Bolacha é o nome de uma filhote de Mouflon, carneira fêmea que nasceu no Zoológico de Goiânia no dia oito de março deste ano e foi rejeitada pela mãe. Ela segue sob cuidados de veterinários e se encontra&nbsp; forte, saudável e disponível para receber visitas.A fêmea é o décimo animal da espécie no parque. Mouflon é um carneiro selvagem nativo da região de Cáspio do leste da Turquia, Armênia, Azerbaijão e Irã. O parque conta, agora, com 475 animais de aproximadamente 110 espécies.O filhote nasceu com 1,9 kg, e está pesando 2,5 kg. Como foi rejeitada pela mãe no nascimento, está sendo alimentado com leite de cabra. São servidas cinco mamadeiras diariamente. Esta rotina se manterá até os seus dois meses. Após este período, o filhote começará a se alimentar de capim e comidas sólidas.O nome Bolacha do filhote fêmea foi escolhido em homenagem ao moufle macho que nasceu um ano atrás, adotado por Biscoito.&nbsp;

Filhote de Mouflon, espécie de carneiro, nasce no Zoológico de Goiânia

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Matéria - Cidades

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Três novos animais fazem parte do plantel do Zoológico de Goiânia a partir desta semana, com a chegada de uma arara-vermelha resgatada de uma residência, onde era criada irregularmente como animal de estimação, e o nascimento de uma macaco-aranha e uma cervo-dama. Os três bichos começaram a ser expostos para os visitantes do parque nesta semana, quando o local foi liberado para reabertura após interdição por precaução, desde que um <a href="https://opopular.com.br/cidades/cisne-negro-morre-e-zoologico-de-goiania-e-fechado-para-investigac-o-1.3274887" target="_self">cisne negro de vida livre foi encontrado morto</a> e houve investigação para saber se ele havia sido vítima de gripe aviária. A suspeita foi rechaçada e o parque voltou a receber visitantes nesta semana.

Os novos visitantes podem apreciar a presença dos três novos animais nos recintos específicos, especialmente da arara-vermelha, que já possui maior integração com a exposição e presença humana e fica mais tempo à vista. Já as filhotes de macaco-aranha, que completou um ano, e de cervo-dama, de quatro meses, ficam mais tempo nas partes internas dos recintos e próximas às mães. “A gente demora para apresentar mesmo, porque eles ficam separados e mais isolados, justamente por uma questão de bem-estar. O estresse da visitação pode atrapalhar o desenvolvimento dos filhotes”, explica a supervisora-geral do Zoológico de Goiânia, Jamile França.

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Jamile explica que o tempo de espera entre o nascimento do filhote no zoológico e a sua ida aos recintos abertos à visitação varia de acordo com a espécie e conforme os técnicos observam seu desenvolvimento, até os animais estarem aptos para exposição. “É importante citar que esse também é um motivo pelo qual não apresentamos o animal logo. Gera uma ansiedade no público para vê-los, mas nem sempre é possível, porque as mães os protegem e eles circulam quando se sentem mais seguros”, conta. Ela diz que, agora, os animais já estão mais tranquilos, mas que ainda é difícil visualizá-los nos recintos.

Os cervos-dama são animais originários da Europa, sendo ainda encontrados da forma selvagem em locais como a Turquia e Portugal. Quando adultos, os indivíduos machos podem chegar a uma altura de até 1,70 metro. Também possuem a característica de ter suas hastes (na parte superior da cabeça) achatadas e palmadas, além de apresentarem semelhança com os veados, exceto por sua cauda longa. Já os macacos-aranha são nativos da América Latina, incluindo o Brasil, e são caracterizados pelos membros inferiores e superiores compridos, o que concedeu seu nome popular, por se assemelharem com as aranhas ao subirem em árvores, pela posição que estabelecem junto às caudas.

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Os três novos habitantes do Zoológico são fêmeas e a macaco-aranha foi batizada de Tereza por uma veterinária do parque. Os demais ainda estão sem nome e a Prefeitura de Goiânia deve lançar, ainda nesta semana, uma campanha pelas redes sociais para a escolha de como eles serão identificados. No caso da arara, Jamile relata que ela chegou ao local bem de saúde, apesar do passado de cuidados em local irregular, e que a escolha do nome será para o casal, incluindo a arara macho que nasceu no zoológico e terá a nova moradora como casal. As araras têm comportamento monogâmico, ficando com a mesma parceira durante toda a vida.

