânia, assim que foi comunicada do fato de que as mulheres, de 20 anos e 46 anos, participaram de um evento religioso na capital, a pasta imediatamente começou a monitorar, via telefone e e-mail, alguns integrantes da igreja apontados como contactantes das mulheres. A pasta informou também que “já solicitou a relação dos outros participantes para prosseguir com o monitoramento como medida de vigilância.” A SMS comunicou que essas pessoas serão submetidas a uma quarentena de 14 dias, mas não informou se elas serão submetidas a testes para detecção da Covid-19. A testagem é importante para que seja possível rastrear a quantidade de pessoas que foram infectadas com onde a variante circulou. Uma delas estava com o ciclo vacinal completo e a outra havia recebido ao menos a primeira dose.A reportagem questionou a pasta sobre quantas pessoas já estão sendo monitoradas e quantas ainda devem passar a integrar a lista de vigilância, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. A SMS de Aparecida informou que comunicou tanto a Vigilância Epidemiológica da capital quanto a do estado sobre o caso e que se coloca “à disposição para ajudar no que for necessário”. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) afirmou que o Centro Estratégico e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs) está investigando o vínculo epidemiológico dos dois casos e que o trabalho é realizado em parceria com as secretarias de Saúde de Goiânia e Aparecida. Atualmente, a SMS de Aparecida monitora mais quatro contatos diretos das mulheres que testaram positivo. Elas são residentes dos bairros Santa Luzia e Chácaras Bela Vista, e não apresentaram gravidade até o momento. De acordo com a pasta, elas tiveram contato com um casal que veio de Luanda, na África. Eles desembarcaram do continente africano no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 3 de dezembro, e seguiram para Aparecida de Goiânia, assintomático e com resultado RT-PCR negativo para a Covid-19.A estadia em Aparecida foi de 3 a 5 de dezembro. Durante o período, os dois missionários participaram de um evento religioso em Goiânia. Os órgãos da Saúde não divulgaram em qual instituição religiosa a reunião foi realizada, mas o POPULAR apurou que se trata de uma igreja evangélica que recebeu pastores de diversas nacionalidades. Em vídeos, é possível ver a igreja lotada com centenas de fiéis. A celebração foi em um ambiente fechado, onde as pessoas estavam sem máscaras, próximas umas das outras. A reunião durou três dias.Depois que os missionários foram embora, as duas mulheres que tiveram contato com eles começaram a apresentar sintomas. Elas testaram positivo para a Covid-19 nos dias 8 e 9 de dezembro. De acordo com a SMS de Aparecida, os religiosos retornaram para São Paulo no dia 5 de dezembro, antes dos resultados dos testes feitos pelas moradoras da cidade. “Os nomes do casal foram informados ao Cievs estadual para que notifique o Cievs de São Paulo”, explicou a SMS em nota. Sequenciamento possibilitou identificação de nova variante O sequenciamento genômico promovido pela prefeitura de Aparecida de Goiânia foi o responsável pela identificação de duas goianas infectadas com a variante ômicron da Covid-19.O município possui um amplo programa de sequenciamento com 2,2 mil amostras analisadas desde o início da iniciativa. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município, em algumas semanas, até 50% dos exames com resultado positivo são enviados para o sequenciamento. Além da necessidade de uma carga viral mínima, são sequenciadas amostras de pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios, por semana epidemiológica.Em Goiânia, por semana, são feitos cerca de 5 mil exames para detecção da Covid-19. Nas últimas quatro semanas, foram entre 544 resultados positivos. A capital faz, em média, 50 sequenciamentos por semana. A SMS tem dado prioridade para casos graves, óbitos, pacientes com síndrome gripal e, por último, casos assintomáticos. Os resultados positivos da testagem que começou a ser feita no Aeroporto de Goiânia também irão receber prioridade. Nesta segunda-feira (13), foram 187 exames realizados, mas apenas um positivo para a doença.A Secretaria de Estado de Saúde Goiás (SES-GO) faz sequenciamentos por meio do Laboratório de Referência Nacional em Vírus Respiratórios da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e do Laboratório de Apoio do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da Universidade Federal de Goiás (UFG). São enviadas, em média, cem amostras para a Fiocruz e 96 para a UFG a cada quinze dias. Os critérios para o envio são a presença de uma carga viral mínima e relevância no cenário de investigação de casos.-Imagem (1.2371130)