Nos últimos dias, diversos vídeos mostrando o alagamento de imóveis residenciais e comerciais construídos às margens do reservatório da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, que integra o sistema Furnas, no norte de Goiás, invadiram as redes sociais na internet. As imagens revelam uma situação inegável, que é a ocupação, por particulares, de Áreas de Preservação Permanente (APPs), possíveis de inundação pelo reservatório que, nesta quarta-feira (22), chegou a 77,42% de sua capacidade, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Furnas identificou 145 construções irregulares nos últimos 12 meses.&nbsp;

O reservatório de Serra da Mesa é o maior do Brasil em volume de água, com 54,4 bilhões de m³, com uma área de 1.784 km². Ele regula os níveis dos lagos de outras cinco hidrelétricas brasileiras. Sua barragem, no curso principal do Rio Tocantins, em Minaçu, começou a ser construída em 1986, a inundação veio dez anos depois e a operação iniciou em 1998. O reservatório se tornou um chamariz para empreendimentos de lazer, com foco na pesca, nos seis municípios goianos atingidos por ele.&nbsp;

Em seus 25 anos, que serão completados no dia 17 de abril, o lago nunca atingiu a capacidade máxima, que é de 460 metros. Nesta quarta-feira (22) estava em 450,09 metros. As estiagens prolongadas nos últimos anos penalizaram o reservatório que, em 2017, chegou a 8% de sua capacidade. Secretário de Municipal de Cultura e Turismo de Uruaçu, Moacir Galdino lembra que o maior volume do lago ocorreu em 2012, quando chegou a 78,3% de sua capacidade. Foi essa conjuntura meteorológica que levou muita gente a apostar no prolongamento da seca, construindo em APPs.&nbsp;

Moacir Galdino estima que entre 100 a 200 imóveis em toda a área do reservatório de Serra da Mesa foram afetados de alguma forma pelo enchimento do lago. Muitos estão submersos, apenas com o telhado de fora. “As pessoas não acreditavam que o lago poderia chegar num nível tão alto e não foi por falta de conhecimento. Em toda a extensão do reservatório existem alertas, piquetes indicando onde é a cota máxima, ou seja, dando um recado para ninguém construir abaixo dessa cota.”&nbsp;

O secretário de Turismo de Uruaçu conta que todos os dias é procurado por pessoas preocupadas com a elevação do nível do reservatório. “Elas questionam o quanto vai atingir em 2023, mas eu não consigo essa informação de Furnas”, afirma. O POPULAR apurou que muitas das construções inundadas pertencem a grandes empresários e políticos, parte delas foram erguidas às margens do Rio Maranhão. As estruturas do principal ponto turístico de Uruaçu, a Praia Generosa, construídas em 2008 às margens do reservatório, estão prestes a serem tomadas pelas águas.&nbsp;

D.M. possui uma casa num condomínio construído às margens do lago de Serra da Mesa desde o início da barragem. Ele acredita que, se continuar chovendo, a água vai chegar ao lote que está mais perto do reservatório. O seu imóvel fica um pouco mais acima do terreno, mas ele está atento às chuvas que ainda não cessaram por lá. “Tem muita gente que não respeita o limite e construiu na área de alagamento. Durante a pandemia fiquei muito no lago e por várias vezes vi o pessoal de Furnas orientando as pessoas e pedindo para não construir.”

Notificações e ajuizamento de integração de posse&nbsp;

Em nota ao POPULAR, Furnas informou que o reservatório da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa está “operando conforme despacho do Operador Nacional do Sistema (ONS) com geração média de 113 MW, o que representa 9% de sua capacidade total. Não há previsão de abertura de vertedouro”. De acordo com a empresa, a hidrelétrica opera em plenas condições de segurança, sem qualquer anormalidade que comprometa sua integridade ou represente risco à população. “O menor nível já registrado pelo reservatório foi de 422,38 metros (5,91%), em 28/11/2017 e o maior foi em 09/04/2012, quando alcançou 454,34 metros (78,29%).”&nbsp;

De acordo com Furnas, nos últimos 12 meses foram identificadas 145 edificações irregulares através da fiscalização da empresa e por canais de denúncia. “A empresa está tomando as providências necessárias para as notificações extrajudiciais dos invasores, bem como tem avançado no ajuizamento de pedidos de reintegração de posse. Construções irregulares e usos não autorizados das margens dos reservatórios são fatores de risco para a segurança das pessoas e para a preservação do próprio reservatório”, diz a nota.&nbsp;

