Goiás tem 220 dos 246 municípios sob risco potencial de incêndios florestais ou urbanos, ocasionado por fatores como umidade do ar abaixo de 30%, temperatura acima de 30º C, e ventos com velocidade acima de 30 quilômetros por hora (km/h) – condições que levam ao chamado “fator 30/30/30”. Esse é o maior número de cidades sob risco desde o início do período de estiagem neste ano e reflete no total de ocorrências do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) no combate ao fogo. Conforme a corporação, há hoje equipes atuando para apagar 43 queimadas com extensão de mais 200 hectares em todo o Estado, sendo o Nordeste goiano a região mais afetada.

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O prognóstico feito pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) para a segunda (8), terça (9) e quarta-feira (10) varia frequentemente ao longo da semana, conforme muda a combinação de fatores em cada município. Contudo, com uma massa de ar quente que atua como bloqueio atmosférico, a temperatura tem se elevado e a umidade ficado ainda mais baixa, chegando a patamares alarmantes, diz o gerente do Cimehgo. Os dois fatores, somados aos ventos fortes que propagam o fogo e dificultam o trabalho dos militares e de brigadistas, além da quantidade de material orgânico seco, criam um ambiente propício para grandes extensões de área queimada.

Neste ano, até o momento, foi queimada uma área total de 344,5 mil hectares em todo o Estado. Em setembro, o número já chega a 92 mil hectares, praticamente a metade do registrado em todo o mês de agosto, que contabilizou 175,5 mil hectares sob fogo. A extensão do território total atingido pelas chamas também equivale à metade do total do ano passado, quando 706,6 mil hectares foram queimados. Somente o mês de setembro de 2024 foi responsável por 370 mil hectares afetados.

Para ter ideia, considerando apenas o incêndio que marca quase um mês de duração entre os municípios de Nova Roma e Monte Alegre de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, no Nordeste do Estado, já foi queimada uma área total de 82,6 mil hectares, o equivalente a 121 mil campos de futebol de tamanho oficial, segundo a corporação. Vale destacar que ambas as cidades estão na lista daquelas de risco de incêndios. Capitão do CBM-GO, Lucas Reis explica que a extensão da área sob fogo na região faz com que o quantitativo total de área queimada neste ano seja superior ao registrado no mesmo período do ano passado. “Até agosto, estávamos com área queimada e quantidade de ocorrências semelhante ao ano passado. Mas no final de agosto e começo de setembro tivemos um aumento drástico, e agora está um pouco pior”, cita.

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Massa de ar quente funciona como bloqueio atmosférico e mantém calor (Diomício Gomes / O Popular)

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Ele explica que, como grande parte dos incêndios tem se concentrado na região Nordeste do Estado, as equipes têm encontrado um cenário difícil para o combate. “Esse ano a região mais seca e com mais tempo sem chuva é o Nordeste, e ali são áreas de difícil acesso, bastante vegetação e menos povoadas. Fica mais difícil controlar (o fogo) e muitas vezes temos de aguardar esses incêndios saírem dessas áreas para fazermos o combate. Lá (em Nova Roma e Monte Alegre), eram três incêndios que se fundiram em um só. Temos uma parte controlada, mas há uma frente em direção a Nova Roma. Até dois dias atrás, não tínhamos acesso, mas ontem e hoje (segunda e terça) as equipes estão fazendo o combate direto para evitar que se aproxime da cidade. Acredito que em mais dois dias devem conseguir”, comenta.

Outras queimadas que foram combatidas pelos bombeiros militares nos últimos dias estavam localizadas na região do Parque Estadual da Serra Dourada, em Goiás, e nas proximidades do Parque Estadual da Terra Ronca, em Guarani de Goiás. Conforme o capitão do CBM-GO, contudo, ambos estão sob controle. “Houve rompimento da rede elétrica na zona rural há três dias, colocando em risco o parque (Serra Dourada). A expectativa é que a ocorrência termine ainda hoje. Já está controlado, mas ainda não foi finalizado. A finalização ocorre quando não tem mais chance de reignição do fogo”, explica Reis, sobre o primeiro caso. “Temos também um incêndio grande em Guarani de Goiás há cerca de quatro dias. Nossas equipes estão atuando há 96 horas ininterruptas no local. A parte em Goiás já está controlada, mas há queimadas no topo de serras na Bahia.” Nesta terça, militares também atuaram em um incêndio em vegetação no Parque Vitória, em Senador Canedo.

