Goiás tem 74,4% dos leitos críticos (UTIs) para pacientes com o novo coronavírus planejados pelo Estado e pelo município de Goiânia em abril. Das 270 vagas do tipo previstas pelo governo estadual na época, 147 estão em funcionamento atualmente, 54,5%. No caso da Prefeitura de Goiânia, a quantidade de leitos para Covid-19 de hoje é maior do que o prometido. Há três meses a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital previa 102 leitos exclusivos de pacientes com o vírus, hoje são 130 (127%), metade contratados da rede privada.A ocupação dos leitos críticos de Covid-19 estava em 87,6% na noite desta segunda-feira (6), sendo que dos 16 leitos disponíveis, 7 eram pediátricos, restando 9 do tipo adulto. No mesmo dia, o Complexo Regulador Estadual (CRE) recebeu 166 pedidos de vaga para leitos de UTI e enfermaria para pacientes com Covid-19 ou suspeita. O painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) informava às 21h desta segunda-feira, 73 leitos de enfermaria para pacientes com coronavírus disponíveis. Reportagem do POPULAR do último sábado (4) revelou que já há fila, demora para conseguir leitos e casos de pacientes que morrem antes de conseguir vaga de internação.Em março e abril, o governo estadual anunciou o planejamento de oito hospitais de campanha que teriam um total de 235 leitos de UTI. Destes, 114 estão em funcionamento atualmente em seis das oito unidades prometidas. O Hospital de Campanha de Águas Lindas, por exemplo, foi o primeiro do tipo construído pelo governo federal, com a promessa de ter 40 leitos de UTI, ainda na gestão do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Atualmente há 10 em funcionamento.A Secretaria Municipal de Goiânia (SMS) já colocou em funcionamento os 50 leitos críticos previstos do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), que estão lotados.No entanto, havia em abril uma previsão de 40 UTIs no Hospital das Clínicas (HC), que ainda não aconteceu. A unidade federal tem 9 leitos do tipo atualmente.De acordo com o diretor geral do HC, José Garcia Neto, está em andamento o processo de contratação dos profissionais para colocar em funcionamento os últimos 8 leitos deste total de 40, mas ainda não há previsão de quando serão inaugurados.Para acompanhar a demanda de aumento de internação, a SMS de Goiânia passou a contratar leitos de UTI de hospitais privados e filantrópicos pagando um valor superior ao da tabela do SUS. Entre as unidades conveniadas estão o Gastro Salustiano, Renaissance e Jacob Facuri. Na noite desta segunda-feira, a ocupação das UTIs na capital era de 88,8%, com 16 vagas disponíveis.Na última sexta-feira (3), o secretário de Estado de Saúde, Ismael Alexandrino, defendeu em entrevista ao POPULAR que os municípios solicitem internações em enfermarias de pacientes com coronavírus antes que seja necessária uma UTI.A reportagem apurou que internamente há uma preocupação de gestores municipais da capital e estaduais com uma expectativa da sociedade de que a solução para a pandemia seja a abertura constante de mais leitos conforme a demanda.Desde o começo da pandemia, ainda em março, os governos estaduais e municipais têm defendido uma combinação de distanciamento social e aumento da assistência em Saúde para combater o novo coronavírus.Na parte do distanciamento social, pesquisadores da Universidade Federal de Goiás defendem desde o início de maio a necessidade da taxa de isolamento se manter em 50% para que não houvesse colapso do sistema hospitalar. No entanto, desde então, a taxa do Estado ficou sempre abaixo de 40% em dias úteis. Governo de Goiás planeja mais 154 leitos de UTIA Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) ainda planeja inaugurar mais 154 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) indicados para Covid-19. Desde o começo da pandemia já foram entregues 164 leitos. Além dos 147 do tipo adulto citados pela reportagem, há 13 pediátricos no Hospital de Urgências da Região Noroeste (Hugol) e 4 saladas vermelhas, sendo duas no Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu e outras duas no HCamp de Luziânia. A sala vermelha tem ventilador mecânico e é onde o paciente grave é estabilizado quando chega na unidade.Em abril, a SES-GO planejava cerca de 270 leitos de UTI para pacientes com Covid-19. Considerando a atual proposta, a meta agora é de 318 no total. Na última sexta-feira, a SES-GO adquiriu 50 novos ventiladores mecânicos, os chamados respiradores, essenciais no tratamento do paciente grave com Covid-19. Dez aparelhos já estão no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e 8 no HCamp de Luziânia. Os outros serão destinados: 2 para o Hutrin, 10 para o HCamp de São Luís de Montes Belos; e 10 para o futuro HCamp de Formosa. Há estudo para definir o destino de outros 10 respiradores. Além dessa compra, o HCamp de Águas Lindas recebeu 10 ventiladores que estavam na SES-GO no domingo.Questionado sobre a contratação de leitos privados, a SES-GO afirmou que vem trabalhando com a abertura de leitos em unidades próprias. Sobre a possibilidade de transformar leitos de enfermaria em UTIs, a pasta exemplificou que o HCamp de Águas Lindas tem todos os seus 200 leitos com acesso à rede de gases, o que permite a transformação deles em leitos críticos.-Imagem (1.2081009)