O comunicado diz ainda que a Eletrobras Furnas cumpre estritamente as determinações dos órgãos reguladores na operação dos empreendimentos hidrelétricos sob sua concessão. “Os níveis dos reservatórios e a energia despachada são programados pelo ONS, responsável por operar o conjunto de reservatórios brasileiros de forma integrada, com o objetivo de garantir a segurança energética.”&nbsp;

Crea-GO cria grupo para analisar segurança de barragens&nbsp;

Coordenador da Câmara Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), o engenheiro civil Saulo Almeida lembra que reservatórios, como o de Serra da Mesa, são construídos obedecendo às normas técnicas de segurança. “Toda a região que envolve reservatórios são Áreas de Preservação Permanente (APPs) e não são adequadas a habitações. As pessoas correm riscos e podem ser pegas de surpresa, tanto pela necessidade de uma sobrecarga, pela necessidade de liberação de um nível maior de água, quanto por chuvas torrenciais. Mas tudo é previsto na engenharia. Os índices pluviométricos da região foram analisados para dimensionar a contenção de água na barragem.”

Pela Lei nº 12.651/2012, que estabelece normas de APPs,&nbsp; é preciso respeitar a faixa mínima de 30 metros e máxima de 100 metros, em áreas rurais, e de 15 metros e máxima de 30 metros em áreas urbanas&nbsp; do limite de segurança estabelecido.&nbsp; “O risco de inundação é ainda maior se as construções forem erguidas no fluxo de onde a barragem está desaguando, no fluxo do rio”, detalha Saulo Almeida. Ele lembra que, proprietários de residências sofisticadas construídas em área irregular no Lago Paranoá, em Brasília (DF), foram obrigados a demoli-las por desrespeitarem a legislação.&nbsp;

Saulo Almeida explica que o Crea-GO criou recentemente um grupo de trabalho para discutir a segurança de barragens em nível estadual e vai analisar as condições também daquelas que são de competência federal, como é o caso das usinas de Furnas. “Esse grupo é justamente para tentar impedir situações desagradáveis no futuro e acredito que dele vão surgir situações técnicas importantíssimas. Vamos fazer recomendações para quem gerencia esses reservatórios”, afirma o engenheiro civil.&nbsp;&nbsp;

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) que em 2020 realizaram reunião técnica conjunta para discutir os problemas relacionados ao reservatório de Serra da Mesa, na época com baixíssimo nível,&nbsp; informaram ao POPULAR que no momento não há procedimentos ou representações para apurar a construção de edificações em áreas de inundação do lago.

Chuvas devem continuar&nbsp;

Gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim lembra que a partir de sexta-feira (24) o tempo ficará mais estável em todo o território goiano, mas as chuvas ainda não devem cessar por completo neste mês de março. Na avaliação de Angel Dominguez Couvert, físico da atmosfera do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa), entre os dias 27 e 31, haverá chuvas no norte goiano. “Com maior volume entre o final do dia 27 e parte do dia 28.”&nbsp;&nbsp;

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Furnas identifica 145 construções irregulares no Lago de Serra da Mesa

Cidades

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Matéria - Cidades

Reservatório

O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta para risco de chuvas intensas em todo o estado. Segundo o Centro, o avanço de uma frente fria pela região sudeste do Brasil vai favorecer a formação de áreas de instabilidades em Goiás que podem ser de 20 a 50 mm/dia, além de rajadas de vento de até 60 km/h, aponta a previsão.

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“Temos uma frente fria que está avançando. Para os próximos dias, com a formação de um corredor de umidade, temos o favorecimento das chuvas, apesar de irregulares. Colocamos esse alerta porque teremos chuvas intensas e mais para o final de semana - já de sexta para sábado, por exemplo - as chuvas devem ficar um pouco mais intensas também”, explicou o gerente do Cimehgo, André Amorim.

Para a próxima quinta-feira (20), a previsão é de sol e nebulosidade no estado. As chuvas devem acontecer em alguns pontos do estado em formato de tempestade, com raios e rajadas de vento. Em Goiânia, a previsão é de pancadas de chuva com temperatura máxima podendo chegar aos 30ºC e umidade relativa do ar variando entre 55% a 98%.

“Teremos essas temperaturas, não vou falar elevadas, mas elas vão estar um pouco altas. A gente fala de 30º a 32º na capital, mas no interior também há essa oscilação. Esse corredor [de umidade] vai conseguir favorecer chuvas intensas acompanhadas de rajadas de vento e raios. O pessoal tem que tomar cuidado para não ter nenhum problema”, alertou André.

