O Sistema Único de Saúde (SUS) realizou a primeira cirurgia de tireoplastia pela rede estadual goiana nesta sexta-feira (18). O procedimento consiste na redução da proeminência laríngea, popularmente conhecida como pomo de adão. O procedimento é uma demanda do público LGBTQIAPN+, já que contribui para a feminilização física das mulheres trans. Para além das questões estéticas, o procedimento colabora para a reafirmação da identidade de gênero desta parte da população.

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O procedimento ocorreu no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). Outras dez cirurgias do tipo estão programadas pelo hospital para acontecerem nas próximas semanas. O médico otorrinolaringologista do HGG Edson Fernandes foi o responsável pela cirurgia. O procedimento foi incluído no SUS pela portaria nº 2.803, de 19 de novembro de 2013, do Ministério da Saúde, que redefine e amplia o processo transexualizador no SUS.

A tireoplastia consiste na redução da cartilagem do pomo de adão. Entretanto, Fernandes aponta que a cirurgia é de alta complexidade, já que envolve uma área delicada. “A região do pescoço possui vasos e nervos importantes, além das cordas vocais”, esclarece. O médico reforça que a tireoplastia não altera a voz das pacientes. Para esse fim, existe a glotoplastia, que envolve mudanças nas cordas vocais para deixar a voz mais aguda e feminina.

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O otorrinolaringologista avalia que a tireoplastia é uma forma de contribuir para a melhora da autoestima das pacientes trans, já que o pescoço é uma região muito aparente. Nesse sentido, o coordenador do Serviço de Identidade de Gênero, Transexualidade e Intersexualidade (Projeto TX) do HGG, João Lino Franco Borges, pontua que a cirurgia vem justamente para trazer alívio psíquico para a população trans, já que muitas dessas pessoas não se identificam com partes do próprio corpo, o que causa pode desencadear quadros de doenças psiquiátricas. “Estamos prevenindo futuros problemas de saúde mental”, pondera.

Borges ressalta que o início da oferta da tireoplastia pela rede pública estadual deve ser celebrado, já que incrementa a assistência à saúde da população trans, que, historicamente, é marginalizada e tem dificuldade de acesso a esses serviços. “Ainda hoje, é muito restrito em todo o território nacional. Por isso, é tão positivo o movimento de ampliar os procedimentos que fazemos aqui”, afirma.

As pacientes que serão submetidas à tireoplastia no HGG são acompanhadas pelo Projeto TX. Ao todo, 38 pessoas que fazem parte do serviço manifestaram interesse no procedimento e vão passar por uma avaliação. “Todas as novas pacientes que entrarem (no serviço) também terão essa opção”, explica Borges. Em 2023, o HGG foi habilitado pelo Ministério da Saúde para atendimento nas modalidades ambulatorial e hospitalar. A unidade realiza consultas e cirurgias de modificações corporais, como mastectomias, implantes de próteses mamárias e histerectomia, além de cirurgias de redesignação sexual.

<h2>Realização</h2>

A primeira paciente a passar por uma tireoplastia na rede estadual goiana foi Lívia Costa, de 28 anos. Ela faz acompanhamento no HGG desde 2017, ano em que o Projeto TX começou a funcionar. “Eu já tinha interesse em fazer essa cirurgia. É mais um passo em um processo de adequação que começou lá atrás. Vou me sentir melhor e mais segura para tirar fotos e vídeos, por exemplo”, conta. Lívia reforça que nem todas as mulheres trans sentem a necessidade de fazer o procedimento. “Entretanto, para outras, é uma questão”, diz.

Lívia é uma ativista dos direitos da população trans. Ela atua no Instituto Nacional de Mulheres Redesignadas (Inamur) e na Associação Goiana de Pessoas Trans (UniTransGO). “A ideia é estar sempre ajudando outras meninas trans”, assinala. Por isso, ela celebra o fato de ter conseguido fazer a cirurgia de forma totalmente gratuita e espera que o procedimento alcance mais mulheres o quanto antes. “Não está dentro da realidade (financeira) da maioria das pessoas”, aponta Lívia.

Nesse sentido, a ativista salienta que o procedimento vai além das questões estéticas. “É sobre a nossa autoestima. Para nos sentirmos cada vez mais quem nós realmente somos”, frisa. Com a tireoplastia, Lívia considera que um ciclo da própria história será encerrado, já que ela não pretende fazer mais nenhuma intervenção cirúrgica a fim de reafirmar a própria identidade de gênero. “Vai ser a cereja do bolo”, finaliza.