A arara estava no zoológico havia três meses, sendo recebida a partir de uma parceria com o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), órgão ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O período de espera também se dá por conta da transição com a aclimatação e costume junto aos demais animais e recinto.

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O Zoológico de Goiânia conta agora com um plantel de 417 animais. Antes dos três novos habitantes, em janeiro deste ano o local havia recebido duas raposas do cerrado. Nesse caso, foram os primeiros animais da espécie a habitarem o parque, sendo necessária a criação de um novo recinto para eles, que ficaram próximos aos lobos-guará. Na ocasião, o casal foi batizado de Juca e Mel. Eles haviam sido resgatados pelo Cetas de Catalão, no Sul de Goiás. Juca havia sido entregue por fazendeiros ao Cetas após ser encontrado em fazendas próximas a Catalão, enquanto que Mel foi resgatada com uma lesão de membro posterior direito, o que teve de ser em parte amputado.

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Zoológico de Goiânia ganha 3 novas atrações

Fauna

Responsáveis pelas bilheterias e catracas do <a href="https://opopular.com.br/cidades/nova-gest-o-quer-zoo-e-mutirama-sustentaveis-1.3213690" target="_blank">Parque Mutirama e do Zoológico de Goiânia</a>, 92 funcionários da empresa Trip Locações e Eventos Ltda. serão demitidos por falta de renovação do contrato com a Prefeitura de Goiânia. É o segundo contrato não renovado pela atual gestão envolvendo os dois principais espaços de lazer da capital. Desde março, o Parque está fechado porque os brinquedos não vinham recebendo manutenção, também de uma empresa terceirizada, e o pagamento foi suspenso.

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O último dia de trabalho dos funcionários da empresa terceirizada Trip no Zoológico de Goiânia foi na sexta-feira (11), exatamente a data em que deveria ter sido renovado o contrato. A Secretaria Municipal de Gestão, Negócios e Parcerias (Segenp), à qual os dois parques estão vinculados, confirmou em nota que o contrato venceu e não foi renovado. “No entanto, o funcionamento do Parque Zoológico não foi afetado. Servidores municipais foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Administração para atendimento na bilheteria.” A nota diz ainda que foi aberto um processo de recrutamento de servidores que tenham interesse em atuar no Zoológico.

Edgar Guimarães de Lima, proprietário da Trip, que tem contrato com a Prefeitura há três anos, explicou ao POPULAR que os <a href="https://opopular.com.br/cidades/mutirama-esta-apenas-com-oito-brinquedos-em-funcionamento-1.3241018" target="_blank">atrasos no pagamento</a> das faturas vêm ocorrendo desde meados do ano passado. “Tentei negociar com a antiga gestão e me pagaram uma fatura, mas após a eleição não recebi mais.” Na fase de transição, o empresário notificou a então Agência de Esportes, Turismo e Lazer (Agetul), a responsável pelo contrato, que os serviços seriam paralisados em dezembro. “Nessa época pagaram outra fatura e falaram que fariam a repactuação da convenção coletiva dos empregados de 2024, que estava atrasada”, disse Edgar.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mutirama-deve-voltar-em-julho-com-cobranca-de-ingresso-1.3246122">Mutirama deve voltar em julho com cobrança de ingresso&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/brinquedos-est-o-parados-no-mutirama-1.3243527">Brinquedos estão parados no Mutirama&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mutirama-esta-apenas-com-oito-brinquedos-em-funcionamento-1.3241018">Mutirama está apenas com oito brinquedos em funcionamento&nbsp;</a></div>

Na rápida passagem do vereador Lucas Kitão (UB) pela Segenp, segundo Edgar, duas faturas – outubro e novembro – foram empenhadas pela pasta e destravadas pela Secretaria de Governo. “O novo titular da Segenp, José Silva Neto, me chamou para conversar em março. Expliquei que teria de colocar o contrato em dia, emitir a nota da repactuação de 2024 e que a repactuação de 2025 estava prestes a sair. Ele ficou de me dar um retorno, mas sumiu. Na semana passada fui lá duas vezes e avisei que o contrato estava vencendo, mas recebi um e-mail na sexta (11), às 18 horas, informando que as certidões estavam vencidas e que não poderia renovar o contrato.”

