Um guarda civil municipal foi preso suspeito de espancar a esposa grávida com socos, chutes e pontapés. De acordo com a Polícia Civil (PC), João Paulo Borges Neto, de 37 anos, deve responder por tentativa de feminicídio, injúria e ameaça.&nbsp;

(ATUALIZAÇÃO: João Paulo Borges Neto foi absolvido da acusação por insuficiência de provas e teve o processo arquivado. A informação foi atualizada em 31 de outubro de 2025.)

O cumprimento de mandado de prisão preventiva aconteceu na última quinta-feira (11), mas o crime foi registrado em abril. À época, a vítima de 24 anos, precisou ser hospitalizada, devido a gravidade dos ferimentos.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/guarda-civil-e-suspeito-de-agredir-com-socos-e-chutes-a-mulher-gravida-em-goiania-1.3018953" target="_blank">Guarda civil é suspeito de agredir com socos e chutes a mulher grávida, em Goiânia</a> 
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Em entrevista à TV Anhanguera, a jovem, que preferiu não ser identificada, contou que durante o episódio de agressão, ela estava no primeiro mês de gestação e que chegou a ficar inconsciente.&nbsp;

"Ele me acordava e me dava mais socos. Ele me disse que eu não sairia viva dali e que era o meu último dia", contou a vítima.

A gestante ainda contou que as agressões começaram após ela esconder a arma que ele tinha em casa. E que pensou que iria morrer.&nbsp;

"Eu escondi a arma dele e a partir daí começou uma sessão de tortura e espancamento (...) Eu tinha certeza que eu ia morrer ali" afirmou.

A Polícia Civil (PC) informou que após receber alta médica, a gestante registrou um boletim de ocorrências contra guarda civil militar, que abandonou o cargo público exercido e fugiu, sendo localizado na última quinta (11).&nbsp;

João Paulo Borges Neto estava cedido desde julho de 2020 pela GCM para atuar como segurança particular no gabinete de Lucas Kitão, vereador da capital. No entanto, após as denúncias ele foi exonerado do cargo que exercia para Lucas Kitão e devolvido à Prefeitura de Goiânia.

Em nota, o gabinete do vereador afirmou que não concorda com condutas violentas de seus servidores e que, por esse motivo, o servidor em questão foi exonerado horas depois de cometer os atos de violência doméstica. Afirmou ainda que segue acompanhando o caso até que haja a devida responsabilização.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) emitiu nota informando que o João Paulo estava afastado das funções administrativas e operacionais da corporação desde 2020 e que foi aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração dos fatos. A corporação ainda reiterou que repudia veementemente a conduta do agente.

Guarda Civil é preso por tentativa de homicídio após espancar a mulher grávida com socos e chutes

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Matéria - Cidades

TENTATIVA DE FEMINICÍDIO

A arma e munição que João Paulo Borges Neto usava em suas funções como Guarda Civil Metropolitano (GCM) foram apreendidas após determinação judicial, na madrugada deste sábado (15). A apreensão aconteceu devido a denúncias de violência doméstica que a esposa do servidor fez contra ele na última quinta-feira (13).

(ATUALIZAÇÃO: João Paulo Borges Neto foi absolvido da acusação por insuficiência de provas e teve o processo arquivado. A informação foi atualizada em 31 de outubro de 2025.)

Segundo informações da Polícia Civil (PC), o guarda teria espancado sua mulher, que está grávida de quatro semanas, após ela ter escondido sua arma. A vítima afirma que agiu dessa forma por ter percebido mudanças no comportamento do esposo e por temer por sua segurança após uma discussão do casal. “Eu escondi a arma dele e a partir daí começou uma sessão de tortura e espancamento”, afirmou a gestante à TV Anhanguera.&nbsp;

Em seus relatos à PC, a vítima afirma que encontrou mensagens nas redes sociais do marido que mostravam que ele estava sob o efeito de cocaína. Após descobrir o uso de drogas por parte do esposo, a gestante teria o confrontado e, a partir daí, começaram a discussão. Ao chegar em casa, por volta das 16hrs da última quinta-feira (13), João Paulo teria começado as agressões enquanto perguntava sobre sua arma.&nbsp;&nbsp;

“Ele me deu soco, tapa e pontapé. Eu desmaiava, ele me acordava e me dava mais socos. Ele me disse que eu não sairia viva dali e que era o meu dia", revelou a esposa.

