Foi inaugurado nesta quarta-feira (8), o primeiro Hub Público do Centro-Oeste, o Centro de Excelência em Empreendedorismo Inovador (Ceei) - HUB Goiás. O local é público e aberto à comunidade, com espaços multifuncionais para realização de reuniões, eventos, capacitações e interação com os públicos dos ecossistemas de inovação.O HUB Goiás está localizado no Setor Leste Universitário, ao lado da Escola do Futuro em Artes Basileu França, em Goiânia. Para acessar o Ceei, basta fazer um cadastro, que será aberto ao público a partir do mês de março. No momento, está aberto um edital de chamamento público para selecionar a organização que vai gerir e operacionalizar o Centro.A localização foi pensada estrategicamente para fomentar o desenvolvimento da quádrupla hélice goiana, integrando o governo, as universidades, as empresas e a sociedade civil para a inovação, criatividade e empreendedorismo. Com mais de dois mil metros quadrados, o local conta com dois andares e três pavimentos.Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/empregos-goi%C3%A2nia-goi%C3%A1s/escolas-do-futuro-de-goi%C3%A1s-t%C3%AAm-5-mil-vagas-para-cursos-gratuitos-1.2597825" target="_blank">- Escolas do Futuro de Goiás têm 5 mil vagas para cursos gratuitos</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/empregos-goi%C3%A2nia-goi%C3%A1s/escolas-do-futuro-abrem-1-650-vagas-para-cursos-gratuitos-1.2608573" target="_blank">-&nbsp;Escolas do Futuro abrem 1.650 vagas para cursos gratuitos</a>O espaço também possui um local de coworking, feito para estimular o empreendedorismo e o ecossistema de inovação no estado. “Cada ação que desenvolvermos no Hub fomentará um ambiente inovador e despertará o interesse das pessoas para o empreendedorismo. Quem passa por um processo de incubação e aceleração, por exemplo, acaba se diferenciando no mercado”, explicou Marcio Cesar Pereira,&nbsp;secretário de Desenvolvimento e Inovação do Governo de Goiás.Hub GoiásO Centro de Excelência em Empreendedorismo Inovador (Ceei) - HUB Goiás foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi). “Nós teremos espaço de incubação, aceleração, capacitação e formação de empreendedores. Será um espaço vivo, dinâmico, para que a gente tenha, o tempo todo, ações de estímulo a novos negócios”, informou o secretário.Segundo o Mapeamento do Ecossistema de Inovação, atualmente Goiás possui dez incubadoras, 39 espaços makers, oito hubs de inovação, três parques tecnológicos, 43 comunidades de inovação e 230 startups.Organização da Sociedade Civil&nbsp;A Organização da Sociedade Civil (OSC) selecionada no edital para operacionalizar o Ceei deverá desenvolver o trabalho em nove eixos estratégicos: geração de inteligência de negócios, desenvolvimento do ecossistema, desenvolvimento de talentos, desenvolvimento de negócios – startups, inovação aberta, acesso à capital, gestão da comunidade, negócios de impacto social e fomento ao empreendedorismo e inovação.Dentro de cada um destes eixos, estão estabelecidas uma série de atividades, como: a realização de eventos e atividades abertas para fortalecer o ecossistema de inovação, o desenvolvimento de talentos por meio de palestras, cursos de curta duração, workshops e outros eventos; programas de aceleração para a geração de empresas de base tecnológica e de impacto socioambiental; e a estruturação de uma base com fontes de financiamento e subvenção voltadas para a inovação.<div attr-cid="policy:1.2611165" attr-version="policy:1.2611165" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.2611165" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.2611165', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.2611165">Imagem (1.2611165)</a></div><div attr-cid="policy:1.2611169" attr-version="policy:1.2611169" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.2611169" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.2611169', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.2611169">Imagem (1.2611169)</a></div>

Goiás inaugura primeiro Hub Público do Centro-Oeste

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Matéria - Cidades

A tecnologia da entrega de pedidos feita por um robô está chegando a Goiânia, que receberá o primeiro robô autônomo para operação comercial na América Latina. Em breve, ele começará a operar no hotel Transamerica Collection Goiânia, que faz parte do Órion Complex, e entregará pedidos feitos no Origens Restaurante e Café Órion aos consumidores que estiveres presentes em todo espaço comercial do complexo.

