Através da plataforma Covid Goiás, a Universidade Federal de Goiás alerta para a chegada em território goiano de uma nuvem de fumaça originada das queimadas do Pantanal e da Amazônia. Essa movimentação degrada a qualidade do ar, atingindo principalmente a saúde de pessoas que sofrem com problemas respiratórios e que são do grupo de risco para Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus (Sars-CoV-2). Nesta sexta-feira, municípios como Mineiros, Santa Rita do Araguaia e Chapadão do Cé, no Sudoeste do estado, já apresentavam qualidade do ar moderada, situação que deve piorar até domingo (20).Doutora em metereologia e responsável pelo projeto, Julliana Freire disse ao POPULAR que a previsão é de que quase todos os municípios do Centro-sul de Goiás sejam atingidos neste domingo (20) pela nuvem de fumaça. Ela explica que as informações estão na plataforma desde o dia 1º e acessíveis a qualquer pessoa. Para descobrir a qualidade do ar de cada município basta clicar no último item da página, à esquerda, representado por uma árvore em chamas. A previsão é feita diariamente para três dias.“Decidimos inserir esta ferramenta para servir de alerta à população. A fumaça está entrando pesado em Goiás. É tanta fumaça que vai atingir níveis muito baixos, próximo à altura que as pessoas estão respirando”, diz a pesquisadora. Ela informa que o incêndio que atingiu esta semana o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco também foi detectado pelo modelo e deixou a qualidade do ar na região metropolitana de Goiânia muito ruim. Os dados meteorológicos e de qualidade do ar utilizados na plataforma da UFG são provenientes do modelo numérico oceano-atmosférico global Goddard Earth Observing System (Geos), da agência norte-americana Administração da Aeronáutica Nacional e do Espaço (Nasa). Pelo modelo, quando a qualidade do ar aparece como moderada, há indicação de possível agravamento de doenças cardíacas ou pulmonares. Por isso o alerta é para que sejam evitadas atividades ao ar livre. Quando chega ao nível ruim, péssima ou crítica os cuidados das pessoas em situação de risco para as mesmas doenças e também para Covid-19 devem ser redobrados.O trabalho conta com a colaboração do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG.GreenpeaceEm suas redes sociais o Greenpeace também expõe os efeitos que a fumaça do Pantanal e da Amazônia está provocando nas regiões Sul e Sudeste do país. Em duas imagens, a organização não governamental que defende preservação do meio ambiente, mostra o gás carbônico (CO2) e partículas de fuligem sendo transportadas pelo vento para outras regiões do Brasil.-Imagem (1.2121662)-Imagem (1.2121658)