Incêndio em Pirenópolis

O Morro do Frota, também conhecido como Morro das Antenas, um dos principais cartões-postais da cidade de Pirenópolis, está em chamas desde a noite de segunda-feira. O incêndio teria se iniciado por volta das 20 horas, atingindo a vegetação nativa do local em uma área próxima à Cachoeira Bonsucesso. No momento em que moradores acionaram o CBM-GO, a linha de fogo já se encontrava em grandes proporções devido às condições climáticas no local, com forte ocorrência de ventos.

Segundo informações repassadas aos bombeiros, o fogo foi criminoso. O combate foi iniciado imediatamente à chegada das equipes no local, com o auxílio dos brigadistas e dos moradores locais. Conforme o major CBM Cristiano Severino de Carvalho, o incêndio teve origem em uma área próxima à Cachoeira Bonsucesso e teria se dividido e seguido por duas linhas diferentes, uma em sentido ao Morro do Frota e a outra, em direção ao Parque Estadual dos Pireneus. Ele conta ainda que as equipes haviam conseguido executar um grande progresso durante a madrugada de segunda-feira e que, na manhã desta terça-feira, haviam conseguido concluir a linha de fogo no sentido Morro do Frota.

Por volta das 11 horas desta terça, contudo, houve uma regressão nessa mesma linha e o fogo avançou para o Morro das Antenas. O combate foi interrompido por algumas horas devido às condições do local, tanto pela questão do relevo acidentado quanto pelo fato de as chamas estarem muito altas. A segunda linha, em direção ao Parque Estadual dos Pirineus, continua sendo combatida sem recesso pelas melhores condições no local. Até a retomada das equipes, cerca de 500 hectares já haviam sido atingidos.

No final de agosto, a região de Pirenópolis já havia passado por um incêndio de grandes proporções. O outro incêndio teve início na noite do dia 30 daquele mês, nas proximidades de uma região conhecida como Cidade de Pedra. Fortes ventos, relevo acidentado e vegetação densa dificultaram o trabalho das equipes em campo. Cerca de 4,3 mil hectares foram queimados. O fogo acabou provocando a interdição da Cachoeira dos Dragões e teria ameaçado outras áreas de interesse ambiental e turístico da cidade. O fogo foi combatido por etapas pelas equipes, entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro. 
 
(Laysa Milograma é estagiária da UniAlfa em convênio com GJC)

<h2>Calor e baixa umidade se intensificam até fim de semana</h2>

Com a massa de ar quente que atua como um bloqueio atmosférico de influência em todo o estado, as temperaturas máximas têm aumentado e a umidade, se reduzido ainda mais, marcando o auge da seca em Goiás. Nesta terça (9), as máximas chegaram a 41°C na região Oeste, conforme dados do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também emitiu nesta terça alerta vermelho para baixa umidade, que deve ficar abaixo de 12%.

Com o avanço de várias frentes frias em julho e agosto, que ocasionaram pancadas de chuvas isoladas, especialmente nas regiões Sudoeste e Sul, que contam com 11 dias sem chuva, e na região Central, com 77 dias sem precipitação, a época mais seca e mais quente acabou sendo menos perceptível para os goianos, diante de uma sensação de maior conforto térmico. Contudo, desde a última semana, o calor tem sido mais percebido. Gerente do Cimehgo, André Amorim explica que isso ocorre porque “o calor vai fadigando as pessoas de maneira excessiva”.

“Semana passada foi quente e o final de semana foi mais quente ainda. A umidade também deu uma queda. Estava em 18% e agora está em 14%. Na cidade de Goiás, marcou 12%, bem abaixo do mínimo ideal para o ser humano, que é de 60%. Goiás tem batido altas temperaturas. Hoje (terça), Itumbiara e Iporá tiveram 36°C; São Miguel do Araguaia, 38°C; e Porangatu, 37°C. Em Goiânia, na região do autódromo, bateu 35°C, e no Centro deve ter ficado em 38°C”, explica, ao citar que o calor e tempo seco ainda devem piorar até o final de semana.

