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Goiás tem protocolos de ponta para AVC e enfarte

As duas ocorrências estão entre os que mais matam por ano em todo o País. Hugo, em Goiânia, e Hmap, em Aparecida, procuram atender pacientes no menor tempo possível

José Damaso Gomes, 57 anos: ocorrência de caso de enfarte em família ajudou a agilizar procura por socorro

José Damaso Gomes, 57 anos: ocorrência de caso de enfarte em família ajudou a agilizar procura por socorro (Diomício Gomes / O Popular)

Dois hospitais goianos desenvolveram estratégias para diminuir ao máximo o tempo de atendimento de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) ou enfarte. No Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), a especialidade é o manejo dos casos de AVC. No Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), são os enfartes. Em 2024, de acordo com dados do portal de transparência do Registro Civil, dos 25,9 mil óbitos registrados até o momento em Goiás, 2,2 mil (8,7%) foram por conta de AVCs e 2,2 mil (8,7%) de enfartes. Os dois acometimentos estão entre as principais causas de morte no Brasil.

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O atendimento precoce é essencial para salvar neurônios, no caso do AVC, e o músculo do coração, no enfarte. Um AVC se trata de dano ao cérebro devido à interrupção do fornecimento de sangue. No Hugo, o projeto Angels completou dois anos em março. O objetivo do projeto é reduzir ao máximo o tempo de atendimento de pacientes com AVC isquêmico -- quando há obstrução de vasos sanguíneos. Atualmente, 92% dos casos recebem tratamento com medicamento em menos de 30 minutos desde a admissão no hospital, e 75% em menos de 13 minutos.

Um enfarte ocorre quando o fluxo de sangue para parte do coração é bloqueado, por obstrução das artérias coronárias. Isso impede que o músculo cardíaco receba oxigênio e nutrientes, levando à morte das células do coração. O tipo mais comum é o que ocorre quando uma coronária está obstruída por uma placa de gordura. O enfarte com supradesnivelamento do segmento ST (enfarte com supra de ST) é o mais grave, pois indica obstrução completa de uma coronária e requer tratamento imediato.

No Hmap, a linha de cuidado do projeto Supra inicia-se justamente com a detecção precoce de pacientes suspeitos de enfarte nas unidades de pronto atendimento (UPAs), centros de atenção integral à saúde (Cais) e por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em seguida, é realizado um eletrocardiograma para diagnosticar o enfarte. Os resultados são posteriormente validados remotamente por cardiologistas da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que gere a unidade.

Para funcionar, o projeto Supra depende da parceria com o restante da rede municipal de Aparecida de Goiânia. O secretário de Saúde, Bruno Hernandez, conta que os profissionais do Hmap promoveram um treinamento sobre o manejo de casos de enfarte com as equipes de Cais, UPAs e Samu. "É um protocolo que envolve toda nossa estrutura." Se o enfarte é confirmado, o paciente vai diretamente ao Hmap. Na hemodinâmica do hospital (área destinada para intervenções de saúde cardiovascular), há procedimentos como cateterismo, angioplastia e outras intervenções necessárias. Tudo isso em até 90 minutos.

As intervenções ocorrem sem que o paciente precise passar por cirurgia de peito aberto. "Depois, ele fica por oito horas em uma UTI e segue para a enfermaria. Após a alta, alguns casos ainda são acompanhados por nós", diz Maurício Boaventura, médico intensivista e coordenador médico do Departamento de Pacientes Graves do Hmap. O projeto Supra tem sido bem sucedido para reduzir a mortalidade dos pacientes. De agosto de 2023, quando o projeto foi iniciado, até agosto deste ano, 223 pessoas foram tratadas. Destas, apenas 19 (8,5%) não resistiram.

O carpinteiro José Damaso Gomes, de 57 anos, enfartou em junho. Ele estava em casa quando sentiu uma dor forte no peito e no pescoço. Como o pai dele faleceu devido a um enfarte, ele logo reconheceu os sintomas. O Samu foi acionado e José foi submetido a um eletrocardiograma ainda na ambulância. "Já me levaram direto ao Hmap. Quando cheguei, já tinha uma equipe me esperando. Foi muito rápido. Fiquei quatro dias", diz. Em processo de recuperação, José ainda não voltou a trabalhar. Ele pretende se aposentar. "Ainda faço acompanhamento. O médico disse que para eu ficar 100% é coisa de um ano", relata.

