Webstories: Goiás sem chuvas e temperaturas a 38°C

Goiás não deverá ter chuvas neste final de semana e as temperaturas podem chegar até 38°C em algumas regiões do estado, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A previsão é de que no decorrer da semana, o calor predomine em Goiás sem previsão de chuvas significativas até pelo menos o dia 13 de outubro.

A meteorologista do Inmet, Elizabete Alves, explica que o tempo firme deve marcar os próximos dias.

<cite>O final de semana já vem aí com abertura de sol, predominando o tempo seco, com elevação das temperaturas e queda da umidade relativa do ar. Será um final de semana mais quente em relação ao início da semana”, afirmou.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-pode-ter-chuvas-isoladas-nesta-sexta-feira-aponta-inmet-1.3317236" target="_self">Goiás pode ter chuvas isoladas nesta sexta-feira, aponta Inmet&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/chuva-e-vento-fortes-destelham-lojas-casas-e-deixam-moradores-sem-energia-em-cidades-de-goias-1.3315638" target="_self">Chuva e vento fortes destelham lojas, casas e deixam moradores sem energia em cidades de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/onda-de-calor-frente-fria-chuva-e-tempo-seco-entenda-as-mudancas-na-previs-o-do-tempo-em-goias-1.3314037" target="_self">Onda de calor, frente fria, chuva e tempo seco: entenda as mudanças na previsão do tempo em Goiás</a></div>

Segundo Elizabete, a possibilidade de chuva é muito pequena para os dias que se seguem. Caso ocorra, deve se concentrar em pontos isolados, principalmente no sul do estado.

<cite>Até o dia 13, as chances são de chuvas rápidas e localizadas. Depois dessa data, a tendência é de precipitações mais fortes e abrangentes, atingindo várias localidades”, disse.</cite>

O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) reforça a previsão: o domingo (28) deve ser de sol intenso em todo o estado, com destaque para o norte e o oeste, onde o calor à tarde será ainda mais intenso.

<h2>Atenção à baixa umidade</h2>

Com o tempo quente e seco, especialistas recomendam atenção especial à saúde. O ideal é beber bastante água, evitar atividades físicas nas horas mais quentes do dia e manter os ambientes arejados.

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<h3>Cuidados com tempo seco e calor</h3>

Durante os dias mais quentes e secos, a atenção com a saúde deve ser redobrada. Ao POPULAR, a nutricionista Evelini Alencar orienta que a ingestão de líquidos seja constante, e não apenas quando há sensação de sede.

<cite>Manter o corpo hidratado é fundamental para evitar problemas de saúde comuns nessa época do ano”, destacou.</cite>

Além da água, Evelini recomenda incluir alimentos com alto teor hídrico, como melancia, abacaxi, morango e melão. Essas frutas ajudam a repor líquidos e eletrólitos perdidos pelo suor, além de fornecerem micronutrientes importantes para o organismo.

Segundo a nutricionista, a nutrição adequada melhora a disposição, favorece a digestão e previne sintomas como cansaço, inchaço e queda de pressão. Ela ainda reforça medidas simples para enfrentar o calor

<cite>Evitar a exposição solar entre 10h e 16h, usar protetor solar, roupas leves e manter uma alimentação equilibrada são práticas essenciais para esse período”, afirmou. 
 
Colaborou: Sarah Gandra</cite>

Goiás não deve ter chuvas e pode atingir 38ºC neste final de semana, aponta Inmet

Cidades

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Matéria - Cidades

Umidade em baixa

Produção goiana de vinhos

Há quase dez anos, começaram a ser cultivadas em pequenas áreas em Goiás as primeiras videiras, uma aposta na possibilidade de produzir também vinhos no Cerrado. Desde então, o negócio vem atraindo adeptos e ampliando alcance em hectares plantados, enoturismo, realização de festivais, reconhecimento em premiações internacionais e no mercado consumidor de maior poder aquisitivo, em especial entre colecionadores de vinhos de alta gama.

Ainda não há dados oficiais consolidados sobre volume de produção e faturamento do setor de vinhos do Cerrado. Mas já se pode medir o avanço quantitativo: Goiás já conta com cerca de 23 cidades com vinhedos e vinícolas em diferentes fases de implantação, com 63 produtores, e destes, 34 produtores com vinhos engarrafados e algumas vinícolas já estruturadas e premiadas.

