Clínicas de diálise conveniadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) que atendem pacientes com doença renal crônica estão sem receber repasses de 12 prefeituras e estados desde dezembro do ano passado, segundo a ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante). Antes, o valor estava sob a responsabilidade do Ministério da Saúde, que realizou o pagamento com atraso em março.

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Dois estados ainda não repassaram o valor para as clínicas, Maranhão e Pernambuco, e outras dez cidades também estão na lista. São elas: Goiânia (GO), Imperatriz (MA), Unaí (MG), Ananindeua (PA), Pato Branco (PR), Umuarama (PR), Nova Friburgo (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São Gonçalo (RJ) e Guarulhos (SP).

Pelo menos 10.453 pacientes são atendidos nas clínicas conveniadas nesses estados e municípios. O valor devido chega a R$ 38 milhões.

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Procurada, a Prefeitura de Goiânia afirma que realiza os pagamentos de forma integral e regular e que as clínicas receberam quatro repasses neste ano. Segundo a administração municipal, os "débitos em questão são relativos à gestão anterior" e a atual gestão "não recebeu recursos em caixa para o pagamento dos prestadores".

Já a Prefeitura do Rio de Janeiro diz que os pagamentos até novembro de 2024, bem como os referentes aos meses de janeiro a março de 2025, estão quitados. A administração municipal declara que apenas o valor de dezembro do ano passado, correspondente a R$ 9 milhões, ainda não foi pago em razão de "atrasos consecutivos no repasse dos valores devidos pelo Governo do Estado referentes ao cofinanciamento de políticas de saúde".

A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, no entanto, argumenta que todos os pagamentos relacionados a 2024 já foram feitos e que os de janeiro e fevereiro deste ano serão realizados em abril. Questionado, o governo não respondeu sobre o que teria gerado o atraso no repasse da verba.

A Prefeitura de Ananindeua nega o atraso e afirma que os pagamentos são feitos mensalmente, "em constante negociação e diálogo com os fornecedores". O Estado do Maranhão e o município de Umuarama também dizem que não há pendências financeiras com as clínicas de diálise.

As demais prefeituras —Imperatriz (MA), Unaí (MG), Pato Branco (PR), Nova Friburgo (RJ), São Gonçalo (RJ), Guarulhos (SP)— e o governo de Pernambuco foram procurados, mas não responderam até a publicação desta reportagem.

O nefrologista e presidente da ABCDT, Yussif Ali Mere, explica que as clínicas conveniadas ao SUS enviam notificações à associação para informar sobre o atraso no pagamento. Segundo ele, os pacientes não podem deixar de ser atendidos, pois dependem do tratamento para sobreviver, mas as unidades de saúde podem acabar deixando de pagar fornecedores e funcionários, por exemplo.

<cite>O paciente não pode deixar de ser atendido. Se um dia ele deixar de ser atendido, não vai haver mais atraso. Só que não podemos fazer isso, porque estaríamos colocando a vida do paciente em risco. Então, as clínicas ficam devendo", diz.</cite>

Segundo Mere, as prefeituras e estados têm até cinco dias úteis para repassar às clínicas o valor da diálise após o envio da verba pelo Ministério da Saúde. Em março, a pasta enviou o montante no dia 25, referente ao pagamento do mês de fevereiro. No entanto, o nefrologista afirma que há clínicas que ainda não receberam o valor de janeiro.

Joaquim Melo, nefrologista e coordenador de duas clínicas de diálise em Pernambuco, diz que ainda precisa receber 20% do valor de janeiro e o pagamento integral de fevereiro.

<cite>Nós somos responsáveis pelo acompanhamento de cerca de 600 pacientes em hemodiálise nessas duas clínicas. Estamos com muitos pacientes esperando para serem atendidos, e, por isso, eles acabam fazendo o tratamento nas emergências dos hospitais, ocupando leitos", afirma.</cite>

Goiânia e mais 9 cidades do país estão com verba atrasada para pacientes renais do SUS, diz associação

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SAÚDE

O serviço de radioterapia do Hospital de Câncer Araújo Jorge, em Goiânia, está suspenso para novos pacientes encaminhados por outras instituições de saúde. Segundo o CEO (sigla para chief executive officer, ou diretor-executivo, em português)&nbsp;da instituição, Kleber Rosa, o equipamento ‘acelerador linear’ parou de funcionar e necessita de manutenção. Conforme&nbsp;publicação em uma rede social do hospital, a expectativa é de que a peça que estragou chegue ao Brasil em torno de 15 dias.&nbsp;

