Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (29) suspeitas de desviarem mais de R$ 60 milhões em grãos de uma multinacional, em Rio Verde, Sul do estado. A empresa contratava transportadoras para realizar o translado dos grãos e os proprietários das empresas determinavam a entrega da carga em um endereço diferente do acordado.Milho e soja eram embarcados pelas transportadoras terceirizadas e os motoristas eram encarregados de pegar as notas fiscais em fazendas, silos e armazéns. Com as notas em mãos, os condutores dos caminhões eram contactados pelos empresários, que determinavam a entrega da carga em um endereço diferente do estabelecido em contrato.&nbsp;A Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), que investiga o caso há cerca de um ano, deflagrou a Operação Expurgos para apurar as auditorias relacionadas à subtração de cargas dos grãos. De acordo com o delegado Alexandre Bruno, os desvios do dinheiro acontecem há cerca de dois anos, com prejuízo estimado de mais de R$ 60 milhões.No entanto, nenhuma ocorrência havia sido registrada. Até o momento, foram presos dois empresários, um gerente e um contador das empresas de transporte. “Também foram apreendidos vários caminhões e carros usados pelos criminosos. Acreditamos que com o decorrer das investigações, mais pessoas serão presas e indiciadas”, explicou Alexandre.CrimeOs suspeitos foram presos e enquadrados nos crimes de associação criminosa, estelionato e falsificação ideológica. As penas previstas são de até cinco anos de reclusão para os dois últimos crimes e de até oito anos para a formação de associação criminosa.Segundo o delegado, as investigações prosseguem no sentido de delimitar a atuação de cada um dos suspeitos, bem como o respectivo prejuízo que cada um causou à multinacional. A Decar entrou com um pedido de bloqueio de bens dos suspeitos para que pelo menos parte do dinheiro seja restituído à multinacional.Leia também:&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/empres%C3%A1rio-%C3%A9-condenado-a-cinco-anos-de-pris%C3%A3o-por-matar-transexual-com-tiro-no-rosto-em-rio-verde-1.2570990" target="_blank">Empresário é condenado a cinco anos de prisão por matar transexual com tiro no rosto, em Rio Verde</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/pol%C3%ADcia-prende-motorista-suspeito-de-roubo-de-cargas-de-combust%C3%ADvel-1.2492737" target="_blank">Polícia prende motorista suspeito de roubo de cargas de combustível</a>

Grupo é preso suspeito de desviar mais de R$ 60 milhões em grãos de multinacional em Rio Verde

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Eles contra nós&nbsp;

Lemos e ouvimos todos os dias nos jornais, no rádio, na TV, em toda rede midiática sobre o nosso dinheiro. Nós, somos os trabalhadores, pessoas comuns que levantam cedo, vão à padaria, à feira, ao mercadinho; enfrentamos filas de ônibus, filas do SUS, filas dos inúmeros benefícios sociais. Nós, somos aqueles que entregamos a eles nosso sofrido dinheirinho na forma de impostos. Eles, por sua vez, são aqueles que se juntam nas Câmaras municipais, nas Assembleias Legislativas, nos Tribunais de Justiça, no Senado, nas grandes corporações para encontrar meios de nos assaltar na forma de projetos que nunca se realizam ou que se realizam parcialmente, não raras vezes sem antes terem suas mãos agraciadas com propinas, comissões, benefícios maquiavelicamente engendrados para esvaziar nossos bolsos e encher os deles. Isso mesmo, nós somos aqueles que ingenuamente entregamos nosso voto, acreditando que eles honrarão suas promessas, seus compromissos de campanha. Ledo engano! São centenas, milhares de funcionários, auxiliares, comissionados, parentes, prepostos que se beneficiam de suplementos trabalhistas, viagens ao exterior, rachadinhas, veículos caros, festas, orçamentos secretos, jabutis, penduricalhos isentos de impostos, enfim, um cem número de benesses pagas por nós a eles. Até quando isso irá persistir? Quando iremos frear essa derrama?&nbsp;

Sérgio de Mello&nbsp; 
Setor Marista - Goiânia

Obra na GO-164

Uma intervenção na GO-164, entre as cidades de Goiás e Faina, tem gerado transtornos significativos a moradores, turistas, caminhoneiros e produtores rurais que utilizam a rodovia. Uma obra de tapa-buracos que se arrasta há meses, sem a devida sinalização horizontal ou vertical, vem colocando em risco a segurança de motoristas e passageiros. 
De forma ainda mais preocupante, justamente agora na temporada do Rio Araguaia - período de intenso fluxo turístico -, optou-se por interditar parcialmente a via para recapeamento, demonstrando evidente falta de planejamento. 
Infelizmente, atitudes como essa, apesar do farto recurso arrecadado com a taxa do agro, revelam descaso e falta de responsabilidade por parte da Goinfra, especialmente no que diz respeito à segurança viária da população.