<h2>Projeto TX acompanha 504 pacientes</h2>

Atualmente, o Serviço de Identidade de Gênero, Transexualidade e Intersexualidade (Projeto TX) do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) acompanha 504 pacientes. Desde que o serviço começou, em 2017, já foram feitos 14,2 mil atendimentos, entre consultas ambulatoriais e cirurgias. Há sete anos, o HGG oferece à população trans atendimento médico e multiprofissional.

O Projeto TX, para homens e mulheres trans, contempla atendimento com a equipe multidisciplinar composta por três ginecologistas, um psiquiatra, três psicólogos, fonoaudiólogos e enfermeiros, além de profissionais que atuam nas áreas de cirurgia plástica, mastologia, urologia, endocrinologia, otorrinolaringologia e dermatologia&lt;/CW&gt;.

O acesso ao serviço vem por regulação via atenção primária – quem quiser participar deve procurar uma unidade básica de saúde (UBS) e manifestar desejo de fazer o acompanhamento. Pacientes do projeto acessam serviços como intervenções cirúrgicas, hormonização e modulação/adequação do tom e timbre de voz.&nbsp;

O coordenador do Serviço Transexualizador do HGG, João Lino Franco Borges, comenta que o trabalho é fundamental para a saúde da população trans, além de ter impacto social positivo, já que também promove o acolhimento e a escuta. “É uma população que sempre existiu e sempre vai existir. Com a oferta, conseguimos cuidar dessas pessoas da forma adequada.”&nbsp;

Em Goiás, dois municípios possuem ambulatórios destinados a atender a população trans: Itumbiara e Senador Canedo. A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) também pretende abrir ambulatórios do tipo nas policlínicas dos municípios de Formosa, Quirinópolis, São Luís de Montes Belos e Goianésia.

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HGG faz 1ª tireoplastia, que reduz pomo de adão

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Inédito pelo SUS em Goiás

O primeiro transplante de pulmão duplo totalmente robótico do mundo foi realizado no NYU Langone Health, nos Estados Unidos. A inovação marca um avanço significativo na cirurgia robótica e consolida o centro médico acadêmico como referência global nesse procedimento.

Segundo informações divulgadas pelo NYU Langone Health, a cirurgia foi liderada pela médica Stephanie H. Chang, professora associada do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica da NYU Grossman School of Medicine e diretora do Programa de Transplante de Pulmão do NYU Langone Transplant Institute.

A equipe transplantou os pulmões de Cheryl Mehrkar, uma paciente de 57 anos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), uma condição progressiva que dificulta a respiração. O procedimento utilizou o sistema robótico Da Vinci Xi em todas as etapas, uma tecnologia que permite maior precisão e reduz o trauma para o paciente.

A técnica envolveu pequenas incisões entre as costelas, o que possibilitou a remoção do pulmão afetado, a preparação do local cirúrgico e o implante dos novos pulmões de maneira minimamente invasiva.

O transplante ocorreu em 22 de outubro de 2024, apenas quatro dias após Cheryl ser incluída na lista de espera, após meses de avaliação médica realizada por Jake G. Natalini, professor assistente do Departamento de Medicina, e por Luis F. Angel, diretor médico de transplante de pulmão do NYU Langone Transplant Institute.

A cirurgia foi coordenada por Stephanie Chang, com o auxílio de Travis C. Geraci, professor assistente do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica, e Eugene A. Grossi, titular da cátedra Stephen B. Colvin de Cirurgia Cardiotorácica.

"Estou muito grata ao doador e à sua família por me darem outra chance de vida", declarou Mehrkar em uma publicação do NYU Langone Health. Ela foi diagnosticada com DPOC em 2010, e sua condição piorou após uma infecção por Covid-19 em 2022.

Ao longo de sua vida, Mehrkar foi ativa, trabalhando como instrutora de mergulho, motociclista e conquistando o cinturão preto de caratê junto com seu marido, com quem possuía um dojo. Após se aposentar do caratê, tornou-se técnica voluntária de emergência em um departamento de bombeiros no condado de Dutchess, em Nova York, e segue contribuindo com sua comunidade.

Mehrkar compartilhou que, por muito tempo, foi informada de que não estava doente o suficiente para um transplante. No entanto, a equipe do NYU Langone Health focou na sua qualidade de vida, e ela expressou sua gratidão aos médicos e enfermeiros por lhe darem esperança.