Fatores de risco

A predisposição genética está entre os fatores de risco não modificáveis do enfarte. O mesmo se aplica ao AVC. Entretanto, alguns fatores de risco para ambos dependem do estilo de vida, como o tabagismo, sedentarismo e má alimentação. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2023 apontou que, dentre os adultos de Goiânia, 11,1% são fumantes, 13,8% têm o costume de comer ultraprocessados e que menos da metade pratica ao menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana. Na mesma pesquisa, 24% dessas pessoas disseram ter diagnóstico de hipertensão.

"A prevenção passa principalmente pela adoção de vida saudável: manter alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e grãos integrais; controlar o peso; realizar atividades físicas regularmente; evitar o cigarro e o excesso de álcool; e monitorar condições como pressão arterial, colesterol e diabetes. Além disso, é fundamental realizar exames regulares e seguir as orientações médicas para manter o coração saudável", diz Mayler Olombrada, cardiologista, que aponta que as pessoas que já enfartaram precisam de cuidados redobrados: seguir rigorosamente a medicação prescrita,mudar o estilo de vida, fazer consultas regulares ao cardiologista e realizar exames de acompanhamento. "Além disso, o suporte emocional é importante, já que muitos pacientes podem desenvolver ansiedade ou depressão após enfarte. A reabilitação cardíaca, que envolve um programa supervisionado de exercícios e educação, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de novos eventos cardíacos", finaliza Olombrada.

Reconhecer sintomas do derrame é fundamental

Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo; alterações na fala, compreensão, visão, equilíbrio e/ou coordenação; tontura; dor de cabeça súbita. Observar os sintomas de um acidente vascular cerebral (AVC) é essencial para tratamento no menor tempo possível, o que sobe as chances de recuperação com menos sequelas. O coordenador do serviço de Neurologia do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) e do projeto Angels, Marco Túlio Pedatella, explica que, se o paciente for atendido e tratado dentro do tempo correto, existe 80% de chance de recuperação sem acometimentos que limitem as atividades.

A experiência do profissional de logística Rodrigo Amado de Avelar, de 42 anos, prova isso. Em junho, ele estava preparando o café da manhã quando sentiu tontura e ficou com a visão embaçada. Foi até o quarto e comentou sobre os sintomas com a mulher. Alguns minutos depois, voltou a ficar tonto e sentiu falta de equilíbrio. Então, ela o alertou para irem ao hospital. "Ela disse que provavelmente era AVC", diz.

O casal foi até o Hospital Albert Einstein de Goiânia. Rodrigo se consultou com um especialista e fez exames que constataram o AVC, que logo foi tratado. Ele teve duas áreas afetadas: a visão e o equilíbrio, mas não ficou com sequelas importantes. Quando sofreu o AVC, Rodrigo tinha acabado de passar por um processo de emagrecimento que o fez perder 20 quilos. Depois do episódio, ele conta que pretende manter os bons hábitos. "Estou mais preocupado com minha saúde. Quero, por exemplo, estar sempre próximo de lugares que me dão estrutura de atendimento", frisa.

O Albert Einstein tem protocolo para tratar casos de AVC há 20 anos. O intuito é dar celeridade no atendimento em todas as unidades do hospital. "Todas têm neurologista 24 horas por dia. Onde o profissional não está presencialmente, pode-se acessá-lo por telemedicina", reforça Polyana Piza, neurologista do Einstein.

15 minutos ou menos para tratar

Três a cada quatro pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) levam menos de 15 minutos desde o momento em que põem os pés no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) até receber tratamento. O paciente é atendido, avaliado por um neurologista, realiza exames de laboratório e tomografia e faz a trombólise, processo pelo qual se dissolve um trombo formado na corrente sanguínea.

Esses procedimentos integram o projeto Angels, que é amplamente utilizado no Hugo para tratar casos de AVC isquêmico. Para ter ideia, entre 2019 e 2021 foram feitas apenas nove trombólise na unidade. Somente em 2022, ano em que o projeto começou, foram 68 procedimentos. Em 2023, o número saltou para 236 e entre janeiro e agosto de 2024 foram realizadas 164 trombólises.