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Segundo o hospital, os atendimentos que já estão em andamento não serão prejudicados. Após os 15 dias da chegada da peça ao Brasil, os pacientes devem aguardar mais 10 dias para o equipamento voltar a funcionar.&nbsp;

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<a href="https://opopular.com.br/cidades/hospital-cora-marca-para-maio-inicio-de-atendimento-a-criancas-1.3248278" target="_blank">Hospital Cora marca para maio início de atendimento a crianças</a>&nbsp; 
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Conforme o CEO, a partir desta segunda-feira (14) a agenda será bloqueada, cancelando 25 pacientes novos que iriam iniciar o tratamento no hospital e provavelmente mais 25 na primeira quinzena do mês de maio. &nbsp;

<cite>Nós tivemos alguns remanejamentos internos. Vamos trabalhar com os outros dois equipamentos 24 horas para absorver os pacientes, e vamos redirecionar 30 pacientes para nossa outra unidade em Anápolis também. Mas isso vai causar um bloqueio de agenda para os pacientes externos que vem para o Araújo só para fazer radioterapia”, disse.&nbsp;</cite>

Em nota ao POPULAR, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que o hospital recebe desde 2019 recursos estaduais que somam o total de R$ 69 milhões (veja nota no final da matéria). A SES informou também que os repasses da pasta ao Hospital Araújo Jorge estão em dia. &nbsp;

O POPULAR tentou contato com o Hospital Araújo Jorge às 06h50 e às 08h16 desta segunda-feira (14) por e-mail e mensagens, mas até a última atualização desta reportagem não tivemos retorno.&nbsp;

<h2>Os pacientes&nbsp;</h2>

Pacientes e internautas deixaram comentários sobre a suspensão do serviço de radioterapia na publicação da rede social do hospital. &nbsp;

<cite>Nós temos que conseguir essa máquina arrumada ou outra nova para mudar essa situação, são vidas que precisam. O tratamento pode salvar vidas”, comentou uma mulher.&nbsp;</cite>

<cite>Notícia triste e extremamente preocupante para pacientes que estão aguardando para iniciar o tratamento como meu marido, que precisa iniciar as sessões de radioterapia urgentemente”, disse outra mulher.&nbsp;</cite>

<cite>Só Deus para ter misericórdia de quem tanto necessita do tratamento. Como é triste ver essa notícia”, escreveu outra.&nbsp;</cite>

<h2>Nota da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás&nbsp;&nbsp;</h2>

O Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) é uma unidade privada, de cunho filantrópico, fornecedora de serviços oncológicos para o SUS e, nesse aspecto, recebe em dia recursos estaduais oriundos de convênio para atender a população. Desde 2019, esse valor de repasse do governo estadual soma o total de R$ 69 milhões de reais. Ressalte-se que os repasses da pasta ao Hospital Araújo Jorge estão em dia e ainda, que a unidade presta serviços tanto para pacientes particulares e de convênios, quanto para o Sistema Único de Saúde (SUS), recebendo recursos da SES-GO por meio da compra de serviços.&nbsp;

Araújo Jorge suspende atendimento de radioterapia para novos pacientes

TRATAMENTO

Inaugurado em dezembro de 2024, o WTC Goiânia Stay &amp; Hotel by Atlantica, o segundo World Trade Center no Brasil, tem registrado aumento da taxa de ocupação pouco a pouco nesses quatro meses de operação, informa o gerente geral Paulo Crema. O empreendimento multiuso está voltado principalmente para o turismo de negócios na região e tem moderna infraestrutura.&nbsp;

“Surpreendentemente, temos recebido mais estrangeiros que imaginávamos, provavelmente por carregarmos em nosso nome uma marca conhecida internacionalmente. Ainda que não uma marca hoteleira, mas é uma marca reconhecida como importante empreendimento corporativo, um centro de negócios internacionais, em mais de 90 países ao redor do mundo”, comenta Paulo Crema sobre o que pode indicar também maior vinda de pessoas para eventos internacionais na capital.&nbsp;