Para Edgar, a informação não procede. “Ao invés de me chamarem para entender o assunto, atropelaram tudo.” No e-mail, a Segenp diz que há uma diferença de 35% na repactuação, o que, segundo o proprietário da Trip, diz respeito aos anos de 2024 e 2025, já que é o período de convenção coletiva dos empregados. “Não é difícil resolver o processo, mas eles estão muito engessados. Preferem nos tratar como inimigos a querer resolver. Meu negócio é terceirização, é mão de obra. Como vamos trabalhar quatro meses com faturas atrasadas?”, questiona o empresário.

O valor do contrato anual da Trip com a Prefeitura de Goiânia é de pouco mais de R$ 3 milhões, porém, as repactuações em razão das convenções coletivas de trabalho desde 2022, o elevou para R$ 4,5 milhões. Sem a renovação, os 92 empregados que atuavam nas catracas e <a href="https://opopular.com.br/cidades/mutirama-deve-voltar-em-julho-com-cobranca-de-ingresso-1.3246122" target="_blank">bilheterias</a> do Zoológico e em funções similares, além da operação dos brinquedos do Mutirama, serão demitidos. “São pessoas muito humildes. Ouvi de um senhor catraqueiro do Zoológico, um funcionário exemplar, que nunca faltou um dia de trabalho, que eu o estava condenando à morte porque ele tem 64 anos e não arrumaria trabalho em nenhum outro lugar.”

<h2>Segenp não menciona renovação de contrato</h2>

No comunicado encaminhado ao POPULAR, a Segenp se limitou a esclarecer que, sobre o pagamento das faturas em atraso da Trip, “o processo deve ser devidamente instruído pela empresa para que a Controladoria-Geral do Município analise e certifique”. A administração municipal deve à empresa os valores correspondentes a dezembro de 2024, janeiro, fevereiro, março e 11 dias de abril de 2025.

Sobre o Mutirama, a pasta ainda não tem um prazo para reabrir o<a href="https://opopular.com.br/cidades/parque-mutirama-se-torna-patrimonio-mas-passa-por-ajustes-1.3196853" target="_blank"> parque</a>, embora o consultor do órgão, Flávio Rassi, tenha informado ao POPULAR que a expectativa é de que isso ocorra até julho, antes das férias escolares. Na conta do parque no Instagram, a Segenp informa que identificou inconsistências e irregularidades no contrato firmado pela gestão anterior com a empresa responsável pela manutenção dos brinquedos, a Opção Engenharia Serviços Ltda., por isso suspendeu o repasse de novos valores até que o problema seja sanado. Das 25 atrações, apenas 6 estavam funcionando até o fechamento do parque, na segunda quinzena de março.

Zoo e Mutirama ficam sem trabalhadores terceirizados

Parques 

O casal Juca e Mel chegou a Goiânia na última semana e se apossou de seu novo recinto no Parque Zoológico de Goiânia nesta segunda-feira (20). Na quarta-feira (22), eles serão apresentados ao público. As duas raposas do Cerrado – conhecidas como raposas-do-campo e raposinhas, entre outras denominações – vieram do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Catalão, na região Sul de Goiás, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A espécie é classificada como vulnerável em relação à extinção, especialmente pelo desmatamento do seu habitat, o bioma Cerrado, e a ação humana.

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Juca foi entregue por fazendeiros ao Cetas após ser encontrado em fazendas próximas a Catalão, enquanto que Mel foi encontrada com uma lesão de membros posterior direito e que teve de ter parte dele amputada. A supervisora do Zoológico e médica veterinária, Jamile França, explica que “ambos estão aptos à reprodução e já foram pareados”, chegando ao parque da capital “com a finalidade de reprodução para conservação da espécie”, considerada importante para o Cerrado. As duas raposas-do-campo são os primeiros exemplares da espécie Lycalopex vetulus a habitar o Zoológico de Goiânia.

