Chega na madrugada desta sexta-feira (14) em Goiás o primeiro lote de vacina pediátrica contra a Covid-19, com 44,3 mil doses. Ao todo, o Brasil recebeu da Pfizer cerca de 1,2 milhão de imunizantes para todos os Estados. O total encaminhado para as crianças goianas, neste primeiro momento, foi anunciado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) em suas redes sociais.Estimativa do IBGE aponta que Goiás tem cerca de 726 mil crianças entre 5 e 11 anos de idade, faixa etária apta a receber as doses pediátricas da vacina.Cada prefeitura terá autonomia para estabelecer a estratégia de imunização, mas a tendência é que comece dos mais velhos para os mais novos. Goiânia já estabeleceu um calendário de aplicação das doses.A orientação do Ministério da Saúde é que a vacinação comece por menores com comorbidade, deficiência permanente, indígenas e quilombolas. Em seguida, recomenda que sejam vacinadas crianças que vivem com pessoas de grupos de risco. Depois disso, haverá um escalonamento por faixa etária, começando pelos mais velhos.Oito unidades da federação afirmam que irão seguir as diretrizes do Ministério da Saúde: Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí e Tocantins. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás, por meio de nota à Folha de S.Paulo, a vacinação se dará somente por ordem decrescente de idade, ou seja, iniciando com as crianças de 11 anos e sendo, gradativamente, reduzida.“A pasta entende que é a forma mais simples de ser entendida pela população e executada pelos municípios. É também mais eficiente, sem necessidade de laudos médicos que comprovem, por exemplo, uma comorbidade”, afirmou.A informação do Ministério da Saúde é que serão entregues 4,3 milhões de doses de vacinas em janeiro, 7,2 milhões em fevereiro e 8,4 milhões em março.A vacinação não será obrigatória. “As vacinas contra a Covid são emergenciais e foram autorizadas no âmbito da emergência sanitária e são incluídas apenas no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19)”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na quarta-feira (12).Entretanto, em Goiás e em Goiânia, por exemplo, as autoridades estão estimulando que os pais levem seus filhos nesta faixa etária para imunizar. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) divulgou um vídeo nesta quinta-feira (13) dizendo que isso vai permitir a cobertura de proteção contra a Covid-19 na capital.DiferençasUmas das principais diferenças das vacinas para crianças daquelas que são aplicadas em adultos é a cor das tampas –enquanto as pediátricas são laranjas, as dos maiores de 12 anos são roxas.O objetivo é facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e pelos responsáveis que acompanharão os pequenos nos postos de saúde.Outro ponto é a dosagem. Enquanto para os maiores de 12 anos as doses da Pfizer são de 0,3 ml, para os mais novos a dosagem é inferior, de 0,2 ml. Nos outros produtos aprovados para adultos, como Coronavac e AstraZeneca, a dose é de 0,5 ml.O tempo de armazenamento também muda. Enquanto para os mais velhos o imunizante pode ficar na geladeira entre 2ºC a 8ºC durante apenas um mês, para os pequenos são permitidas até dez semanas. Além disso, o frasco da vacina das crianças comporta dez doses, mais do que a versão para maiores de 12 anos.Uma semelhança entre as duas vacinas é o intervalo entre a primeira e a segunda doses do produto da Pfizer. Tanto para crianças quanto para maiores de 12 anos o espaçamento é de oito semanas. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação do imunizante em 16 de dezembro. A vacinação do público infantil foi incorporada ao Plano Nacional de Operacionalização em 5 de janeiro.“Ato de amor”Tatyana Amorim, diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto, afirma que a vacinação foi planejada para atender o público pediátrico, que, apesar de não ser o que mais desenvolve doença grave quando infectado, ainda se configura como vulnerável para internações e óbitos.“A vacinação não é obrigatória, mas é um ato de amor. Muitas pessoas perderam crianças para a Covid-19 desde o início da pandemia, e a vacinação objetiva a redução de óbitos e de internação pela infecção”, disse, em nota.