“Vemos crescimento na área plantada e no número de rótulos disponíveis, além de um fortalecimento do enoturismo, que gera receita indireta para as propriedades e para os municípios”, afirma a sommelier e especialista em gestão Juliana Carvalho, da Estilo Brasil Consultoria Ltda, credenciada pelo Sebrae Goiás (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que fez o levantamento a pedido do POPULAR.

O próximo passo, constata a especialista, é justamente estruturar a coleta de dados de produção e faturamento, algo que deve ser feito de forma conjunta entre Sebrae, Estado de Goiás, órgãos oficiais de turismo e agricultura, associações de produtores e institutos de pesquisa.

Exemplo de consolidação no mercado e expansão nos negócios é a Vinícola Casa Moura, no município de Nazário, a pouco mais de 70 quilômetros de Goiânia. Waterloo Moura, diretor jurídico e adviser da vinícola, conta que estão avançando para nova etapa, após percorrerem outras desde o plantio das primeiras videiras, em 2016, na propriedade da família Moura na Serra da Jiboia, a uma altitude de 960 metros.

Em 2019, houve a primeira colheita (as videiras começam a produzir cachos de uvas em quantidade útil para consumo a partir do terceiro ou quarto ano após o plantio). Começou então a vinificação e depois a colocação à prova de produtos das safras 2020, 2021 e 2022, submetendo a grandes concursos internacionais às cegas. “Começamos a receber resultados”, diz Waterloo.

“Encaminhamos amostra para Bento Gonçalves (RS), grandes mestres brasileiros de vinho ficaram impressionados e nos incentivaram a seguir em frente”, relata ele, esclarecendo que a entrada no mercado de vinhos premium ocorreu devido ao terroir, que em tradução literal significa solo, mas é um conceito mais amplo.

O terroir (pronuncia-se “terruár”) é um conceito francês que se refere à combinação de fatores naturais e humanos que influenciam e conferem características únicas e singulares a um produto agrícola, como o vinho, o café ou o queijo. É a “impressão digital” de uma região em seus produtos.

No caso dos vinhos produzidos em Goiás, as características que conferem alta qualidade ao vinho, ou o diferencial no terroir, estão no plantio de altitude, manejo de dupla poda com colheita manual de inverno, estação seca no Cerrado marcada por dias quentes e noites frias, grande amplitude térmica que se reflete na qualidade das uvas, como boa acidez e maior teor de açúcar e alcoólico.

Waterloo constata um boom a partir de 2022, apontando para crescimento de interessados por produtos premium.

“Estamos no rumo certo”, projeta. Atualmente, a comercialização da Casa Moura é feita por e-commerce, diretamente aos consumidores, contando com um centro de distribuição em Goiânia.

O diretor da Casa Moura informa que após o reconhecimento do alto padrão dos seus produtos, a vinícola passou a investir no enoturismo e deve inaugurar, no primeiro semestre de 2026, restaurante de 25 lugares, com chef e cardápio próprio para harmonização, e wine bar de alto padrão, ambos em fase de conclusão. “Vamos oferecer uma experiência completa.”

Os investimentos ainda não são com capital gerado pela própria vinícola, que segundo o adviser, tinha mesmo retorno esperado em mais de dez anos. “A construção de uma marca de vinho de alta gama é demorada. Exige reconhecimento, marketing, divulgação”, expõe, contrapondo que também gera emprego e contribui para uma cadeia de desenvolvimento nos municípios na região. “Colocam municípios goianos no mapa do mundo.”

Como exemplo, ele cita a Medalha de Ouro conferida ao Terras Altas do Cerrado – Syrah, 2023, em concurso de degustação às cegas em Cannes, França, em 2025. Concorriam 2.683 amostras de 36 países.

No concurso em Cannes, em 2025, 30 rótulos do Brasil receberam prêmio. O Monte Castelo Syrah safra 2022 também conquistou Medalha de Ouro, uma das mais importantes dentre várias premiações obtidas pela Vinícola Monte Castelo, no município de Jaraguá.