Em fevereiro, o Hugo recebeu a ampliação para Diamond Status da premiação Angels Award, pela excelência no tratamento de pacientes com AVC. A certificação é conferida pela World Stroke Organization (WSO) e Sociedade Iberoamericana de Enfermidades Cerebrovasculares (SIECV), que reconhecem os hospitais que demonstraram claro compromisso com tratamento de AVC. A unidade é o primeiro hospital de Goiás, entre públicos e privados, a receber as certificações Platinum e Diamond. Atualmente, a unidade é gerida pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

A cada minuto com AVC ocorre a perda de quase 2 milhões de neurônios. Sendo assim, quanto mais rápido o tratamento, menor a perda de neurônios e menor o risco de sequelas. No caso do AVC isquêmico agudo, o tempo máximo para iniciar o tratamento após sintomas é de até quatro horas e meia, para receber medicamento, e de até seis horas, em alguns casos, para realizar procedimento de desobstrução do vaso cerebral. O coordenador do serviço de Neurologia do Hugo e do Angels, Marco Túlio Pedatella, explica que, desde que o projeto foi implantado, o tempo de atendimento de pacientes com AVC, que já demorou uma hora, caiu para menos de 15 minutos.

Conforme Pedatella, fazer o procedimento no menor tempo possível é importante, pois é necessário levar em conta que o paciente pode demorar a chegar à unidade de saúde. Na tentativa de reduzir cada vez mais esse tempo, foram instaladas sirenes nas áreas onde são feitos os atendimentos aos pacientes com AVC. "Servem para marcar os três minutos que aquele profissional tem para atender o paciente e enviá-lo e encaminhá-lo", diz.

Caso a pessoa tenha o primeiro atendimento feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o próprio resgate já comunica o Hugo sobre a possibilidade do AVC. Caso a pessoa chegue até a unidade por conta própria, o projeto é acionado já na classificação de risco.

Maisa Souza, de 28 anos: desfecho positivo após dois AVCs (Fábio Lima / O Popular)

Maisa Souza, de 28 anos: desfecho positivo após dois AVCs (Fábio Lima / O Popular)

Maisa Conceição Souza, de 28 anos, foi submetida ao Angels. Em 1º de julho, ela estava em casa quando sentiu forte dor de cabeça. A caminho do quarto para se deitar, ela deixou o celular cair no chão. Ao se abaixar para pegá-lo, caiu e não conseguiu mais se levantar. "Não conseguia me mexer", lembra. Quem pegou o celular e chamou por ajuda foi o filho mais velho de Maisa, de apenas 6 anos.

O marido a levou direto para o Hugo, onde foi atendida rapidamente. Ela ficou internada na unidade por uma semana. "Para não falar que não fiquei com sequelas, meu braço esquerdo ficou um pouco mais fraco", afirma Maisa. Entretanto, em 6 de agosto ela voltou a sentir tonturas e dor de cabeça. "Não conseguia ficar em pé. Liguei para minha madrinha e ela disse: 'você está tendo um AVC de novo, corre para o Hugo'. Chegando lá, fiz uma tomografia e constataram o derrame", relata.

A jovem acredita que em ambos os episódios, a rapidez no atendimento foi essencial para um desfecho positivo. Atualmente, Maisa faz acompanhamento ambulatorial no Hugo. Os profissionais investigam as causas de a jovem ter sofrido dois AVCs. "Fico com medo de acontecer de novo, pois tenho duas crianças pequenas. Por isso, estou procurando me cuidar."

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Pastora Márcia do Vale morre aos 54 anos após AVC

Por meio das redes sociais, a igreja OBPC de Anápolis lamentou o falecimento da missionária

undefined / Reprodução

Morreu nesta segunda-feira (30) a pastora da igreja O Brasil Para Cristo (OBPC) de Anápolis Márcia do Vale, aos 54 anos, após um acidente vascular cerebral (AVC), informou a congregação nas redes sociais. Em uma publicação, a igreja lamentou o falecimento da missionária, que está sendo velada na igreja, localizada no setor Alto da Bela Vista, nessa noite.