"É um privilégio poder ajudar os pacientes a retornarem a uma vida saudável", disse Chang. "Com esses sistemas robóticos, o objetivo da equipe é minimizar o impacto dessa cirurgia importante, reduzir a dor pós-operatória e oferecer os melhores resultados possíveis", completou.

Em 2023, o NYU Langone Transplant Institute realizou 76 transplantes de pulmão e foi reconhecido por retirar rapidamente os pacientes da lista de espera e por sua alta taxa de sobrevivência. O centro é líder global em cirurgia robótica, realizando mais de 2.000 procedimentos assistidos por robô anualmente, além de treinar cirurgiões de todo o mundo.

Primeiro transplante de pulmão duplo robótico é realizado nos EUA

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Saúde

Em 2002, o Cuidado Paliativo foi definido pela OMS como sendo uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e suas famílias na presença de problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Um tratamento realizado mediante a prevenção e alívio do sofrimento pela detecção precoce e tratamento de problemas físicos, psicossociais e espirituais.

Doze anos depois, em 2014, a Assembleia Mundial de Saúde aprovou a Resolução 67.19 que estimula países a integrar os Cuidados Paliativos em sistemas de saúde, a melhorar o treinamento de profissionais e garantir que medicações relevantes, incluindo fortes medicamentos para dor, estejam disponíveis aos pacientes.

Em 2024, o Ministério da Saúde lançou uma política inédita no SUS para cuidados paliativos. A expectativa é que, nos próximos anos, 1,3 mil equipes sejam implantadas em todo o território nacional. Um marco importante que, felizmente, encontrará em Goiás, um alicerce para acelerar as políticas para este tipo de atendimento.

Há dez anos, o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi - HGG oferta o serviço de cuidados paliativos. Quando começamos, éramos a única unidade da rede pública e privada a ter profissionais dedicados a estes pacientes. O hospital seguiu inovando neste assunto. Em 2016, o HGG inaugurou a primeira ala exclusiva para cuidados paliativos e, no ano passado, passamos a ofertar a Residência Médica em Cuidados Paliativos.

É inegável de que estamos em um processo de fortalecimento das políticas de cuidados paliativos, não só no Brasil, mas também no mundo. Neste mês de outubro, mês dedicado ao Cuidado Paliativo, nós, profissionais de saúde que se dedicam a este atendimento, temos muito do que nos orgulhar. Para quem fez parte deste processo, estas conquistas são ainda mais satisfatórias.

Nesta década de história dos cuidados paliativos no HGG, quase 3 mil pacientes foram atendidos. A equipe esteve focada na gestão dos sintomas e no bem-estar do paciente. Isso envolve a identificação precoce, avaliação e tratamento de dor, além de outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual. Ao identificar as necessidades individuais de cada paciente, a equipe multidisciplinar atua para mitigar os sintomas e proporcionar conforto.

Ter um atendimento dedicado ao cuidado paliativo significa dar apoio, cuidado e alívio. E este suporte não é só para o enfermo, mas também para a família. A forma de tratamento propõe que todas as pessoas tenham a oportunidade de receber cuidados que lhes garanta dignidade, mesmo no fim da vida.

Temos ciência de que não somos capazes de eliminar todas as dores. Nosso foco está em fazer com que os momentos mais delicados sejam vividos com suporte adequado antes, durante e depois do fim. Que todos os avanços sejam festejados. Que cada instante valha a pena. Que cada escolha seja respeitada.

Dimilson Bezerra, psicólogo do&nbsp;Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi - HGG

Cada instante importa

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Dimilson Bezerra

Moradora de Goiânia, a servidora pública Nathalia Duarte, 37 anos, estima que passou por mais de 23 médicos até conseguir um diagnóstico preciso de endometriose, doença que atinge uma em cada dez mulheres no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Este mês ela fez a cirurgia para tratamento da patologia no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), unidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), pioneiro no procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás. Até o início de setembro, o HGG pretende zerar a fila de espera.

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Sem filhos, Nathalia conta que sofre com a endometriose desde os 11 anos. “Foram vários diagnósticos”, relata. Além de fortes dores menstruais e pélvicas, a servidora convivia com alto fluxo menstrual durante dias e desmaios. Aos 21 anos ela começou o tratamento com anticoncepcional, um paliativo que não resolveu o problema. Há quatro anos, Nathalia buscou ajuda na rede pública e foi encaminhada para o HGG, que conta com equipe especializada. Há três meses a unidade, gerida pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), passou a oferecer a cirurgia para tratamento da endometriose.