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Plenitude da safra

“É um negócio lento, mas compensa. Tem que ter outra atividade para aguentar os primeiros anos, porque exige muito aporte de capital até que comece a girar com a própria receita”, confirma Milton Sales Santana, fundador da Vinícola Monte Castelo.

“Comecei em 2016 plantando variedades para testar, a partir de 2018 fui ampliando, até completar 6 hectares e meio”, conta, mencionando produção crescente que deve ser 20 mil garrafas neste ano, com perspectiva de chegar na plenitude a partir da safra 2026, quando espera produzir 30 mil garrafas. “Seguimos fazendo branding da marca para crescer aos poucos”, diz ainda.

Em outubro, a Monte Castelo deve lançar o Albus Gran Reserva 2022. “Entre colher, vinificar, colocar nas barricas francesas e maturar em garrafas demoram três anos para ficar pronto.”

A vinificação é feita na Vinícola São Patrício, que também pertence à família, foi fundada em 2019 e fica em Rianápolis, próxima da BR-153. As duas vinícolas são vizinhas, às margens esquerda e direita do Rio das Almas.

A São Patrício já investe no enoturismo, com visitas a adegas, sala de barricas, sala de garrafas e wine bar, para degustação acompanhada de queijos e embutidos produzidos também na região, como em Ouro Verde.

A distribuição ainda se concentra no mercado local, como empórios e restaurantes em Goiânia, mas vinhos premiados – e Santana fala de vários prêmios - são vendidos também em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Maranhão.

Passeios, piqueniques e degustação na loja, além de restaurante na própria vinícola e do Bistrô de Fogo, em Pirenópolis, são atrações da Vinícola Assunção, situada na GO-338, a 7 quilômetros da saída para o distrito de Planalmira. Guilherme de Paula, proprietário, conta que a plantação de uvas começou em 2015. A produção inicial foi de suco de uva, em 2017, produto que ganhou a Medalha de Ouro na grande prova de sucos do Brasil em 2021.

“Nós hoje temos uma produção de 12 mil garrafas ano de vinho que é toda escoada na própria vinícola, na visitação, e no restaurante em Pirenópolis. São comercializados aqui mesmo”, esclarece Guilherme. A expectativa é de chegar a 30 mil garrafas por ano em dois anos, acrescenta, avaliando que o mercado tem crescido bastante, com a descoberta do vinho nacional e goiano.

Sobre premiações, o dono da vinícola fala da medalha de Ouro em avaliação no Wine Jazz Piri, que já teve três edições em Pirenópolis e foi realizado pela primeira vez, no início deste mês, em Goiânia. Um dos organizadores do festival, Ricardo Trick ressalta que o evento do qual participam produtores de vinho de Goiás atrai “público mais cult e poder aquisitivo mais elevado”. De fato, os preços dos vinhos produzidos no Cerrado premiados são em torno de R$ 300 a garrafa, mas alguns podem custar perto de R$ 1,2 mil.

Trick atesta que os vinhos produzidos em Goiás são de alta qualidade, no nível dos melhores vinhos do Brasil e de países com tradição, como a França. Ele próprio decidiu investir na produção própria e espera para julho a primeira safra, em propriedade próxima à Serra dos Pireneus, em Pirenópolis, para começar a fase de testes.

O organizador do Wine Jazz vê um mercado em expansão, a começar pela conquista de mais espaço para os vinhos goianos em restaurantes e hotéis de centros turísticos no estado.

Valor agregado

Responsável do Sebrae-GO pela Rota dos Pireneus, Priscila Vilarinho salienta que Goiás desponta no Centro-Oeste na produção de vinhos de alto padrão, acompanhando movimento que ocorre também no Nordeste e Sudeste do país. Mesmo sendo em pequena escala, essa produção tem alto valor agregado, diz ela.

“Quando o enoturismo entra, transborda oportunidades, porque além do vinho, movimenta outros produtos da gastronomia regional, como queijaria, cachaçaria”, indica a consultora. No início, os vinhedos não costumam ser a principal aposta, mas um negócio secundário nas propriedades.

“O empreendedor pode ser atraído porque é envolvente, uma oportunidade de contar histórias, característica do turismo rural e do enoturismo.”