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É com muita tristeza que nos despedimos hoje da pastora Márcia do Vale, uma mulher guerreira que inspirou e ajudou tantas almas. Agradecemos a Deus pela honra de tê-la como parte essencial da nossa obra", disse um trecho da publicação, que complementou dizendo: "Que possamos ser fortes como ela foi e carregar o seu legado com amor e dedicação. Pedimos que orem por nossa igreja e por nossa família. Confiamos que o verdadeiro conforto vem de Deus".

Pastora da igreja OBPC Márcia do Vale (Reprodução/Redes sociais)

Pastora da igreja OBPC Márcia do Vale (Reprodução/Redes sociais)

Nos comentários, amigos e fiéis lamentaram a sua partida. "Seu legado permanecerá por gerações!", disse um dos comentários. "Fui privilegiada em poder te conhecer, de tê-la sentada na minha mesa trazendo ensinamentos tão ricos", disse outro.

No dia 17 de dezembro, o perfil da igreja fez uma publicação para pedir orações para a pastora, que estava hospitalizada.

No domingo (29), a igreja atualizou sobre o seu estado de saúde, informando que após a sua transferência para o Hospital de Urgência de Goiás (Hugo) foram realizados vários exames que constataram que ela teve um acidente vascular cerebral (AVC), com "um vazamento de sangue muito grande dentro da sua cabeça e o quadro dela é irreversível".

Conforme a igreja, o sepultamento da pastora Márcia do Vale será realizado em Anápolis. A data e horário ainda não foram divulgados.

Pastora Márcia do Vale em uma palestra para mulheres (Reprodução/Redes sociais)

Pastora Márcia do Vale em uma palestra para mulheres (Reprodução/Redes sociais)

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Lateral e zagueiro entram na mira do Goiás para 2025

Ricardo Silva, do América-MG, e Hugo, do Botafogo, são avaliados pela direção de futebol do time goiano

Hugo tem vínculo com o Botafogo até o final de 2026 e pode ser contratado por empréstimo pelo Goiás

Hugo tem vínculo com o Botafogo até o final de 2026 e pode ser contratado por empréstimo pelo Goiás (Vitor Silva/Botafogo)

O Goiás avalia nomes no mercado e considera as contratações do zagueiro Ricardo Silva, do América-MG, e do lateral esquerdo Hugo, que está no Botafogo-RJ. As informações foram divulgadas pela Rádio Bandnews e confirmadas pelo POPULAR.

Ricardo Silva defende o América-MG desde 2022 e está em reta final de contrato. Ele chegaria ao clube goiano sem custos. Na atual passagem pelo Coelho, o defensor de 32 anos disputou 87 jogos.

Caso seja contratado pelo Goiás, Ricardo Silva vai defender o segundo time na carreira. Entre 2016 e 2017, o zagueiro jogou pelo Atlético-GO e foi campeão da Série B em 2016.

Hugo, por sua vez, defende o Botafogo. Ele começou a temporada como titular, mas a partir da chegada de alguns reforços, como Alex Telles, perdeu espaço na escalação inicial do time carioca.

O jogador de 23 anos passou pelas bases do Corinthians e Auto Esporte-PB e está no Botafogo desde 2019, time que se profissionalizou. A saída para o Goiás, neste caso, deve ser via empréstimo, já que o lateral tem vínculo com a equipe carioca até o final de 2026.

Após o fim da Série B, o Goiás ainda não fez anúncios de contratações. O volante Juninho, que estava no América-MG, tem acordo com a equipe esmeraldina e deve ser o primeiro reforço para 2025. A negociação com o atacante Caio Dantas não avançou e o atleta não deve jogar no time goiano na próxima temporada.

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Dívida de ex-gestora do Hugo pode chegar a R$ 64 milhões

Instituto CEM deixou a administração do hospital de urgências em junho devendo a ex-trabalhadores e prestadores de serviços. Dívida é motivo de embate com governo estadual

O Instituto CEM assumiu o Hugo em janeiro de 2022 e administrou a unidade hospitalar até junho de 2024

O Instituto CEM assumiu o Hugo em janeiro de 2022 e administrou a unidade hospitalar até junho de 2024 (Wildes Barbosa / O Popular)

Desde que o Instituto CEM (Icem) deixou a gestão do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) há cerca de cinco meses, parte dos ex-empregados e muitos prestadores de serviços seguem sem uma resposta conclusiva quanto ao pagamento por débitos atrasados. Conforme apuração do POPULAR , em um cenário no qual o desajuste financeiro apresentado pelas partes envolvidas é o mais pessimista, a dívida total pode chegar a R$ 64 milhões.

