O Hospital Jacob Facuri, em Goiânia, informou que suspendeu as novas internações, atendimentos ou procedimentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI Neonatal e UTI Adulto), hemodinâmica e cardiologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital compartilhou nas redes sociais o comunicado com a decisão, no qual afirma que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia está em atraso com os repasses de verba. Segundo o hospital,&nbsp;o montante dos repasses que não foram feitos pela SMS chega a R$ 19,5 milhões.&nbsp;

<cite>Essa medida se deve aos insuperáveis atrasos nos pagamentos por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em algumas competências já ultrapassando mais de 12 meses, além da falta de repasses federais mensais de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) em tempo hábil”, diz um trecho do comunicado.&nbsp;</cite>

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Ao POPULAR, a SMS informou, por meio de nota, que "está em interlocução com a diretoria do Hospital Jacob Facuri, com o objetivo de buscar soluções para as demandas apresentadas. O órgão informa, ainda, que os débitos em questão não se referem aos repasses mensais, mas ao complemento à tabela SUS que o município paga para a unidade, devido à defasagem dos valores de remuneração."&nbsp;(Confira o complemento da nota ao final da matéria)

A reportagem pediu posicionamento por e-mail para o Ministério da Saúde sobre os repasses feitos ao município, mas não obteve retorno dos órgãos até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/maternidades-de-goiania-seguem-sem-atendimento-ambulatorial-1.3176932" target="_blank">Maternidades de Goiânia seguem sem atendimento ambulatorial</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/tcm-suspende-convenio-ja-pago-de-r-10-milh-es-da-sms-1.3172772" target="_blank">TCM suspende convênio já pago de R$ 10 milhões da SMS</a></div>

O Hospital afirma que a decisão foi tomada após diversas tentativas de regularização e notificações para solucionar as respectivas pendências. Na publicação em que comunica a suspensão dos serviços, o hospital diz que mais de 90 pessoas poderão perder os seus empregos, pois a instituição será obrigada a fechar alguns desses setores que atendem a SMS.&nbsp;

Ao POPULAR, Ibrahim Filho, diretor executivo do Hospital Jacob Faturi, afirma que o montante dos repasses que não foram feitos pela SMS chega a R$ 19,5 milhões.&nbsp;

<cite>É uma situação muito ruim porque atrapalha não só 90 funcionários que estão na UTI neonatal, mas atrapalha as 400 famílias que trabalham no hospital como um todo, porque os resultados que vêm de outros setores que não estão prestando serviço para a Secretaria de Saúde acabam precisando usar o resultado para cobrir esse déficit que a Secretaria de Saúde não tem repassado”, destacou.&nbsp;</cite>

Por fim, a instituição ressalta que as UTIs adulto continuarão em operação, uma vez que outros planos e pacientes particulares são atendidos, enquanto a UTI neonatal é praticamente 100% cedida ao atendimento SUS, o que torna a situação insustentável, segundo afirma a direção. As internações foram suspensas, mas os pacientes já internados serão mantidos até terem alta médica.&nbsp;

<h4>Nota da SMS</h4>

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) entende a dificuldade dos hospitais privados em trabalharem com a tabela SUS devido à defasagem dos valores de remuneração. Por isso, tem ampliado o incentivo para as entidades filantrópicas que são hospitais privados, mas sem fins lucrativos e, por isso, possuem maior capacidade assistencial.&nbsp;

As filantrópicas, além de não pagarem impostos, ou seja, possuem imunidade tributária o que permite comprar mais barato, têm isenção de encargos sobre a folha de pagamento que representa aproximadamente 80% dos custos de um hospital. Com isso, conseguem trabalhar com a tabela SUS.&nbsp;

Já os hospitais privados, pagam impostos e os encargos sobre a folha. Para alguns procedimentos, a exemplo das cirurgias eletivas, o município tem feito um complemento de uma vez e meia o valor da tabela SUS. Para as UTIs pediátricas, a exemplo do Hospital Jacob Facuri, o município faz um complemento que totaliza R$ 2,2 mil a diária. No caso dos leitos de UTI adulto, o SUS paga R$ 600 reais pela diária e o município complementa com R$ 500 reais, chegando a um valor de R$ 1,1 mil por diária.&nbsp;