Amorim, contudo, dá um prognóstico que pode amenizar as altas temperaturas e a baixa umidade na próxima semana. A partir de segunda-feira (15), o avanço de uma frente fria pode ocasionar pancadas de chuvas isoladas, especialmente na região Centro-Sul de Goiás. “Essa massa de ar quente funciona como bloqueio atmosférico e mantém as temperaturas altíssimas. Na próxima semana, nos dias 15 e 16, teremos avanço de frente fria e, por isso, poderemos ter pancadas de chuva ocorrendo em Goiás, mas não é o começo do período chuvoso. Pode vir a chuva, mas não vai dar sequência. Será como nas últimas (frentes frias), chove e para, e volta o calor. Mas, momentaneamente, a temperatura cai e traz um alívio”, explica.

O gerente do Cimehgo pondera ainda que a precipitação pode contribuir para a redução do número de cidades com risco potencial de incêndios. “Hoje estamos com maior quantidade (de municípios em risco). A massa de ar quente e seco aumenta o risco, mas se chover, vai dar uma freada na temperatura e, momentaneamente, vamos ter um fôlego em cima dessa situação (de queimadas no estado)”, pondera. A região mais afetada pelos incêndios, contudo, não deve ser aliviada pela frente fria. Nas regiões Norte e Oeste, já são 128 dias sem precipitação. Enquanto isso, a região Leste (que engloba o Nordeste goiano) tem 126 dias. “No Centro-Norte do estado sempre demora mais para chegar a chuva”, acrescenta André.

<h2>Loja de pneus é destruída por chamas em Goiânia</h2>

Ao mesmo tempo em que áreas verdes na zona urbana e rural são assoladas por incêndios, edificações e comércios também têm sido afetados pelo fogo e, com temperaturas altas e baixa umidade, o controle das chamas se torna mais difícil para equipes do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás (CBM-GO). Na manhã desta terça-feira (9), uma loja de pneus situada no Parque Oeste Industrial foi destruída após um incêndio atingir o local. Com a ocorrência, uma densa fumaça preta pôde ser vista de vários pontos da capital goiana.

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Fumaça preta no Parque Oeste Industrial pôde ser vista de várias regiões (Diomício Gomes / O Popular)

A corporação divulgou pela manhã que o fogo atingiu uma loja com cerca de 4 mil pneus, “demandando intenso esforço operacional devido ao alto potencial de propagação e à complexidade do cenário”. O incêndio foi controlado pela tarde após o uso de 120 mil litros de água em decorrência de reignições que ocorreram durante o trabalho.

Desde o início do mês de setembro, já foram registradas 588 queimadas na área urbana, sendo 43 em residências, 31 em veículos, 18 em armazéns, galpões e pontos de entulho e 11 em comércios, mas a maior parte (449) em terrenos baldios ou áreas verdes urbanas.

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Goiás tem 220 municípios com alto risco de incêndios

Cidades

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Matéria - Cidades

Estiagem

VÍDEO: Incêndio destrói 82 mil hectares

<div attr-cid="policy:1.3310289" attr-version="policy:1.3310289:1757450685" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3310289" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3310289', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3310289">VÍDEO: Incêndio destrói 82 mil hectares (1.3310289)</a></div>

Um incêndio de grandes proporções em Serra de Nova Roma, região da Chapada dos Veadeiros, no nordeste de Goiás, já destruiu cerca de 82 mil hectares, segundo o Corpo de Bombeiros. O fogo começou em uma área próxima a uma mineradora e se espalhou pela zona rural de Nova Roma e Monte Alegre de Goiás (veja acima).

O incêndio teve início em 9 de agosto e esteve contido até a última segunda-feira (8). De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas avançaram por áreas de difícil acesso e se uniram a outros dois incêndios que atingiram Monte Alegre, formando um grande foco de queimada.&nbsp;&nbsp;

Veja a matéria da TV Anhanguera: <a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/bombeiros-combatem-incendio-que-destruiu-82-mil-hectares-em-nova-roma-13913378.ghtml" target="_blank">82 mil hectares destruídos em Nova Roma</a>

O capitão Alan Barbosa, do Corpo de Bombeiros de Posse, explicou em entrevista ao POPULAR que o incêndio está controlado, mas ainda não foi extinto. Segundo ele, as chamas permanecem confinadas em uma área monitorada.&nbsp;&nbsp;