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O Instituto Cem deixou a gestão do Hugo em junho, e desde então o hospital é administrado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Os meses que antecederam a substituição foram marcados por diversos impasses entre o Icem e o governo estadual, principalmente em relação aos valores que deveriam ser repassados para manter o Hugo funcionando. O hospital custa aos cofres públicos cerca de R$ 21,8 ïlhões por mês.

Uma pessoa ligada à direção do Icem que pediu para não ser identificada argumenta que houve um "desequilíbrio financeiro" nas contas do instituto desde fevereiro de 2023, após uma movimentação contratual por meio de termos aditivos entre o Icem, que é uma organização social (OS) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás. Ainda segundo esta pessoa, além disso, reduziu-se o valor dos repasses após a assinatura de um contrato emergencial. A SES-GO nega esta versão.

A Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg) forneceu ao POPULAR uma lista com a situação de mais de 15 prestadores de saúde credores do Icem que recorreram à instituição para uma solução. De acordo com os valores no documento, só com estas empresas e profissionais, a dívida chega a mais de R$ 20 milhões. E o Icem admite que somando os que não estão na lista este valor passa de R$ 36 milhões.

A presidente da Fehoesg, Christiane Maria do Vale, afirma que na lista há laboratórios, fornecedores de equipamentos, gestores de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e empresas de limpeza e alimentação. Ela avalia que, enquanto a SES-GO e o Icem divergem sobre o motivo da dívida, "os prestadores de serviço que estão pagando o pato". Muitos tiveram que entrar com mediação judicial para garantir, por exemplo, o pagamento parcelado de verbas alimentares, explica.

Christiane também alerta que não há uma previsão para os prestadores, uma vez que o encontro de contas ainda não foi feito. Para ela, esse movimento seria a garantia de um retorno às empresas. O responsável pelo Icem diz que, pela falta de pessoal, só conseguirão entregar o balanço do Hugo nos próximos dias. Em nota, a SES-GO explicou que a análise dos documentos de contas está em curso e dentre os resultados possíveis, ainda prevê que a OS terá de devolver valores ao erário público.

Dívidas trabalhistas

Ex-trabalhadores da unidade de saúde quando o Icem era o gestor também têm enfrentado dificuldades para receber encargos previstos nas rescisões dos contratos trabalhistas. O desajuste financeiro que, em julho deste ano, chegava a R$ 28 milhões já gerou, segundo a própria a OS, cerca de 400 ações trabalhistas. Apesar de muitos funcionários terem recebido tudo que era devido, há uma parcela que ainda está para receber valores pontuais.

Em agosto, a SES-GO informou que os repasses das rescisões trabalhistas envolvendo a gestão do Icem no Hugo foram concluídos e que o valor total líquido repassado foi de R$ 17,1 milhões. O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) contestou a informação e, ao POPULAR, afirmou que "há centenas de ex-empregados sem o pagamento integral das verbas rescisórias devidas".

Recentemente, após solicitação de nota pelo jornal, a SES-GO informou que não há quaisquer rescisões atrasadas por conta de ações da pasta. Segundo a secretaria , havia sido deliberado que o instituto realizasse os cálculos das verbas rescisórias dos ex-empregados e encaminhasse a secretaria para conferência. Após o envio foi efetuado o repasse dos valores em uma conta criada especificamente para isto.

Ainda segundo a SES-GO, 1.496 ex-trabalhadores do Icem receberam os valores correspondentes à multa do FGTS e aos valores líquidos das rescisões, o que corresponde a um percentual de 97%. Restariam ainda 47 ex-funcionários sem receber, devido a motivos de afastamento médico ou inconsistência nas informações bancárias.

Durante uma audiência pública celebrada em julho pelo MPT-GO com o instituto e a SES-GO houve a informação de que 70,9% dos ex-empregados teriam recebido verbas rescisórias, porcentagem equivalente a 832 pessoas.