“Estou me sentindo bem melhor e já trabalhando”, comemora Nathalia. O médico Eduardo Pontes, supervisor da Residência de Endoscopia Ginecológica do HGG, também celebra cada resultado e explica que, em média, são de três a quatro casos novos por semana na unidade, com pacientes de todo o Estado. Até o início de setembro, a expectativa é realizar 17 procedimentos, força-tarefa que envolve uma equipe multidisciplinar. “Além da equipe de ginecologia, precisamos de cirurgiões gerais e podem ser necessários urologistas, porque a endometriose às vezes compromete tanto a parte reprodutora quanto a digestiva e urinária”, explica Eduardo Pontes.

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A cirurgia para tratamento de endometriose não é nova, mas tem alto custo na rede privada, algo entre R$ 20 mil a R$ 30 mil. A lavradora Jaiana Pereira, 37, de São Luís dos Montes Belos, vinha sofrendo há sete anos com dores e sangramentos e controlava a doença com anticoncepcional. “É muito sofrimento. Tem dia que preciso parar tudo que estou fazendo.” Mãe de dois filhos, de 18 e 9 anos, ela é acompanhada dentro do SUS há dois anos. “Vim a Goiânia para uma consulta e me perguntaram se eu queria fazer a cirurgia.” No último sábado ela foi uma das pacientes operadas.

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Jaiana Pereira, de São Luís de Montes Belos, e Anatielle Reis, de Itapaci, passaram pela cirurgia (Augusto Galvão/Idtech)

Anatielle Caroline de Castro Reis, 37, descobriu a endometriose em 2020. “Eu sentia muito incômodo na relação sexual”, relata. Moradora de Itapaci, ela fez a cirurgia num hospital privado em Ceres, mas teve recidiva. Há dois anos ela aguardava a possibilidade de realizar o procedimento pelo SUS. “Estou com muita esperança de que agora vai resolver. Tenho muita vontade de ser mãe.” A endometriose de Anatielle alcançou a parede do intestino, uma das consequências prováveis em razão da demora do diagnóstico e tratamento adequado.

O HGG tem concentrado os casos mais complexos de endometriose que chegam ao SUS em Goiás. O que provocou a fila de espera para a cirurgia é o número baixo de profissionais capacitados em videolaparoscopia. Eduardo Pontes, que durante a força-tarefa conta com a colaboração da médica residente Bruna Damasceno Anyfantis, explica que um procedimento pode durar de três a seis horas e para que aconteça depende de uma enorme logística. “Nosso objetivo é zerar a fila para que não haja mais espera. Assim quando a paciente chegar e estiver com todos os exames pré-operatórios prontos, irá para a sala de cirurgia.”

<h2>Patologia é subestimada</h2>

A endometriose é uma doença crônica provocada pela migração do tecido que reveste a cavidade uterina, o endométrio, para outras partes do corpo, como ovário, abdome, bexiga e intestino. É de difícil diagnóstico e uma das principais causas da infertilidade feminina. Em média, a partir dos primeiros sintomas, o tratamento só começa após 7 anos. “É uma doença subestimada. As pacientes reclamam de dor e nem sempre os exames convencionais mostram a patologia. É preciso aprofundar a investigação”, afirma Eduardo Pontes. O médico explica que o caminho inicial é o tratamento clínico, com medicação, e mudança no estilo de vida e na alimentação. “Em caso de boa resposta, não há necessidade de cirurgia.”

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Eduardo Pontes e Bruna Anyfantis, responsáveis pelos procedimentos para tratar a endometriose (Augusto Galvão/Idtech)

Atualmente, a menstruação retrógrada e o sistema imunológico deficiente são as causas mais prováveis da endometriose. No primeiro caso, o sangue menstrual, ao invés de ser eliminado pela vagina, reflui através das trompas uterinas e alcança os órgãos da parte interna da pelve. Na ausência de uma boa ação do sistema imunológico, pode aderir aos ovários, à parede da vagina, ao intestino e outros, levando a um processo inflamatório. Em mais de 60% dos casos, as cólicas menstruais são o principal sintoma, mas pacientes também sofrem com dores pélvicas constantes, no ato sexual e intestinais. “É um prejuízo muito grande para a qualidade de vida”, salienta Bruna Anyfantis.

