A investigação sobre a execução de um casal de namorados cujos corpos foram encontrados com marcas de tiros e carbonizados em um carro, em junho de 2019, aponta para a existência de um esquema envolvendo policiais militares. Segundo o apurado, eles usavam informantes para descobrir onde criminosos escondiam produtos de tráfico e de roubos ou furtos para fazer a abordagem e ficar com parte do material apreendido. Nesse caso específico, o informante que teria feito a ponte entre uma das vítimas e os policiais que estão sendo investigados pelo duplo homicídio também foi morto, mas em uma abordagem policial em abril do ano passado. Yuri Heymbeeck Coelho de Paula e Silva, o Japinha, de 20 anos, e Laryssa Eduarda dos Santos Moreira, de 17, foram encontrados mortos dentro do carro dele em uma estrada vicinal perto da BR-060, em Goiânia, na saída para Abadia de Goiás. Yuri foi baleado quatro vezes na cabeça e estava vivo quando o veículo foi incendiado. Já Laryssa foi morta com três tiros, sendo um na cabeça, e estava morta quando o fogo começou. A Polícia Civil descobriu que o alvo era Yuri e que ele era traficante de drogas e delatava outros criminosos para, em troca, ficar imune a abordagens policiais e conseguir parte do que era apreendido a partir de suas delações.