A investigações em torno do caso da transexual Emanueli Muniz, de 21 anos, encontrada morta na madrugada de domingo em um trecho da BR-060, continua na busca de respostas para a família da jovem. Segundo o delegado Cleiton Lobo, responsável pelo caso, o homem encontrado ferido junto ao corpo de Emanueli já foi liberado. Ele deve comparecer à delegacia para depoimento oficial no prazo de 24 horas a partir do horário da notificação.Edna Girlene Gomes, mãe de Emanueli, conta que o dono do carro, inicialmente, abordou a ela, sua filha e amigo de forma que estivessem disposto a ajudar, e pediram para que todos entrassem no carro. Quando Edna percebeu a presença de outros três homens juntos à ele, se assustou e disse que não entraria no carro. Emanueli, que já estava dentro do carro, tentou sair e foi empurrada de volta por um dos homens. Sua reação foi jogar seu celular para que a mãe tivesse como entrar em contato com alguém, mas ela não conseguiu pegá-lo e começou a ser agredida. Por fim, os homens levaram, junto à jovem, tudo que a mãe carregava, como forma de deixá-la desarmada.Ao falar da relação que tinha com a filha, Edna conta que elas costumavam sair juntas. Na noite do crime, ela pediu à filha que fossem para boate em que estavam por considerar a mais segura e com o melhor visual do que as demais. Em contraponto, se atentou a contar que, no momento em que foi agredida, havia pessoas próximas à entrada do local que poderiam ter ajudado. Todos pareceram fingir não ver. “Eu estava completamente desamparada o tempo todo, tanto que precisei encontrar o corpo da minha filha”, diz a mãe, criticando também o atendimento recebido na delegacia na madrugada.As investigações se concentram, no momento, em encontrar imagens de possíveis câmeras de segurança do local em que a jovem estava para identificar os homens que a levaram. Segundo Edna, eles ofereceram a carona dentro da boate e interagiram publicamente com a jovem, o que seria uma forma de facilitar a identificação. Sua esperança é que, diferente do necessário suporte que não teria sido dado no momento do ocorrido, tanto a boate quanto a polícia consigam encontrar vestígios e confortar a família e amigos. “Minha filha estava feliz, concluindo seu tratamento de transição e com muito pra viver. Isso não pode acabar apenas em um corpo qualquer na beira da estrada”, declara Edna. (Lucas Melo integra o Programa de Estágio Obrigatório firmado entre Grupo Jaime Câmara e PUC-GO.)