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O WTC Goiânia foi construído por meio da parceria de duas grandes empresas goianas, a JBJ Investimentos e a Construtora Consciente. “A decisão da escolha no investimento na cidade, portanto, se dá por conhecerem muito bem o mercado regional e acreditarem no potencial de geração de novos negócios da cidade”, observa o gerente do empreendimento.&nbsp;

O padrão mixed use reúne em um mesmo espaço apartamentos residenciais, escritórios corporativos, centro de eventos, lojas, restaurantes renomados e hotel de 204 apartamentos com vocação executiva de alto padrão, área de lazer equipada com piscina aquecida, fitness room, spa, jacuzzi e sauna úmida. “Tudo que os visitantes mais exigentes de Goiânia precisam em um hotel, com a localização privilegiada, a segurança e a comodidade que o complexo traz a essa escolha.”&nbsp;

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A expectativa do gerente do novo espaço é de que bons eventos que acontecerão na cidade no meio do ano e no segundo semestre devem trazer uma boa perspectiva para o segmento de turismo de negócios nos próximos meses.&nbsp;

A crescente realização de grandes eventos em Goiânia também tem atraído investidores que compram imóveis compactos para locação, entre outros fatores, pela demanda crescente de visitantes. Nos próximos dias, a cidade vai receber o seu primeiro ultracompacto, o primeiro apartamento de 22 metros quadrados, um tipo de apartamento que já é tendência nas grandes capitais. O lançamento é da Somos, incorporadora.&nbsp;

De acordo com a Ademi-GO (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás), os imóveis de até 50 metros quadrados tiveram 4.324 unidades vendidas, em Goiânia, em 2024, o que representa 40% do total de imóveis comercializados no ano e também um volume 40% superior ao total de 2023, que teve 3.085 unidades vendidas.

Compactos para curta temporada aproveitam cenário favorável

Economia

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Turismo de negócios

Capacidade ampliada

De 4 a 6 de setembro, será realizada a Ficomex 2025 (Feira Internacional do Comércio Exterior do Brasil Central), no Centro de Convenções de Goiânia, um dos grandes eventos que confirmam a expansão do turismo de negócios na capital. Porém, mesmo com avanços na estrutura receptiva, líderes de entidades empresariais avaliam que há demanda por ampliação e melhorias, tanto pelo crescente número de feiras, exposições e congressos, quanto pelo aumento do público atraído.

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Para Rubens Fileti, presidente da Acieg (Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás), que promove a Ficomex, há necessidade de investir mais desde a rede hoteleira até os espaços disponíveis para os eventos em si, passando também por outros aspectos, como gestão de tráfego.

“Goiânia conta com bons empreendimentos no ramo de gastronomia, como restaurantes, bares, etc. Mas a rede hoteleira é insuficiente para atrair grandes eventos, como ocorreu quando tentamos trazer a Web Summit para cá, que tinha uma solicitação de mais de 25 mil leitos dentro da cidade de Goiânia, quantidade que hoje não existe. Então, são de eventos desse tipo de porte que estamos falando. Quando há uma demanda muito alta de público, o que acontece é que a rede hoteleira acaba ficando sufocada”, alerta.

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Em 2022, quando foi divulgado o último Censo Hoteleiro, Goiânia contava com 170 hotéis em funcionamento e 2 em reforma. Um novo levantamento será feito a partir de maio, com previsão de ser concluído em agosto. Mas pesquisa prévia mostra que atualmente são 233 hotéis na capital. Em 2022, o total de leitos era de 18.696, mas considerando o aumento do número de hotéis, hoje a oferta é maior. Contudo, a maioria dos novos hotéis são pequenos, o que não impacta tanto em maior número de leitos.

Algumas dificuldades apontadas por Fileti em relação à rede hoteleira, tendo como referência a última edição da Ficomex, em agosto de 2024, são uma estrutura ainda frágil para a exigência do público internacional, como embaixadores, presidentes de grandes corporações etc. Os números da feira são lembrados para ilustrar a demanda por melhor estrutura. Foram mais de 15 mil visitantes em dois dias de evento e mais de 170 expositores nacionais e internacionais; na abertura, estiveram presentes 7 governadores, 3 ministros e mais de 100 entidades; mais de 50 embaixadas e mais de 50 Câmaras de Comércio Exterior participaram.

A expectativa é de que a Ficomex 2025 tenha mais de 200 expositores e um público de visitantes maior, porque terá um dia a mais do que a edição anterior e pelo fato de a ApexBrasil garantir a vinda de 12 compradores internacionais e 48 vendedores nacionais. “Então, só esse público deve gerar uma movimentação grande, porque sempre vêm mais pessoas junto com esses compradores e vendedores, da parte da equipe deles”, observa.