<cite>O fogo está ativo, mas estamos atuando para que ele não ultrapasse as rodovias GO-241 e GO-112, pois isso significaria perda de controle sobre o incêndio”, afirmou.&nbsp; &nbsp;</cite>

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Segundo os Bombeiros, as chamas seguem confinadas em um ponto monitorado (Divulgação / Corpo de Bombeiros)

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Ainda de acordo com o capitão, o foco de incêndio se dirige à zona urbana, mas os bombeiros estão trabalhando no combate para que as chamas não atinjam as casas.&nbsp;

<cite>O foco se dirige à zona urbana, mas os bombeiros estão a postos aqui, fizemos aceiros e estamos prontos para o combate aqui. Ele não vai atingir nenhuma casa, nem nada assim. Estamos contendo-o aqui antes de chegar na zona urbana”, afirmou.&nbsp;&nbsp;</cite>

Atualmente, os esforços estão concentrados na proteção de uma nascente que abastece o município de Nova Roma e na contenção para que o fogo não atinja as rodovias GO-112 e GO-241, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros.&nbsp;

No combate, atuam equipes do Corpo de Bombeiros, além de apoio da Prefeitura de Nova Roma e de voluntários locais, que utilizam tratores, caminhões-pipa e outros equipamentos.

Segundo os Bombeiros, um avião da corporação também foi usado em sobrevoo para identificar os focos e definir estratégias de ação.

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(Vídeo: Reprodução / TV Anhanguera)

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galeria queimadas

Incêndio de grandes proporções consome 82 mil hectares da Chapada dos Veadeiros; vídeo

Combate às chamas

calor_goiania_graus.mp4

webstory temperatura goiás setembro 2025

<div attr-cid="policy:1.3310167" attr-version="policy:1.3310167:1757435496" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3310167" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3310167', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3310167">calor_goiania_graus.mp4 (1.3310167)</a></div>

Em São Miguel do Araguaia, na região norte do estado, a temperatura chegou a 40°C, nesta segunda-feira (8), informou o&nbsp;Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). De acordo com a instituição, há uma massa de ar quente e seca na região central do país.&nbsp;Ao POPULAR, André Amorim, gerente do Cimehgo,&nbsp;​disse que as temperaturas podem ultrapasar&nbsp;os 41°C ainda nesta semana.

André Amorim explicou&nbsp;ao POPULAR&nbsp;que, nos próximos dias, as temperaturas devem continuar altas e sem previsão de queda. Segundo o gerente do Cimehgo, as&nbsp;cidades de São Miguel da Araguaia, Crixás e Nova Crixás, todas no noroeste goiano, então entre os municípios com as temperaturas mais elevadas.

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As temperaturas também vão continuar aumentando em Goiânia, informou Amorim. Na região central da capital o calor será mais intenso, enquanto nos bairros mais afastados as condições de temperatura serão mais baixas.

<cite>Esse ar quente se mantém atuando com mais intensidade sobre o Brasil central e consequentemente em Goiás. Com isso, as temperaturas vão ficar mais elevadas.Já em Goiânia na região mais central, estamos chegando a 36,5° C e 37°C", disse André Amorim.&nbsp;</cite>

Amorim explicou que, por ser uma região com mais asfalto, todo a região da capital esquenta mais. De acordo com o gerente do Cimehgo, em outras regiões mais afastadas do centro,&nbsp; a diferença de temperatura pode chegar a até 3°C

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Mapa de temperaturas mostra massa de ar quente cobrindo a região do estado de Goiás (Reprodução/ Cimehgo)

O POPULAR conversou com a coordenadora do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Elizabeth Ferreira, que disse que ainda é cedo para falar de possíveis quedas de temperatura. A meteorologista&nbsp;explicou que a umidade do ar também é preocupante.

<cite>As temperaturas vão continuar quentes e seca nessa e na próxima semana. Pode aparecer alguma nebulosidade, mas pelo menos no momento não tem condição de chuva para essa semana aqui para o estado de Goiás. Além de uma umidade muito baixa que pode variar de 12% ou até menos", disse a meteorologista.&nbsp;&nbsp;</cite>

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Elizabeth Ferreira ainda destacou ao POPULAR, que as condições de temperatura para as outras partes do Brasil também vai depender da massa de ar quente. A meteorologista enfatizou as possíveis consequências da massa de ar seco estar em toda região central do país.