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<h2>Previsão do tempo por região</h2>

A previsão para as regiões Oeste e Norte é de temperatura mínima de 22ºC e máxima de 34ºC. As chuvas na Região Oeste devem chegar a 35,0 mm e na Norte a 30,0 mm. Na Região Leste, a previsão é de mínima de 17ºC, a mais baixa do estado, e máxima de 33ºC. Já as chuvas devem chegar a 30,0 mm também.

Nas regiões Sudoeste, Central e Sul a previsão é de temperatura mínima de 19ºC e máxima de 32ºC. Já as chuvas variam, na Região Sudoeste pode chegar a 45,0 mm, enquanto nas Central e Sul a previsão é de 40,0 mm. A umidade relativa do ar deve variar entre 55% a 98% em todas as regiões do estado.

Goiás tem previsão de chuva violenta e nova frente fria, diz Cimehgo

⛈️☔

Com o período chuvoso, o asfalto se deteriora em diversos pontos de Goiânia, exigindo atenção redobrada dos motoristas. Do início de outubro até a última semana, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra)<a href="https://opopular.com.br/cidades/av-castelo-branco-tem-asfalto-restaurado-apos-estragos-das-chuvas-1.3199138" target="_blank"> já tapou cerca de 12 mil buracos ao longo das vias da capital.</a> Os estragos ocorrem tanto em asfaltos antigos como em trechos recém-recapeados, como é o caso da Avenida 85, onde na manhã dessa segunda-feira (18/11) um homem chegou a ser encaminhado a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Noroeste após cair com sua motocicleta em um buraco no na via, embaixo do viaduto Latif Sebba, com suspeita de ferimento na perna direita.

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O serviço realizado pela Seinfra) reparou mais de 50% dos buracos mapeadas pelos veículos com inteligência artificial da Mapzer (carro inteligente), pelo Aplicativo Prefeitura 24h e encaminhados pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), que juntos somam mais de 6,9 mil ocorrências. Os demais pontos foram constatados por equipes da pasta.

O período chuvoso, no entanto, pode não ser de fato o causador dos problemas, mas sim o revelador de uma série de descuidos na avaliação do mestre em geotecnia com ênfase em pavimentação asfáltica Maurício Barbosa da Cruz. Ao POPULAR, ele explica que o problema é “recorrente principalmente em lugares que onde não há manutenção preventiva”. Cruz diz que os buracos podem surgir em decorrência de vias já desgastadas e com fissuras desde o período de seca. “Nas pequenas trincas, a água consegue se infiltrar e o asfalto começa a degradar, fazendo com que haja o surgimento de buracos e até prejuízos ao solo”, complementa.

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O trabalho de tapa buracos pode auxiliar na correção dessas avarias, mas muitas vezes pode só cobrir um problema mais sério, “que só pode ser constatado com uma análise mais detalhada”. Para Cruz, o micro revestimento pode ser mais adequado às vias da capital, assim o corte e recapeamento da região garante que seja mais difícil dos buracos surgirem.

De acordo com a Seinfra, diariamente em média dez caminhões são direcionados às regiões da capital para cobrir as demandas existentes. Em outubro, as equipes chegaram a tapar 9.529 buracos, utilizando mais de 858 mil toneladas de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). Neste mês, até a quinta-feira (14/11) foram tapadas 2.458 avarias, levando a utilização de mais de 253 toneladas do material.

Mapeamento das demandas encaminhadas à Seinfra, nos meses de outubro e novembro - até o dia 14, seis mil buracos e desgastes nas vias públicas foram identificadas por meio dos quatro veículos contratados pela Prefeitura de Goiânia para realizar as vistorias na capital. A empresa curitibana Mapzer Inteligência Artificial começou a realizar os primeiros mapeamentos em fevereiro do ano passado, em março desse ano o contrato foi prorrogado por mais 12 meses levando em consideração o reajuste inflacionário sob o valor do contrato anterior de R$ 2.412.004,20.

Os veículos realizam vistorias nas ruas de Goiânia com relatórios a cada 30 dias. Durante a passagem, eles verificam a existência de buracos e rachaduras no asfalto, iluminação, lixo e outras situações que são reportados às secretarias da administração municipal.