Portanto, o município não consegue atender às reivindicações dos hospitais privados e fazer mais complementos à tabela SUS. Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

A SMS esclarece ainda que,&nbsp; somente este ano, repassou ao Jacob Facuri, um total de R$ 17.598.861,59. Em relação a pagamentos em atraso, trata-se de processos administrativos que estão sendo quitados mediante auditoria. Conforme legislação vigente, o município teria que investir na saúde, 15% do que arrecada, atualmente o percentual está em 28%.&nbsp;

Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

Hospital Jacob Facuri suspende atendimentos e internações após atrasos nos pagamentos da Saúde de Goiânia

Cidades

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Matéria - Cidades

Suspensão 

O interventor do governo estadual na gestão da rede municipal de saúde de Goiânia irá substituir o chefe do Poder Executivo municipal, até o dia 31 de dezembro, no que diz respeito à normalização da oferta de ações e serviços essenciais de saúde à população goianiense. Apesar da autonomia em relação ao prefeito da capital, ele será acompanhado por um Comitê de Observação, composto por autoridades médicas, econômicas e jurídicas. A expectativa é de que o decreto do governador Ronaldo Caiado (UB) com a nomeação do médico Márcio de Paula Leite como interventor seja publicado até a manhã desta quarta-feira (11). Apesar de a intervenção ser estadual, Caiado deu liberdade para o prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), indicar o interventor. “Dei total liberdade ao prefeito eleito (Mabel). Me apresentou o nome de um médico que está dentro da estrutura da Saúde. Me acautelei em criar uma comissão capaz de dar suporte ao interventor. Terei lá a presença do meu secretário de Saúde (Rasível Santos), delegado de polícia, dois promotores, dois servidores da Corregedoria do Estado de Goiás”, disse o governador em entrevista à TV Anhanguera. O POPULAR apurou que o decreto traz uma orientação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) ao governo para cumprir a determinação do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), proferida na segunda-feira (9), em favor da intervenção. A PGE advertiu ainda que “a medida interventiva é urgente especialmente devido à gravidade dos fatos que a provocaram, à excepcionalidade dela e à exiguidade do prazo para a remoção dos seus fatores”.Na manhã desta terça-feira (10), Mabel já havia confirmado o nome de Leite como interventor. A indicação havia sido antecipada pela coluna Giro, do POPULAR, na noite desta segunda-feira (9). Leite tomará as decisões ao lado de uma junta que vai mesclar integrantes da administração estadual e nomes que participarão da futura gestão de Mabel. Conforme a coluna Giro, os futuros secretários Luiz Pellizzer (Saúde), Valdivino Oliveira (Finanças) e Wandir Allan (Procuradoria Geral do Município) participarão da intervenção, assim como representantes da PGE e da Controladoria Geral do Estado (CGE). Integrantes da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) também devem acompanhar o processo.Requerimento O requerimento de intervenção estadual na Saúde de Goiânia foi feito pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) com base no avanço da crise na rede municipal. O cenário de escassez de insumos, medicamentos, profissionais e até leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) agravou a crise financeira e de gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que culminou nos últimos dias com a prisão do então titular da pasta, Wilson Pollara, e de outros dois membros da cúpula da secretaria, e na permanência por apenas sete dias de sua substituta, Cynara Mathias.Na decisão do TJ-GO em prol da intervenção, o Judiciário definiu que os pagamentos a serem efetuados pelo interventor aos fornecedores e prestadores de serviço após diálogo com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJ-GO. A Justiça também definiu que 90 dias após a posse, o prefeito eleito deverá apresentar dentro do processo judicial um relatório das ações adotadas e um plano de gestão para solucionar a crise denunciada pelo MP-GO.