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A robô, batizada de Pequi, funciona com inteligência artificial (IA) e opera por meio de câmeras capazes de processar imagens captadas. O cliente que estiver dentro do complexo acessa o cardápio digital dos dois estabelecimentos pelo aplicativo goiano Vuca Food e informa a sala comercial ou ponto de entrega onde deseja receber o delivery. Após o pagamento, os dados são enviados para o restaurante, que prepara o pedido e coloca tudo dentro do compartimento da robô, que realiza a entrega totalmente sozinho.&nbsp;

Ela acessa os elevadores por um caminho programado, sem orientação humana, muitas vezes até interagindo com clientes durante o percurso e orientando os passos para a retirada da entrega. A gerente geral do Transamerica Collection Goiânia, Mariana Dettino, diz que o estabelecimento sempre busca inovação, agregando novos serviços e experiências para seus clientes. Ela lembra que o Órion Complex é muito grande, abrigando torre comercial, hotel e hospital, por onde circulam cerca de 4 mil pessoas por mês.&nbsp;

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“Surgiu ideia de buscar novas oportunidades de negócios, principalmente em inteligência artificial. Pesquisamos e encontramos este projeto em Goiânia”, conta a gerente. Segundo ela, inicialmente, a robô fará atendimento da torre comercial do complexo. “Estamos mapeando a torre, que tem 670 salas, para que ela possa fazer as entregas dos pedidos no local exato, o que não resultará em nenhum custo ao cliente”, garante Mariana Dettino.&nbsp;

Hoje, este serviço é feito por entregadores, mas deve ser otimizado com pela robô, sem provocar demissões. “Vimos uma grande oportunidade dentro do complexo. Depois, vamos explorar o espaço do hotel e do hospital”, informa. A robô, contratada por meio de uma parceria com a empresa goiana Synkar Autonomous, terá custo mensal similar ao de um colaborador. A gerente explica que o equipamento já é considerado um novo colaborador da empresa, que está em fase de treinamento para conhecer bem o ambiente e fazer estas entregas de melhor maneira.&nbsp;

Atualmente, a robô está fazendo o reconhecimento do complexo e deve começar a operar até meados de outubro. Em cada sala do complexo haverá um QR Code, que a pessoa deverá usar para fazer seu pedido chegar ao sistema. “Assim, ela entenderá de qual sala ele partiu. Damos o aceite, montamos o pedido e carregamos a robô, liberando para ela seguir para a entrega”, explica.

A parceria com a Synkar funciona com um aluguel mensal e este apoio da IA já é considerada uma tendência mundial, que já é comum em países como a China. “Nossa robô fala e pede até licença para as pessoas que estiverem no caminho. A expectativa é que pessoas façam pedidos apenas para ver ela chegando. A intenção é gerar experiência”, ressalta Mariana Dettino.

Logística

A Synkar é uma empresa goiana fundada pelo engenheiro eletricista e pesquisador Lucas Assis em 2018, quando ele e dois sócios começaram a desenvolver robôs autônomos para logística. Ele conta que a empresa já tem operações com a iFood desde 2020, mas esta será primeira operação com entrega direta ao público da América Latina. Inclusive, a plataforma já investiu na empresa, ajudando a alavancar o processo de desenvolvimento dos robôs.

“Temos operações onde o robô pega a comida nos restaurantes e entrega para o entregador do iFood no hub que concentra todos os pedidos. Este de Goiânia será o primeiro com entrega direta ao público nos pontos designados de entrega”, explica. Segundo ele, como a expectativa é de uma demanda grande, os pedidos serão entregues por agendamento.

O robô foi apresentado numa grande feira de tecnologia no Canadá, onde teve um feedback muito positivo. “Quando voltamos de lá, já fechamos o primeiro contrato. Agora, estamos numa das maiores vitrines do Brasil, o Órion Complex, com grande relevância em saúde e já recebemos contato de outros complexos similares, que ficaram animados com este lançamento”, conta o empresário.

Atualmente, a empresa já tem mais de 20 operações com robôs em shoppings, indústrias e centros logísticos no Brasil, além do Canadá e Irlanda. Mas a expectativa é atingir uma frota de 300 robôs até o final ano que vem. “Esta tecnologia, que é muito competitiva, permite operar dentro armazém, indústria ou em complexos com o Órion. Condomínios são outro mercado potencial”, informa.