Conforme informou o POPULAR em março desse ano o contrato com a Mapzer aconteceu sem a realização de um processo licitatório. O argumento do Paço foi de que a empresa curitibana é a única que possuí o tipo de serviço e tecnologia - aliado a inteligência artificial. À época da reportagem, a Seinfra disse que a prorrogação do acordo se deu porque “o uso da inteligência Artificial da Mapzer na identificação dos problemas relacionados à zeladoria da cidade se mostrou eficiente, ajudando na logística das equipes de manutenção, gerando maior eficiência e mais atendimentos com mesmos recursos”.

<h2>Durabilidade depende de ações conjuntas</h2>

Em Goiânia, mesmo com algumas vias recém-recapeadas, já é possível ver os indícios dos buracos remendados. É o caso da Avenida 85, corredor que corta os setores Sul, Oeste, Marista, Bueno e Serrinha. A via teve mais de 9 km recapeados. A intervenção foi entregue em junho deste ano e teve duração cinco meses.&nbsp;

O recapeamento recente da Avenida 85 custou R$ 7,5 dos $387,3 milhões destinados pelos cofres públicos às empresas Consórcio Recape Gyn, responsável pelas intervenções nas regiões Noroeste, Oeste e Sudoeste, e Consórcio CFJ, que realiza o serviço nas regiões Central, Sul, Norte e Leste. O projeto faz parte do programa Goiânia Adiante, que prevê obras de infraestrutura, e é uma das promessas do mandato do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade).&nbsp;

A Avenida T-4, no Setor Bueno, também já apresenta buracos e remendos. A via foi recapeada pelo Programa 500km, que começou na gestão de Iris Rezende (MDB) e terminou no começo da administração de Rogério Cruz. 
Para o mestre em geotecnia com ênfase em pavimentação asfáltica Maurício Barbosa da Cruz, problemas em via recapeadas podem ser decorrentes de camadas abaixo da manta asfáltica, ocorrendo infiltrações ou até questões de ordem técnica-construtiva, ou seja, podem estar ligados a uma má execução ou utilização de materiais de má qualidade. Todos esses fatores, de acordo com ele, podem interferir, uma vez que o asfalto deve durar de 5 a 10 anos.&nbsp;

O asfalto não deve ser pensado como uma questão isolada. O especialista lembra que o olhar tem que ser conjunto com a drenagem, principalmente em pontos de alagamento e que ficam interditados com às águas. Além da manutenção das vias no período da seca, ele recomenda sobre os reparos no sistema de drenagem, que passam, claro pela conscientização das pessoas quanto ao descarte de lixos nas ruas. “Todas essas ações conjuntas podem garantir que, quando vier as chuvas, haja menos transtornos”, enfatiza.

Asfalto das ruas de Goiânia se deteriora com chuvas

Infraestrutura

O local no Setor Santos Dumont, em Goiânia, onde a empresária <a href="https://opopular.com.br/cidades/empresaria-morre-apos-ser-arrastada-por-enxurrada-em-goiania-1.3198839" target="_blank">Daniella Magalhães Vila Nova, de 41 anos, morreu após ser levada por uma enxurrada,</a> está em obras de drenagem urbana e pavimentação asfáltica desde maio de 2023. A intervenção, prometida para ser entregue em outubro do ano passado, vinha sofrendo com diversos atrasos e estava atualmente paralisada. O contrato com a empresa contratada para o serviço foi encerrado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) no dia 5 de novembro.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Daniella morava no Santos Dumont e voltava do trabalho, em uma ótica na Vila Multirão, junto com um marido na garupa de uma Honda CG 150. Eles transitavam pela Rua 20, contínua com a Estrada 111, quando foram pegos pela forte enxurrada que se formou durante uma chuva no bairro. Após o casal se desequilibrar por conta da força da água, a empresária foi arrastada e ficou presa em um arame em um lote já na estrada, próximo ao córrego Caveirinha. A mulher acabou se afogando após ficar com a cabeça submersa na água da enxurrada.

“Em função da chuva que engrossou e pegou eles no caminho, eles começaram a atravessar a enxurrada, e um carro ultrapassou eles. Quando ultrapassou e abriu a água, ele desequilibrou a moto e o carro logo parou. Ali ele parou, mas a força da água que aumentou começou a desequilibrar. Ele pediu para a Daniella descer rapidamente e quando desceu ela desequilibrou, caiu e a enxurrada levou até o arame”, explica o tio da vítima, Daniel Magalhães.