Interventor terá autonomia, mas será acompanhado por Comitê de Observação

Saúde

Demissão

O superintendente municipal de Vigilância em Saúde, Pedro Guilherme Gioia de Moraes, será o novo titular da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). Ele assume no lugar de <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretaria-de-saude-de-goiania-recem-empossada-cynara-mathias-pede-demiss-o-1.3206585" target="_blank">Cynara Mathias, que deixou o cargo nesta quarta-feira (4/12)</a>. O novo titular da pasta é formado em administração de empresas com MBA em Gestão de Saúde e MBA em Políticas Públicas e Gestão Governamental.&nbsp;

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Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia informou que Pedro Gioia "dará continuidade às medidas tomadas para assegurar a correta assistência médica na capital". Disse ainda que a decisão de Cynara Mathias de renunciar ao cargo "foi motivada por questões pessoais e, apesar do esforço da gestão, a permanência dela no cargo não foi possível".&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3206735" attr-version="policy:1.3206735:1733351701" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3206735" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3206735', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3206735">Demissão (1.3206735)</a></div>

Entratanto, além dela também entregaram os cargos&nbsp;a secretária executiva de Saúde, Acácia Cristina Marcondes de Almeida Spirandelli, e o diretor financeiro, Bruno Costa. Eles assumiram os cargos no lugar de Quesede Ayres Henrique e Bruno Vianna Primo, presos juntamete como o ex-secretário da SMS, Wilson Pollara, durante a Operação Comorbidades, deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/secretaria-de-saude-de-goiania-recem-empossada-cynara-mathias-pede-demiss-o-1.3206585" target="_blank">Secretária de Saúde de Goiânia recém-empossada, Cynara Mathias pede demissão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/servidora-efetiva-assume-secretaria-de-saude-de-goiania-apos-pris-o-da-cupula-da-pasta-1.3203996" target="_blank">Servidora efetiva assume Secretaria de Saúde de Goiânia, após prisão da cúpula da pasta</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/gabinete-de-crise-em-goiania-vai-criar-painel-com-informac-es-1.3204768" target="_blank">Gabinete de crise em Goiânia vai criar painel com informações</a></div>

Na nota, a administração municipal agradece "a dedicação da servidora durante sua atuação à frente da pasta e reforça o compromisso em dar continuidade às ações e projetos em andamento na área da saúde". A Prefeitura destacou ainda que "nas últimas semanas, em um esforço coletivo, intensificaram-se as ações para ampliar a compra de medicamentos e insumos, firmar novas parcerias, aumentar a oferta de leitos de UTI e aprimorar o atendimento nas unidades de saúde da capital. Estão instalados gabinetes de crise nas 13 unidades de urgência da capital".

 
&nbsp;

Pedro Guilherme Gioia assume Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

Crise 

Pacientes morrem à espera de UTI em Goiânia

<img attr-cid="policy:1.3203948" attr-version="policy:1.3203948:1732715503" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3203948/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2024-11-27T103837.629.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Wilson Pollara em frente à Casa do Albergado, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

Irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) resultaram em uma dívida de mais de R$ 120 milhões e podem ter provocado a atual crise na rede pública de saúde da capital, segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO). As investigações do órgão constataram a existência de pagamentos irregulares, inclusive sem respeitar a ordem cronológica da folha. <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904" target="_blank">A investigação do MP-GO resultou na prisão do secretário da pasta</a>, Wilson Modesto Pollara, do secretário executivo Quesede Ayres Henrique e do diretor financeiro Bruno Vianna Primoda, todos apontados como participantes do esquema criminoso.&nbsp;&nbsp;

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Em nota, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informou que está colaborando com as investigações e se colocou à disposição para fornecer todas as informações necessárias (veja nota na íntegra ao final do texto).

Também por meio de nota, a&nbsp;defesa de Wilson Modesto Pollara afirmou que "ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado". Também disse que "reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações"&nbsp;(confira a nota na íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos outros investigados até a última atualização deste texto.

