O desaparecimento de um ente querido envolve um turbilhão de sentimentos. Passadas as primeiras horas quando não há uma notícia de alívio, a expectativa se transforma em temor do pior. Surgem dúvidas, questionamentos, análises de possibilidades e o desejo de um desfecho. E quando ele não vem por 15 anos, criando um vazio imenso? A partir do dia 26 até o dia 31 deste mês e ainda em setembro e outubro haverá uma mobilização nacional para identificação de pessoas desaparecidas, uma iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, com a participação das Secretarias de Segurança Pública de todas as 27 unidades da federação. Durante 15 anos, Ana Lúcia Gomes do Vale, moradora de Aparecida de Goiânia, esperou ter notícias da filha, Géssica Vieira do Vale, que desapareceu em 2008, aos 16 anos. A adolescente deixou a casa da família dizendo que iria visitar uma colega de escola e nunca mais foi vista. Na época, foi feito o registro policial e familiares e amigos se mobilizaram para tentar encontrar a jovem, mas não obtiveram nenhuma informação do paradeiro de Géssica. “Ninguém entrou em contato comigo, ninguém falou nada”, contou Ana Lúcia em vídeo encaminhado ao Laboratório de DNA da Polícia Técnico Científica de Goiás para explicar como obteve notícias da filha depois de tanto tempo.