A empresa fornece o robô com os serviços, além de treinamentos, instalação e suporte. Em caso de problemas, como o robô ser segurado por alguém, ele chama o operador remotamente. “Ele interage pedindo licença, avisando que está entrando no elevador e pedindo prioridade na entrada”, completa Assis, que sempre trabalhou com robótica e já prevê uma popularização cada vez maior do equipamento.

Goiânia ganha primeiro robô de entregas

Economia

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Matéria - Economia

Inteligência artificial

A Huawei apresentou nesta terça-feira (10) o primeiro smartphone do mundo que pode ser dobrado em três partes. O lançamento ocorreu horas depois de a concorrente Apple apresentar seu iPhone com inteligência artificial generativa, três vezes mais barato.

"A Huawei sempre foi líder no setor de telefones dobráveis. Aqui está o primeiro telefone dobrável de três partes do mundo", disse o CEO da empresa, Richard Yu, na apresentação do modelo Mate XT.

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O Mate XT estará à venda em 20 de setembro, com preço de 19.999 yuans (US$ 2.800 ou R$ 15,7 mil). O dispositivo já recebeu mais de 4 milhões de pré-encomendas, para as quais não é necessário depósito, de acordo com o site da empresa. Todo o mercado global de smartphones dobráveis teve a venda de cerca de 4 milhões de unidades no segundo trimestre, de acordo com a empresa de pesquisa IDC.

O novo celular conta com um assistente de inteligência artificial com funções de resumo, tradução e edição de texto, bem como funções de edição de imagens aprimoradas por IA, como o corte de partes indesejadas de fotos, disse Yu.

O Mate XT vem nas cores vermelho e preto e tem uma tela de 10,2 polegadas. Com 3,6 mm de largura, a empresa disse que ele é o celular dobrável mais fino do mundo.

"Fizemos um grande esforço para resolver os problemas relacionados à produção em massa e à confiabilidade do produto", afirmou Yu durante uma conferência na sede da empresa na cidade de Shenzhen, no sul da China.

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O modelo foi inicialmente projetado como um telefone premium para uma clientela de nicho.

A apresentação ocorreu um dia depois do lançamento do iPhone 16, que é equipado com inteligência artificial (IA) generativa. Esse modelo inclui novas tarefas, como edição de imagens, tradução, recursos de mensagens criativas e sugestões de respostas para emails. O smartphone chegará às lojas no mesmo dia que o da Huawei, com preço de US$ 799 (R$ 4.471).

A Huawei é a quarta maior fabricante de smartphones da China, com 10,6 milhões de unidades vendidas no último trimestre, de acordo com um relatório recente da consultoria Canalys.

RIVALIDADE TECNOLÓGICA

A Huawei tornou-se a maior fabricante de smartphones da China, mas isso foi antes da guerra tecnológica entre Pequim e Washington, que acusa a empresa chinesa de espionar para suas próprias autoridades e cortou o acesso à tecnologia dos EUA desde 2019.

A empresa chinesa, que nega categoricamente as acusações de espionagem, foi impactada, mas voltou com força no ano passado com smartphones equipados com chips de fabricação nacional.

Atualmente, ela é a maior vendedora de telefones dobráveis na China, com mais da metade da participação no mercado doméstico no primeiro semestre de 2024.

Os analistas afirmaram que o lançamento de celular dobrável de três partes poderia impulsionar ainda mais a "liderança tecnológica" da empresa.

"Isso fortalecerá sua posição como líder no setor de telefones dobráveis entre os consumidores", disse Toby Zhu, analista sênior da Canalys.

Outro especialista do setor disse que é improvável que sua chegada prejudique as vendas da Apple no setor de telefones premium, dada a diferença de preço e os níveis iniciais de estoque. "Seu impacto sobre a participação de mercado da Apple provavelmente será muito limitado, dado o forte ecossistema da Apple e seu apelo mais amplo", avaliou Ethan Qi, diretor associado da empresa especializada Counterpoint.

Huawei apresenta o primeiro celular dobrável em três partes

Tecnologia 

Plano Brasileiro de IA

O esboço do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (Pbia), que tem previsão de R$ 23 bilhões em investimentos até 2028, indica que serão favorecidos negócios e pesquisas, avaliam especialistas em IA. Porém, eles apontam prováveis dificuldades na execução e no monitoramento das ações previstas, e cobram maior atenção à qualificação dos recursos humanos.

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Feito por uma equipe multidisciplinar do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o Pbia foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 30 de julho e poderá ser apresentado como projeto de lei ou decreto.