Após as denúncias, João Paulo foi desligado de suas funções públicas junto ao vereador Lucas Kitão (PSD). A GCM informou que o servidor já estava afastado das funções administrativas e operacionais da Guarda e que, agora, será aberto procedimento administrativo disciplinar para investigar o caso.&nbsp;

A vítima das agressões teve um atendimento inicial e foi liberada, entretanto, a gestante voltou a ser internada na manhã deste sábado (15) após apresentar descolamento de placenta, o que põe em risco sua gravidez.&nbsp;

Posicionamentos oficiais

A Justiça de Goiás concedeu medidas protetivas de urgência à vítima. O suspeito não pode se aproximar da vítima (numa distância mínima de 500 metros) durante 180 dias ou enquanto durar a ação penal do investigado. Também estão proibidos quaisquer contatos entre vítima e agressor, mesmo que virtuais.&nbsp;&nbsp;

A Guarda Civil Metropolitana, por meio de nota, se coloca à disposição para as investigações da PC e repudia as ações do guarda exonerado. “Nossas ações são baseadas nos direitos humanos, proteção à vida e o fortalecimento da sociedade”, afirmam.&nbsp;

Leia também:&nbsp;

-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/guarda-civil-e-suspeito-de-agredir-com-socos-e-chutes-a-mulher-gravida-em-goiania-1.3018953" target="_blank">Guarda civil é suspeito de agredir com socos e chutes a mulher grávida, em Goiânia</a>

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Arma de GCM suspeito de agredir mulher grávida é apreendida após determinação judicial

INVESTIGAÇÃO

WEBSTORIES: Associação de militares critica nome de 'Polícia de Goiânia' nas viaturas da GCM

WEBSTORIES: Associação de militares critica nome de ‘Polícia de Goiânia’ nas viaturas da GCM

VIATURA DESFILE GCM

WEBSTORIES: Viaturas da GCM terão adesivos com nome de Polícia de Goiânia, diz Mabel

<img attr-cid="policy:1.3329996" attr-version="policy:1.3329996:1761758004" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3329996/WhatsApp Image 2025-10-29 at 13.51.54.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Viatura da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Goiânia que leva a nova plotagem "Polícia de Goiânia". (Divulgação / GCM)

A Associação dos Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás (Assego) criticou o nome “Polícia de Goiânia” nas viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) da capital. No início de outubro, o prefeito Sandro Mabel (UB) <a href="https://opopular.com.br/politica/viaturas-da-gcm-ter-o-adesivos-com-nome-de-policia-de-goiania-diz-mabel-1.3319681" target="_blank">apresentou a adesivação das novas viaturas</a> da corporação com a nomenclatura, que também foi exibida no desfile do aniversário da cidade, na última sexta-feira (24). Para o presidente da Assego, o subtenente Paulo Sérgio de Souza, nenhum Estado ou Município pode criar polícia ou quaisquer instituições de segurança, e que dar esse título é atribuição da Constituição Federal: “Vai ter que ser defeito isso”.

<cite>Quem configura as instituições de segurança pública no Brasil é a Constituição Federal, ali no seu artigo 144, bem como as atribuições de cada instituição. Então, nenhum ente, nenhum estado, nenhum município podem criar polícia. Então, essa medida aqui adotada pela Prefeitura de Goiânia, para dar o título de polícia para as guardas municipais, fere princípio constitucional. Muito provavelmente vai ter que ser desfeito isso", afirmou.</cite>

<div attr-cid="policy:1.3330045" attr-version="policy:1.3330045:1761766648" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3330045" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3330045', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3330045">WEBSTORIES: Associação de militares critica nome de ‘Polícia de Goiânia’ nas viaturas da GCM (1.3330045)</a></div>

Em nota, a GCM disse ao POPULAR que a nova plotagem não exclui sua identidade original e institucional, e que “refere-se apenas a acréscimos de identificação feitos com base na atividade desempenhada por cada unidade”. Acrescentou que a mudança visual será realizada de forma gradual em acompanhamento ao processo de renovação dos veículos (veja a nota completa no final da matéria). Até o momento, sete viaturas foram plotadas com o novo nome.&nbsp;

Segundo o presidente da Assego, a mudança visual das viaturas não trará qualquer benefício para a população, a não ser que haja investimento na estrutura.&nbsp;

"Eu não vejo nenhum ganho para população, até porque o que o povo precisa é de pragmatismo. Nós precisamos de medidas de endurecimento contra o crime organizado. Nós precisamos de fortalecimento às instituições de segurança. Eu dar título de polícia não estou fortalecendo a instituição. Eu preciso de investimento nos agentes e em tecnologia. O que importa são instituições fortalecidas, e essa mudança de nomenclatura, ela não atende o anseio público ", salientou.&nbsp;&nbsp;

