O Atlético Clube Goianiense terá que remover uma cerca de arame farpado que foi instalada em uma praça no Setor Urias Magalhães, em Goiânia, em frente ao campo de treinamento do clube. O pedido foi protocolado pela 6° Defensoria Pública Especializada de Atendimento Inicial da Capital e Coordenação do Núcleo de Atendimento Inicial da Capital e foi acatada pela Justiça nesta quarta-feira (20). Em 2021 o clube recebeu a concessão do município de Goiânia para realizar obras de revitalização e manutenção de praça pública através do programa municipal Adote uma Praça. Na época, a instituição escolheu o local no Setor Urias Magalhães por ser o espaço onde fica o seu campo de treinamento. Com a recuperação do local, o clube melhoraria o aspecto visual da área e construiria uma escolinha de futebol para a iniciação esportiva.O programa criado em 2019 prevê parcerias público-privadas para a revitalizaçaõ do espaço público para que motive o retorno dos cidadãos a estes ambientes.Segundo a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), moradores do bairro procuraram o órgão por diversas vezes para denunciar sobre as obras. Os denunciantes disseram que o clube demoliu construções do local, como equipamento de ginástica, área de cooper, hidrômetro de água e estrutura de pit-dog, limitou o acesso ao ginásio e cercou com arame farpado em toda a extensão da praça. Ao POPULAR, a Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo (Seplam) disse que as obras são de responsabilidade do Atlético Clube Goianiense e que possui um termo de cooperação com a finalidade de adoção do espaço, conforme lei do Programa Adote uma Praça, contudo, só irão se manifestar após notificação oficial. No pedido da cautelar, os defensores públicos Gustavo Alves de Jesus e Tiago Bicalho afirmam que é possível constatar que a área segue isolada com arame farpado e sem as obras de revitalização concluídas, o que ocasiona em uma situação de riscos à comunidade e privação do direito ao lazer dos moradores do local, além de desrespeitar o código de obras municipal. Leia também:CBF define datas dos jogos do Atlético-GO contra o Corinthians na Copa do BrasilObra lenta da Leste-Oeste em Goiânia tem 8º aditivoConcreto do viaduto da T-63 não foi comprometido, dizem especialistasVândalos colocam fogo em playground de praça e prejuízo é avaliado em R$ 25 milO departamento jurídico do Atlético, por meio de sua assessoria, informou que, antes de assumir a concessão da praça, o local era coberto por mato, lixo, bichos mortos e ocupado por moradores de rua. O clube reivindicou, então, a área ao município - que na época estava sob a gestão de Iris Rezende - e deu início ao projeto de instalação de um campo e uma escolinha de futebol e de revitalização dos equipamentos de ginástica.O clube relata, no entanto, que, após a limpeza da área, os moradores voltaram a jogar lixo na praça. A solução mais rápida, segundo o Atlético, seria então cercar a área com arame farpado.Sobre o pedido de remoção da cerca por parte da Defensoria Pública, o clube declarou: “Se a Defensoria conseguiu uma liminar para retirar a cerca, não tem problema, pode criar outra alternativa por conta deles e impedir que os moradores joguem lixo”. E completou: A Procuradoria nunca buscou uma liminar para que fosse obrigatória a retirada do lixo e a limpeza da área, só depois que viu toda a área limpa e bem cuidada que foi tomar providência. Parece uma afronta às pessoas que querem cuidar bem da cidade”.Sobre as denúncias de moradores de que o clube teria demolido as estruturas do local, o Atlético explicou que o pit-dog instalado na praça foi removido pela prefeitura, por estar em desacordo com as normas de postura do município. Já em relação ao ginásio, o clube informou que se trata de um prédio do Estado e que não possui a informação de quem estaria cuidado do local. Por fim, foi informado que o ginásio está fechado há cerca de dois ou três anos e não teve o seu acesso limitado, conforme a denúncia de moradores do setor.O clube tem agora cinco dias para remover o arame farpado e substituí-lo por material adequado. O prazo é o mesmo para que o Atlético Goianiense apresente a documentação sobre o andamento de obras e do projeto Adote uma Praça, requisitado pela DPE-GO.