Os eixos nos quais o país precisa avançar, segundo o documento, são: infraestrutura e desenvolvimento de IA, formação profissional, aplicação de IA nos serviços públicos e nos negócios, e a elaboração de um arcabouço regulatório.

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Para isso, os R$ 23 bilhões devem ser distribuídos em infraestrutura e desenvolvimento de IA (R$ 5,79 bilhões); difusão, formação e capacitação (R$ 1,15 bilhão); melhoria dos serviços públicos (R$ 1,76 bilhão); inovação empresarial (R$ 13,79 bilhões); e apoio ao processo regulatório e de governança da IA (R$ 103,25 milhões).

O POPULAR traz uma análise sobre o Pbia, a partir do que foi divulgado, feita por profissionais que atuam nos setores produtivo e acadêmico, dentro do projeto IAí?, do Grupo Jaime Câmara, cujo objetivo é ampliar as discussões sobre o uso de inteligência artificial.

<div attr-cid="policy:1.3167256" attr-version="policy:1.3167256:1724464236" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3167256" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3167256', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3167256">Plano Brasileiro de IA (1.3167256)</a></div>

<h2>&gt; Garantir execução </h2>

Coordenador científico do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Anderson Soares, participou de algumas etapas da elaboração do plano, que ele considera “regular”. Ter um plano, pois nem isso havia, já é um passo básico, lembra ele.

“O Pbia tem uma visão de curto e de longo prazo. E toca nos três ingredientes principais no sistema de IA, que são dados, infraestrutura e recursos humanos”, destaca. Mas, principalmente na parte de infraestrutura, requer investimentos altos, alerta.

“Na parte de infraestrutura, o desafio é não gerar elefantes brancos, porque são investimentos muito caros que exigem um plano de negócios atrelado, e isso ainda não está muito claro. Até por que, não só a compra, mas o custo de manutenção é muito alto”, argumenta. “Poderia fazer uma analogia: é como se construísse um estádio para a Copa do Mundo, mas e depois? Precisa ter uma sustentação de médio e longo prazo que não venha só do governo.”

Soares aponta ainda como limitação não terem sido definidas metas para que seja possível monitorar as ações no médio prazo. “A execução é tão importante quanto o plano, senão, há um plano maravilhoso, mas não se consegue efetivamente executar.”

Para o coordenador do Ceia-UFG, a IA não vai acontecer de fato se ficar só nos institutos de pesquisa, sem as empresas. “É preciso um envolvimento de múltiplos atores que colaborem entre si. Os resultados que aparecem no mundo têm claramente essa perspectiva e esse é o desafio para que o plano pare de pé.”

O Ceia-UFG pode se tornar um dos parceiros também nesse plano do governo federal, “o que ainda será objeto de discussão e negociação”. Por enquanto, o plano não especifica se os modelos de inteligência artificial adotados no serviço público terão de ser desenvolvidos pelo próprio governo ou se terão de ser contratados de terceiros.

Em decisão anterior a esta do plano nacional, já estão sendo investidos no Ceia-UFG cerca de R$ 45 milhões somente este ano em infraestrutura, recursos do governo do Estado de Goiás, de consórcio de empresas e da Embrapii (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), uma OS com contrato de gestão com o Ministério de Ciência e Tecnologia.

<h3>&gt; Indústria </h3>

Do total de investimentos previstos no plano, R$ 9,1 bilhões seriam destinados ao programa de reindustrialização Nova Indústria Brasil (NIB). Diretor da Faculdade Senai Fatesg Unidade de Tecnologia da Informação, Gestão e Logística, Weysller Matuzinhos de Moura detalha que o foco será também em empresas brasileiras fornecedoras de sistemas especialistas que apoiem ou atendam às missões do NIB. Ele cita como exemplo soluções de IA para transformar “infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades”.

Segundo Matuzinhos, é coerente a forma como foi dividida a destinação de recursos. “Apenas para termos uma ideia, o Eixo 4 ficou com R$ 13,79 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões são para ‘fomento à cadeia’. Destes R$ 4,4 bilhões, a proposta é destinar R$ 2,3 bilhões para a criação de datacenters alimentados com fontes de energia renováveis, priorizando as regiões Norte e Nordeste. Veja que estão pensando em criar uma ‘cadeia sustentável’”, indica.