Paulo Sérgio ressaltou ainda que tramita no Congresso Federal a Proposta de Emenda Constitucional (PEC )18 que, entre as mudanças na segurança, prevê a possibilidade de guardas civis serem instituídos para policiais. Contudo, para ele, a matéria tem uma intensa resistência contrária.&nbsp;

<cite>Não foi aprovada ainda e corre o risco de não ser. Então, a mudança de qualquer município no Brasil da denominação de guarda para polícia é uma antecipação de uma matéria constitucional”, alertou.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="http://opopular.com.br/politica/viaturas-da-gcm-ter-o-adesivos-com-nome-de-policia-de-goiania-diz-mabel-1.3319681" style="font-size: 12px;" target="_blank">Viaturas da GCM terão adesivos com nome de Polícia de Goiânia, diz Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-guardas-municipais-devem-ser-treinados-para-aplicar-multas-e-realizar-testes-de-bafometro-em-goiania-diz-gcm-1.3221355" target="_self">Mais guardas municipais devem ser treinados para aplicar multas e realizar testes de bafômetro em Goiânia, diz GCM</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/gcm-intensifica-fiscalizac-o-a-descarte-irregular-de-lixo-em-goiania-1.3218474" target="_self">GCM intensifica fiscalização a descarte irregular de lixo em Goiânia</a></div>

<h2>"Fortalecimento"</h2>

Na última sexta-feira (24), durante o desfile da corporação no aniversário de 92 anos de Goiânia, o apresentador narrou que se tratava de uma nova identidade visual, aprovada pela Secretaria Municipal de Comunicação, que representava o “fortalecimento institucional”, que “segue os parâmetros constitucionais de impessoalidade previstos no artigo 37” (veja o vídeo abaixo).&nbsp;

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<h2>STF&nbsp;</h2>

Na capital de São Paulo, o Supremo Tribunal Federal (STF), manteve decisão da Justiça que suspendeu a mudança de nome da Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal. A decisão do ministro do STF, Flávio Dino rejeitou o pedido da Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais (Fenaguardas) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1214.&nbsp;

O ministro afirmou que a Constituição Federal é clara ao estabelecer que os municípios podem manter “guardas municipais”, e não “polícias municipais”, pois se trata de uma opção jurídica e política deliberada, “resultado de uma escolha que reflete a distinção entre os diferentes órgãos de segurança pública”.&nbsp;&nbsp;

“Permitir que um município altere essa nomenclatura por meio de lei local criaria um precedente perigoso, podendo levar à modificação arbitrária de outras instituições constitucionalmente nomeadas”, ressaltou Dino na decisão.&nbsp;

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<h2>Nota da GCM&nbsp;</h2>

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Goiânia esclarece à população e à imprensa que a alteração na plotagem das viaturas não exclui a nomenclatura original nem retira sua identidade institucional, mas apenas utiliza outra denominação “sem desnaturar a instituição”.&nbsp;

As mudanças visuais realizadas nas viaturas referem-se apenas a acréscimos de identificação, feitos com base na atividade desempenhada por cada unidade e a substituição da plotagem da frota será executada de forma gradual, acompanhando o processo de renovação dos veículos.&nbsp;

As atividades policiais e administrativas continuam a ser exercidas em estrita observância à legislação vigente e às decisões do Supremo Tribunal Federal. Reforçamos nosso compromisso com a transparência, a legalidade e a segurança da população de Goiânia.&nbsp;

&nbsp;

&nbsp;

Associação de militares critica nome de 'Polícia de Goiânia' nas viaturas da GCM

POSICIONAMENTO

A medida do prefeito Sandro Mabel (UB) de abordar pessoas que utilizam tornozeleira eletrônica gerou controvérsia. Órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) e a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) emitiram notas manifestando preocupação com a iniciativa. O prefeito de Goiânia defende que a atuação é parte da estratégia de “tolerância zero” para reforçar a segurança urbana.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Durante a Operação Saturação/Integração, realizada pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e pela Polícia Penal nesta segunda-feira (20), 40 pessoas foram abordadas. Dessas, sete usavam tornozeleira eletrônica e uma foi encaminhada para a Seção Integrada de Monitoração Eletrônica (Sime) por violar a área de permanência autorizada. Outras duas foram orientadas a se adequar às regras e quatro foram liberadas. Este foi o balanço da primeira ação conjunta após o anúncio feito pelo prefeito nas redes sociais, no domingo (19).

Segundo a Polícia Penal, há 4.949 indivíduos monitorados na Grande Goiânia. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) não informou quais crimes foram cometidos por eles. A GCM declarou que as abordagens ocorreram em pontos de tráfico e uso de drogas para verificar o cumprimento de medidas judiciais e que as operações serão realizadas de forma sistemática, conforme planejamento das duas instituições.