<cite>Em relação a outras regiões do Brasil, na parte mais central tem uma grande massa de ar seca atuando em quase todo o país. Já em relação as regiões mais ao norte que já são quentes, vão continuar com o clima quente e seco. Na região sudeste e até mesmo no sul do Brasil, tem condições mais secas. E na próxima semana uma possível chegada de uma frente fria para a região sudeste", disse Elizabeth Ferreira.</cite>

As temperaturas sobem e os cuidadados com a pele e com o corpo devem ser redobrados. O POPULAR conversou com especialistas que deram dicas para manter uma boa hidratação durante essa fase.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/calor-em-goias-s-o-miguel-do-araguaia-registra-38-c-e-estado-esta-em-nivel-de-alerta-pelo-tempo-seco-1.3302316" target="_self">Calor em Goiás: São Miguel do Araguaia registra 38°C, e estado está em nível de alerta pelo tempo seco</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/temperatura-pode-chegar-ate-38-c-e-deixar-umidade-em-nivel-critico-em-goias-diz-cimehgo-1.3301791" target="_self">Temperatura pode chegar até 38°C e deixar umidade em nível crítico em Goiás, diz Cimehgo</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/onda-de-calor-se-intensifica-no-fim-de-semana-de-eleic-es-diz-inmet-1.3183183" target="_self">Onda de calor se intensifica no fim de semana de eleições, diz Inmet</a></div>

<h3>Cuidados com a pele</h3>

O uso de protetor solar três vezes por dia é essencial, de acordo com as recomendações da dermatologista, Lorena Dourado. A médica explicou que é importante lembrar sempre de hidratar a pele todos os dias e manter também os cuidados com o cabelo.&nbsp;

<cite>Orientamos que aplique protetor solar em todas as áreas expostas ao sol, três vezes por dia pelo menos. Na hora que acorda, final da manhã, metade da tarde. O uso de protetor é um filtro natural. É importante lembrar de hidratar bastante a pele e evitar banhos com água muito quente. É importante também tomar bastante líquido, não só pensando na pele, mas também no cabelo", explicou a médica.</cite>

<img attr-cid="policy:1.1940713" attr-version="policy:1.1940713:1682148254" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.1940713/image/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Cuidados com a pele são essenciais(Douglas Schinatto / O Popular)

<h3>Cuidados com a alimentação&nbsp;</h3>

A ingestão de líquidos deve ser constante, e não apenas quando há sensação de sede, disse a nutricionista Evelini Alencar. A nutrucionista explicou quais alimentos são mais adequados para ingerir nessa época do ano.

<cite>Além da água, incluir alimentos com alto teor hídrico é uma estratégia nutricional eficiente para auxiliar na reposição de líquidos e eletrólitos perdidos com o suor. Entre os mais indicados, destacam-se: melancia, abacaxi, morango e melão: frutas refrescantes, ricas em água e micronutrientes. E também o pepino, tomate e alface: vegetais leves que contribuem para a hidratação e podem ser incluídos em saladas ou sucos”, disse a nutricionista.</cite>

<img attr-cid="policy:1.3285774" attr-version="policy:1.3285774:1751979036" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3285774/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2025-07-08T094921.467.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Tomar bastante líquido é fundamental (Wesley Costa/ O Popular)

Evitar a exposição ao sol também é muito importante, conforme destacou a médica&nbsp;Evelini Alencar ao&nbsp;POPULAR:

<cite>A nutrição adequada pode ainda melhorar a disposição, favorecer a digestão em dias mais quentes, e prevenir sintomas como cansaço excessivo, inchaço e queda de pressão arterial. Evitar a exposição solar entre 10h e 16h, utilizar protetor solar, roupas leves e manter uma alimentação equilibrada são práticas importantes para preservar a saúde durante esse período”, falou Evelini Alencar.</cite>

Ao&nbsp;POPULAR, a nutricionista indicou uma receita de água saborizada refrescante para conseguir driblar melhor as altas temperaturas.&nbsp;

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Receita de água saborizada (André Rodrigues/ O Popular)