Em nota a reportagem, o MPT-GO explicou que há um grupo variado de trabalhadores em pendência: alguns que receberam a integralidade dos seus direitos, que receberam parcialmente, e que não receberam nada- esses por estarem afastados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com o presidente do Icem, Jeziel Ferreira, o restante a ser pago compreenderia um grupo de 26 funcionários que ainda não receberam nada por estarem na época da rescisão afastados.

A técnica de enfermagem Christiana Dias está entre os funcionários que ainda não receberam nenhum valor em decorrência do afastamento pelo INSS próximo à saída do Icem do Hugo. Até hoje a única movimentação que foi realizada foi o registro da rescisão de contrato na sua carteira de trabalho. Sem informações sobre o recebimento do dinheiro, Christiana, que é mãe de dois filhos, de 20 e 18 anos, relatou à reportagem que tem sido mantida pelos jovens.

"Estou sendo ajudada pela família, para não passar fome. Se eu precisar de um remédio, não tenho dinheiro, e tenho esse valor para receber, mas não sei como", desabafa. A mulher sofre de problemas na coluna e tendinite, mas até a conclusão de uma judicialização pela aposentadoria, ela segue tendo que realizar as atividades laborais.

Impasse

Em decorrência do impasse quanto ao pagamento dos ex-empregados, o MPT-GO realizou audiências com a participação de representantes do Icem, SES-GO e Procuradoria-Geral do Estado (PGE) entre os meses de julho e agosto deste ano. De acordo com a instituição, foram feitas tratativas para pagamento escalonado das verbas rescisórias dos ex-empregados do Hugo e de policlínicas de Posse, Quirinópolis, Formosa e Goianésia que também eram administradas pela OS.

Ainda foi dito pelo MPT-GO que durante as negociações, o governo estadual e o Icem traçaram um caminho de "divergência de opiniões" sobre a situação, onde um dizia ter feito o repasse e o outro negando. Além disso, a instituição pontuou que há inúmeras questões administrativas envolvendo os contratos de gestão celebrados sobre o assunto.

O impasse, de acordo com o presidente do Icem, teria iniciado após modificações necessárias no fundo rescisório. De acordo com ele, a conta, que deveria contar com 3% do valor do contrato entre a OS e o estado -- chegando, segundo ele, a cerca de R$ 15 milhões -, estaria somente com metade.

Uma reportagem publicada pelo POPULAR em 22 de maio já mostrava que o fundo rescisório da unidade contava com cerca de R$ 1 milhão apenas, de acordo com a SES-GO. À época, a secretaria estimava que seriam necessários em torno de R$ 23 milhões para o pagamento dos encargos trabalhistas dos funcionários do hospital. Diante disso, estariam articulando com a procuradoria uma maneira de arcar com os valores e depois promover um acerto de contas com a OS.

Em nota a reportagem, a SES-GO enfatizou que "a responsabilidade legal sobre direitos trabalhistas é de cada organização social" e "que na relação de contratualização recebe recursos para o custeio integral de sua atividade e manutenção". Ainda foi dito que não é dado à administração pública estadual interferir nos ajustes firmados entre seus contratados/parceiros privados e os respectivos fornecedores, que entre si travaram negócio jurídico eminentemente privado de natureza comercial e no qual o poder público não figurou como parte ou interveniente.

O MPT-GO pontuou que, de fato, o fundo rescisório não foi suficiente para pagamento da integralidade das verbas. A promotora do trabalho Milena Cristina Costa, chegou a dizer à reportagem que o fundo precisa ser revisto, uma vez que a ação é pertinente no final de quase todos os contratos de OS. "O valor de 3% do repasse não é suficiente, foi provado em outras organizações", pontuou. A revisão será proposta para contratos atuais e para gestões futuras.

Quanto a situação, a SES-GO disse que instituiu a partir do final do ano de 2023 uma nova sistemática de repasse aos parceiros privados, em que o percentual destinado a composição do fundo rescisório é depositado em conta bancária específica, que só pode ser movimentada com autorização da pasta, visando garantir que em caso de eventuais rompimentos das parcerias, os direitos dos trabalhadores sejam garantidos, no prazo legal.