De acordo o Ministério Público, os suspeitos deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a empresas responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc),“deixando as sem condições de funcionamento regular”, pontuou o órgão.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904" target="_blank">Secretário de Saúde de Goiânia é preso em operação contra pagamentos irregulares na secretaria, diz MP</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/crise-afeta-unidades-basicas-de-saude-em-goiania-1.3203825" target="_blank">Crise afeta unidades básicas de saúde em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/demanda-na-justica-por-uti-na-rede-publica-em-goiania-cresce-10-vezes-em-4-anos-1.3203814">Demanda na Justiça por UTI na rede pública em Goiânia cresce 10 vezes em 4 anos</a></div>

Ainda por meio de nota, o&nbsp;Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) disse&nbsp;defender a "apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia".&nbsp;(confira a nota completa ao final da reportagem).

O MP-GO ainda destacou que a situação resulta em violação massiva de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

<cite>Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial sem precedentes, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar, restrição ao acesso a leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), falta de inúmeros básicos, interrupção de serviços essenciais, graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais, frustração e burla deliberada à atuação dos órgãos de controle externo, além de indícios de irregularidades em diversas contratações”, destacou o MP-GO.</cite>

<div attr-cid="policy:1.3202867" attr-version="policy:1.3202867:1732464499" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3202867" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3202867', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3202867">Pacientes morrem à espera de UTI em Goiânia (1.3202867)</a></div>

<h2>Operação&nbsp;</h2>

Diante disso,&nbsp;Pollara, Quesede Ayres Henrique e Bruno Vianna Primoda <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904" target="_blank">foram presos durante a operação do MP-GO</a>, realizada na manhã desta quarta-feira (27).&nbsp;

A operação, além de cumprir os três mandados de prisão temporária, também realizou oito mandados de busca e apreensão contra os investigados. Além de serem presos, foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três presos.&nbsp;

Os mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas casas dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Em posse de um dos alvos foram encontrados mais de R$ 20 mil em dinheiro.

<img attr-cid="policy:1.3203907" attr-version="policy:1.3203907:1732707277" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3203907/dinheiro.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Em um dos locais, foram encontrados R$ 20.085,00 em dinheiro (Divulgação/MP)

<h2>Afastado por 45 dias</h2>

No final de junho deste ano,&nbsp;Wilson Pollara chegou a ser afastado do cargo por três meses. A determinação do&nbsp;Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) afirmava que o motivo seria uma contratação prejudicial para os cofres públicos. A decisão foi publicada no dia 29 de junho.&nbsp;Além do afastamento, a determinação também suspendeu a contratação feita pelo secretário, em caráter emergencial, de uma empresa especializada na prestação de serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no período de 180 dias.

Após 45 dias afastado, o&nbsp;próprio TCM-GO revogou a medida cautelar que afastava o secretário do cargo, após&nbsp;um agravo impetrado pela Prefeitura de Goiânia.&nbsp;A decisão foi tomada em sessão do Tribunal Pleno no dia 14 de agosto.&nbsp;Com o afastamento de Pollara, o secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, assumiu o cargo de secretário municipal de Saúde interinamente.

<h2>Quem é Wilson Pollara</h2>

<img attr-cid="policy:1.3178880" attr-version="policy:1.3178880:1732708144" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3178880/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara (Wildes Barbosa / O Popular)

Wilson&nbsp;Modesto Pollara assumiu a Secretaria de Saúde de Goiânia em setembro do ano passado, quando substituiu&nbsp;Durval Pedroso, que estava à frente da SMS desde janeiro de 2021.&nbsp;Ele é médico&nbsp;formado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1973. Ele também é pós-graduado em Cirurgia Geral com Mestrado, Doutorado e Livre Docência.&nbsp;

Pollara ocupou a mesma pasta na gestão de João Doria à frente da Prefeitura de São Paulo, entre o início de 2017 e julho de 2018.&nbsp;Além de secretário na gestão Doria, Pollara foi coordenador-geral de cirurgia no Instituto do Câncer de São Paulo e diretor-executivo do Instituto Central do Hospital das Clínicas, no mesmo estado.