Mas, a longo prazo, a tendência é de retorno significativo. Se na primeira década os resultados são surpreendentes, como já está sendo registrado, a consultora do Sebrae projeta futuro ainda mais promissor. “Daqui a dez anos, nem vamos acreditar.”

Produção de vinhos de alta gama se consolida em Goiás

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

Vinicultura

A Prefeitura de Goiânia passou a semana reparando os estragos causados pelo temporal de terça-feira (23), e o prefeito Sandro Mabel (UB) anunciou medidas emergenciais. Entre elas, o fechamento do tráfego na Marginal Botafogo — que liga as regiões norte e sul — e na Avenida 87, no Setor Sul, nos dias de chuva forte. São duas das vias mais problemáticas. Por isso, é mesmo necessário que alguma ação imediata seja tomada para reduzir os riscos à população. No entanto, a interrupção do trânsito em ruas onde os alagamentos são recorrentes é, evidentemente, uma medida pontual e paliativa. Goiânia clama por uma transformação estrutural, que proponha soluções capazes de tornar a cidade mais resiliente aos eventos extremos — o que inclui não apenas as tempestades, mas também os períodos de calor intenso. Uma das maiores autoridades no tema, o arquiteto chinês Kongjian Yu — um dos criadores do conceito de cidades-esponja — morreu em um acidente no Pantanal, no mesmo dia em que Goiânia foi castigada pelas forças da natureza. A triste coincidência deve servir para reforçar sua mensagem: a água não é inimiga, mas, ao aprisioná-la, adoecemos as cidades.

Cidade adoecida

Editorial

Matéria - Opinião - Editorial

O prefeito Sandro Mabel (UB) anunciou, nesta sexta-feira (26), que vai instalar cancelas automáticas na Marginal Botafogo e na Rua 87, considerados pontos críticos de inundações, para que as vias possam ser rapidamente <a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-diz-que-rua-87-ficara-fechada-sob-chuva-fios-soltos-ter-o-forca-tarefa-em-goiania-1.3317125" target="_self">fechadas durante dias de chuva intensa</a>. A decisão, determinada em reunião junto ao gabinete de crise, ocorre após as vias ficarem alagadas durante o temporal registrado na última terça-feira (23) na capital. Conforme a Prefeitura, a aquisição segue para estudo técnico e levantamento de custos. Ainda não há estimativa de quando serão instaladas.

Representantes da Defesa Civil municipal, da Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que compõem o gabinete de crise, estiveram em reunião com Mabel na manhã desta sexta-feira para discutir medidas para mitigar os danos causados <a href="https://opopular.com.br/cidades/avenida-87-sera-fechada-em-dias-de-chuvas-fortes-diz-mabel-1.3316936" target="_self">pelos temporais</a>, especialmente com a aproximação do início do período chuvoso, em outubro. O encontro ocorreupor conta das fortes chuvas registradas nesta semana.

Com os alagamentos recorrentes registrados em importantes vias da capital, a Prefeitura começou a adotar medidas para restringir o fluxo de veículos em parte delas durante o períodos de chuva. Em coletiva de imprensa na quinta-feira (25), durante a inauguração do Complexo Oncológico de Referência de Goiás (Cora), Mabel já havia citado que a Rua 87 deveria ser fechada ao trânsito quando houver temporais na capital.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/celulares-de-cidades-em-goias-receber-o-mensagem-de-teste-de-desastre-de-grande-perigo-no-proximo-sabado-1.3317174" target="_self">Celulares de cidades em Goiás receberão mensagem de teste de desastre de grande perigo no próximo sábado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-diz-que-rua-87-ficara-fechada-sob-chuva-fios-soltos-ter-o-forca-tarefa-em-goiania-1.3317125" target="_self">Mabel diz que Rua 87 ficará fechada sob chuva; fios soltos terão força-tarefa em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/avenida-87-sera-fechada-em-dias-de-chuvas-fortes-diz-mabel-1.3316936" target="_self">Avenida 87 será fechada em dias de chuvas fortes, diz Mabel</a></div>

O ponto onde ocorrem os constantes alagamentos na 87 era, originalmento, o leito do Córrego Buritis. O manancial, que hoje é subterrâneo, deságua no Córrego Capim Puba e, este, no Botafogo.

