Após ficar foragido por 23 anos, um homem foi condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato da ex-mulher, em Caldas Novas, no sul de Goiás. O crime aconteceu em junho de 1998, quando Adélio Pires Santiago, movido por ciúmes, atingiu a mulher com 12 golpes de faca. Na época, ele fugiu deixando o filho de seis anos de idade.O Tribunal do Júri condenou Adélio por homicídio por motivo fútil. Segundo a denúncia, na data do crime, ele assistia a uma partida de futebol junto com amigos e a ex-mulher. A vítima saiu, foi até um orelhão e ligou para o namorado. Ao ouvir a conversa, Adélio a matou.O homem foi localizado em fevereiro deste ano, em Londrina, após uma investigação do Ministério Público de Goiás com ajuda da Polícia Civil e Ministério Público do Paraná. Na época em que foi denunciado, em 1998, Adélio chegou a ser citado por edital, mas nunca se manifestou. Por isso, o processo e o curso do prazo prescricional do crime foram suspensos em 1999. Ao ser localizado e preso no Sul do País no começo deste ano, a ação penal pode ter prosseguimento.Enquanto estava foragido, Adélio usava documento de identidade expedido indevidamente. Ele chegou a se casar e teve outros filhos. Segundo o promotor de Justiça Sávio Greco, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Caldas Novas, ao ser indagado sobre o processo em audiência de custódia virtual, Adélio respondeu que entregou nas mãos de Deus e seguiu sua vida. O promotor revelou ainda que o agora condenado apresentou uma “personalidade com perfil egoísta e descontrolado emocionalmente”, tendo cometido outros crimes e sido condenado por furto.A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Adélio.O filho de Adélio com a vítima participou do julgamento. Foi a primeira vez que ficaram frente a frente após o crime. Em seu depoimento, Washington da Silva Santiago disse ter sofrido “o gosto amargo de ter crescido longe de seus pais”. Isso porque, após o crime, Washington foi morar com um tio materno, em Goiânia, tendo enfrentado diversas dificuldades, inclusive o envolvimento com drogas.A juíza Vaneska da Silva Baruki, que presidiu o julgamento definiu que o condenado fosse mantido preso, não podendo recorrer da sentença em liberdade por ser reincidente em crime doloso e por ter sido fugitivo durante tantos anos. Segundo a magistrada, esses fatores evidenciam a real possibilidade de que ele volte a cometer crimes.Leia também:Cristina Kirchner é condenada por corrupção a 6 anos de prisão, mas não irá presa agoraEx-prefeito de Barro Alto tem bens bloqueados por desvio de verbas do municípioPM condenado por homicídio em Goiânia consegue cargo de volta