Temperatura pode chegar a 41ºC em Goiás, diz Cimehgo

CALOR 

O próximo vestibular da Universidade Estadual de Goiás (UEG), marcado para o próximo dia 2 de novembro, terá como novidade o retorno da disputa de vagas para dois cursos que estavam sem ingressantes. No câmpus de Pirenópolis, a 130 quilômetros de Goiânia, haverá novos alunos no primeiro semestre de 2026, o que não ocorria desde o vestibular de 2019 – com alunos entrando em 2020 –, para o curso de Gastronomia. O ingresso no curso havia sido suspenso pela falta de corpo docente concursado, o que foi resolvido no final de agosto, com a convocação a partir de concurso iniciado há dois anos. Já o curso de Sistemas para Internet terá novamente ingressantes em Itaberaí, o que não ocorria desde 2024, após uma ação judicial ter determinado a desocupação do prédio sede da unidade no município.

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“É um processo planejado de retomada desses cursos, o que já estava programado há tempos. Em Pirenópolis, a estrutura é muito boa, tinha falta de professores e resolvemos isso com a chamada de agosto. Em Itaberaí, o vestibular foi suspenso por uma decisão judicial, que foi revertida e, então, pudemos voltar”, conta o reitor da UEG, Antonio Cruvinel Borges Neto. Com isso, são mais 80 vagas em disputa, 40 para cada um dos cursos mencionados, na relação com o vestibular do ano passado. Ao todo, o vestibular, que teve as inscrições iniciadas no último dia 4 e finalizadas no dia 6 de outubro, ofertará 4.350 vagas.

Segundo o reitor, desde a pandemia de Covid-19, em 2020, a UEG tem retomado o número de matriculados, que chegou a ser de 9 mil e atualmente está em 13,5 mil. “Temos tido um aumento de 500 alunos por ano”, diz Borges Neto. Segundo o reitor, o processo de ingresso na UEG já está maduro, mas a universidade ainda tem problemas com a alta abstenção nos vestibulares, que chega ao patamar de 30%. “Neste ano decidimos fazer a prova no dia 2 de novembro, que é um feriado e, por ser um dia em que as pessoas já ficam mais livres, pode ser que reduza essa abstenção”, acredita.

O custo da inscrição é de R$ 50, mas é possível pedir isenção até o próximo dia 15 para titulares ou dependentes inscritos no CadÚnico e doadores de sangue, medula óssea ou leite materno. Borges Neto conta que a retomada do vestibular para dois novos cursos se dá dentro do planejamento da universidade de estar nos câmpus onde é possível manter a qualidade desejada. O processo ocorre depois da finalização do projeto de reestruturação da UEG, que, até o começo deste ano, tinha a perda de 48 cursos e 5 câmpus. É válido ressaltar que, dentro do entendimento da UEG, os 48 cursos fechados são caracterizados como ofertas, já que se referem a graduações específicas em uma cidade. Ou seja, é possível que tenha sido fechado um curso de Pedagogia em determinado município, mas em outras cidades ele continue e, por isso, há a diferenciação entre curso e oferta. Por exemplo, no vestibular do primeiro semestre de 2026 serão 35 cursos e 112 ofertas.

Segundo Borges Neto, não há mais previsão de fechamento de outros câmpus da UEG, o que vai ocorrer apenas naqueles já previstos que ainda possuem alunos. Isso porque a política da universidade para o desligamento dos câmpus será a partir da formatura de todos os alunos que ainda estiverem nos locais. A previsão é o fechamento de mais quatro câmpus, sendo o próximo o de Edeia, o que deve ocorrer no final deste ano. O prédio em que a unidade universitária está instalada será disponibilizado para a prefeitura local. Além deste, haverá o fechamento nos próximos semestres dos câmpus nas cidades de Sanclerlândia, Niquelândia e Mineiros. Neste ano, já foi fechado o câmpus de Crixás, em que o prédio foi repassado para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e deve dar lugar a um colégio estadual de ensino fundamental e médio, de gestão da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO).

“O que era para ser descontinuado já foi, não há mais previsão de novos fechamentos. Só vamos encerrar o que foi planejado, porque o nosso compromisso é não deixar nenhum aluno sem se formar. Quando se formarem todos, aí descontinuamos esses já planejados”, afirmou o reitor. Ele conta ainda que também não há previsão de que novos cursos sejam retomados, tal qual ocorre agora com os casos de Pirenópolis e Itaberaí.