Conforme a Seinfra, foi feita a “recuperação de boca de lobo e meio fio em toda a sua extensão e serviços de recuperação de boca de lobo na Rua 173 e Rua 148, próximo a Associação dos Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás”.

Em entrevista ao POPULAR, também naquele dia, o prefeito ressaltou que a gestão anterior havia feito obras de R$ 400 mil para aumento de galerias no local, mas que há projeto no valor de <a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-planeja-comprar-radar-meteorologico-que-custa-r-20-milh-es-e-preve-chuva-em-raio-de-100km-1.3316819" target="_self">R$ 5 milhões</a> para resolver a situação. Dentre a intervenção proposta, está a criação de bacias de retenção a montante da via. “Deve começar talvez ano que vem. Estamos fazendo projeto, indo atrás de dinheiro. (...) Agora o que tem é, em dias de chuva mais forte, interromper a rua por alguns minutos, quando estiver mais cheio, para não deixar as pessoas entraram no meio da enxurrada”, disse.

Já logo após a reunião de desta sexta-feira, o prefeito anunciou a compra de cancelas automáticas. O objetivo é que, com o mecanismo, a Defesa Civil possa fazer o fechamento da via rapidamente, evitando tráfego de veículos com o aumento do acúmulo de água nas vias. Em vídeo publicado nas redes sociais, Mabel destacou ter autorizado a aquisição “para fechar a Marginal e outras ruas, como a 87, que por enquanto vão continuar sendo fechadas com as nossas forças”.

“Queremos, depois de licitá-las, ter a condição de comprar as cancelas para a Defesa Civil acioná-las automaticamente. E assim elas irão fechando, o que nos dará um tempo de resposta mais rápido nessas regiões de risco e assim vamos avançar por toda a cidade em pontos com inundação, até que a gente consiga fazer as obras, que demora muito tempo para se fazer”, concluiu. As catracas citadas foram exemplificadas por Mabel com aquelas instaladas em passagem de trem, para impedir o tráfego de veículos.

Outras ações preventivas foram definidas, como o traçado de rotas alternativas para motoristas e motociclistas durante os temporais, além da instalação de placas de risco de inundações em pontos críticos. Também há a previsão de campanhas de orientação para condutores e transeuntes não transitarem em tais áreas em momentos em que a enxurrada ultrapassar o limite do meio-fio. Panfletos informativos e visitas in loco também devem ser feitos pela Defesa Civil.

Coordenador da Defesa Civil municipal, Robledo Mendonça cita que as blitz educativas e as visitas a domicílios em áreas de risco estão previstas para serem iniciadas na próxima semana. “As visitas serão nas áreas de risco para orientar a população sobre procedimentos de segurança, principalmente quando o ‘Defesa Civil Alerta’ for acionado”, diz, ao mencionar o sistema que será lançado no início de outubro para notificar sobre eventos climáticos adversos, diretamente nos celulares, com notificações que se sobrepõem a outros aplicativos sendo utilizados nos aparelhos, além de sirenes que tocam por 10 segundos. Neste sábado (27), será feito um teste em Goiânia, Goiás, Formosa e Itumbiara.

Mendonça pondera ainda que, além da Marginal Botafogo e da Rua 98, estão sendo estudadas outras vias que podem receber as cancelas automáticas. “E já estamos nas tratativas para instalação de mais câmeras nos principais pontos de alagamentos e ampliação de placas de sinalização indicando o ponto de alagamento”, disse. Em nota, a Prefeitura citou que as ações estão sendo estudadas e definidas pelas equipes. “O número de pontos contemplados e o prazo de conclusão das medidas estão sendo definidos pelas equipes técnicas, conforme avaliação das áreas mais vulneráveis”, conclui.