Cientificamente, esses animais, característicos do Cerrado, não são considerados raposas, sendo catalogados em um gênero diferente. Os novos habitantes do Zoológico são mais próximos, na linha evolutiva, de outros canídeos, como o lobo-guará e o cachorro-do-mato. Em relação aos “parentes” próximos, a raposa-do-campo apresenta uma pelagem mais castanha, com uma mancha negra na base da cauda e se mantém restrita ao Cerrado, já que é uma espécie exclusiva dessa região. A distribuição variada do cachorro-do-mato, por exemplo, faz com que possa até ser encontrado em áreas urbanas do País, enquanto as moradoras do planalto central brasileiro sejam buscadas por pesquisadores em expedições, dada a restrita ocorrência no bioma. O cachorro-do-mato não se encontra em <a href="https://opopular.com.br/cidades/animal-rarissimo-e-ameacado-de-extinc-o-cachorro-vinagre-e-visto-em-goias-1.3211462" target="_blank">processo de extinção</a>.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/onca-com-mais-de-100-kg-que-vive-em-goias-e-monitorada-para-entender-comportamento-do-maior-felino-das-americas-1.3221019" target="_blank">Onça com mais de 100 kg que vive em Goiás é monitorada para entender comportamento do maior felino das américas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/animal-rarissimo-e-ameacado-de-extinc-o-cachorro-vinagre-e-visto-em-goias-1.3211462" target="_blank">Animal raríssimo e ameaçado de extinção, cachorro-vinagre é visto em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/arara-pipoca-e-eternizada-pelo-artista-fabio-gomes-em-trindade-1.3217549" target="_blank">Arara Pipoca é eternizada pelo artista Fábio Gomes em Trindade</a></div>

A apresentação da dupla ao público deve ser realizada nesta quarta-feira (22) e o período foi necessário para eles se acostumarem com a nova morada. Além delas, o parque ainda espera uma jiboia e um casal de papagaios-campeiros, que serão doados pelo Cetas de Goiânia. A gestão da Prefeitura também negocia uma troca de animais com o Zoológico de Brasília.

Segundo o secretário de Gestão de Negócios e Parcerias, Lucas Kitão, ainda ocorrem discussões para a ação, de modo que ainda não há confirmação de quais os animais envolvidos. Ele conta também que, além da chegada das raposas, em acordo com o Cetas, está sendo negociado uma cooperação para usar o laboratório do órgão, a sala cirúrgica e também receber algumas doações. Kitão revela que a Prefeitura deve realizar um chamamento público nos próximos meses para a adaptação da bilheteria, a qual poderá receber o pagamento dos ingressos via Pix, cartão e compras digitais.

“Mas sem custo para o município, que é a intenção nossa, neste primeiro momento, por parceria com a iniciativa privada. Mas isso ainda depende do chamamento que a gente está formulando para fazer junto com outro projeto aqui da secretaria”, diz Kitão. Atualmente, a entrada do Parque Zoológico só pode ser paga por dinheiro, diretamente no caixa. Em julho do ano passado, foi instituído o pagamento digital a partir do aplicativo Prefeitura 24 Horas. A função, no momento, está fora do ar, mas deve voltar a funcionar nos próximos dias. Porém, no caixa, o pagamento só é possível por dinheiro.

A implantação de outras formas de pagamento para a entrada no Parque Zoológico de Goiânia foi uma determinação de Sandro Mabel desde sua eleição em outubro. Em visita ao local, já eleito, ele afirmou ser “uma vergonha” não ter outra opção de pagamento ao usuário do parque e que isso poderia ser viabilizado por parcerias com a iniciativa privada. Na época, ele chegou a citar que qualquer instituição bancária teria o interesse de manter uma central bancária na porta do parque para receber os valores, aceitando todas as formas de pagamento possíveis.

Com essa mesma ideia, Mabel informou, em dezembro, a intenção de que os parques Zoológico e Mutirama deixassem de ser deficitários e dependentes do poder público. Para tanto, a intenção era buscar parcerias para manter as duas unidades. Segundo Kitão, a Secretaria de Gestão de Negócios e Parcerias já está fazendo os estudos para as modelagens das parcerias que pretendem ser negociadas para o Parque Zoológico. Ainda não há uma data para a publicação e a formalização das parcerias.