A cirurgia oferecida pelo HGG é a videolaparoscopia, procedimento moderno que utiliza câmeras introduzidas por duas ou três pequenas incisões. “Não usamos as mãos, apenas pinças. É uma cirurgia minimamente invasiva, a paciente se recupera mais rápido”, ressalta Eduardo Pontes. A médica residente Bruna Anyfantis lembra que as câmeras ajudam a enxergar melhor as estruturas internas. “Melhor do que a olho nu. Temos acesso a lugares que não conseguiríamos se fosse numa cirurgia tradicional.”

<h3>Doença da mulher moderna?</h3>

Uma das explicações para a endometriose - embora as causas da patologia ainda não sejam bem definidas pela ciência - é a menstruação excessiva e a demora para engravidar. “Antigamente a mulher engravidava com 14 anos e não tinha método contraceptivo. Era uma gestação atrás da outra, ela quase não menstruava. Era mínima a chance de ter endometriose. Hoje, por inúmeras razões, a gravidez é adiada até o final da fertilidade, por volta dos 35 anos”, lembra Eduardo Pontes. O médico reforça que, além de exames mais precisos, importantes para a brevidade do tratamento, a cirurgia mantém a capacidade reprodutiva da mulher.

“É muito bom ver a melhora das pacientes após a cirurgia. Elas ficam mais felizes, voltam a se relacionar sem conviver com dores. E muitas até retiram medicações para depressão e ansiedade, porque a endometriose envolve muita coisa, não apenas a dor. Está sendo um mundo novo para mim”, revela a médica residente Bruna Anyfantis. O HGG oferece uma vaga anual para residência médica na área.

No HGG e pelo SUS, alívio para a endometriose

Cuidados paliativos no HGGÉ com muita alegria que acompanho o crescimento das discussões e difusão da temática dos cuidados paliativos. Como a repórter Mariana Carneiro trouxe na edição desta segunda-feira (8), ainda há um longo caminho a percorrer, mas é preciso comemorar os avanços. Com os investimentos previstos, poderemos capacitar mais profissionais para atuar nesta área, contribuindo com a ampliação da oferta dos serviços, tanto na rede pública, quanto na rede privada. Este assunto vir à tona é uma ótima oportunidade para dar visibilidade ao trabalho que vem sendo realizado em Goiás. O HGG é pioneiro em cuidados paliativos e, sem falsa modéstia, referência neste serviço. Desde 2016, o hospital oferta este atendimento, sendo o primeiro do estado. Para mensurar o tamanho do HGG em relação a cuidados paliativos, dos 16 leitos disponíveis em Goiás, 10 estão no HGG. São números que nos envaidecem enquanto instituição e nos lembram diariamente da responsabilidade que temos. Não só na assistência ao paciente, como também na propagação da ciência que há por trás dos cuidados paliativos. O HGG é o único hospital a oferecer residência médica em cuidados paliativos. Além disso, a ala que oferece este atendimento no hospital conta com profissionais multidisciplinares treinados para atender este público. Saber que teremos um aumento significativo nos investimentos em cuidados paliativos é motivo de muita alegria e expectativa. Não tenho dúvidas de que o HGG estará diretamente envolvido na formação destes novos quadros de profissionais que passarão a atuar no serviço de cuidados paliativos. A sociedade goiana pode continuar contando conosco! José Cláudio Romero Diretor Geral do Hospital Estadual Alberto Rassi - HGG Bosque dos BuritisCerta de que não trago aqui a pá de cal pra enterrar esse absurdo, a leitora Rosângela Roriz Rizzo Lousa, na edição desta terça-feira (9), arrematou com extrema felicidade essa questão: depois da mudança daqueles que jamais deveriam ter estado no bosque, a turma da Alego, seria a oportunidade de corrigir um erro histórico - a construção de prédios públicos ali, por óbvias e gritantes razões. Seria o momento da retomada de uma área destinada às atividades culturais diversas- uma área pública, para o povo, seus objetivos sociais e culturais: uma área para o bem comum. Mas houve quem discordasse - gente poderosa- e, em vez disso, acabou vencendo a insensibilidade e a força de quem mostrou que manda. Retomada... não, uma rasteira no povo. Mas, sendo Deus brasileiro, quem sabe não prevaleça o bem... Sônia Marise Teixeira Silva de Souza Campos Setor Sul - Goiânia