Cancelas serão instaladas em vias de Goiânia para impedir tráfego quando houver temporal

Trânsito e chuvas

O primeiro alagamento registrado durante temporais na <a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-pontos-de-interdic-o-da-marginal-botafogo-e-opc-es-de-desvio-apos-estragos-causados-pela-chuva-1.3316123" target="_self">Marginal Botafogo</a>, que corta Goiânia da região sul à central, foi em 2016, e, desde então, se tornou cada vez mais frequente. O que era único, passou a ocorrer todo ano, e o que se tornou anual passou a ser uma certeza a cada chuva na capital que passasse dos 25 milímetros na região sul, na cabeceira do Córrego Botafogo, cuja nascente está no Jardim Botânico. Só neste ano, o transbordamento do canal com <a href="https://opopular.com.br/cidades/muro-desaba-na-marginal-botafogo-durante-forte-chuva-em-goiania-video-1.3316003" target="_self">destruição de taludes e muros de gabião</a> já ocorreu duas vezes, em janeiro e na última semana. O mesmo tinha acontecido em outubro do ano passado, sem contar as chuvas que geraram “apenas” alagamentos na via. Em todos os casos, as ações realizadas foram reparos pontuais e limpeza das galerias, porém, o que falta, na visão de especialistas, são estruturas de retenção da chuva, reduzindo ou atrasando a chegada da água no canal do Botafogo.

Para tal, há uma série de opções. Desde a construção de robustas caixas de retenção, baciões ou parques lineares ao longo do Marginal e em bairros próximos a até diversas estruturas menores, como jardins de chuva, pisos drenantes em ruas e calçadas e mesmo instalação de locais parecidos como cisternas nos imóveis para segurar a água e tetos verdes nos edifícios. “O que acontece com a Marginal Botafogo é que ela está em área baixa da cidade, serve como coletor das áreas. Com a impermeabilização (aumento de área concretada), a região mais alta lança as águas direto no Botafogo, que tem um canal que restringe a quantidade. Paralelamente a isso, ainda há os entupimentos das galerias”, explica a engenheira civil, Juliana Matos, vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO).

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Marginal Botafogo em um de seus maiores alagamentos, em 2016, quando as duas pistas foram totalmente tomadas nas imediações do Parque Mutirama ( Dehovan Lima)

Juliana diz que, por isso, a solução passa por aumentar a área de infiltração da água. “É preciso uma solução coletiva, não só de engenharia. Há soluções de baixo custo, como os jardins de chuva, áreas de infiltração, reflorestamento das margens do córrego, telhados verdes em prédios públicos, retenção de água”, diz ela, ao afirmar que é preciso de política pública integrada na cidade com soluções na natureza, como os jardins filtrantes. Entre 2019 e 2020, na gestão Iris Rezende (MDB), o então secretário de Infraestrutura, Dolzonan da Cunha Matos, elaborou um projeto de criação de jardins de chuva em rotatórias e praças da cidade. A ideia era implantar 300 locais que segurariam a água, mas foram instalados só 15. Todos eles ficaram abandonados ao longo do tempo.

A proposta se deu logo após a Prefeitura ter custeado a revitalização de toda a Marginal Botafogo, por R$ 35 milhões, e refeito 17 pontos considerados críticos, entre julho e dezembro de 2018. A obra conseguiu conter o canal do córrego por três anos, em que, mesmo com temporais, não havia alagamentos e rompimentos das estruturas. Em 2022, porém, os problemas voltaram a ocorrer e se tornaram mais repetidos e perigosos. “Na realidade, se olhar, o córrego ainda se comporta bem, o problema são as laterais, pistas de rolamento. Pode até aumentar a calha, fazer um dique”, conta Dolzonan. Ele lembra que em 2020 foi feito um projeto para resolver toda a bacia do Botafogo, com implantação de macrodrenagem e retenção das águas desde o Jardim Botânico.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-planeja-comprar-radar-meteorologico-que-custa-r-20-milh-es-e-preve-chuva-em-raio-de-100km-1.3316819" target="_self">Mabel planeja comprar radar meteorológico que custa R$ 20 milhões e prevê chuva em raio de 100km</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/avenida-87-sera-fechada-em-dias-de-chuvas-fortes-diz-mabel-1.3316936" target="_self">Avenida 87 será fechada em dias de chuvas fortes, diz Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-pontos-de-interdic-o-da-marginal-botafogo-e-opc-es-de-desvio-apos-estragos-causados-pela-chuva-1.3316123" target="_self">Veja pontos de interdição da Marginal Botafogo e opções de desvio após estragos causados pela chuva</a></div>

O projeto não foi colocado em prática desde então e, só agora, foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e vai receber cerca de R$ 267 milhões em sua primeira etapa, que deve demorar dois anos para ser concluída, mas ainda falta todo o processo burocrático, incluindo a licitação. Ao todo, a estimativa é que o projeto custe R$ 400 milhões. Nele, além da reconstrução do canal, há a previsão de rever todos os pontos de lançamento no córrego, ou seja, a análise das galerias, e a implantação de quatro bacias de retenção. “A quantidade de água que vem do Estádio Serra Dourada é muito grande, não fizeram retenção ali, nem valas, não tem depositário algum naquele estacionamento, vai tudo para o Botafogo”, diz Dolzonan.

