A força-tarefa goiana de prevenção contra a adulteração de bebidas com metanol avançou com os trabalhos para a Região Metropolitana de Goiânia. Nesta sexta-feira (3), as ações se concentraram nos municípios de Trindade, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. Nos próximos dias, as atividades devem ser estendidas para outras cidades do interior goiano. As ações têm como objetivo evitar o registro de casos de intoxicação por metanol no estado.O trabalho começou nesta quinta-feira (2) por Goiânia, ocasião em que quatro equipes vistoriaram 12 estabelecimentos. A operação envolve a Polícia Militar, o Programa de Defesa do Consumidor (Procon) e a Vigilância Sanitária, que fiscalizam distribuidoras e bares em busca de sinais de adulteração nas garrafas. Por meio da Polícia Civil, amostras serão encaminhadas à Polícia Científica para identificar a presença do metanol.A adulteração de bebidas, em geral, ocorre pela diluição do conteúdo original com água ou substituição por líquido similar mais barato. Atualmente, não há teste rápido para detectar a presença de metanol. A identificação da substância exige análise laboratorial, que leva cerca de 15 dias para ser concluída. No entanto, é possível reconhecer falsificações por meio de outros indícios, como avarias nas garrafas, rótulos de má qualidade e lacres de segurança rompidos.Apenas em 2024 e 2025, o Procon Goiás apreendeu mais de 9,5 mil litros de bebidas falsificadas --- até o momento, sem registros de contaminação por metanol. Por isso, os comerciantes devem ficar atentos aos detalhes das garrafas, tampas e lacres de segurança. Os produtos também devem, por exemplo, possuir nota fiscal e registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).A compra de bebidas pela internet, seja por comerciantes ou consumidores, também exige cuidados. “Por mais que a gente fiscalize, muitas vezes não conseguimos nem achar aquele vendedor, fornecedor”, alertou Marco Aurélio de Sene Palmerston Xavier, superintendente do Procon Goiás, em entrevista coletiva sobre a força-tarefa, concedida nesta quinta. A recomendação da força-tarefa é que, diante de qualquer sinal de irregularidade, consumidores e comerciantes comuniquem o caso imediatamente às autoridades de fiscalização. Os principais canais de contato são: Polícia Militar (190), Polícia Civil (197) e Procon (151).Na esfera administrativa, os estabelecimentos podem ser autuados, multados e até interditados temporariamente. A produção e comercialização de bebidas adulteradas constituem crime, com pena de reclusão de até oito anos. Caso haja vítimas, os responsáveis podem responder por lesão corporal grave ou até homicídio. “Estamos em contato direto com a polícia de São Paulo para entender o caminho dessas bebidas”, disse Renato Brum, secretário estadual de Segurança Pública.