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Críticas

O processo de reestruturação da UEG foi bastante criticado pela comunidade acadêmica, embora tenha tido uma concordância sobre a sua necessidade, mas não em relação ao método. A escolha dos cursos descontinuados, por exemplo, passava pela baixa procura nos vestibulares e a baixa nota nas avaliações dos cursos superiores.

Presidente da Associação dos Docentes da UEG (Adueg), o professor Marcelo Moreira afirma que, com o fechamento de cursos, “a obrigatoriedade de cumprir o mínimo de 12 horas leva o docente a ter de buscar aulas em várias unidades universitárias”. “E isso por conta própria. Sem apoio da universidade, dezenas de colegas têm de trafegar pelas estradas do interior em busca de disciplinas”, afirma Moreira. Ele explica que a legislação que rege os docentes quanto aos cargos e salários garante ao menos 8 horas semanais com disciplinas.

“O princípio das 8 horas permite que o docente se dedique com mais horas à pesquisa e à extensão, de forma que as três dimensões – ensino, pesquisa e extensão (e até mesmo a dimensão gestão) – possam ser desenvolvidas pelo docente. Infelizmente, tanto a universidade, quanto o governo, assoberba seus servidores docentes e administrativos imputando-os os malefícios de uma reestruturação desordenada e ambos seguem não cumprindo com a legislação”, considera o presidente da Adueg.

O descumprimento, segundo ele explica, se refere ao Plano de Cargos e Rendimentos (PCR), especialmente em relação à titulação. “Voltamos à situação de 2023 e 2024, em que docentes não recebiam pela titulação. Dezenas de docentes que ingressaram nos novos concursos não recebem pela titulação, ou seja, são doutores que recebem como especialistas. Tal situação se soma ao fato de que muitos docentes seguem tendo de cumprir a carga horária mínima em sala de aula.”

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UEG retoma dois cursos para o próximo ano

Vestibular

As negociações para aumentar a lista de produtos excluídos do tarifaço de 50% imposto pelo presidente americano Donald Trump aos produtos brasileiros não devem avançar nos próximos dias. Esta foi a percepção do presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), André Rocha, que participou de uma comitiva de representantes do setor industrial que foi a Washington D.C., nos Estados Unidos, para participar de uma extensa agenda para discutir a taxação de 50% imposta às exportações brasileiras. Para ele, neste momento, está difícil avançar nas tratativas, que envolvem questões políticas e até queixas dos americanos em relação às big techs.

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André Rocha, que também é presidente-executivo dos Sindicatos das Indústrias de Fabricação de Etanol (Sifaeg) e de Açúcar no Estado de Goiás (Sifaçúcar), disse que o objetivo foi abrir canais de diálogo técnico e econômico, buscando racionalidade nas negociações. “Estamos buscando soluções que sejam mutuamente benéficas para Brasil e Estados Unidos”, afirmou. A comitiva, liderada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), contou com a participação do presidente da CNI, Ricardo Alban, de três presidentes de federações de indústrias do País e de 80 empresários brasileiros exportadores, que se reuniram com cerca de 50 empresários americanos que importam produtos brasileiros afetados pelo tarifaço.

A comitiva também contou com a participação de representantes de outras entidades ligadas ao comércio internacional do Brasil. De Goiás, participaram da comitiva os executivos Henrique Penna, do Grupo Jalles, Wilton Machado, da Brasil Minérios, e Júlio Capobianco Filho, da Goiasa. Entre outros pontos, a delegação goiana pediu isenção de tarifas para o açúcar orgânico e para vermiculita.

A delegação também foi ao Capitólio, onde debateu com parlamentares americanos alternativas para reverter o tarifaço que elevou em até 50% os custos de exportação de itens brasileiros. Depois, os brasileiros se reuniram com a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, discutindo os impactos do tarifaço sobre produtos industriais brasileiros. Em entrevista à Rádio CBN, Rocha informou que foram feitas várias visitas e conversas com os parceiros americanos, para que cada setor, com suas particularidades, pudesse definir sua estratégia para tentar minimizar este problema.