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Especialistas alertam que a combinação de altas temperaturas e tempo seco pode causar infarto e AVC

Confira dicas para proteger a saúde contra as altas temperaturas e como proceder em caso de emergência cardiovascular por estresse térmico

Entenda como as mudanças climáticas podem causar sérios problemas a saúde cardiovascular

Entenda como as mudanças climáticas podem causar sérios problemas a saúde cardiovascular (Wesley Costa / O Popular)

Fenômenos meteorológicos cada vez mais severos por conta das mudanças climáticas, como calor extremo e níveis de alerta de baixa umidade relativa do ar, são fatores ambientais que podem causar sérios problemas para a saúde humana, segundo especialistas.

Um estudo publicado na revista científica The Lancet Neurology aponta que a exposição em longo prazo a altas temperaturas afetam os sistemas cardiovasculares e cerebrovasculares podendo causar acidente vascular cerebral (AVC) e, até mesmo, enfarte.

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Dados do Ministério da Saúde mostram que o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a maior causa de mortes no país. Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de enfarte e que a cada 5 a 7 casos, ocorra um óbito.

De acordo com o Cardiômetro, que é um indicador criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, até o dia 21 de outubro pouco mais de 325 mil pessoas morreram por doenças cardiovasculares no Brasil neste ano.

Já a Sociedade Brasileira de AVC aponta que, até o mês de agosto de 2024, segundo dados disponíveis no Portal da Transparência do Centro de Registro Civil do Brasil, 50.133 morreram pessoas por AVC em todo o país.

Diante desse quadro, O POPULAR conversou com especialistas a fim de compreender os riscos existentes para a saúde humana durante um período de altas temperaturas e tentar responder à pergunta: Por que o risco de enfarte e AVC aumentam no calor?

O cardiologista e coordenador médico do Pronto Socorro Hospital do Coração (HCor), Edgard Ferreira, explicou como o estresse térmico - isto é o impacto do aumento das temperaturas no corpo humano - afeta a saúde das pessoas, principalmente, daquelas que têm alguma doença cardiovascular e que pode evoluir para casos graves.

"O ser humano é um animal homeotérmico, ou seja, precisa ter um controle interno da temperatura para que o organismo trabalhe adequadamente, nas suas melhores condições, em uma temperatura que varie entre 36º e 37º. Para que isso aconteça, o organismo dispõe de um centro regulador para que as oscilações de temperatura externa não prejudiquem o nosso corpo. Então, toda vez que a temperatura externa oscila, seja para menos ou para mais, o centro regulador faz com que seja desencadeada uma série de reações no organismo para que a nossa temperatura interna se mantenha apesar da temperatura externa estar acima do habitual", explica.

Ante o estresse térmico, ou seja, quando há um aumento de temperatura durante um tempo determinado, como ondas de calor, o corpo humano dá início a uma série de atividades com o objetivo de 'diminuir os danos', como afirma o médico Edgard Ferreira.

Diante do extremo calor, o nosso organismo dá início a uma série de reações simultâneas. Então começa a dilatar as artérias, a chamada vasodilatação, para que aumente a circulação sanguínea. Paralelamente, começamos a ter a reação de transpiração e sudorese; e o aumento na frequência respiratória. Com a transpiração há início ao processo de desidratação, com isso a pressão arterial tende a cair. Então, o nosso organismo inicia mecanismos para compensar e não deixar a pressão cair: aumentando a frequência cardíaca para que se mantenha o volume de sangue circulando adequadamente no corpo. Com isso, o coração começa a acelerar e bater mais forte", descreve.

No entanto, para alguns grupos considerados mais vulneráveis, como idosos e pessoas com comorbidades, o estresse térmico pode ser mais danoso.

"A população saudável tem uma resistência e uma propriedade de se adaptar melhor a essas situações. Porém, os idosos e àquelas pessoas que já têm uma doença cardiovascular possuem uma vulnerabilidade, pois pode haver uma descompensação desses fatores (reguladores da temperatura) mais rapidamente, ter uma consequência mais intensa e sofrer mais com essa situação de aumento da temperatura", destaca o especialista.

Nesse sentido, o cardiologista e superintendente do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), José Garcia Neto, destaca que as altas temperaturas elevam os riscos de enfarte e AVC.