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Zoológico de Goiânia recebe novo casal de animais

Atração nativa

A nova gestão da Prefeitura de Goiânia, comandada pelo prefeito eleito Sandro Mabel (UB), que vai assumir em janeiro, estuda maneiras de conseguir renda extra para investir nos parques Zoológico e Mutirama, atualmente sob a gestão da Agência Municipal de Turismo e Lazer (Agetul). Mabel, quando recebeu o relatório da transição da Agetul no começo do mês, reforçou que é necessário reduzir os gastos públicos com as duas estruturas. “É dinheiro que deixa de ir para a saúde, educação, que é onde o poder público deve investir”, disse, à época. Desde então, um dos desafios da equipe do novo prefeito é buscar um projeto que conceda renda aos locais.

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Neste ano, segundo a Agetul as duas estruturas custam um mínimo de R$ 16,5 milhões por ano, sendo que a renda extra somada é de R$ 1,88 milhões, também em 12 meses. Essa renda por fora vem de concessões de permissionários, de modo que o Mutirama recebe cerca de R$ 200 mil e o Zoológico R$ 170 mil. Além disso, o Zoo cobra a entrada, de R$ 5 a inteira e R$ 2,50 a meia, o que gera cerca de R$ 1,5 milhão no ano. O restante do valor de custeio de ambos os parques é do repasse da Prefeitura de Goiânia para a Agetul, cujo orçamento municipal disponibilizado em 2024, para cobrir suas despesas operacionais e de todas as suas unidades descentralizadas, incluindo os dois parques, foi em torno de R$ 13,26 milhões.

Assim sendo, atualmente, as duas estruturas públicas de lazer geram déficit de no mínimo R$ 1,36 milhões. Os números podem ser ainda maiores se levarmos em conta a folha de pagamento dos servidores que atuam na pasta, além de gastos como a limpeza das áreas verdes, que é feita pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) em contrato separado, e as manutenções de infraestrutura, que são realizadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra). “A folha da Agetul também é de obrigação da Prefeitura, inclusive as parcelas referentes aos servidores lotados no Parque Zoológico e no Parque Mutirama. Vale notar que o uso do orçamento é complexo e envolve não só previsões de pagamento de despesas incorridas no ano anterior, como previsões de receita da própria prefeitura, não sendo raro que necessite de alterações”, informou a agência.

A equipe de Mabel ainda não tem definição sobre o que será feito com os dois parques, sendo colocado, por enquanto, apenas que haverá a colocação de uma pessoa com “capacidade de gestão” à frente dos locais. As ideias colocadas em discussão até agora são voltadas à busca de patrocínios, de modo que empresas colocariam propagandas ou produtos dentro dos parques em troca de um valor para os mesmos. Uma das propostas citadas anteriormente por Mabel foi a de buscar alguma instituição bancária com o interesse de investir no Zoológico em troca de implementar um sistema de pagamento que não seja apenas em dinheiro, como ocorre hoje.

O novo prefeito garante que no Zoológico haverá opções de pagamento por formas mais atuais, como cartões e PIX, com a pretensão de que os visitantes possam até mesmo conseguir os ingressos de modo on-line e antecipadamente. Ele pontua ainda que é necessário buscar empresas com o perfil de defesa do meio ambiente, por exemplo, para financiar o Zoológico. Embora não negue a possibilidade, a nova gestão também não afirma ter interesse na terceirização dos parques, mesmo que chegue a dizer que o poder público não deveria atuar em políticas relacionadas aos parques.

As últimas gestões municipais, tanto de Iris Rezende (MDB, de 2017 a 2020) e a de Rogério Cruz (SD, de 2021 a 2024), tentaram instituir políticas públicas semelhantes à ideia de buscar recursos privados em troca de propagandas em outras áreas, como nos parques urbanos e nas praças, e não tiveram sucesso. Ambos os projetos tiveram poucos interessados e não prosperaram. O POPULAR ouviu ex-gestores da Agetul e dos parques Mutirama e Zoológico sobre os locais se tornarem autossustentáveis. As respostas foram de que sempre ocorreu a busca por receitas extras, mas que as empresas nunca quiseram investir.