Os integrantes da missão também acompanharam a audiência pública no Congresso sobre a investigação da Seção 301, aberta pelo Departamento de Comércio Exterior Americano, que visa averiguar uma suposta concorrência desleal de produtos brasileiros. A Seção 301 refere-se a uma disposição da legislação comercial dos EUA que permite ao governo americano investigar e retaliar práticas comerciais consideradas injustas, desleais ou restritivas por outros países.

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A investigação destacou pontos como o desmatamento, corrupção, propriedade intelectual, pirataria, pix e também sobre o etanol. Ele acredita que a investigação 301, que foi aberta em abril e já recebeu manifestações dos brasileiros e americanos, deve perdurar mais uns seis meses. Com relação ao tarifaço, André Rocha acredita que a CNI e as federações cumpriram seu papel, que foi destacado entre os representantes de todos os setores afetados, brasileiros e americanos, que ficaram gratos pelo esforço de tentar auxiliá-los.

De acordo com o presidente da Fieg, cada setor definiu suas estratégias de trabalho para tentar aumentar a lista de exceção, que já tem 694 produtos, que correspondem a 45% das exportações brasileiras para os EUA, e ao mesmo tempo, negociar alguma tarifa menos prejudicial para aqueles produtos que não entrarem nesta lista. Eles também contabilizaram importantes reuniões com executivos americanos, como Christopher Landau, do Departamento de Estado, abrindo uma ponte para uma futura conversa entre o vice-presidente Geraldo Alckmin, para dar continuidade às negociações entre as diplomacias brasileira e americana.

“Também ficou claro que as negociações, que têm um aspecto político, com queixas dos americanos com relação às big techs, está difícil de avançar nas tratativas neste momento. Talvez daqui a 30 dias nós possamos ter um novo momento para voltar lá”, avalia o presidente da Fieg. Para ele, ficou claro que as questões judiciais envolvendo as big techs no Brasil podem ser um entrave às negociações.

Questões comerciais

Mas a comitiva também deixou claro que estava lá para discutir as questões comerciais e que questões políticas, que dizem respeito ao Executivo ou ao Judiciário brasileiros, não lhes cabia. “Temos mais de 200 anos de relacionamento comercial com os EUA e, tanto a CNI quanto a US Chamber, que faz este trabalho de aproximação entre empresários brasileiros e americanos, estão todos incomodados com esta situação”, avalia.

Outra questão é que a balança comercial com o Brasil é superavitária e favorável aos americanos, ao contrário do que acontece na relação dos EUA com outros países. A tarifa média hoje sobre os produtos americanos é de 2,5%. “Vemos esta movimentação americana com relação a outros países, com taxações contra vários deles. Alguns conseguiram avançar e fazer acordos comerciais, como Japão, Indonésia e União Europeia, mas ainda estamos vendo as taxações acontecerem, como no caso da Índia, que é equivalente ao Brasil, com tarifa de 50%, e África do Sul, com 35%”, lembra André Rocha.

De qualquer forma, o presidente da Fieg diz que a meta é continuar mantendo contato, tanto com assessores jurídicos que foram contratados para ajudar nas negociações, quanto com os representantes das contrapartes de cada setor afetado para tentar avançar. Em 2024, os EUA importaram 304 mil toneladas de açúcar, sendo 140 mil do Brasil, de acordo com André Rocha. Goiás liderava a produção nacional de açúcar orgânico, com três das quatro usinas especializadas e até 90% da produção voltada ao mercado americano.

O impacto das tarifas, segundo estimativa da Fieg, poderia retirar até R$ 2 bilhões do PIB goiano. A usina de Goianésia estimava perda de R$ 25 milhões, enquanto a tonelada do açúcar brasileiro passou a custar US$ 357 com o tarifaço, quase 98% acima do valor anterior. O espaço brasileiro pode ser ocupado por concorrentes como Argentina, Paraguai e Colômbia, que não foram afetados.

Na mineração, a produtora de vermiculita de São Luís de Montes Belos viu as exportações caírem de 35% da produção para 2% em 2025. As vendas para os EUA despencaram de R$ 38 milhões para menos de R$ 2 milhões. “Diminuímos a produção para evitar formação de estoques”, relatou Wilton Machado, da Brasil Minérios.