O engenheiro e ex-secretário lembra ainda que há o passivo dos bairros ao longo da Marginal, com diversos prédios e alto adensamento. “Seria preciso ainda fiscalizar os imóveis para colocar bacias de retenção, manter a cidade sempre limpa, as tubulações, plantar árvores nas APPs (área de proteção permanente) dos córregos”, completa. O vice-coordenador-geral do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN) e professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (Eeca/UFG), Raviel Basso, afirma que a reposição do canal é importante, mas que ele começa a falhar. “A solução são obras grandes, com bacias de detenção e parques lineares”, considera, ao citar o prognóstico realizado pelo PDDU-GYN.

O prognóstico, apresentado em maio passado, aponta que, mesmo com as construções mais robustas ao longo da bacia, são necessárias ações de contenção pluvial ao longo da cidade, que são as estruturas de baixo custo (jardins de chuva, pisos drenantes etc.). No caso da Bacia Hidrográfica do Córrego Botafogo, os estudos apontam a necessidade de construir cinco reservatórios, sendo três online (no curso d’água), sendo a maior delas na área verde abaixo do Complexo Mauro Borges, que é o viaduto sobre a Avenida A e Rua 88, no Jardim Goiás, e dois offline (em áreas fora do leito do córrego), como na Praça Joaquim Curado, próximo ao Lago das Rosas, que vão totalizar a retenção de 357 mil metros cúbicos (m³) de água da chuva.

Para ter uma ideia, as estruturas previstas teriam um custo de R$ 62,4 milhões sem as ações de drenagem na fonte, mas poderiam chegar a R$ 54,7 milhões se a população e o poder público exercessem as ações mitigadoras. Além das bacias, Basso cita que também é preciso que seja retirada a seção existente com a Avenida Independência, a jusante, mantendo a outra a montante, com a instalação de um dissipador de energia, que é um conjunto de barreiras de concreto que reduz a velocidade da água, evitando erosões no canal. Outra opção seria a construção de um parque linear ao longo de toda a marginal, desfazendo a via, o que é visto como uma solução mais utópica, dada a importância da via e o adensamento dos bairros locais.

“Vamos imaginar que o canal ali tem uns 10 metros de largura. Para fazer um parque linear ali, para refazer a bacia, precisaria de mais uns 40 a 50 metros de cada lado. É algo inviável. Sempre que se fala disso, as perguntas devem ser se tem área, qual a capacidade, o tráfego que usa a via. Parques são mais atrativos, mas existe a parte prática”, lembra Basso, que reforçou que o PDDU-GYN procurou manter a estrutura da cidade o máximo possível, já que não poderia ser uma “reconstrução” de Goiânia. O professor lembra ainda que não é possível esquecer o chamado “sistema cinza” de drenagem, que são as galerias, tubulações e canalizações. Dolzonan acredita que soluções mais drásticas seriam mais desgastante e com custo elevado, embora sejam teoricamente melhores.

<h2>Mabel reforça que situação é histórica</h2>

Os problemas enfrentados na Marginal Botafogo a partir dos temporais em Goiânia, com soluções pontuais e paliativas ao longo dos anos, são o argumento do prefeito Sandro Mabel (UB) para que as ações mais robustas ainda estejam no papel. “Nós pegamos uma cidade muito desarrumada, muito ruim. Essa marginal Botafogo mesmo, eu detecto que está ruim há muito tempo. Na sala lá de cima da Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás, da qual era presidente), eu olhava a marginal e pensava que ia ter problema. Lá, quando cai um pedaço de barranco, joga pedra. Então, vai deixando cair”, diz Mabel.