“É importante destacar que o Sistema Indústria vem falando do tema 4ª Revolução Industrial há mais de uma década, a conhecida Indústria 4.0, e esta se torna realidade por meio das suas tecnologias habilitadoras, entre as quais está a inteligência artificial, ao lado do IoT, Big Data, Cybersecurity e outras; todas com alguma interface com IA”, discorre .

Quanto à execução, Matuzinhos fala de construção de uma base ao destinar para “Inovação Empresarial” quase 60% dos recursos previstos para o plano. “Não adianta falar em transformação sem investir em quem promove a transformação. E o interessante é que ele alinha o Pbia à Nova Indústria Brasil (NIB), outra iniciativa que é estratégica para o reposicionamento global do Brasil como uma economia forte do século 21.”

Outro ponto positivo visto por Matuzinhos é que, como destaca o próprio Pbia nos macroobjetivos, a ideia é “promover o protagonismo global do Brasil em IA por meio de desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional”.

O uso consciente é outro ponto acertado, na avaliação do especialista. “O mundo está atento a isso. Se olharmos para o EU AI Act, aprovado neste ano na União Europeia, essa foi uma das preocupações, ou seja, a IA deve ser para o bem.” Para ele, ao contrário do que pensam alguns, essa regulação não é um limitador do avanço tecnológico. As principais autoridades neste tema no mundo hoje já destacam que esse é o caminho, reforça, mencionando Luciano Floridi, diretor do Centro de Ética Digital da Yale University/EUA.

A criação de modelos avançados de linguagem em português, ponto chave para a soberania digital em IA, conforme o Pbia, apesar de controverso, é visto como importante pelo especialista. “Eu estou entendendo que o objetivo é trabalhar conjuntos de dados nacionais para utilizar nestes modelos atuais e, é claro, à medida que forem surgindo oportunidades de customização, apoiar no desenvolvimento de modelos fundacionais especializados em português.”

<h4>&gt; Pequenos negócios </h4>

Startups e micro e pequenas empresas seriam destino de R$ 2,3 bilhões, prevê o Pbia. Para esse setor, as prioridades de investimentos devem ser no desenvolvimento de tecnologias para sustentar seu modelo de negócio, trazendo valor ao seu propósito de “solucionador de problemas”, aponta Athos Valladares, coordenador de Inovação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Goiás.

Os pequenos negócios podem se tornar mais eficientes com o uso da IA de diversas formas, diz Valladares, dando alguns exemplos: automatização de processos, transferindo para a IA processos repetitivos e liberando pessoas para atividades mais relevantes; análise de dados para tomada de decisões baseadas em maior previsibilidade; marketing e vendas, considerando produtividade em produção de textos para redes sociais, imagens e definição de campanhas e, “é claro, implementação de inovações que em produtos e serviços que façam com que a empresa dê saltos de competitividade”.

Mas também para os pequenos negócios, há um histórico déficit de profissionais ligados a exatas, engenharias e principalmente tecnologias, constata o coordenador, acrescentando que essa lacuna se acentua “considerando os constantes desafios do mercado e sua necessidade de adaptação ao perfil do consumidor, maior participação das plataformas digitais no nosso modo de vida e consumo (em todos os níveis)”.

Este cenário resulta em maior oferta de vagas nos setores produtivos do que a capacidade de formação que as instituições educacionais possuem atualmente, constata ele, mesmo com o alto nível de instituições em Goiás voltadas para a formação de profissionais em TI e IA.

<h4>&gt;&nbsp;Trabalho especializado </h4>

A questão da força de trabalho, que requer formação e pesquisas sobre IA, é o que mais preocupa o professor do Programa de Engenharia de Computação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Brasileira de Ciências, Edmundo Albuquerque Souza e Silva.

“O mais importante para o país são os recursos humanos, não conseguiremos chegar perto dos que já estão mais avançados porque isso requer investimentos muito altos. Precisamos de uma força grande de trabalho”, alerta ele, comparando como os Estados Unidos e China, que além de contarem com força de trabalho bem maior, atraem profissionais de todo o mundo.

“Nós estamos perdendo força de trabalho e temos de reverter isso”, defende o professor, lembrando que o valor das bolsas é muito baixo e veio se degradando nos últimos anos. “Empresas lá fora contratam mão de obra daqui, não precisa nem mais sair do país. E o que é pior: o conhecimento, que leva tempo para adquirir, fica lá.”