Novo espaço via PPP

“Quanto à abertura da Ficomex, contamos com um espaço de menos de 2 mil pessoas. Hoje, há pouquíssimos ou quase nenhum local na cidade que cabem acima de 2 mil pessoas, o que é uma restrição a eventos de médio e até grande porte”, comenta Fileti. Ele informa que essa questão entrou na pauta das reuniões do Fórum das Entidades Empresariais, que já está pensando num projeto para um novo Centro de Convenções, em que será proposta uma parceria público-privada (PPP) junto com o governo do Estado.

“Nós precisamos ter em Goiânia um local que comporte a sua estrutura, inclusive nos mesmos moldes dos eventos internacionais, para que seja possível oferecer e atrair esse tipo de investimento para a cidade, num Centro de Convenções um pouco mais moderno”, defende. Diz também que há estruturas na capital que precisam de modernizações e de mudanças para as quais uma pequena reforma não seria suficiente, pois existe um público muito exigente para alguns tipos de projeto.

“Com o crescimento do número e da dimensão dos eventos em Goiânia, incluindo os da área de negócios, é necessário que a cidade se adeque para receber os visitantes. Com isso, nossa cidade vai atrair mais visitantes e eventos de proporções cada vez maiores, promovendo negócios ainda mais expressivos para a cidade, o estado e a região Centro-Oeste. Isso vai gerar uma cadeia muito positiva, com mais empregos, renda, impostos e desenvolvimento nos setores comercial, industrial e do agronegócio”, projeta Fileti.

A infraestrutura vem antes ou os eventos vêm primeiro? A pergunta é feita por Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio-GO (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás). Ele responde que os dois têm que caminhar juntos, “os eventos têm que puxar a infraestrutura”, ao confirmar que Goiânia comporta mais um Centro de Convenções, em área de melhor acesso e com ressalva à poluição sonora. Uma proposta cogitada é de que o poder público ofereça área por concessão ou venda para que a iniciativa privada assuma o projeto, numa PPP.

A necessidade de um auditório maior é destacada por Baiocchi, ao mencionar que Goiânia sediará em 2026 o Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito – Concred, maior evento do gênero da América Latina, que deve reunir mais de 3 mil pessoas. O Teatro Rio Vermelho tem capacidade para 1.888 pessoas e é o maior auditório do Centro de Convenções de Goiânia. Uma outra opção é o Centro de Convenções da PUC Goiás, cujo teatro tem 2.800 lugares.

“Temos infraestrutura para atender eventos internacionais, prova disso é o MotoGP, mas existe sim espaço para melhorar”, afirma. O presidente da Fecomércio argumenta que o crescimento dos eventos abre espaço para mais hospedagem e serviços agregados, como transporte por táxi, aplicativos, setor de gastronomia, “todos vão ganhando”.

Secretário estadual da Retomada, César Moura diz que não existe projeto em andamento para novo construir um novo Centro de Convenções. O foco atual das ações do governo para o setor de eventos, expõe ele, está na estruturação dos espaços existentes. Como exemplo, fala do leilão para a concessão do Distrito de Esporte e Entretenimento do Complexo Serra Dourada, em fevereiro. O objetivo é tornar o espaço em um ambiente multiuso, com capacidade para sediar jogos, atividades esportivas, eventos de lazer e feiras de negócios.

Outro espaço citado pelo secretário é o Centro de Convenções de Anápolis, “que está atraindo olhares” e conta com teatro de 2.200 lugares. “Pode agregar à estrutura da capital”, sugere, vendo que para isso ocorrer deve haver quebra de um paradigma local quanto às distâncias. “São 40 quilômetros de trevo a trevo em pista duplicada, com trânsito fluente, mais fácil que se deslocar em São Paulo do Ibirapuera para o Center Norte”, compara.

Agenda disputada

Eliane Ritter Deancovich, gerente de Contratos do Centro de Convenções de Goiânia, reúne dados que atestam sua afirmação de que 2024 foi um ano muito bom para o setor de eventos na capital. Foram 220 eventos com um público de 348.908 pessoas, ante 135 eventos e um público de 279.220 pessoas em 2023.

