K. ainda não tinha completado 18 anos quando sofreu um acidente com a motocicleta que pilotava. Durante nove meses o adolescente ficou internado no Hospital Estadual de Urgências Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), na região sul de Goiânia, e há menos de 30 dias voltou para casa paraplégico e ligado a um respirador. Histórias como essas continuam trazendo muita dor para as famílias e impactando a saúde pública. Um desafio enorme para as autoridades diante do aumento da frota de veículos de duas rodas. Somente em Goiânia são 352 mil motocicletas, motonetas e ciclomotores circulando. O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) estima que quatro ocupantes desses veículos morrem a cada três dias em Goiás. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (25) para apresentar uma nova campanha de conscientização no trânsito, o presidente do Detran-GO, delegado Waldir Soares, informou que, em média, 600 pessoas morrem por ano em Goiás em decorrência de sinistros envolvendo motocicletas. Em todo o Estado, há 1,45 milhão de motos, em uma frota total de 4,9 milhões de veículos automotores registrados no órgão. Além dos óbitos, os acidentes deixam um passivo marcado pelo sofrimento familiar e uma lacuna no mercado de trabalho: os sequelados, pessoas que muitas vezes ficam permanentemente incapacitadas. O órgão não tem um número oficial desse contingente, mas acredita que a quantidade de feridos graves seja de quatro a cinco vezes maior do que o número de mortes.