A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), publicada em julho deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que Goiânia é a oitava capital brasileira com mais bullying nas escolas. Ao todo, 43,3% dos alunos de instituições goianas de ensino público e privado disseram terem sido esculachados, zoados, intimidados ou caçoados por colegas ao ponto de ficarem magoados, incomodados, aborrecidos, ofendidos ou humilhados.Entre os adolescentes do sexo masculino na faixa etária de 13 e 17 anos, que disseram ter sofrido bullying, o total foi 35,5%. Já entre as meninas da mesma idade, o índice é ainda maior. São 51,4% delas que disseram já ter sido vítimas desse tipo de violência. No ranking nacional, Goiânia fica atrás apenas de Rio Branco (AC), Belém (PA), Macapá (AP), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Recife (PE) e Maceió (AL).GeralEm todo país, 23,0% disseram já ter sofrido algum tipo de bullying na escola por duas ou mais vezes. Entre as meninas, o percentual foi de 26,5%, enquanto entre meninos, foi 19,5%. Já a proporção dos casos em escolas públicas foi 23,0%. Nos colégios particulares, foi 22,9%.A pesquisa também demonstrou que entre os estudantes que praticaram algum tipo de bullying contra o colega, a maioria era do sexo masculino (14,6%) que do feminino (9,5%).Quando a ameaça é na internet, o percentual dos adolescentes que se sentiram ameaçados, ofendidos e humilhados nas redes sociais ou aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa, era de13,2%.AnálisePara a psicóloga Sarah Valadares, o bullying sempre existiu e o tema passou a ser mais discutido com o acesso à internet. "Muito mais que uma simples brincadeira de mau gosto, o bullying engloba a violência física e verbal. Então o bullying envolve a violência, enquanto a brincadeira de mau gosto, não. Em muitos casos, com certeza, ele pode levar o adolescente a ter problemas psicológicos e, até mesmo, levar ao suicídio. Outras questões como desajuste social e relacionamentos interpessoais também", explica.Ela reforça que o bullying não é apenas a agressão física, mas também verbal. "Pode ser aplicado por uma pessoa ou um grupo, uma vez ou repetidas vezes e ter como alvos pessoas que o agressor ou o grupo de agressores considera mais fraco, mais calado, mais vulnerável. A pessoa ou grupo que está em posição de maior força agride alguém mais vulnerável. Vai acontecer muitas vezes em contexto de escola porque é onde o adolescente está na maior parte do tempo", informa a psicóloga.Leia também:- Pai saca arma durante discussão na porta de colégio de Goiânia, diz escola- Projeto que cria medidas de apoio a vítimas de bullying em escolas de Goiás é vetado pelo governo- Novo ataque a tiros nos EUA deixa ao menos 4 mortos em centro médico de Tulsa