Orion Andrade de Carvalho 
Setor Oeste - Goiânia&nbsp;

Cartas dos Leitores

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Cartas

No espaço celestial destinado aos que exerceram funções políticas na terra, é fácil encontrar almas conhecidas e até amigas. Formam grupos comunitários atraídos pelo que tinham em comum enquanto vivos- partidos, parcerias, canais de influência. Por outro lado, alguns mantêm distância dos que lhes criaram embaraços em suas atuações.

Não é diferente dos que vivem aqui. Em suas pós vidas continuam promovendo estripulias diante de qualquer distração de Deus. Outras almas, pelas suas extravagâncias terrenas-que extrapolaram as medidas para o perdão- devem estar se desmanchando na caldeira do “coisa ruim”.

Entre os que desfrutam regalias aqui, alguns empreendem voos imaginários por lá. São viagens exploratórias para colherem amostras do ambiente. Cientes da não imortalidade nessa terra de privilégios, querem saber quais compensações vão encontrar num lugar onde não tem eleitor, doador de campanha, licitação, oportunidades para os superfaturamentos. É um lugarzinho que decepciona qualquer pecador convicto.

De vez em quando passeia por lá um sujeito diferenciado: elegante, bem apessoado, num cavalo baio de ancas reluzentes, ora andando em marcha picada, ora galopando. Pergunta sobre os valores da terra, a arroba do boi, as expectativas sobre a safra. Mas quando aparece um corretor, ele muda a prosa.

Indaga a um assessor infiel de São Pedro como está a lista de espera por lá. Quem já está com passagem carimbada, se tem algum opositor a caminho. Mas, não deixa de perguntar também sobre as anotações no livro de débitos. Isso o preocupa porque lá não tem Propag.

Esse líder anda com um arcanjo na garupa. Gente boa, que vem acompanhando os passos do dono das rédeas. Claro, ele deve se tornar o titular dessa sela acolchoada, com o cavaleiro-mor buscando outros caminhos.

O Arcanjo, no começo, arrastava as asas. Mas isso, quando era um anjo em ambiente político. O tempo voou. Seus conselheiros mais experientes também partiram. Mesmo já sendo um arcanjo empenado não dispensa a orientação dos que dominam os instrumentos de voo.

Bem focado, não tem pressa em buscar audiências com os mestres que já se foram. Ao contrário, consulta os conselheiros vivos de sua confiança sobre os caminhos para a assunção ao posto maior. Sua juventude lhe garante vigor para a espera. Tem tempo e sabedoria para engolir seco a cada minuto dessa eternidade.

Sabe saborear o café numa xícara vazia. E como entende que uma escala passa por vários patamares, está certo também de que espichando as pernas pode galgar alguns degraus, mas sabe a hora de mudar o passo para não pisar no pé de ninguém.

Hamilton Carneiro,&nbsp;graduado em Letras, cientista político e publicitário. Exerce o&nbsp;marketing político-eleitoral.&nbsp;É membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

O mestre e o arcanjo

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Hamilton Carneiro

Proposta de reforma do Código Civil pretende submeter o aluguel por plataformas digitais, como Airbnb e Booking, à aprovação expressa da convenção condominial. Trata-se de um avanço necessário para o equilíbrio entre o direito individual e o interesse coletivo. Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não se trata de limitar a propriedade privada, mas de regulamentar um uso que afeta diretamente a segurança, a tranquilidade e a rotina dos demais condôminos.

O modelo de “hospedagem atípica” — nome técnico dado ao aluguel temporário por aplicativos — transformou condomínios residenciais em verdadeiros estabelecimentos comerciais disfarçados. A alta rotatividade de hóspedes, a falta de vínculo com as normas internas e os constantes relatos de incômodos demonstram que essa prática, ainda que legítima sob a ótica econômica, precisa ser reavaliada sob o prisma da convivência, do interesse coletivo.

É inegável que plataformas como Airbnb revolucionaram o setor turístico e ampliaram as possibilidades de renda para muitos proprietários. No entanto, os impactos negativos sobre a coletividade não podem ser ignorados. Condomínios são espaços de uso compartilhado, cujo funcionamento harmônico depende de regras claras e respeito mútuo. Quando um morador transforma sua unidade em uma hospedagem de curto prazo, ele impõe aos vizinhos um fluxo constante de estranhos, sobrecarrega a estrutura comum e fragiliza o controle de segurança — e tudo isso sem a anuência dos demais.