“Sempre falávamos com empresas, para patrocinar um evento, um Natal, um brinquedo novo ou um produto dentro do parque, mas nunca se interessaram. Até queriam a exposição, mas de forma gratuita ou pagando muito pouco, que não valia a pena”, disse um ex-gestor do Mutirama que prefere anonimato. Os ex-servidores, no entanto, reforçam que a vantagem de Mabel desta vez é que, por ser um reconhecido empresário e presidente de entidades empresariais, ele possui mais contatos e conhecidos, o que pode levar a alguma parceria, o que é considerado, assim mesmo, muito difícil. 
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Intenção conta com entraves 
Gestores ouvidos pelo POPULAR, de modo extraoficial, alegam ser bastante difícil o Zoológico se tornar autossustentável. A unidade já conta uma tarifa de entrada e tem forte resistência de empresas em investir no local pelo entendimento de que o aprisionamento dos animais pode ser mal visto pelo lado do marketing. “Uma empresa ligada ao meio ambiente não vai investir em um local com um urso preso, mesmo que seja uma jaula sensacional, reformada, com toda a estrutura que tem hoje. É mais fácil investir em uma ONG de preservação do Cerrado ou da Amazônia, por exemplo”, disse um ex-presidente da Agetul.

Os gastos anuais estimados com fornecedores do Zoológico de Goiânia totalizam cerca de R$ 4,1 milhões, sendo a maior parte referente à alimentação dos animais, com cerca de R$ 2 milhões. “O gasto anual com a folha de pagamento dos servidores alcança aproximadamente R$ 6,41 milhões. Assim, os custos contínuos de funcionamento do Zoológico, excluindo despesas esporádicas como obras e reformas, são estimados em R$ 10,51 milhões. No entanto, essa estimativa está subestimada, pois não inclui gastos contínuos dos serviços prestados pela Comurg e Seinfra”, informa a Agetul.

Por outro lado, a renda com a bilheteria é de R$ 1,5 milhão por ano, o que não paga nem mesmo a alimentação dos animais. “É importante destacar que o Zoológico opera atualmente com um quadro de pessoal insuficiente para atender plenamente às suas funções. Apesar das melhorias realizadas no último ano em recintos, banheiros e rampas de acessibilidade, há anos de acúmulo de déficits em manutenção e reforma de infraestrutura. O parque demanda uma significativa injeção de investimentos para assegurar sua plena operação e a preservação de sua infraestrutura”, reforça a agência.

Já com relação ao Mutirama, os gestores que passaram pelo parque nas últimas administrações entendem ser possível que o local se torne autossustentável, seja por se tratar de uma estrutura mais atrativa para as empresas, com a possibilidade de realização de eventos, publicidade ou mesmo pela bilheteria. Desde junho de 2019, o Mutirama é gratuito e tem gastos anuais estimados, com fornecedores, de cerca de R$ 6 milhões, sendo R$ 5,4 milhões relativos aos contratos de manutenção corretiva e preventiva dos brinquedos e o de operadores. A folha de pagamento referente aos funcionários do parque fica em torno de R$ 13,4 milhões.

Ao todo, o Mutirama tem um gasto estimado em R$ 19,4 milhões, sendo que sua receita, proveniente somente das concessões de permissionários, é estimada em R$ 210 mil por ano. “Assim como no caso do Zoológico, essa estimativa de gastos de manutenção reflete os contratos atuais do Mutirama e está subestimada porque o parque precisa criticamente de investimentos, não só para manutenção de sua infraestrutura, mas também para a contratação de outros serviços complementares, como vigilância por câmeras, e concurso para servidores efetivos. Atualmente, esses investimentos e aumento de gastos tão necessários não cabem no orçamento da Agência”, considera a Agetul.

O Mutirama recebe cerca de 240 mil visitantes por ano. Para atingir os R$ 19,4 milhões de custos anuais, o preço a ser pago atualmente para a entrada no parque seria cerca de R$ 80. Quando o parque ainda cobrava o ingresso, os valores eram de R$ 16 a inteira e R$ 8 a meia. Um ex-presidente da Agetul reforça que a decisão da Prefeitura em 2019 de deixar o parque aberto ao público foi uma questão política de retomar a ideia inicial da construção do Mutirama, de que fosse um parque de diversões para a população. “A família que mora lá na região Noroeste, a menos favorecida de Goiânia, não tem condições de pagar R$ 20 por pessoa da família, imagina R$ 80, R$ 100. É uma decisão que a Prefeitura tem de tomar”, diz o ex-presidente da Agetul.