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Nas redes sociais do prefeito, a ação ganhou destaque. No sábado (18), Mabel afirmou ter conversado com o governador Ronaldo Caiado (UB) e anunciou que, a partir de agora, quem usa tornozeleira eletrônica e não estiver trabalhando “vai voltar para o presídio”. No domingo (19), dois vídeos com imagens da operação foram divulgados. Na legenda, o chefe do Executivo goianiense destacou: “Em Goiânia, trabalha ou volta para a prisão”.

Para o presidente da Comissão de Execução Penal da OAB-GO, Alan Cabral Júnior, a operação é “inconstitucional e ilegal”. Ele explica que o monitoramento eletrônico, seja como medida cautelar ou como forma de cumprimento de pena, “é de controle exclusivo do Poder Judiciário”.

O advogado complementa que a medida abre espaço para a “criminalização da pobreza”. “Prender pessoas e levá-las ao regime fechado apenas porque não têm trabalho é criminalizar quem não consegue uma ocupação”, conclui.

Segundo Cabral, a operação estigmatiza pessoas egressas do sistema prisional. “Trata-se de aporofobia, a aversão ao pobre. É uma antecipação de punição, um castigo preventivo que o direito penal não admite. No Brasil, em regra, só se pune a partir da execução de um crime, não pela suposição de que ele possa ocorrer”, disse.

O advogado ainda explica que a Guarda Municipal não pode exercer funções de polícia penal ou judiciária, limitando-se à proteção de bens e interesses do município, conforme o artigo 144 da Constituição Federal. “Causa espanto ver uma força municipal atuando em ações típicas do sistema prisional. Isso é inconstitucional e ilegal”, reforçou.

Questionado sobre a forma correta de agir em caso de descumprimento das medidas, o presidente da comissão explicou que apenas a Polícia Penal pode comunicar o fato ao Poder Judiciário, a quem cabe decidir sobre a regressão de regime ou a decretação de prisão preventiva. “Tudo passa pela análise do juiz. Se o monitorado corta a tornozeleira ou sai da área autorizada, o caso é reportado e o Judiciário convoca para justificar. Só depois disso, e com decisão fundamentada, é possível aplicar sanção. Fora desse rito, qualquer ação é arbitrária”, detalhou.

Em nota, a OAB-GO mostrou preocupação com as declarações de Mabel. Para a Ordem, “o tema envolve direitos e deveres de indivíduos em cumprimento de pena” e ressaltou a importância da separação dos Poderes, da segurança jurídica e de políticas de reintegração social.

O Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), também avaliou que qualquer medida que fuja a decisões judiciais sobre regressão de regime de pessoas em monitoramento eletrônico é inconstitucional.

A Defensoria Pública explicou que os monitorados se dividem em dois perfis: o primeiro, de pessoas com processo criminal em andamento, para as quais vale a presunção de inocência; e o segundo, de apenados que progrediram de regime por bom comportamento, avançando no processo de ressocialização.

Para o advogado criminalista e conselheiro federal da OAB, Pedro Paulo de Medeiros, a Prefeitura não tem atribuição legal para fiscalizar pessoas sob monitoramento eletrônico: “Isso é assunto exclusivo da legislação federal. Quem aplica as medidas são os juízes, provocados pelo Ministério Público e pelas polícias.”

O advogado explica que cabe ao Estado regulamentar o cumprimento das penas e que os municípios não têm legitimidade para interferir nesse campo. Ainda assim, ele reconhece que o prefeito, como cidadão e gestor público, pode opinar e cobrar fiscalização por parte dos órgãos competentes: “O que o prefeito de Goiânia fez foi, penso eu, como cidadão e como representante de um grupo social, provocar e vocalizar a vontade de que haja uma melhor fiscalização”, avaliou. “Mas ele e a Prefeitura não têm qualquer atribuição ou legitimidade para fazer esse tipo de controle.”

Em entrevista ao POPULAR, Sandro Mabel afirmou que a operação é realizada “junto com a Polícia Penal”, mas reconheceu que o município não possui competência direta sobre o cumprimento de sentenças. “Não é um trabalho da Prefeitura, não. É um trabalho da segurança pública da Prefeitura”, disse, em referência à GCM.

