Entre 20 a 30 policiais foram mobilizados pelas forças de segurança pública de Goiás e São Paulo para desvendar o falso sequestro da escriturária Werica Estevan dos Santos Souza, 26 anos, moradora de São Francisco de Goiás, município a 97 quilômetros de Goiânia. Ela deixou a cidade goiana no dia 31 de maio e viajou para Santo André, no interior paulista, de onde fez ligações constantes para o marido alegando que estava sequestrada, e o resgate custaria R$ 100 mil. A ocorrência do desaparecimento de Werica foi registrada na madrugada de sexta-feira (1°) na Delegacia da Polícia Civil de Jaraguá pelo marido, um operador de máquinas agrícolas com quem ela estava casada há oito anos e não tinha filhos. Indignado com o desfecho do caso, o delegado Glênio Ricardo Alves da Costa, que responde por São Francisco, explicou que o destino de Werica foi descoberto seis horas após o início das investigações. "É um absurdo o que a história falsa dela provocou. Além dos policiais daqui, mobilizamos o Grupo Antisequestro, da Delegacia Estadual de Investigação Criminal (DEIC), a Gerência de Inteligência da Polícia Civil e o Grupo Garra, de São Paulo. Werica, conforme o delegado, comprou uma passagem para Sâo Paulo no dia 9 de maio e embarcou no dia 31. Em Santo André, na região metropolitana da capital, ela se registrou num bom hotel com seu próprio nome. As ligações para o marido e fotografias simulando um sequestro, com a boca amordaçada, foram feitas do quarto deste hotel. Quando foi localizada com um celular na mão, ela insistiu que estava acompanhada de um rapaz, o suposto autor do sequestro, mas essa pessoa não foi descoberta. Durante as investigações, a polícia fez a varredura pelas câmeras de monitoramento por onde ela passou. Em todos os locais, Werica sempre esteve sozinha. Levada para o 4º Distrito Policial de Santo André, ela continuou afirmando que foi vítima de um sequestro. A família, segundo o delegado Glênio Ricardo não consegue entender porque Werica tomou essa atitude, já que não houve nenhum problema antes no meio familiar. Ela saiu de casa dizendo que iria visitar a avó, que vive em São Francisco. O pai e o marido passaram a madrugada acordados, preocupados com o desaparecimento dela. A família não possui bens. O casal é proprietário de uma casa financiada e de um carro popular, cujo valor está na casa de R$ 15 mil. Werica vai responder ao inquérito em liberdade. O delegado de Santo André, segundo Glênio Ricardo, decidiu não registrar um flagrante por extorsão e fará a investigação por portaria. "Nesta sexta-feira (1º) eu e minha equipe ficamos das 8 às 22 horas trabalhando nesse caso", lamentou o delegado de Jaraguá.-Imagem (1.1542605)-Imagem (1.1542604)-Imagem (1.1542603)