O empresário bolsonarista Lucimário Benedito Camargo, conhecido como Mário Furacão, que foi preso pela Polícia Federal após se filmar durante invasão ao Palácio do Planalto, em Brasília, passou por audiência de custódia e continua preso, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. A defesa dele alega que ele "jamais compactuou com qualquer ato de violência".A prisão de Mário Furacão aconteceu na sexta-feira (3), durante a quarta fase da operação Lesa Pátria, que apura atos golpistas na capital federal. Um vídeo exclusivo da TV Anhanguera mostra o momento que a Polícia Federal prendeu o empresário (assista abaixo). Já a audiência de custódia foi na noite do mesmo dia.Leia também: Veja quem é Mário Furacão, preso por invadir o Palácio do Planalto durante ataques terroristasGoianos seguem no foco de investigação sobre depredaçãoA defesa do empresário informou que a prisão dele "mostra-se totalmente desnecessária, uma vez que nosso cliente sempre esteve disposto a colaborar com a Justiça". Ressaltou ainda que Lucimário "jamais compactuou com qualquer ato de violência e estava em Brasília no dia 08/01 para uma manifestação pacífica, não tendo qualquer relação com os vândalos que atentaram contra os prédios dos três poderes".PrisãoA filmagem, feita pelo repórter cinematográfico Eneias Costa, mostra quando Mário Furacão desce uma escada da casa dele, já acompanhado por policiais federais, e entra no carro da PF.Da casa dele, ele foi levado para a Delegacia da Polícia Civil de Rio Verde, passou por um exame de corpo de delito e, depois, foi levado para a Casa de Prisão Provisória da cidade, onde continua neste sábado (4).Se filmou durante atoNo vídeo feito por ele no dia do ato criminoso em Brasília, Mário Furacão aparece enrolado a uma bandeira do Brasil e registra a explosão de bombas de efeito moral ao fundo (assista abaixo)."Brasileiro só subindo a rampa, entrando cada vez mais e os soldados tacando bomba no povo, covardes. O poder emana do povo, o povo não vai sair, o povo não vai deixar ladrão governar o país, narcotraficante e muito menos comunista", declarou Lucimário.Quem é Mário FuracãoLucimário era presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Verde, mas renunciou ao cargo. A CDL informou que, com isso, Mário Furacão não faz mais parte da entidade.Nas redes sociais, Mário divulgou que é teólogo, já foi executivo de vendas e, atualmente, é empresário na empresa Furacão Produtos. Em seu perfil, que é público, Mário compartilhava com frequência conteúdos contestando o resultado das eleições presidenciais de 2022.Operação da PFAté as 8h de sexta-feira, a polícia não havia informado se existem outros mandados sendo cumprido no estado. A PF afirma que os fatos investigados na operação, em tese, constituem os crimes de:- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;- golpe de Estado;- dano qualificado;- associação criminosa;- incitação ao crime;- destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em cinco estados (Rondônia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, São Paulo) e no Distrito Federal.Outras etapasDesde os ataques de 8 de janeiro, terroristas foram presos, foi decretada intervenção federal no Distrito Federal, afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), a identificação de militares envolvidos nos atos e a prisão do ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro.A primeira fase da operação foi deflagrada em 20 de janeiro, com oito mandados de prisão e 16 buscas e apreensões. Na época, um dos alvos era o dono de um restaurante em Alto Paraíso de Goiás. Ele estava no Rio de Janeiro e fugiu pela janela de uma casa quando agentes tentaram cumprir o mandado de prisão contra ele.