O médium João Teixeira de Faria, de 76 anos, o João de Deus, estava em um sítio em Abadiânia, cidade a 90 quilômetros de Goiânia onde ele fazia os atendimentos espirituais, antes de se entregar à Polícia Civil por volta das 16 horas deste domingo, dia 16, em uma estrada vicinal próxima à BR-060. O advogado Ronivan Peixoto de Morais Junior, que estava com ele no momento da entrega, disse que não poderia revelar a quem pertencia o sítio nem se era um dos endereços pelos quais a polícia passou enquanto o procurava. Desde ontem, João de Deus estava foragido.O advogado disse acreditar que seu cliente irá se manifestar apenas em juízo, mas que não saberia dar certeza porque a orientação sobre depor ou não foi feita por outro advogado que cuida do caso, Alberto Toron. “A polícia vai querer ouvir ele hoje, né? Mas acho que ele deve se manifestar apenas em juízo.”Ronivan diz que o local em que o mediu se apresentou foi escolhido por ser afastado e sem movimento, evitando tumultos com a presença de populares. “Não queríamos que ocorresse algum acidente (com o João de Deus), com a polícia ou com a gente. Lá tinha menos movimento, sem carro passando, mais segurança”, comentou.O advogado disse que a prisão tem a ver com os casos que vieram à tona após a notícia veiculada na madrugada do dia 8 no Programa do Bial, da Rede Globo, com quatro mulheres que afirmaram terem sido vítimas de abuso sexual cometido pelo médium dentro da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.Sobre a movimentação dos R$ 35 milhões apontada por investigadores, Ronivan não confirmou o valor, mas disse que João de Deus não poderia ter feito saques em bancos por ter estado neste tempo todo em fazenda na zona rural. Ele disse que a esposa do médium chegou a pedir uma movimentação em aplicações financeiras do marido, mas não deu mais detalhes.Ronivan informou que pretende agora com a entrega entrar com um pedido de habeas corpus para que João de Deus possa responder aos processos em liberdade.