O projeto de lei em discussão no Senado traz uma solução sensata: permitir esse tipo de locação apenas quando houver autorização expressa em convenção ou decisão em assembleia geral. Isso significa devolver aos condôminos o direito de decidir, coletivamente, sobre o que consideram adequado para o seu ambiente de moradia. Afinal, se o condomínio é de todos, nada mais justo do que todos opinarem sobre usos que afetam o bem-estar comum.

Em razão de ausência de legislação específica, o assunto já foi alvo de decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em 2021, uma decisão do Tribunal determinou que condomínios residenciais podem impedir o uso de imóveis para locação por plataformas como o Airbnb.

A regulamentação traz segurança jurídica e previsibilidade aos empreendimentos. Hoje, a controvérsia acaba sendo resolvida no Judiciário, caso a caso, gerando incertezas e disputas entre vizinhos. Com uma norma clara no Código Civil, ganha-se em estabilidade e transparência.

Portanto, não se trata de proibir o aluguel por aplicativos, mas de garantir que ele ocorra de forma ordenada, com respaldo coletivo. O direito à propriedade não é absoluto e, em contextos como o condomínio, deve ser exercido com responsabilidade social. A reforma do Código Civil reconhece isso e sinaliza um caminho mais justo e equilibrado para todos os envolvidos.

Jefferson Coelho, advogado, especialista em Direito Condominial, Público e Tributário

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

Direito individual e convivência

Jefferson Coelho

O Centrão, ou boa parte dele, vinha impondo derrotas para o governo e articulando a entrega de ministérios até setembro, para cerrar fileiras com o bolsonarismo a um ano da eleição presidencial, mas estancou o movimento diante do sucesso da campanha “pobres contra ricos” e agora, com os ataques de Donald Trump, em vez de marchar contra o governo, recolhe as armas, faz meia-volta volver e entra na onda de defesa da soberania nacional.

Depois de momentos graves e humilhações no Congresso, Lula tem expectativa de resgatar pontos nas pesquisas e começa a recuperar condições de governabilidade - ou seja, o diálogo e as negociações com Câmara e Senado. Como se sabe, o Centrão ora vai para um lado, ora para outro, e acaba de ser empurrado por Trump para Lula, querendo distância prudente de Jair Bolsonaro.

Lula estava acuado, mas ganhou a bandeira da soberania, recuperou as rédeas e abriu caminhos para quem, de fato, interessa no Congresso, ao confirmar que a eminência parda por trás do deputado Hugo Motta é o senador Ciro Nogueira, expoente do Centrão e ex-chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro, e não seu antecessor Arthur Lira - de quem Lula se reaproxima, inclusive com tratativas sobre o jogo eleitoral em Alagoas.

É nesse clima, ainda tenso, mas menos beligerante, que o Supremo sedia hoje a audiência pública entre Executivo e Legislativo sobre o IOF e o equilíbrio fiscal. Vai ser a portas fechadas e o resultado é incerto, mas as condições parecem bem melhores do que há 15 dias, quando a guerra estava no auge.

Enquanto isso, o STF reage à proposta indecente de Trump e Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro, de trocar o fim dos processos do golpe pelo fim de tarifas de 50%. Seu presidente, Luís Roberto Barroso, lançou carta com defesa do Judiciário e “fatos concretos” sobre a tentativa de golpe, o julgamento avança, a PGR tem pronto seu parecer sobre o “núcleo crucial”, o núcleo 2 entra no foco e novos depoimentos continuam chocando o País.

Do outro lado, Geraldo Alckmin assume o comitê interministerial para ouvir os setores-alvo do tarifaço e aprofundar a união nacional contra a chantagem e a invasão de Trump em assuntos internos do Brasil. Alckmin conhece bem o setor privado. É o homem certo, na hora certa, e faz contraponto a Tarcísio de Freitas, que conseguiu desagradar a todos ao mesmo tempo.

Com soberania e amor próprio nacional não se brinca e o ambiente político sofreu uma reviravolta. Lula está saindo das cordas, o bolsonarismo se enrolando nelas e o Centrão, que não é bobo nem nada, está de olho nesse ringue.

Eliane Cantanhêde, jornalista

Centrão: pausa para pensar

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Eliane Cantanhêde

O Popular