<img attr-cid="policy:1.3199146" attr-version="policy:1.3199146:1731547624" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3199146/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Daniella Magalhães morava em Goiânia havia mais de 15 anos e tinha uma ótica na Vila Mutirão (Reprodução/Redes Sociais)

Conforme ele, após Daniella ser levada pela enxurrada e ficar presa no arame, sem conseguir se levantar, o marido dela buscou auxílio de um caminhão que transitava pela região. “Quando o caminhão chegou, gerou uma espécie de barreira contra a água, foi quando conseguiram pegá-la. Ela já estava desacordada, eles retiraram, fizeram boca a boca, massagem cardíaca, e passou um carro e levaram ela para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Ela chegou a reanimar, mas depois faleceu”, relata.

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<a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-susto-com-queda-de-telhado-em-escola-preocupac-o-e-com-lado-psicologico-1.3199132" target="_blank">Após susto com queda de telhado em escola, preocupação é com lado psicológico</a></div>

Proprietário de um comércio situado na Rua 20, Alexandre Bernardes, de 54 anos, conta que nunca havia visto uma chuva tão forte como a observada nesta terça-feira. Conforme ele, que reside há 30 anos no local, a enxurrada formada pela água que descia da parte mais acima do setor subiu para a calçada e quase invadiu o comércio. Ele relata que não é incomum alagamento na área mais baixa, na Estrada 111, na altura do Caveirinha.

“Desce água da Chácara Recreio São João e do Setor Santos Dumont. Sempre atrapalha a passagem. Eles estavam fazendo obra, mas ficaram parados muito tempo. Na Chácara, estavam fazendo também até antes da chuva. Lá terminou o asfalto recentemente”, conta. Ele acrescenta ainda que, além de Daniella e o marido, outro motociclista chegou a ser derrubado pela enxurrada formada no mesmo local pela chuva que caiu pela manhã. “Um motorista vinha atrás e ajudou ele, mas a mochila dele a água levou”, diz.

Em nota, a Seinfra diz que “a construção da rede de drenagem e pavimentação do Jardim Novo Petrópolis propõe melhoria da drenagem pluvial na continuidade da Rua 20, no Setor Santos Dumont, até a Estrada 111, nas Chácaras de Recreio São Joaquim”. Contudo, neste último trecho, que será a parte final da obra, a pasta aponta que ainda não foi feita a intervenção. Já foram concluídos 45% da obra.

“A obra está parada devido a especificidade dos serviços, incompatíveis com o período chuvoso. Como o atraso na obra é recorrente, está em andamento a rescisão do contrato com a empresa. A previsão é que, após a revisão do projeto e atualização dos documentos técnicos para a realização de nova licitação, a obra seja retomada após o período chuvoso, em abril de 2025”, acrescenta a nota.

A rescisão do contrato para a execução de serviços de terraplanagem, pavimentação, sinalização e galerias de águas pluviais no Jardim Novo Petrópolis, assinado em 2020 junto à Construservice Empreendimentos e Construções, já foi feita efoi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 8 de novembro.

Ainda em nota, a Seinfra diz que “lamenta o acidente e se solidariza com a família da vítima neste momento de dor” e reitera que “em período chuvoso, motoristas e motociclistas não enfrentem a força da enxurrada”. “O recomendado é se abrigar até que a chuva passe”, finaliza. Daniella era de Tocantins e residia em Goiânia há mais de 15 anos. O corpo dela será sepultado em Paraíso de Tocantins.

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Obra de drenagem no Setor Santos Dumont está paralisada (Divulgação)

Plano de drenagem resolveria alagamentos, diz Crea

Presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea-GO), Lamartine Moreira pondera que o problema de alagamentos e, consequentemente, ocorrências como a que vitimou a empresária Daniella Magalhães Vila Nova, de 41 anos, pode ser minimizado com a conclusão e execução do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN). O planejamento é elaborado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a pedido da Prefeitura de Goiânia, e deve ser apresentado em audiência no dia 12 de dezembro. A previsão é citada pelo professor Raviel Basso, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca) da UFG e vice-coordenador do PDDU-GYN.

“Essa questão da água em Goiânia é muito crítica, porque primeiro nós temos que fazer esse plano de drenagem urbana, que a UFG está desenvolvendo. O que ocorre é que, às vezes, a bacia capta muita água, então tem que se repartir esta água. Por exemplo, na parte mais alta de Goiânia, o setor Universitário, a água vai pra Marginal Botafogo em grande concentração. Para evitar esse problema, a gente jogaria um pouco desta água do lado da BR-153, repartindo esse volume de água. Esse projeto que está sendo desenvolvido realmente vai conseguir minimizar esses impactos”, pontua.

