Depois de ser adiado, o julgamento de recurso do caso Davi Sebba será realizado nesta quinta-feira (24), a partir das 9h, no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Após concessões de vistas do processo, será decidido se os policiais militares acusados de terem participação da morte do advogado, em 5 de julho de 2012, devem ir a Júri Popular por homicídio doloso qualificado e outros crimes conexos.Leia também:- Advogado executado por PMs- Viúva de advogado morto pela PM depõe à polícia- Defesa tenta livrar PM que confessou ter baleado o advogado Davi Sebba em 2012 de júri- Dois acusados do assassinato de Davi Sebba são absolvidos pela Justiça e um vai a júri popularNo dia 8 de março, data prevista para julgar o recurso contra os policiais militares, o desembargador Eudélcio Machado Fagundes entendeu que seria necessário analisar mais detalhadamente os autos para decidir sobre o pedido de qualificação para o crime praticado por um policial militar no dia 5 de julho de 2012. O advogado Davi Sebba Ramalho foi morto com um tiro quando estava no estacionamento do Carrefour do Setor Sudoeste. Três policiais trabalhavam numa ação que investigava tráfico de drogas.De acordo com decisão de 2017 do juiz Antônio Fernandes de Oliveira, dois dos PMs foram absolvidos, enquanto um terceiro foi pronunciado (sentença que o leva para Júri Popular) por homicídio simples, e não qualificado (contra uma vítima indefesa). Agora, a expectativa da família, segundo o irmão de Davi, Pedro Ivo Sebba, é que seja feita justiça pelos votos dos desembargadores que julgarão os recursos contra a sentença, e que os policiais possam ser levados ao Júri Popular para serem condenados.Julgamento adiadoNa sessão de julgamento realizada em 8 de março, os advogados de acusação e defesa tiveram dez minutos para sustentação oral. Advogado de acusação, que representa a família de Davi Sebba, Allan Hahnemann Ferreira reforçou que foi apresentado recurso para que a pronúncia do policial Jonatas Atenevir Jordão tenha qualificadoras, como a de impossibilidade de defesa da vítima. Entre os argumentos, disse que o advogado não estava armado e que a arma encontrada no carro foi plantada no local.Outro pedido sustenta que os militares também sejam levados a julgamento popular. Pela pronúncia realizada em 2017, apenas Jordão terá este tipo de julgamento. O pedido também solicita que os três militares sejam julgados pelos crimes conexos listados pela acusação, entre eles, o de usurpação da função pública. Ao fim das argumentações, o desembargador Eudélcio Machado Fagundes disse que precisaria analisar novamente os fatos, sendo a sessão remarcada para esta quinta-feira (24).Caso o desembargador acolha os argumentos para que o crime seja qualificado e os outros dois colegas da câmara criminal sigam o voto dele, o crime passa de homicídio para homicídio qualificado. No primeiro caso, a pena varia entre seis e 20 anos de prisão. No segundo caso, a variação é entre 12 e 30 anos de prisão.RelembreQuando concluído, em 2013, o inquérito da Polícia Civil apontou que Davi Sebba foi executado sumariamente, já que não teve como se defender. A investigação também apontou que a arma com numeração raspada encontrada no carro do advogado teria sido plantada pelos suspeitos.Davi Sebba morreu cerca de 30 minutos antes do nascimento de seu filho, Gabriel Davi. Segundo a família, o advogado estava no supermercado fazendo compras que seriam levadas para a esposa, que o aguardava para seguir para a maternidade. De acordo com a PM, Davi estaria no local para vender droga e fazia parte de uma quadrilha internacional de drogas.