Após oito anos de expectativa, terão início neste mês as obras de restauro do pórtico do câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG) construído, ao lado da sede original, especialmente para o Batismo Cultural de Goiânia, a inauguração oficial da capital ocorrida em 1942. O monumento, ao lado dos blocos 100 e 200 da instituição, integra o conjunto goianiense tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Eles são preservados como um bem isolado e edifício público componente do acervo arquitetônico e urbanístico art déco da cidade.Para a diretora-geral do câmpus, Maria de Lourdes Magalhães, a revitalização do pórtico, já aprovada pelo Iphan, é uma vitória. “Há muito tempo somos cobrados pelo Iphan que nos fiscaliza por se tratar de patrimônio tombado. Há oito anos estamos trabalhando com esta perspectiva e há dois decidimos fazer a obra”, conta ela. Para isso, o IFG contratou uma empresa que elaborou um memorial enviado para análise do Iphan. Na documentação, além de um relatório de avaliação e de levantamento cadastral, havia a proposta de intervenção paisagística, o mapeamento de danos do pórtico e estudos realizados pelo professor doutor em construção civil Oswaldo Cascudo, da Universidade Federal de Goiás.A Elysium Sociedade Cultural, empresa responsável pelo projeto de revitalização, informou ao POPULAR que o cronograma prevê o início das obras ainda no mês de março. Serão três meses de trabalho com previsão de entrega do pórtico renovado no aniversário de 78 anos do monumento, no dia 5 de julho. Na obra serão empregados R$ 500 mil, recursos obtidos junto ao Fundo Estadual de Cultura, do governo de Goiás. “O projeto prevê a reurbanização do local”, disse a diretora executiva da Elysium, Giulyane Guimarães Nogueira Gomes.O pórtico e os dois blocos da antiga Escola Técnica Federal de Goiás foram tombados pelo Iphan em 2003. Eles integram o conjunto urbano de Goiânia com 22 edifícios e monumentos públicos da região central da capital e de Campinas, antes cidade e hoje bairro, reconhecidos pelo instituto como bens de valor histórico e artístico cultural. No mesmo grupo está o Teatro Goiânia e a Torre do Relógio, ambos também de 1942. Na históriaO Câmpus Goiânia do IFG tem origem na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica criada em 1909 pelo presidente Nilo Peçanha à qual estavam ligadas 19 Escolas de Aprendizes Artíficies. A de Goiás foi instalada na capital à época, Vila Boa-hoje cidade de Goiás. Com a transferência da capital para Goiânia, a escola também se mudou, mas com o nome de Escola Técnica de Goiânia. O prédio e seu pórtico foram inaugurados no dia 5 de julho de 1942, a mesma data do Batismo Cultural de Goiânia. Suas dependências foram utilizadas para as atividades festivas do evento. As aulas só tiveram início no prédio em 1943.Em 1965, a instituição passou a denominar-se Escola Técnica Federal de Goiás (ETFG). Em 1999 foi transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (Cefet-GO). Em 2008 tornou-se Instituto Federal de Goiás (IFG) com a criação dos 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) em todo o País. O IFG atende 11 mil alunos em seus 14 mil câmpus espalhados em vários municípios goianos.