Nota da Prefeitura de Goiânia:

A Prefeitura de Goiânia informa que está colaborando plenamente com as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) no âmbito da Operação Comorbidade.&nbsp;

A gestão municipal reitera seu compromisso com a transparência e com a lisura na administração pública, colocando-se à disposição para fornecer todas as informações e documentos necessários ao esclarecimento dos fatos.&nbsp;

A Prefeitura reforça que tomará todas medidas administrativas cabíveis, conforme o desdobramento das apurações.

Nota da defesa de Wilson Pollara

A defesa de Wilson Modesto Pollara informa que ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado. Diante do histórico de Pollara, que registra mais de cinco décadas de exercício da medicina e de cargos públicos na área de saúde sem máculas, marcadas por notória contribuição técnica, social e acadêmica, a defesa reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações.&nbsp;

Dr. Thiago M. Peres 
OAB/SP 257.761 
OAB/GO 70.310

<h4 style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); text-rendering: optimizelegibility;">Nota&nbsp;do Sindsaúde&nbsp;</h4>

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) recebeu com grande expectativa a deflagração da Operação Comorbidade, conduzida nesta quarta-feira (27) pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). A ação investiga graves irregularidades na gestão da saúde pública em Goiânia, frequentemente denunciadas pela mídia e pelo próprio Sindicato, que culminou com algumas prisões.&nbsp;

Nesse cenário, o Sindsaúde defende que a apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia. Sem a pretensão de presumir culpabilidade, é preciso destacar as graves consequências da ingerência administrativa enfrentadas por trabalhadores e usuários do SUS, que incluem precarização dos serviços e até perdas de vidas.

Vale lembrar que denunciamos, por diversas vezes, situações graves que afetam sobremaneira as condições de trabalho dos servidores e de assistência à população, tais como:&nbsp;&nbsp;

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>&nbsp;Falta de leitos de UTI, de insumos básicos e de segurança nas unidades de saúde;</li>
	<li>Atrasos no pagamento de direitos trabalhistas, como vale-alimentação e retroativos das datas-bases de 2023 e 2024, mesmo após tentativas de diálogo com a gestão municipal;</li>
	<li>Sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, agravada pela falta de equipamentos, como conservadoras para vacinas, e pelo déficit de pessoal, mesmo com um concurso público vigente para suprir essa demanda;</li>
	<li>Adoção de contratações precarizantes, como terceirizações, pejotização e credenciamentos, que violam direitos trabalhistas e comprometem a estabilidade dos serviços;</li>
	<li>Sucateamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que sofre com a falta de médicos, enfermeiros, motoristas, ambulâncias e insumos, além de linhas telefônicas inoperantes, culminando em greve e perseguição aos servidores que denunciaram essas falhas.</li>
	<li>Tentativas recentes de terceirizar o Samu, sob o pretexto de “emergência” devido à epidemia de dengue, que foram desmascaradas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e determinou o afastamento do Secretário de Saúde por conduta irregular.</li>
</ul>

O Sindsaúde tem atuado de forma contínua, levando essas denúncias a órgãos como o MP-GO, TCM-GO, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Conselho Municipal de Saúde e Ministério da Saúde.

Portanto, reiteramos que a população merece atendimento digno e adequado enquanto os trabalhadores da saúde necessitam de melhores condições de trabalho e valorização. É preciso dar fim ao descaso com a saúde pública em Goiânia.

(Colaboraram Kariny Bianca e Gabriela Macêdo)

&nbsp;

Irregularidades na Saúde causaram dívida de mais de R$ 120 milhões e 'interrupção de serviços essenciais', diz MP

GOIÂNIA

Mabel sobre UTIs

<div attr-cid="policy:1.3202866" attr-version="policy:1.3202866:1732464228" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3202866" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3202866', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3202866">Mabel sobre UTIs (1.3202866)</a></div>

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), usou as redes sociais para dizer que convocou reunião de emergência com o secretário de Estado de Saúde, Rasível Santos, e com a equipe de transição, neste domingo (24). A conversa é sobre a falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na capital. Na última semana, pelo menos três pessoas morreram esperando leitos.

