Um jovem de 21 anos, com endereço na periferia de Campina Grande (PB), aparece como dono de uma empresa de Goianira que venceu uma ata de registro de preço da prefeitura de Goiânia de R$ 25,64 milhões para fornecimento de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), material usado em pavimentação de vias públicas. A ata foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de 7 de março e permite não só que a prefeitura contrate até este valor a empresa em nome de Yoham Gabriel Fernandes Sousa, mas que qualquer ente público do país também faça isso, por até 50% do previsto em contrato e sem precisar passar por licitação. Enquanto o processo licitatório estava em andamento, no final de 2024, ainda na gestão do prefeito Rogério Cruz (SD), a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) de Goiânia ficou sem CBUQ e contratou, sem licitação, uma outra empresa registrada em nome de Yoham, que funciona no mesmo endereço de Goianira, por R$ 1,67 milhão para fornecer o material. A diferença é que na ata de registro de preço, onde houve concorrência, o material saiu por R$ 366,30, enquanto no contrato sem licitação a venda foi por R$ 478 a tonelada, um valor 30,5% maior.