Segundo o prefeito, a Marginal Botafogo “precisa de uma obra grande”. “Eu entrei o mandato, chamei o secretário de Infraestrutura e falei: ‘pode fazer um projeto para a gente buscar dinheiro’. Buscamos o dinheiro, conseguimos dinheiro para o PAC agora, quase R$ 300 milhões”, conta sobre o anúncio do governo federal feito na semana passada. Segundo Mabel, a intervenção deve ser realizada no período de seca. “Vamos providenciar todos os projetos e as licitações para que nós possamos começar aí, já na época da seca, dar um jeito novo.”

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), foi realizada “uma série de intervenções relacionadas à drenagem na Marginal Botafogo de janeiro a agosto de 2025”. Os serviços contemplam a recuperação de boca de lobo, meio fio, tampa de laje, contenção de erosão em poço de visita, terraplanagem, limpeza e recuperação de boca de lobo e serviços de contenção de erosão. “As contenções foram realizadas em diversos pontos da Marginal Botafogo, depois que vistorias rotineiras apontaram processos erosivos. Foram executados enrocamento de taludes nas Avenidas A e E, no Jardim Goiás; nas proximidades da Rua 88, Centro; na altura da Avenida A, no Jardim Goiás, sentido Sul-Norte e nas proximidades do viaduto da Avenida Anhanguera e na altura do Setor Norte Ferroviário.”

Também foram feitos 56 metros de meio-fio pré-moldado, construção de descida de água e de muro no Setor Pedro Ludovico. “A Marginal Botafogo é vistoriada rotineiramente, com a correção imediata dos problemas apontados. Antes do início do período chuvoso, a Seinfra executou a limpeza do leito do córrego e a desobstrução da rede de drenagem da região”, informa. Nesta semana, um desabamento foi detectado na altura da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário, sentido Norte-Sul. “Desde então, equipes trabalham na estabilização do talude com a construção de um muro de contenção. A técnica foi escolhida por ser de rápida execução e efetiva, garantindo que a erosão não avance. O tempo de execução da obra depende do período chuvoso.”

<h2>Plano Diretor de Drenagem Urbana deve ser entregue em fevereiro</h2>

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A entrega do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN) foi adiada para fevereiro de 2026, o que vai completar três anos desde a assinatura do protocolo de intenções entre a Prefeitura e a Universidade Federal de Goiás (UFG). Inicialmente, o plano seria entregue no final de 2024, mas foi adiado para o primeiro semestre de 2025 ainda na gestão de Rogério Cruz (SD) e agora sofre novo adiamento. O prognóstico, que são as soluções apontadas para os problemas verificados no diagnóstico, foi apresentado em maio deste ano e, na época, havia a informação de que faltava o documento final.

Segundo o vice-coordenador- geral do PDDU-GYN e professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca) da UFG, Raviel Basso, o adiamento se dá pelo ajuste inicial na obtenção dos dados. Porém, ele esclarece que isso não interfere nos resultados já obtidos, mesmo com novos alagamentos e problemas na cidade em razão de novas chuvas. “Não é necessário uma revisão, porque não muda a configuração dos pontos que recebem e a quantidade de água”, explica.&nbsp;

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), o PDDU-GYN continua em elaboração dentro do contrato Seinfra/AR/UFG, com previsão de entrega em fevereiro de 2026. “O estudo vai apontar soluções para a drenagem urbana da capital a curto, médio e longo prazos.” Basso reforça que o prognóstico é feito para os próximos 30 anos de expansão urbana, e, por isso, o crescimento da cidade também não muda os estudos já realizados. “Agora estamos começando a entender que precisa do planejamento. O fato de só agora ter o primeiro plano de drenagem diz muito sobre isso”, diz Basso.

Quanto à Bacia do Córrego Botafogo, apesar de estar em bairros já adensados, há a estimativa de que a urbanização no local aumente em 0,4 quilômetros quadrados (km²). “A canalização do Botafogo foi projetado para uma ação futura, mas é provável que ninguém imaginou essa situação de impermeabilidade que temos hoje”, afirma o professor, que reforça o fato de que, no entanto, não há mais áreas de adensamento na região, com projeção de pouca urbanização na bacia nos próximos 30 anos.

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Solução para Marginal Botafogo passa por 'segurar' a água antes de chegar nela

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