<cite>Vamos garantir para esses hospitais que eles podem abrir as UTIs deles que Goiânia vai pagar, mês de janeiro a gente começa a pagar. Não podemos deixar gente morrer assim não”, disse Mabel.</cite>

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

O POPULAR solicitou posicionamento à Secretaria Municipal de Saúde, por e-mail enviado às 12h33. Também solicitamos nota à Secretaria de Estado de Saúde, em e-mail enviado às 13h23, sobre a situação dos leitos e sobre a reunião anunciada por Mabel. Não tivemos resposta até a última atualização desta matéria.&nbsp;

O POPULAR noticiou três casos na última semana. Todos estes morreram aguardando um leito de UTI:

<ul>
	<li>Severino Ramos Vasconcelos Santos, de 63 anos. Ele estava com uma fratura no fêmur e aguardava há seis dias por uma vaga em um hospital com leitos destinados a pacientes ortopédicos.&nbsp;</li>
	<li>Katiane Araújo Silva, de 36 anos. Ela havia procurado atendimento há seis dias em dois Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) com suspeita de dengue hemorrágica. Ela morreu dia 22 de novembro.</li>
	<li>Janaina de Jesus, de 29 anos. Ela foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu, após sentir falta de ar, dor no peito, dores de cabeça e vômitos. Quando o quadro agravou, foi internada e aguardava por uma UTI, mas morreu dois dias depois.</li>
</ul>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/em-3-dias-duas-mulheres-morrem-a-espera-de-uti-em-goiania-1.3202609">Em 3 dias, duas mulheres morrem à espera de UTI em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-um-paciente-morre-a-espera-de-uti-em-goiania-1.3202700">Mais um paciente morre à espera de UTI em Goiânia</a></div>

<img attr-cid="policy:1.3202864" attr-version="policy:1.3202864:1732464135" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3202864/Proporção para foto do site - 2024-11-24T130207.985.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Severino Ramos Vasconcelos Santos, Katiane Araújo Silva e Janaina de Jesus morreram esperando leitos de UTI (Reprodução / TV Anhanguera / Redes Sociais)

<h2>Dívidas</h2>

A dificuldade de acesso às UTIs pela rede municipal de Saúde de Goiânia acontece há pelo menos sete meses, aponta a coordenadora da área de saúde do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Marlene Nunes.

Em maio deste ano, promotores de Justiça visitaram as unidades de urgência e emergência pré-hospitalar da capital e constataram vários problemas, dentre eles, pacientes que enfrentavam um longo período à espera de leitos. Em 76% dos casos, o prazo de espera era superior a 24 horas. Em outros 53%, as pessoas permaneceram dois dias no local, elevando o risco de morte.

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No mesmo mês, por meio de autorização judicial, o MP-GO teve acesso simultâneo ao sistema de regulação municipal, às informações de oferta de leitos nos hospitais e a quantidade de pacientes em unidades pré-hospitalares aguardando atendimento. "Verificamos 650 pessoas aguardando leitos e, ao mesmo tempo, hospitais com leitos SUS desocupados", diz Marlene.

Segundo a promotora, a explicação desse cenário parte da falta de regularidade da Prefeitura nos pagamentos para os hospitais onde possui leitos contratados, o que ocasiona a redução do acesso aos leitos de internação. "De lá (maio) para cá, as dívidas ainda foram se avolumando", frisa Marlene. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atualmente, a dívida com prestadores, incluindo as maternidades, é de R$ 139 milhões. Porém, o MP-GO estima que esse valor ultrapasse os R$ 250 milhões.

Como não possui um hospital municipal, com exceção dos leitos para grávidas, puérperas e bebês, a Prefeitura depende dos leitos contratados nos hospitais privados para oferecer UTIs para os pacientes da rede que são adultos. (Colaborou Mariana Carneiro)