Estudos mostram que nesse período de calor excessivo, o nível de cortisol e adrenérgico se elevam no corpo humano. Ou seja, há mais adrenalina, noradrenalina, glicocorticoides (na corrente sanguínea) causando a elevação da pressão arterial. Podendo por esse motivo, causar enfarte, AVCs ou o rompimento de pequenos aneurismas por degeneração das artérias cerebrais", afirma o cardiologista.

Inclusive, um estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz alerta sobre os potenciais riscos de aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias devido ao estresse térmico. Em entrevista ao POPULAR , a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e do Observatório de Clima e Saúde, Sandra Hacon, destacou que as alterações climáticas constituem um risco para a saúde humana e a saúde pública.

Os riscos sobre a saúde referente ao estresse térmico, dependem das condições de exposição, duração e frequência, condições pretéritas de saúde, as condições ambientais, as condições sociais (local de moradia, renda, escolaridade, acesso a serviços de saúde) e os fatores genéticos. Mas, geralmente, os grupos mais vulneráveis são os mais atingidos, ou seja, os que mais sofrem, como as comunidades de baixa renda, crianças, os idosos e as gestantes. Além disso, as implicações da emergência climática para a saúde da população é uma ameaça com implicações significativas para a saúde pública", afirma.

De acordo com Hacon, o estresse térmico leva ao aumento de hospitalizações e da mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias. Nesse sentido, o 'novo normal' que é consequência da emergência climática, traz inúmeros impactos para a população brasileira.

"A estrutura social da população brasileira é extremamente complexa, com elevado grau de desigualdade social o que implica em uma variedade de impactos negativos para a saúde pública. Já estamos vivenciando uma emergência climática, na qual o 'novo normal', traz inúmeros impactos para a população brasileira. As previsões já indicam aumento das ondas de calor e de temperatura, todas essas alterações já estamos vivenciando. É urgente que o setor de saúde se estruture para capacitar os profissionais da saúde, assim como crie condições de logística e infraestrutura que atendam ao 'novo normal', evitando o aumento do adoecimento, internações, e óbitos que serão causados pelo aumento de temperatura", enfatiza a pesquisadora da Fiocruz.

Cuidados

A exposição as altas temperaturas, sem reposição de líquidos adequada, podem causar um desequilíbrio homeostático no organismo humano levando a algumas alterações cujos sinais e sintomas, mais comuns, são: tonteira, aumento da frequência cardíaca, sensação de desmaio, enjoo e dor de cabeça.

A prevenção é a alimentação mais leve, saudável e a boa hidratação a fim de evitar a desidratação, principalmente, nas pessoas idosas o que eleva ainda mais o risco de eventos cardiovasculares, sejam eles no coração ou cérebro", orienta o cardiologista José Garcia Neto.

Outras dicas, não menos importantes, são ficar em local arejado e ao abrigo do sol, evitar a exposição solar direta, em especial nos momentos mais quentes do dia, especialmente das 10h às 16h.

Sintomas

O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Desta forma, é importante ficar atento aos sinais e sintomas para procurar atendimento médico imediato.

De acordo com o cardiologista José Garcia Neto são cinco os sinais de alerta do AVC, todos eles sempre de início súbito.

"Os sintomas do AVC são fraqueza ou perda de movimento muscular de membros, seja de membros superiores ou inferiores; dor de cabeça, tonturas, vertigem e desmaio. Além disso, paralisias que acontecem de maneira súbita, perda da capacidade de falar ou se comunicar e alterações motoras bruscas", orienta.

O enfarte é a maior causa de mortes no país e a atenção aos sintomas faz toda diferença na hora de salvar uma vida.

"Em relação ao enfarte, os sintomas mais comuns são as dores precordiais, ou seja, na região do peito à frente do coração e com irradiação. Irradiações que podem ir para o braço esquerdo e em casos mais raros podem ir para o direito também. A dor (precordial) é opressiva e cuja sensação é de que tem alguma coisa apertando o tórax e assim causa dificuldade de respirar. Além disso, pode ser acompanhado de taquicardia, tontura, sudorese profunda e fria", explica o cardiologista José Garcia Neto.

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