Edmundo critica ainda a baixa qualidade do ensino desde as etapas básicas. “Se não chega com aluno minimamente formado à universidade, leva tempo para formá-lo.” Ele ressalta que IA é uma tecnologia disruptiva. “É preciso treinamento especializado para avançar aí. Tem muito mais que ChatGPT.”

Para o professor do Coppe da UFRJ, o Pbia deve investir nos talentos do país. “Não é comprando máquinas, é treinando as pessoas, os professores, o setor privado, os governos em geral, temos de dar as mãos. A sociedade tem que entender que em recursos humanos vamos ficar para trás. Cada vez mais esse gap vai aumentar”, enfatiza.

Modelos avançados em português, que considerem o contexto cultural brasileiro, é um passo importante, analisa. Mas o professor insiste que não há como avançar sem pessoas que possam adaptar modelos que existem para que sejam voltados aos nossos problemas e demandas.

“Precisamos que ferramentas sejam adaptadas aos contextos das regiões, do Centro-Oeste, do Nordeste. Para isso, precisamos aprender e treinar as pessoas para criar essas ferramentas relacionadas a nossa realidade.”

Preocupação compartilhada pelo diretor da Faculdade Senai Fatesg Unidade de Tecnologia da Informação, Gestão e Logística, que embora aponte avanços na formação profissional em IA, como no caso de cursos oferecidos em Goiás, reconhece que a força de trabalho especializada ainda é um fator crítico que deve constar no Pbia.

Para Matuzinhos, o principal é o fortalecimento de programas de graduação e pós-graduação em TICs que permitam experiências práticas dos estudantes. “O próprio Pbia utiliza uma expressão que é comum em alguns programas de pós-graduação do Senai. Ele fala em ‘Residência em TICs-IA’, ou seja, Residências Técnicas em programas de formação TICs, com ênfases em aplicações de IA”.

Plano Brasileiro de IA requer maior foco em custo alto e execução, alertam especialistas

Inovação

O perfil da mão de obra no campo está mudando. O consultor Ênio Fernandes Júnior, da Terra Agronegócios, lembra que a dificuldade para contratar trabalhadores afeta todos os setores da economia. Mas, para ele, o agronegócio tem a dificuldade de não estar em um centro urbano e ainda há uma ineficiência de comunicação, pois a população não conhece bem o agro e suas tecnologias.

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“Hoje, o agro é um dos setores que mais investem em novas tecnologias e precisa atrair talentos. A cada dia, o agro será mais tecnológico e necessitará de uma mão de obra mais conectada, ou seja, de mais cérebro de obra e menos mão de obra”, alerta Fernandes. Ele acredita que este jovem, com idade de 19 aos 30, é o perfil dos trabalhadores que o agro vai procurar, mas trabalhadores nesta faixa etária são escassos em vários setores.

O mesmo acontece com a sucessão familiar. “Uma geração são 25 anos e menos de 2% das empresas chegam a terceira geração. Raríssimas fazem 50 anos. A sucessão hoje é desafio em todas cadeias produtivas e no agro não é diferente. Precisamos treinar melhor nossa geração e mudar a maneira de comunicar com ela”, avalia o consultor da Terra Agronegócios.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/sucessores-devem-ser-preparados-para-manter-negocio-1.3160796" target="_blank">Sucessores devem ser preparados para manter negócio</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/agronegocio-tenta-manter-as-novas-gerac-es-no-campo-1.3160783" target="_blank">Agronegócio tenta manter as novas gerações no campo</a></div>

<h2>Alinhamento</h2>

Para a advogada Melina Lobo, a tendência é de que a geração Z se interesse mais pelo trabalho no campo porque, hoje, as máquinas são muito evoluídas e altamente tecnológicas, a exemplo de drones que fazem a pulverização das lavouras e pastos. “Precisamos alinhar o discurso da tradição do meio rural com o da inovação tecnológica para ter equilíbrio, pois trazer a tecnologia para a fazenda torna o negócio atrativo para as novas gerações”, destaca a advogada.

Mas ela também lembra que existem outros modelos de negócios no campo, que não exigem mais a força física ou mesmo a presença do proprietário, com o arrendamento das terras. “A sucessão precisa ser discutida dentro da família desde cedo, não como uma desonra, mas como algo leve, pois há muitos modelos de negócios que permitem a continuidade da propriedade rural na família, caso os herdeiros não queiram atuar diretamente no agronegócio”, explica Melina Lobo.