Moreira detalha ainda que, além de se repartir o volume para diferentes cursos hídricos, há a possibilidade de utilizar métodos, como os “poços de infiltração”. “É como se fosse uma cisterna. São buracos cavados dentro do terreno, de casa ou apartamento, para que a água coletada do telhado caia ali. A intenção é que encha, possivelmente de quinze a vinte minutos, durante essas chuvas torrenciais, que sempre vêm num volume grande e de forma rápida. Essa cisterna encheria na hora que a chuva já tivesse diminuído e, dessa forma, não encheria os nossos mananciais, evitando pontos de alagamento.”

Para o presidente do Crea-GO, o sistema de drenagem de urbana atual é “precário” e precisa ser atualizado já que, com o crescimento da cidade, a área impermeabilizada aumenta. “Por isso que nos projetos de hoje determinada área dentro da das residências tem que se deixar com o solo permeável. Só que aí depois o proprietário coloca um pavimento rígido, às vezes para não ter o trabalho de poda da grama, da sujeita, então se reduz a área permeável. Com esse concreto, não infiltra a água e ela cai direto na sarjeta, aumentando e muito o volume da água na rua”, destaca.

Morte de mulher ocorreu ao lado de obra parada de drenagem

Tragédia na chuva

CHUVA TERÇA

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<div attr-cid="policy:1.3198221" attr-version="policy:1.3198221:1731413278" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3198221" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3198221', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3198221">CHUVA TERÇA (1.3198221)</a></div>

As regiões centro-oeste, sul e norte de Goiânia registraram a maior quantidade de chuva do mês de novembro <a href="https://opopular.com.br/cidades/chuva-deixa-ruas-alagadas-e-transito-lento-em-goiania-1.3198207" target="_blank">nesta terça-feira (12)</a>. Segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), os bairros que mais choveram foram Cidade Jardim, Conjunto Vera Cruz, Campinas, Setor Sul, Jardim América, Parque Amazônia e Setor Perim. Na região centro-oeste, por exemplo, o Cimehgo destaca que choveu quase 100 mm, o que representa quase metade do esperado para o mês inteiro de novembro, que é de aproximadamente 208 mm.&nbsp;

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<cite>Uma parte da cidade choveu quase 50% do esperado para o mês de novembro em Goiânia. Essa mistura de calor e umidade causa chuvas intensas com rajadas de ventos e raios", afirmou André Amorim, gerente do Cimehgo.&nbsp;</cite>

No mês passado, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),&nbsp;o total de chuva acumulado foi de 336,7 milímetros, uma quantidade quase três vezes maior que a média normal para a capital em outubro, que é de aproximadamente 144 milímetros. De acordo com o Instituto, esse foi o quarto outubro mais chuvoso desde 1961 em Goiânia, sendo o maior registrado em 1965, há 59 anos, com 401,6 milímetros.&nbsp;

<h2>Confira os bairros com maiores volumes de chuva nesta terça-feira:</h2>

Cidade Jardim - 99,8mm 
Campinas - 90,6mm 
Conjunto Vera Cruz - 62,0mm 
Setor Perim - 76,8mm 
Jardim América - 76,0mm 
Setor Sul - 56,2mm 
Parque Amazônia - 48,2mm

<h2>Frente fria</h2>

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Nova frente fria deve provocar chuvas mais volumosas em Goiás (Renato Conde/O Popular)

De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), uma frente fria está vindo da região norte do Brasil e deve chegar em Goiás nesta quarta-feira (13) para quinta-feira (14).&nbsp;

<cite>É importante a população estar atenta, porque temos calor, umidade e os componentes necessários para que tenhamos chuvas intensas com rajadas de ventos e raios", alerta André Amorim.&nbsp;</cite>

O Cimehgo alerta que os ventos fortes podem chegar a 80km por hora e as chuvas devem acumular entre&nbsp;30 a 60 mm/h.&nbsp;Em Goiânia, a temperatura mínima deve ser de 19°C e a máxima de 31°C.

O Inmet orienta que, em caso de rajadas de vento, a população não deve se abrigar debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas, bem como não deve estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.&nbsp;

Outra orientação diz sobre evitar usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada. Em caso de necessidade, mais informações podem ser obtidos junto à Defesa Civil e Corpo de Bombeiros (193).&nbsp;

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