Embora explique que 2025 está “começando mais devagar”, em parte devido a muitos feriados no primeiro semestre, o que atrapalha muito a realização de eventos, a gerente do CCG adianta que a agenda para o segundo semestre está praticamente lotada. Informa também que a agenda já está aberta até 2028 e com reserva, e há congressos formalizados em 2026 e 2027.

“A grande maioria dos eventos são congressos e feiras B2b, que são feiras de negócios onde tem o expositor e a pessoa que vai comprar o produto.” Sobre recusa de eventos por não comportar todo o público no mesmo auditório nas solenidades de abertura ou encerramento, Deancovich esclarece que houve casos somente de grandes congressos brasileiros na área médica. “Temos congressos que só acontecem em outros estados e que Goiânia, por uma série de fatores, principalmente malha aérea, não comporta o evento. Mas daí já é um conjunto, não o Centro de Convenções especificamente”, discorre ela.

Sobre a rede hoteleira em Goiânia, Charleston Calasans Pimentel, presidente da ABIH-GO (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Goiás) esclarece que os dados mostram um pequeno aumento na taxa de ocupação dos hotéis, se comparados os anos de 2023, 2024 e o primeiro trimestre de 2025. O período no ano de maior demanda vai de abril a novembro.

Sobre mercado local para novos empreendimentos, como um hotel 5 estrelas, Pimentel acredita que sim, mas isso depende de uma frequência maior por público com esse perfil de mais elevado poder aquisitivo. Para ele, a capacidade atual da rede hoteleira em Goiânia é suficiente para atender a demanda, “exceto para megaeventos, que são pontuais”. Indica que a cidade dispõe de “ao menos cinco hotéis de padrão superior”.

Também na avaliação de Giovanna Tavares, coordenadora do Observatório da Goiás Turismo, a capacidade receptiva de Goiânia é compatível com o número e a dimensão de eventos que vêm sendo realizados, “mas já existe interesse de empresários em investir para aumentar ainda mais essa oferta”.

Ressaltando que Goiânia é uma cidade turística, organizada e, principalmente, que oferece serviços de qualidade, Giovanna Tavares vê espaço para ampliar oferta, porque, diz, “a cidade precisa de boas hospedagens para diferentes perfis de renda e gostos”.

O Centro de Convenções a coordenadora vê como muito bom, bem estruturado, mas com problema na localização que impõe dificuldades de estacionamento, por exemplo. “É pertinente a construção de mais um Centro de Convenções, existe mercado, até pelo volume de eventos, vai dar mais opções aos contratantes. Hoje já se realizam eventos em estádios, ginásios, teatros, hotéis, espaços de eventos, além do próprio Centro de Convenções”, afirma.

Para que Goiânia siga expandindo na captação de eventos e no turismo de negócios, ela diz que a prioridade devem ser investimentos em infraestrutura, asfalto, placas de sinalização turística, ciclovias. “Uma sinalização mais efetiva para que o turista possa explorar mais a cidade e ficar mais à vontade. Trabalho de capacitação contínua para melhorar nossa receptividade e hospitalidade na prestação de serviços. E mais voos para a capital.”

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Grandes eventos pedem reforço na estrutura receptiva de Goiânia

A Prefeitura de Goiânia firmou convênio com a UFG para a realização de estudo que norteará a criação de lei para uso e ocupação de áreas rurais da cidade. Trata-se de questão fundamental para o futuro da região metropolitana, uma vez que esse levantamento mostrará não só a situação atual, como indicará o caminho para uma harmonia entre o crescimento do município e a preservação ambiental. A expansão agrícola ou pecuária de forma incorreta pode causar danos irreversíveis em nascentes, no solo e nos cursos d’água, por exemplo. Por outro lado, um planejamento realizado de forma correta e dentro da lei permite exploração dos recursos naturais de forma a trazer benefícios para a comunidade. Vale lembrar que a cidade está atrasada nessa questão, uma vez que o Plano Diretor foi aprovado em 2023 e só agora surge um estudo para mapear e definir o uso nas áreas rurais. Também está pendente de envio à Câmara Municipal a Lei das Calçadas, que determina o uso dos pisos táteis, e o Código Ambiental. A expectativa é de que essas regulamentações sejam realizadas neste ano, pois a cidade não pode ter o crescimento prejudicado por ausência de legislação, ou crescer de forma irregular, comprometendo o futuro de seus habitantes.