Apesar da tentativa de distinção, o discurso do prefeito evidencia a sobreposição de papéis. “Nós chamamos o pessoal penal e vamos ajudar a tomar conta desse assunto para que as pessoas que não possam estar na rua, que estão cumprindo pena, não fiquem na rua”, afirmou. Em outro momento, Mabel explicou o que acontece com as pessoas flagradas fora do horário permitido: “Se elas não estiverem indo para o endereço que declararam para o juiz, elas vão para a cadeia.” Mabel justifica a atuação como parte de uma estratégia de “tolerância zero” e reforço da segurança urbana. “Nós temos mais efetivo. Junto com eles, vamos ser muito mais fortes. E a cidade é nossa. Então, precisamos cuidar bem dela”, disse, ao defender que pessoas com tornozeleira devem respeitar horários de circulação, sob pena de recolhimento.

A Prefeitura também associa a medida a ações de reinserção social, como a oferta de cursos e empregos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “A base para uma pessoa é o emprego. E para conseguir um, ela precisa estar qualificada”, afirmou Mabel. Segundo ele, mais de 2 mil pessoas em situação de rua teriam sido encaminhadas para vagas de trabalho ou tratamento social, embora o prefeito não tenha detalhado critérios de seleção ou monitoramento desses casos.”

<h2>Quatro perguntas para Sandro Mabel</h2>

Prefeito de Goiânia explica participação da GCM em ação da Polícia Penal&nbsp; 
 
Por que a GCM decidiu neste momento fazer parte dessas abordagens? 
Decidimos apertar o cerco. Temos um efetivo maior e, atuando em conjunto, seremos muito mais fortes. A cidade é nossa e precisamos cuidar dela. 
 
Mas esse não é um trabalho da Prefeitura, que não tem poder para regredir a pena de presos. O que farão exatamente? 
É um trabalho da segurança pública do município. A Guarda Municipal tem o dever de zelar pela cidade. Por isso, convocamos a Polícia Penal para nos ajudar a garantir que as pessoas que deveriam estar cumprindo pena não permaneçam nas ruas. 
 
O sr. menciona, em seu vídeo, que cursos serão oferecidos. Como isso vai funcionar? 
O melhor benefício social para uma pessoa é o emprego e, para isso, ela precisa estar qualificada. Nós oferecemos cursos para que elas tenham essa condição. Nesses casos, a Prefeitura financia cursos de aperfeiçoamento no Senai, e as próprias construtoras também investem nisso. É um processo de recuperação.&nbsp; 
 
Já existem vagas para esses cursos?&nbsp; 
O encaminhamento é feito pela Assistência Social. Trabalhamos de forma integrada. Quando a GCM e a Polícia Penal identificam alguém interessado em um curso ou em alguma outra forma de ajuda, essa pessoa é direcionada para nossa Assistência Social. Já temos as vagas, os cursos, o vale-transporte e todo o suporte necessário. Tudo o que a pessoa precisar para se reintegrar, nós oferecemos.

1º dia de operação aborda 40 pessoas com tornozeleira eletrônica em Goiânia

Controvérsia

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), anunciou na manhã desta quinta-feira (2), durante apresentação na Câmara Municipal de Goiânia, que as viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) terão adesivos com o nome de Polícia de Goiânia.&nbsp;

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Em nota enviada ao POPULAR, a GCM destacou que a corporação passará a utilizar o termo “polícia” para se referir ao serviço que presta à população.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3319764" attr-version="policy:1.3319764:1759447372" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3319764" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3319764', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3319764">WEBSTORIES: Viaturas da GCM terão adesivos com nome de Polícia de Goiânia, diz Mabel (1.3319764)</a></div>

De acordo com a GCM, a medida busca alinhar a comunicação da corporação ao papel de policiamento administrativo e preventivo desempenhado pelas guardas municipais, reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto do Sistema Único de Segurança Pública. &nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-guardas-municipais-devem-ser-treinados-para-aplicar-multas-e-realizar-testes-de-bafometro-em-goiania-diz-gcm-1.3221355" target="_self">Mais guardas municipais devem ser treinados para aplicar multas e realizar testes de bafômetro em Goiânia, diz GCM</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/gcm-intensifica-fiscalizac-o-a-descarte-irregular-de-lixo-em-goiania-1.3218474" target="_self">GCM intensifica fiscalização a descarte irregular de lixo em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/guarda-civil-impede-assistencia-a-pessoas-em-situac-o-de-rua-em-goiania-1.3265564" target="_self">Guarda Civil impede assistência a pessoas em situação de rua em Goiânia</a></div>

Conforme ressaltou a corporação, não haverá mudança de nomenclatura institucional, continuando sendo identificada oficialmente como GCM Goiânia.&nbsp;

Ainda de acordo com a GCM, o veículo plotado em questão é da frota própria da instituição, modelos Corolla e Yaris, doados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A frota será trocada com encerramento do contrato. &nbsp;